Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
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economicista, burocrático e merca<strong>do</strong>lógico, é potencializada justamente pelo seu ângulo<br />
“positivo”, ou seja, como um <strong>do</strong>s “maiores veículos de promoção, difusão e intercâmbio,<br />
ajudan<strong>do</strong>, via de regra, o próprio fortalecimento da cultura” (REIBER, 1997, p.7). Estava<br />
sela<strong>do</strong> assim o discurso que buscava legitimar sua institucio<strong>na</strong>lidade <strong>na</strong> tensa união entre<br />
cultura e turismo, instauran<strong>do</strong> assim um modelo de gestão emblemático das políticas culturais<br />
<strong>na</strong> <strong>Bahia</strong>, a partir de então.<br />
Nascia assim a Secretaria da Cultura e Turismo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (SCT), a primeira <strong>do</strong> gênero<br />
no país, com a fi<strong>na</strong>lidade de fortalecer essas duas áreas, consideradas, desde a última<br />
administração de Antonio Carlos Magalhães, como setores estratégicos para o<br />
desenvolvimento social e econômico <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Numa ampla reforma institucio<strong>na</strong>l, a nova<br />
secretaria absorveu em sua estrutura importantes órgãos da administração estadual que antes<br />
desempenhavam atividades voltadas para a implementação e execução de ações culturais e<br />
políticas de desenvolvimento <strong>do</strong> turismo (a <strong>Bahia</strong>tursa, mais especificamente), porém diluí<strong>do</strong>s<br />
entre várias secretarias estaduais. Assim, dividida em duas superintendências (uma de turismo<br />
– Sudetur e outra de cultura – Sudecult), a SCT passa a abrigar em seu corpo administrativo<br />
instituições integrantes da antiga Secretaria da Educação e Cultura como o Conselho Estadual<br />
de Cultura, a Fundação Cultural, o Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Artístico Cultural, a Fundação<br />
Pedro Calmon, e o Arquivo Público da <strong>Bahia</strong>, além da <strong>Bahia</strong>tursa, anteriormente vinculada a<br />
Secretaria de Indústria e Comércio. Desse mo<strong>do</strong>, ao menos <strong>do</strong> ponto de vista institucio<strong>na</strong>l,<br />
pode-se afirmar que a pasta da cultura ganha uma estrutura burocrática mais complexa,<br />
conforman<strong>do</strong> um sistema que permite antever o peso político e institucio<strong>na</strong>l e a maior<br />
abrangência conferida a essa atividade a partir de então.<br />
Diversos foram os elementos que compuseram o mosaico de idéias <strong>do</strong> pensamento-guia<br />
<strong>do</strong> governo em torno <strong>do</strong> seu modelo de intervenção <strong>na</strong> cultura. O ideário em voga movi<strong>do</strong><br />
pelas cifras astronômicas que movimentam setores específicos da produção <strong>cultural</strong> (a<br />
portentosa indústria <strong>cultural</strong> é o mito maior) comparece como pressuposto que justifica sua<br />
aposta <strong>na</strong> dimensão econômica da atividade <strong>cultural</strong>. O tema da cultura aliada ao<br />
desenvolvimento, um paradigma propaga<strong>do</strong> pelas agências multilaterais de fi<strong>na</strong>nciamento, é<br />
também apropria<strong>do</strong> pelo discurso oficial. Some-se ainda o contexto específico da<br />
configuração <strong>do</strong> campo <strong>cultural</strong> baiano em processo de consolidação à época da criação da<br />
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