Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
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desenvolvidos pela Secretaria da Cultura e Turismo, constatamos que ainda é marcante a presença do poder público na engrenagem que dinamiza o circuito da produção cultural local. Ainda que seja um modo de gestão cada vez mais pautado em parâmetros de práticas administrativas que indicam a paulatina desregulamentação de suas funções, o papel decisivo que o poder local assume na organização do campo cultural acaba se constituindo num reflexo das práticas políticas específicas do grupo político hegemônico no Estado. 27
2 METAMORFOSES INSTITUCIONAIS NA ESFERA CULTURAL: NOVAS PRÁTICAS, NOVOS AGENTES O propósito que norteia a presente seção é lançar mão de alguns pressupostos conceituais, a partir de um elenco específico de autores, que sustentam a investigação sobre o lugar preponderante que as atividades voltadas para o comércio de bens simbólicos - atividades artístico-culturais, o entretenimento e o turismo - passaram a ocupar no cenário social contemporâneo. Buscaremos dar especial atenção às metamorfoses institucionais que marcam o processo civilizador da modernidade tardia e às formas como essas transformações acabaram por afetar a dinâmica de funcionamento do processo de produção, difusão e consumo dos bens culturais, conferindo, conseqüentemente, significativas alterações nas experiências e práticas culturais cotidianas. Tal recorte conceitual se faz necessário uma vez que melhor contextualiza, em dimensões teóricas mais abrangentes, as especificidades dos fenômenos que gravitam em torno do objeto específico dessa dissertação, qual seja: o modo peculiar como o governo estadual baiano vem instituindo, concebendo e financiando as políticas públicas para a área da cultura desde a última década. Amalgamar áreas de cultura e turismo numa única estrutura administrativa, talvez seja uma das sínteses mais evidentes da natureza do projeto empreendido pelo governo carlista. Apostando na suposta “vocação” do Estado da Bahia, e mais precisamente da sua capital, em desenvolver sua economia baseada num modelo “pós- industrial”, a política cultural e turística concebida por este grupo político ancorou-se justamente nos pressupostos teóricos que dão estofo conceitual à tese sobre a emergência de uma sociedade pós-industrial. Esse arcabouço conceitual postula o ocaso da hegemonia do modelo industrial e aposta no eixo produtivo do setor de serviços (turismo, entretenimento, alta tecnologia) como alternativa de desenvolvimento econômico. Ancorado nesses postulados, o grupo político liderado por Antonio Carlos Magalhães volta à cena política baiana no início da década de 90, deslanchando projetos de grande visibilidade voltados para emoldurar a Bahia como lugar vocacionado para as atividades de entretenimento e turismo. Alinhando-se à tendência mundial de valorização do setor terciário 28
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