Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

autônoma na cultura e a industrialização dos mercados simbólicos” como exemplo ilustrativo
da armadilha criada pela própria modernidade.
(...) a modernização econômica, política e tecnológica – nascida como parte
do processo de secularização e independência – foi configurando um tecido
social envolvente, que subordina as forças renovadoras e experimentais da
produção simbólica(...) Enquanto teóricos e historiadores exaltam a
autonomia da arte, as práticas do mercado da comunicação massiva –
incluindo às vezes os museus – fomentam a dependência dos bens artísticos
de processos extra-artísticos (CANCLINI , 2000, p.32).
Diante da desmonopolização das hierarquias simbólicas que embasaram os cânones
estéticos e de valor a produção artística e intelectual passou a presenciar profundas
transformações no interior de suas práticas. Se o estabelecimento dessas hierarquias eram
antes monopolizadas por um sistema restrito de produção cultural (instituições artísticas,
intelectuais e acadêmicas) agora são abaladas pela mudança na demanda por bens intelectuais,
demanda essa cada vez mais ajustada às pressões dos mecanismo institucionais da sociedade
de consumidores
Diante da predominância da lógica industrial de organização da produção material sobre
as formas de produção e da disseminação de produtos culturais, situações antes inimagináveis
passaram a ser regra no mercado pós-moderno dos bens simbólicos: personagens dos
romances de Flaubert ou de filmes de Wim Wenders, por exemplo, são equiparados numa
mesma escala de valor a produtos massmidíaticos como a boneca Barbie. Hoje a genialidade
do artista ou a aura da obra de arte que a torna sacra, única, parecem ser valores já vencidos
diante da transformação de época que passamos a presenciar nas últimas décadas. Esses foram
cânones cultivados com certa longevidade pelas clássicas instâncias de consagração, mas que
parecem não mais resistir à espiral de transformações que vem se processando no interior da
esfera cultural. Apontando os sintomas dessas mudanças, Canclini assinala que:
We can no longer speak of the dichotomy of the public and the private...
Nor can we characterize the issue before us as the conflict between the
creativity of art and its commercialization, which gave rise to many of the
agonies suffered by artists and writers from Balzac and Baudelaire to the
happenings, performance, and installation artists working outside of
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