Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
que ora se consolidava em escala global que, por sua vez, veio a se tor<strong>na</strong>r num <strong>do</strong>s principais<br />
negócios que hoje movimentam a economia mundial.<br />
A a<strong>do</strong>ção dessa política chega ao seu ponto zênite, por assim dizer, <strong>na</strong> década de 90,<br />
quan<strong>do</strong> em 1995 é criada a Secretaria da Cultura e Turismo, institucio<strong>na</strong>lizan<strong>do</strong>, desse mo<strong>do</strong>,<br />
uma estratégia de desenvolvimento para a economia baia<strong>na</strong>, que remonta aos seus indícios,<br />
desde o início da década de 70. Uma opção política que toma o turismo e a cultura como áreas<br />
a serem privilegiadamente fomentadas pelo novo ciclo de hegemonia carlista, de forma a<br />
alinhar a <strong>Bahia</strong>, e Salva<strong>do</strong>r principalmente, a um modelo de gestão característico das<br />
sociedades “pós-industriais”. Modelo esse que, a grosso mo<strong>do</strong>, decreta a crise <strong>do</strong> paradigma<br />
fordista-keynesiano – esteio <strong>do</strong> sistema produtivo industrial – como forma pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte de<br />
produção da economia globalizada, apontan<strong>do</strong> para a ascensão de sistemas produtivos<br />
alter<strong>na</strong>tivos, nos quais a atividade terciária ou de serviços passa a ser uma saída privilegiada<br />
para o desenvolvimento das sociedades (SUAREZ,1990). É o que veremos a seguir.<br />
4.2 O CICLO HEGEMÔNICO DO CARLISMO NOS ANOS 90: CULTURA E<br />
TURISMO, UMA FÓRMULA RECORRENTE<br />
Em mea<strong>do</strong>s da década de 80 o país passava por uma grave crise econômica, o que<br />
provocou o desaquecimento <strong>do</strong> setor industrial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> – principal eixo produtivo da<br />
economia baia<strong>na</strong> <strong>na</strong> época – e, conseqüentemente, contribuiu para a retração da atividade<br />
turística, refletida pela diminuição <strong>do</strong> fluxo de turistas, bem como para o decréscimo <strong>do</strong>s<br />
investimentos no setor. Considere-se ainda a mudança <strong>do</strong>s rumos políticos que o Esta<strong>do</strong><br />
conheceu a partir de 1986, quan<strong>do</strong> Waldir Pires vence as eleições para gover<strong>na</strong><strong>do</strong>r da <strong>Bahia</strong> e<br />
não leva adiante o programa de desenvolvimento <strong>do</strong> turismo implementa<strong>do</strong> no governo<br />
anterior. Essas circunstâncias políticas e econômicas trouxeram como conseqüência um<br />
significativo decréscimo <strong>do</strong> fluxo de turistas, fazen<strong>do</strong> a <strong>Bahia</strong> cair de 2º para o 8º lugar no<br />
ranking <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l a partir da década de 90.<br />
Embora o programa de desenvolvimento de turismo, deslancha<strong>do</strong> principalmente <strong>na</strong>s<br />
duas gestões de Antonio Carlos Magalhães como gover<strong>na</strong><strong>do</strong>r da <strong>Bahia</strong> (1971-1975 e 1979-<br />
1983), tenha sofri<strong>do</strong> descontinuidade no seu percurso em meio às conjunções econômicas e<br />
políticas que se configuravam nos cenários <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e local, o setor turístico vai conhecer uma<br />
119