Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Depois de percorri<strong>do</strong> o caminho <strong>na</strong> busca pela apreensão da peculiaridade da concepção e<br />
elaboração das políticas culturais empreendidas pela Secretaria da Cultura e Turismo <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong> da <strong>Bahia</strong>, no perío<strong>do</strong> que se estendeu entre 1995 e 2002, pudemos constatar que um<br />
amplo possesso de modernização <strong>cultural</strong> e turística foi enceta<strong>do</strong> pelo poder local com fins de<br />
conceder à <strong>Bahia</strong> uma imagem vinculada ao comércio de bens de lazer e diversão, ten<strong>do</strong> no<br />
turismo um mecanismo privilegia<strong>do</strong> para atingir esse objetivo. Essa foi a via privilegiada,<br />
através da qual, <strong>na</strong> última década, o governo estadual conferiu especificidade à relação entre<br />
economia, cultura e política <strong>na</strong> <strong>Bahia</strong>. Uma fórmula contemporânea que adquire, em terras<br />
baia<strong>na</strong>s, acentos peculiares, próprios <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> como são enredadas as políticas da elite<br />
política <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte.<br />
Recapitulamos ainda que o entrelaçamento entre cultura e turismo foi uma agenda <strong>do</strong><br />
programa político implementa<strong>do</strong> pela facção de poder liderada por Antonio Carlos Magalhães<br />
desde a década de 70, quan<strong>do</strong> ele foi gover<strong>na</strong><strong>do</strong>r <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> no quadriênio 1971-1975. Nesse<br />
perío<strong>do</strong>, um complexo sistema infra-estrutural para o desenvolvimento <strong>do</strong> setor turístico foi<br />
implanta<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> se promoveu a re-estruturação <strong>do</strong> Sistema Estadual de Turismo,<br />
conceden<strong>do</strong>-lhe uma maior envergadura institucio<strong>na</strong>l e política através da criação de diversos<br />
órgãos como o Conselho Estadual de Turismo (Cetur) e a reformulação administrativa da<br />
<strong>Bahia</strong>tursa. Investida <strong>na</strong> função de empresa oficial de turismo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, a <strong>Bahia</strong>tursa jogou<br />
um papel fundamental <strong>na</strong> ce<strong>na</strong> turística local, nos seus últimos trinta anos de existência. Foi o<br />
órgão responsável pela agressiva estratégia de promoção <strong>do</strong> turismo ao implementar uma<br />
diversidade de ações e programas com o objetivo de divulgar a <strong>Bahia</strong> como um destino<br />
“privilegia<strong>do</strong>” para os milhões de turistas em trânsito pelo mun<strong>do</strong>. Durante to<strong>do</strong> esse perío<strong>do</strong>,<br />
atuou como importante agente <strong>na</strong> implementação de uma política de diferenciação simbólica<br />
ao promover a convergência entre cultura e turismo como fator de distinção <strong>na</strong> concorrência<br />
entre os demais esta<strong>do</strong>s que disputam os milhares de visitantes em trânsito pelo país. Imbuída<br />
nesse espírito promocio<strong>na</strong>l, desenvolveu uma variedade de programas volta<strong>do</strong>s ao fomento da<br />
atividade <strong>cultural</strong> (promoção de feiras e exposições, projetos de revitalização da cultura<br />
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