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Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

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mo<strong>do</strong> de vida artístico e intelectual, que poderia ser receptivo a certas<br />

sensibilidades incorporadas ao pós-modernismo e por ele dissemi<strong>na</strong>da<br />

(FEATHERSTONE, 1995, p. 71).<br />

Sob essa óptica, há que se reconhecer que no atual estágio da “modernidade tardia”<br />

parece ter havi<strong>do</strong> um acirramento da tendência, já imanente ao próprio desenvolvimento da<br />

modernidade como bem antecipou Walter Benjamin, da estetização da vida cotidia<strong>na</strong><br />

proporcio<strong>na</strong>da justamente pela aproximação das esferas de gosto que secularmente separaram<br />

a alta-cultura e cultura popular. Numa experiência mais radical, porque agora impulsio<strong>na</strong>da<br />

pelo gigantesco potencial <strong>do</strong>s meios de comunicação e das novas tecnologias de informação, a<br />

esfera <strong>cultural</strong> abre seus horizontes a novas are<strong>na</strong>s, estenden<strong>do</strong>-se em dimensões jamais<br />

presenciadas em outros processos civiliza<strong>do</strong>res. Neste senti<strong>do</strong>, a experiência social<br />

contemporânea parece estar indelevelmente marcada e auto-concebida pelo signo da<br />

experiência estética, em que um certo ethos he<strong>do</strong>nista, típico da cultura de consumo, eleva as<br />

atividades lúdico-artísticas, de entretenimento e turismo, a uma dimensão de destaque no atual<br />

concerto societal globaliza<strong>do</strong>.<br />

Uma nova estrutura de sensibilidade (voltada enfaticamente para a estetização da vida),<br />

o crescente número de atividades voltadas a ocupações ligadas a artistas e intelectuais,<br />

soma<strong>do</strong>s a um maior investimento fi<strong>na</strong>nceiro no setor – investimentos esses oriun<strong>do</strong>s de<br />

subvenções estatais ou de capital <strong>do</strong> empresaria<strong>do</strong> priva<strong>do</strong> – foram os ingredientes que<br />

contribuíram para o surgimento de novas interdependências e estratégias que alteraram as<br />

balanças de poder e produziram alianças entre grupos que, antes, talvez percebessem seus<br />

interesses como opostos” (FEATHERSTONE, 1995, p.74).<br />

Foca<strong>do</strong> nos altos lucros provenientes da produção e <strong>do</strong> consumo de bens culturais, o<br />

setor econômico passou a reconhecer a cultura como setor estratégico de investimento,<br />

conjunção essa que favoreceu a dilatação das fronteiras da esfera <strong>cultural</strong>, conferin<strong>do</strong>-lhes<br />

dimensões super ampliadas a ponto de tor<strong>na</strong>r-se um <strong>do</strong>s negócios mais lucrativos da<br />

atualidade.<br />

Ilustrativo desse processo são as cifras que movimentam a economia <strong>do</strong> lúdico em<br />

escala global. A indústria <strong>cultural</strong> nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, por exemplo, responde por mais de 1<br />

milhão e duzentos mil empregos diretos, movimentan<strong>do</strong> uma astronômica cifra <strong>na</strong> ordem de<br />

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