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Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

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<strong>do</strong> Turismo e <strong>do</strong> lazer” (BAHIA, 2003a). Dessa forma, cultura e turismo, áreas até então<br />

nunca unificadas em governos estaduais anteriores ou mesmo em outros esta<strong>do</strong>s da federação,<br />

passam a ficar abrigadas num único órgão.<br />

Cabe reconhecer que a decisão de criar a SCT deveu-se em grande medida à importância<br />

econômica que a atividade turística passou a ter no desenvolvimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />

principalmente a partir <strong>do</strong>s vultuosos investimentos no setor, através <strong>do</strong> deslanche <strong>do</strong><br />

Programa Prodetur, como declarou o próprio secretário Paulo Gaudenzi (apud QUEIROZ,<br />

2002, p.157). Dessa forma, o gerenciamento de um programa que envolvia cifras tão<br />

suntuosas acabou por legitimar e justificar a criação de uma secretaria específica, além <strong>do</strong> que<br />

evitaria “possíveis constrangimentos, como o de ter-se um presidente da <strong>Bahia</strong>tursa<br />

coorde<strong>na</strong>n<strong>do</strong> um programa desenvolvi<strong>do</strong> entre diversas secretarias, ao tempo em que<br />

respaldava o órgão gestor <strong>do</strong> Sistema Turístico no seu trabalho de interlocução com as demais<br />

unidades administrativas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>” (QUEIROZ, 2002, p.157).<br />

Ações culturais bem sucedidas, efetivadas ao longo da gestão anterior, como por<br />

exemplo, a revitalização <strong>do</strong> Pelourinho, a reforma <strong>do</strong> Teatro Castro Alves e <strong>do</strong> Museu de Arte<br />

Moder<strong>na</strong> foram também mencio<strong>na</strong>das pelo secretário Gaudenzi como potenciais justificativas<br />

para a junção das áreas de turismo e cultura numa única secretaria.<br />

No entanto, pelas características <strong>do</strong>s agenciamentos que se deram em torno da<br />

implantação da secretaria, pode-se supor que a posição conferida aos assuntos da cultura<br />

encontra-se subordi<strong>na</strong>da à relevância dada à atividade turística, ten<strong>do</strong> no volume de verba<br />

envolvi<strong>do</strong> no Prodetur a principal justificativa dessa priorização diante da premência de uma<br />

reestruturação institucio<strong>na</strong>l eminente. Desse mo<strong>do</strong>, a capacidade de captar e de gerir recursos<br />

vultuosos para o setor turístico conferiu a Paulo Gaudenzi uma posição privilegiada no<br />

interior <strong>do</strong> governo carlista ao tempo em que se constituiu em fator decisivo para a criação da<br />

secretaria. Nessa circunstância específica, se o setor <strong>cultural</strong> for compara<strong>do</strong>, por exemplo, à<br />

capacidade de atração de investimentos que o turismo requer para criar sua infra-estrutura e<br />

ao seu potencial econômico, é quase uma conseqüência <strong>na</strong>tural estigmatizá-lo como sen<strong>do</strong><br />

uma atividade secundária 16 .<br />

16 Como bem observa José Carlos Durand (2002, p.4), <strong>do</strong> ponto de vista <strong>do</strong>s seus pesos numéricos, “a cultura é a<br />

área ‘número 1’. Quan<strong>do</strong> está robusta e saudável representa não mais de um por cento <strong>do</strong>s orçamentos públicos”.<br />

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