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Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

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U$ 37 bilhões por ano, sem contabilizar sua poderosa indústria cinematográfica. A Alemanha<br />

apresenta também números portentosos. Somente a prefeitura de Berlim, gastou em 1995 o<br />

correspondente a U$ 800 milhões, ou seja, 2,6% de seu orçamento em arte e cultura. Esta<br />

cifra equivale a US$ 255 per capita no universo <strong>do</strong>s seus 3,5 milhões de habitantes<br />

(FRANCESCHI, 1998). No Brasil, as cifras não soam tão expressivas, mas não deixam de ser<br />

representativas sobre a importância que o setor vem ganhan<strong>do</strong> <strong>na</strong> economia brasileira.<br />

Segun<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> pela Fundação João Pinheiro, encomenda<strong>do</strong> pelo Ministério da<br />

Cultura, somente no ano de 1997 a produção <strong>cultural</strong> brasileira movimentou cerca de R$ 6,5<br />

bilhões, o equivalente a 1% <strong>do</strong> PIB brasileiro (BRASIL, 2000).<br />

O turismo também comparece nessa configuração como um <strong>do</strong>s mecanismos<br />

institucio<strong>na</strong>is mais emblemáticos da sociedade de consumi<strong>do</strong>res, já que traz em sua lógica um<br />

<strong>do</strong>s signos que marcam a dinâmica social da modernidade tardia, qual seja: a mobilidade, o<br />

deslocamento – vetor essencial para o fenômeno da interconexão entre diferentes espaços <strong>do</strong><br />

sistema-mun<strong>do</strong>. Na luminosa interpretação de Bauman (1998, p.114), os turistas (junto com<br />

os vagabun<strong>do</strong>s) são considera<strong>do</strong>s como a metáfora da vida contemporânea por possuírem a<br />

capacidade de estar fora e dentro ao mesmo tempo, de estar em movimento e não chegar,<br />

como que assi<strong>na</strong>lan<strong>do</strong> o compasso da temporalidade veloz que desterritorializa espaços e<br />

promove uma nova maneira de vivenciar o tempo e o espaço <strong>na</strong> experiência social “pós-<br />

moder<strong>na</strong>”.<br />

Não é por a<strong>caso</strong> que, o turismo se constitui, hoje, numa das cruciais atividades<br />

produtivas da economia global. Seus números impressio<strong>na</strong>m e indicam a impetuosidade dessa<br />

instituição <strong>na</strong> conformação da dinâmica social moder<strong>na</strong>. Em recente matéria publicada <strong>na</strong><br />

revista Veja (10/12/2003) sobre o Fórum Mundial <strong>do</strong> Turismo que será sedia<strong>do</strong> em Salva<strong>do</strong>r<br />

em 2004, são mencio<strong>na</strong>das estatísticas revela<strong>do</strong>ras sobre a di<strong>na</strong>micidade <strong>do</strong> setor. Segun<strong>do</strong> a<br />

matéria, somente em 2002 “mais de 700 milhões de viajantes cruzaram fronteiras, num<br />

movimento que fez circular meio trilhão de dólares. O turismo representa 10% <strong>do</strong> produto<br />

interno bruto global e colabora até para a redução de conflitos, já que um país em guerra<br />

perde dólares <strong>do</strong>s visitantes”. O mais heurístico para essa pesquisa é notar como a atividade<br />

turística constitui-se em uma prática social que potencializa o fenômeno da reconfiguração<br />

<strong>do</strong>s espaços. Combi<strong>na</strong><strong>do</strong> à tendência contemporânea da crescente valorização e estetização <strong>do</strong><br />

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