Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

sistema estadual de ensino (1º, 2º e 3º graus). Essa configuração contribuiu para uma diluição
do papel do setor cultural no plano de governo estadual, refletindo assim a tendência nacional
de as políticas culturais assumirem um lugar secundário nos planos oficias de governo. Desse
modo, coube à Fundação Cultural do Estado (Funceb), durante todo esse ciclo, o papel de
principal órgão formulador e executor das políticas culturais para o Estado. Enquanto
instância de natureza eminentemente executiva, sem grande peso institucional e político, a
Funceb, no decorrer desse período cumpriu seu papel de promoção e execução das ações
culturais, através do fomento e difusão das mais diferenciadas manifestações artísticas locais.
Contudo, sua atuação não esteve orientada por um conjunto de diretrizes e programas que se
consubstancializasse no que se poderia chamar de um plano estadual de cultura – um conjunto
de ações formulado dentro de uma dimensão politicamente mais abrangente para o setor, nos
moldes do que se experimentou após a implantação da Secretaria da Cultura e Turismo em
1995. Há ainda que mencionar que durante esse ciclo administrativo foram realizadas duas
importantes ações para a dinamização do campo cultural baiano. São elas: a reforma do
Teatro Castro Alves e a reforma de alguns museus, destacando-se entre eles, o Museu de Arte
Moderna – MAM.
Como já foi mencionado, o projeto de maior envergadura realizado na área cultural
durante essa gestão foi, sem sombra de dúvida, a Recuperação do Centro Histórico de
Salvador. Extrapolando diversas instâncias institucionais, pois envolvia diferentes secretarias
para a sua completa implementação, a recuperação de tão valioso patrimônio histórico serviu
antes de tudo como uma bandeira política, como instrumento de propaganda, utilizada,
inclusive, nas campanhas que se seguiram pela disputa dos cargos mais altos do executivo
baiano (seja no nível do governo estadual quanto municipal). Nesse sentido, apesar de
constituir-se como uma das ações mais clássicas de intervenção estatal na história das
políticas culturais do país, qual seja, a preservação e recuperação do patrimônio histórico, a
revitalização do Pelourinho revelou-se menos como uma meta componente de uma política
cultural mais abrangente, vinculada aos objetivos específicos de uma determinada secretaria –
nesse caso a Secretaria da Educação e Cultura – e traduziu-se mais como uma espécie de
acontecimento político, de forte apelo midiático, através do qual interesses outros (políticos,
financeiros e mercadológicos), somados à diversidade de agentes acionados na implantação
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