15.04.2013 Views

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

paisagística <strong>na</strong> capital baia<strong>na</strong> com fins de outorgar-lhe uma imagem identificada como um<br />

lugar vocacio<strong>na</strong><strong>do</strong> para o consumo <strong>cultural</strong> e o turismo.<br />

Se tomarmos como parâmetro as suntuosas cifras que movimentam a economia <strong>do</strong><br />

lúdico, facilmente se reconhece que o mo<strong>do</strong> de regulação capitalista da produção material<br />

impõe sua lógica ao processo de criação e dissemi<strong>na</strong>ção de bens simbólicos. Esse traço<br />

favorece a emergência <strong>do</strong> fenômeno já assi<strong>na</strong>la<strong>do</strong> por Featherstone, qual seja, a<br />

desmonopolização da oferta de bens culturais – condição que faculta a legitimidade simbólica<br />

da produção inscrita no circuito amplia<strong>do</strong> <strong>do</strong> consumo e que favorece a irrupção de um<br />

superente: o merca<strong>do</strong>.<br />

Há os que celebram essa nova ordem entenden<strong>do</strong>-a como um processo que<br />

desmonopoliza a oferta e consumo culturais, aproximan<strong>do</strong> assim a arte da vida. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, há quem olhe por um outro viés esta mesma tendência, chaman<strong>do</strong> atenção para o fato de<br />

que por detrás da dissolução da autoridade intelectual de alguns poucos especialistas pode<br />

estar ocorren<strong>do</strong> concomitantemente a ascensão pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte de agentes vincula<strong>do</strong>s ao campo<br />

da industrialização da cultura. Os detratores, por assim dizer, da ameaça que ronda este<br />

fenômeno estão preocupa<strong>do</strong>s em chamar a atenção para o “absolutismo” <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, em<br />

detrimento da criação artística. Canclini (2000), Beatriz Sarlo (2000) e Hal Foster (1996), por<br />

exemplo, são autores que si<strong>na</strong>lizam para os “riscos” potenciais imanentes à lógica<br />

mercantilista das indústrias culturais.<br />

Canclini (2000), por exemplo, demonstra preocupação em relação a interdependência<br />

entre economia e cultura. Toman<strong>do</strong> como ilustração mais especificamente o campo das artes<br />

plásticas, ele atenta justamente para o fato de uma maior diminuição da autonomia <strong>do</strong> campo<br />

artístico quan<strong>do</strong> este passa a ficar sob o jugo de outros elementos e agentes que não somente<br />

aqueles que, classicamente, gravitavam em torno <strong>do</strong> campo da arte (os artistas, críticos,<br />

historia<strong>do</strong>res da arte, conserva<strong>do</strong>res de museus, etc.).<br />

Ainda que reconheça que o campo artístico vem sen<strong>do</strong> continuamente reorde<strong>na</strong><strong>do</strong> ao<br />

longo <strong>do</strong> processo civiliza<strong>do</strong>r da modernidade, Canclini enfatiza uma nova configuração, mais<br />

precisamente, a partir de mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XX, perío<strong>do</strong> em os “agentes encarrega<strong>do</strong>s de<br />

administrar a qualificação <strong>do</strong> que é artístico – museus, bie<strong>na</strong>is, revistas, grande prêmios<br />

51

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!