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Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

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1 INTRODUÇÃO<br />

Desde o início da década de 90, quan<strong>do</strong> mais uma vez se conforma um perío<strong>do</strong> de<br />

hegemonia política lidera<strong>do</strong> por Antonio Carlos Magalhães, momento em que é eleito pela<br />

terceira vez para assumir o cargo de gover<strong>na</strong><strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (1991-1995), a <strong>Bahia</strong> vai conhecer<br />

um novo ciclo de administração pública marca<strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong>, pela desregulamentação das<br />

funções <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e uma concomitante abertura para o merca<strong>do</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, em que o<br />

processo de modernização turística e <strong>cultural</strong> passa a ser uma das agendas de destaque da<br />

gestão que ora se reiniciava. O entrecruzamento das elites políticas tradicio<strong>na</strong>is com novos<br />

grupos sociais emergentes, atuantes nos setores imobiliário, de entretenimento e comunicação<br />

vai contribuir para a ênfase no desenvolvimento de políticas voltadas para as atividades<br />

ligadas ao consumo <strong>cultural</strong> e turístico. O remapeamento <strong>do</strong> espaço urbano de Salva<strong>do</strong>r<br />

engendra<strong>do</strong> por esse governo no inicio da década de 90, tem <strong>na</strong> restauração <strong>do</strong> Parque<br />

Histórico <strong>do</strong> Pelourinho seu marco principal e si<strong>na</strong>liza para as transformações imputadas pelo<br />

poder local à paisagem da cidade com fins de conceder-lhe uma imagem consensual (apesar<br />

das so<strong>na</strong>ntes desigualdades que compõem o teci<strong>do</strong> sócio-urbano) que favorece o delineamento<br />

de uma imagem da <strong>Bahia</strong> como lugar de entretenimento e turismo.<br />

No bojo da tendência contemporânea da busca pela afirmação das identidades locais em<br />

meio ao trânsito incessante de signos e imagens que marcam o ambiente da globalidade, o<br />

governo estadual baiano, sintoniza<strong>do</strong> a essa corrente, passa a atrelar a implementação de suas<br />

políticas culturais e turísticas a uma estratégia que lança mão da apropriação de elementos<br />

simbólicos da cultura baia<strong>na</strong>. Desse mo<strong>do</strong>, tradições e identidades coletivas são<br />

potencializadas e “reinventadas” de mo<strong>do</strong> a tor<strong>na</strong>r a <strong>Bahia</strong> um “produto” diferencia<strong>do</strong> em<br />

meio à homogeneidade da cultura “inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l-popular”, para usar uma expressão de<br />

Re<strong>na</strong>to Ortiz (2000), que transita pelo elástico merca<strong>do</strong> global de bens e serviços da<br />

informação e da cultura. Ampara<strong>do</strong> num discurso que celebra a especificidade da identidade<br />

baia<strong>na</strong>, o poder local tece seu mo<strong>do</strong> de intervenção <strong>na</strong>s áreas da cultura e <strong>do</strong> turismo, ten<strong>do</strong><br />

como meta transformar a <strong>Bahia</strong> num Esta<strong>do</strong> propício ao desenvolvimento de atividades<br />

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