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Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

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mais patente <strong>na</strong> tarefa de regular sobretu<strong>do</strong> a hegemonia alcançada pela lógica mercantilista<br />

que prevalece <strong>na</strong> dinâmica da produção, dissemi<strong>na</strong>ção e consumo <strong>do</strong>s bens simbólicos ao<br />

tempo em que reivindicam para o Esta<strong>do</strong> o papel de principal agente <strong>na</strong> missão de<br />

democratizar a cultura e garantir a diversidade da sua produção em tempos de acelera<strong>do</strong><br />

processo de globalização. A reflexão <strong>do</strong> ator Sérgio Mamberti, agora burocrata <strong>do</strong> aparelho da<br />

administração da cultura em nível federal, ilustra essa corrente de pensamento:<br />

163<br />

Redefinir formas de convívio social, explodir as matrizes <strong>do</strong> pensamento<br />

excludente e embrutece<strong>do</strong>r que sedimenta o secular pacto das elites no<br />

Brasil, garantir direitos constitucio<strong>na</strong>is, criar novos direitos e elimi<strong>na</strong>r<br />

privilégios são compromissos essenciais para uma gestão democrática da<br />

cultura, assumin<strong>do</strong> o cidadão como prioridade. É necessário refundar as<br />

bases das relações de troca e criação, provocá-las, dar-lhes condições de<br />

existência concreta. Contra a implantação de programas unilaterais de<br />

cultura, propõe-se dar caminho à produção <strong>cultural</strong> <strong>do</strong> cidadão em todas as<br />

suas formas, em to<strong>do</strong> o país, sem confundi-la com práticas corporativistas.<br />

Redescobrir o senti<strong>do</strong> da ação coletiva, o sentimento de pertencimento e<br />

participação. Na dissemi<strong>na</strong>ção das artes e <strong>na</strong> garantia <strong>do</strong> acesso de to<strong>do</strong>s aos<br />

bens culturais das mais diversas origens, bem como no resgate de<br />

fisionomias e identidades históricas negadas pela ação manipulatória, estão<br />

os alicerces de opções, capazes de responder aos enormes desafios políticos,<br />

econômicos e tecnológicos, com os quais é necessário se defrontar neste<br />

início de século XXI (MAMBERTI, 1993, p.16).<br />

Inspira<strong>do</strong> nos princípios filosóficos exorta<strong>do</strong>s pela Unesco, Hamilton Faria, ocupa<strong>do</strong> em<br />

refletir sobre o papel das políticas culturais <strong>na</strong> atualidade sugere também em seu argumento<br />

um espectro mais abrangente para a atuação das políticas públicas de cultura:<br />

Enquanto o ministério fi<strong>na</strong>ncia os grupos artísticos, históricos, patrimoniais<br />

etc., e desenvolve uma cultura <strong>do</strong> bom negócio, o restante vai bem,<br />

obriga<strong>do</strong>, e <strong>na</strong>da se discute sobre temas culturais essenciais como a<br />

descaracterização de culturas pela modernização obsessiva e pela<br />

globalização <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, a democratização <strong>do</strong>s meios de comunicação, a<br />

cultura política, a construção de valores de paz e de solidariedade, o<br />

protagonismo jovem, o pluralismo e a diversidade, o papel das mulheres <strong>na</strong><br />

sociedade e outros temas relevantes. Ao segmentar-se a cultura, os grandes<br />

temas não entram em questão e ressalta-se uma arte inofensiva como<br />

protagonista (FARIA, 2003, p.45).<br />

Ora, como se vê, essas são reivindicações que colocam no centro da discussão o papel<br />

das políticas culturais <strong>na</strong> atualidade. Em seu teor, tais proposições reclamam uma

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