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Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

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de um merca<strong>do</strong> de bens culturais, e pavimentan<strong>do</strong>-se <strong>na</strong> história pretérita da <strong>Bahia</strong> como<br />

cenário de movimentos culturais vigorosos 20 , o poder local assumiu em seus programas tomar<br />

a cultura como área prioritária para o desenvolvimento global <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Assim, entenden<strong>do</strong> a<br />

atividade <strong>cultural</strong> como um “fato econômico”, o governo estadual baiano cunha sua<br />

modalidade de intervenção, denomi<strong>na</strong><strong>do</strong>-a de um “novo marco” – “um processo<br />

contemporâneo que se caracteriza por um conceito inova<strong>do</strong>r de sustentabilidade e<br />

popularização, e vincula a cultura ao processo de desenvolvimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>” (GAUDENZI,<br />

2000a, p.37) – por pretender, justamente, exortar uma faceta mais identificada com a<br />

possibilidade de tor<strong>na</strong>r o segmento <strong>cultural</strong> como uma atividade que pode gerar recursos e<br />

dividen<strong>do</strong>s, rumo à sua sustentabilidade econômica e maior independência <strong>do</strong> clássico<br />

pater<strong>na</strong>lismo estatal. É sob essa óptica que se permite entrever, portanto, o papel que o<br />

executivo baiano arroga para si no mo<strong>do</strong> de conduzir a política de cultura <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

Vejamos:<br />

154<br />

(...) ao Esta<strong>do</strong> cabe, fundamentalmente, os papéis de agente facilita<strong>do</strong>r e<br />

indutor de desenvolvimento (grifo da autora); de promotor das condições<br />

básicas necessárias à abertura de ca<strong>na</strong>is de participação e oportunidades que<br />

estimulem os procedimentos produtivos e as relações de convivência e de<br />

merca<strong>do</strong>, que assegurem a autonomia <strong>do</strong>s processos criativos e salva-guarda<br />

<strong>do</strong> patrimônio artístico e <strong>cultural</strong> no eixo da trajetória <strong>do</strong> desenvolvimento<br />

global”(GAUDENZI, 2000a, p. 19-20).<br />

Neste senti<strong>do</strong>, a atuação que o governo estadual delineia e toma como meta a ser<br />

perseguida parece estar bem próxima da discussão que Canclini propõe ao a<strong>na</strong>lisar o papel da<br />

intervenção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> contemporâneo <strong>na</strong> esfera da cultura. Vale a pe<strong>na</strong> repetir, já que se<br />

encontra mencio<strong>na</strong><strong>do</strong> <strong>na</strong> Introdução desse trabalho. Diz o autor: “A diferencia de la oposición<br />

20 Na opinião de grande parte <strong>do</strong>s a<strong>na</strong>listas da cultura baia<strong>na</strong>, a era mais festejada e referendada sobre a<br />

efervescência da produção <strong>cultural</strong> <strong>na</strong> <strong>Bahia</strong> refere-se ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> Reitora<strong>do</strong> de Edgard Santos à frente da<br />

<strong>Universidade</strong> Federal da <strong>Bahia</strong> entre o fi<strong>na</strong>l da década de 40 e início <strong>do</strong>s 60. Sobre esse tema ver Risério (1995)<br />

e Rubim (1999). Esse perío<strong>do</strong> é inclusive toma<strong>do</strong> como paradigma pelo próprio governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> no que se<br />

refere ao teor de inovação e vanguarda que marcou aquele perío<strong>do</strong> por fazer florescer um sem número de<br />

vanguardas estéticas <strong>na</strong>s mais variadas expressões artísticas (cinema, dança, teatro, literatura, etc,) constituin<strong>do</strong>se<br />

numa época antológica para vida <strong>cultural</strong> da <strong>Bahia</strong>. Ao definir a gestão <strong>do</strong> governo estadual baiano <strong>na</strong> área<br />

<strong>cultural</strong> como um “momento histórico transforma<strong>do</strong>r”, o secretário Paulo Gaudenzi compara este ‘novo<br />

momento’ à era edgardia<strong>na</strong> por considerar que a <strong>Bahia</strong>, a partir <strong>do</strong> novo ciclo administrativo lidera<strong>do</strong> pela frente<br />

carlista, passa a viver, assim como <strong>na</strong>quela época, “um vigoroso senso inova<strong>do</strong>r (...) um processo tão importante<br />

quanto aquele registra<strong>do</strong>, há cera de 50 anos, no perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> magnífico reitor Edgard Santos” (GAUDENZI,<br />

2000a, p.25).

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