Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
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no senti<strong>do</strong> de ampliar e aprofundar as ações de âmbito estatal, porque se<br />
deixarmos tu<strong>do</strong> <strong>na</strong>s mãos <strong>do</strong> poder público, corremos o risco de<br />
manipulação a favor <strong>do</strong>s interesses <strong>do</strong> grupos mandatários vigentes, o<br />
mesmo acontecen<strong>do</strong> no <strong>caso</strong> de só a iniciativa privada, fi<strong>na</strong>ncia<strong>do</strong>ra de tais<br />
grupos, definir a produção <strong>cultural</strong>, como está sen<strong>do</strong> desenha<strong>do</strong> <strong>na</strong> <strong>Bahia</strong> e<br />
no resto <strong>do</strong> país (MAIA, 2000).<br />
Vários aspectos foram discuti<strong>do</strong>s publicamente por produtores, artistas e técnicos da<br />
Secretaria da Cultura e Turismo, tais como os critérios para avaliação <strong>do</strong>s projetos,<br />
distribuição de recursos entre as diferentes áreas, concentração de projetos<br />
aprova<strong>do</strong>s/fi<strong>na</strong>ncia<strong>do</strong>s por proponente 2 , i<strong>na</strong>dimplência <strong>do</strong>s proponentes e a disputa, pelas<br />
prefeituras, da verba desti<strong>na</strong>da ao patrocínio das atividades culturais.<br />
O debate proporcio<strong>na</strong><strong>do</strong> pela comunidade artístico-<strong>cultural</strong> surtiu efeito. Na época a<br />
Secretaria da Cultura e Turismo se viu pressio<strong>na</strong>da a rever algumas normas e critérios que<br />
regulavam o programa. Além <strong>do</strong> debate promovi<strong>do</strong> pelo jor<strong>na</strong>l A Tarde, foram promovi<strong>do</strong>s<br />
pela própria Secretaria <strong>do</strong>is encontros com a comunidade artístico-<strong>cultural</strong>, objetivan<strong>do</strong> ouvir<br />
críticas e sugestões de representantes <strong>do</strong> meio <strong>cultural</strong> da <strong>Bahia</strong> (Gazeta Mercantil, 2000). O<br />
sal<strong>do</strong> dessas discussões resultou em um novo regulamento <strong>do</strong> programa que entre outras<br />
modificações estabeleceu, pela primeira vez, percentuais de distribuição de recursos por área<br />
de atuação.<br />
Em outubro de 2000 foi publicada no Diário Oficial, a Resolução nº 344/2000, preven<strong>do</strong><br />
novos critérios par a avaliação de projetos a serem realiza<strong>do</strong>s em 2001, a distribuição de<br />
recursos entre as áreas de atuação e as normas para preenchimento e encaminhamento da<br />
prestação de contas. Desde então, foram regulamenta<strong>do</strong>s diferentes decretos e resoluções que<br />
prevêem, principalmente, modificações nos critérios de desti<strong>na</strong>ção por setor <strong>do</strong>s recursos por<br />
segmento <strong>cultural</strong>, nos critérios de avaliação de projetos e no regulamento <strong>do</strong> programa.<br />
Atualmente, estão em vigor a Resolução nº 473/2003 (que dispõe sobre os critérios para<br />
inscrição e sobre a distribuição de recursos por área), a Resolução nº 474/2003 (que dispõe<br />
sobre os critérios de avaliação de projetos culturais), a Resolução Nº 475/2003 (que versa<br />
sobre os critérios para inscrição e avaliação de projetos de festejos juninos) e o decreto<br />
8.668/2003 (que aprova o novo Regulamento <strong>do</strong> <strong>Fazcultura</strong>). As principais modificações <strong>na</strong>s<br />
regras desses <strong>do</strong>cumentos, dig<strong>na</strong>s de nota aqui, referem-se basicamente à mudança de<br />
2 Segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s divulga<strong>do</strong>s pelo jor<strong>na</strong>l A Tarde em 22/10/2000, o ano de 1999 foi o perío<strong>do</strong> em que houve a<br />
maior concentração de projetos por pessoa/proponente, geran<strong>do</strong> <strong>caso</strong>s como o da empresa Publi –X Produções<br />
& Eventos, que teve 22 projetos fi<strong>na</strong>ncia<strong>do</strong>s pelo <strong>Fazcultura</strong>. To<strong>do</strong>s eles liga<strong>do</strong>s a festejos juninos e não é por<br />
a<strong>caso</strong> que a maioria integra a lista de proponentes i<strong>na</strong>dimplentes.