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Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

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ealizada en otro tiempo entre el esta<strong>do</strong> y las empresas, hoy concebimos al Esta<strong>do</strong> como lugar<br />

de articulación de los gobiernos con las iniciativas empresariales y con las de otros sectores de<br />

la sociedad civil” (CANCLINI, 1999a, p.189). Essa situação exprime uma tendência que<br />

parece ser já irreversível: a interseção entre organismos estatais e os conglomera<strong>do</strong>s<br />

econômicos como manifestação <strong>do</strong> novo orde<strong>na</strong>mento da esfera <strong>cultural</strong>, indican<strong>do</strong> no interior<br />

das suas práticas a irrupção de um fenômeno que lhe é decorrente, qual seja: a redistribuição<br />

de poder <strong>na</strong> linha de coman<strong>do</strong> da gestão <strong>do</strong> campo da cultura, fato que propicia um gradual<br />

afastamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> em áreas em foi tradicio<strong>na</strong>lmente prove<strong>do</strong>r ao passo que adensa e<br />

estende a atuação da iniciativa privada no âmbito da esfera <strong>cultural</strong>.<br />

Como visto <strong>na</strong> seção anterior, no Brasil, a gestão e organização <strong>do</strong> campo <strong>cultural</strong><br />

ficaram sob guarda quase que exclusiva <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> por um longo perío<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> inclusive<br />

considerada como área politicamente estratégica, principalmente pelos governos autoritários<br />

(destaque-se a era Vargas e o perío<strong>do</strong> da ditadura militar), por constituir-se como o locus<br />

privilegia<strong>do</strong> para a promoção e deslanche <strong>do</strong> projeto hegemônico de construção da <strong>na</strong>ção e da<br />

afirmação da identidade <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. No entanto, numa época em que parece ter si<strong>do</strong> decretada a<br />

crise de legitimidade e soberania <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s-<strong>na</strong>ção em meio ao delineamento de uma nova<br />

cartografia <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, agora essencialmente pós-<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (COMAROFF,1997;<br />

APPADURAI, 1997; CASTELLS, 1999), o papel <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> é redefini<strong>do</strong>, sua <strong>na</strong>tureza e suas<br />

esferas de operação se alteram. Tu<strong>do</strong> isso se dá numa nova configuração assentada nos fluxos<br />

intermitentes de senti<strong>do</strong>s, imagens, gentes e capitais que caracterizam o ambiente da<br />

globalidade. Agora, cabe aos Esta<strong>do</strong>s muito mais uma atuação revestida de um caráter<br />

eminentemente empresarial, enquanto agente articula<strong>do</strong>r, normativo, regula<strong>do</strong>r e indutor de<br />

desenvolvimento – já que entraram definitivamente numa era de delegação, privatização e<br />

desregulamentação (COMAROFF,1997) – <strong>do</strong> que o clássico papel de prove<strong>do</strong>r e interventor<br />

principal das várias esferas da vida social. Aliás, esse é um papel previsto no texto da própria<br />

Constituição de 1988. Diante da crise de gover<strong>na</strong>bilidade que o governo brasileiro enfrentou<br />

no fim da década de 80, em meio à explosão de demandas da sociedade civil não atendidas<br />

pelo poder local, a Carta Mag<strong>na</strong> estabeleceu três atuações distintas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>na</strong> Ordem<br />

Econômica Nacio<strong>na</strong>l, a saber: o de fiscaliza<strong>do</strong>r, de incentiva<strong>do</strong>r e planeja<strong>do</strong>r. Delineia-se,<br />

desse mo<strong>do</strong>, um modelo basea<strong>do</strong> <strong>na</strong> livre iniciativa, em que suas funções voltam-se para o<br />

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