15.04.2013 Views

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

No rastro desse novo processo, a cidade passa a viver a expansão da sua malha urba<strong>na</strong><br />

que vai conferir-lhe um novo traça<strong>do</strong> como decorrência <strong>do</strong> intenso crescimento da sua<br />

população e <strong>do</strong> seu território. Com o crescimento <strong>do</strong> sistema de interligação viária e o<br />

surgimento de novos meios de transporte e de comunicação, outros espaços vão sen<strong>do</strong><br />

interliga<strong>do</strong>s (antes inóspitos ou dedica<strong>do</strong>s a uma ocupação sazo<strong>na</strong>l durante o verão) e a cidade<br />

assim alarga os seus limites, ganhan<strong>do</strong> um novo mapeamento: surgem novos centros<br />

comerciais, novos bairros das classes médias e as periferias vão se avoluman<strong>do</strong> e ganhan<strong>do</strong> os<br />

contornos da realidade social como a conhecemos hoje. Ou seja, Salva<strong>do</strong>r se divide e conhece<br />

seu descentramento quan<strong>do</strong> tem seu antigo centro (Avenida Sete, Rua Chile, Baixa <strong>do</strong>s<br />

Sapateiros e seu entorno) “esvazia<strong>do</strong>” e passa a crescer em direção a novas áreas urba<strong>na</strong>s da<br />

cidade. Nesse movimento, as novas classes médias, surgidas principalmente com a mudança<br />

ocorrida no eixo produtivo da cidade, provocada pela industrialização da economia, deslocam<br />

suas moradias e suas atividades comerciais e de serviços para o novo “centro” comercial e<br />

habitacio<strong>na</strong>l da cidade, fato que vai contribuir para a redefinição <strong>do</strong> papel <strong>do</strong> antigo centro<br />

(FARIAS, 2001). Antes área nobre, ponto de encontro e centro comercial privilegia<strong>do</strong> das<br />

classes mais abastadas, essa região da cidade começa a perder o glamour que lhe era<br />

característico e passa a servir às classes sociais mais baixas.<br />

No entanto, como chama a atenção Edson Farias, um fenômeno interessante começa a<br />

despontar <strong>na</strong> região, mais precisamente <strong>na</strong> área <strong>do</strong> Pelourinho-Maciel. O autor refere-se à<br />

ênfase dada às atividades <strong>do</strong> setor de serviços, principalmente no que se diz respeito ao<br />

“comércio de bens intangíveis e da redefinição <strong>do</strong> paradigma urbano em torno <strong>do</strong>s lazeres” (p.<br />

239). Mesmo sen<strong>do</strong> uma região identificada como área margi<strong>na</strong>l, porque desconectada<br />

comercial, econômica e socialmente <strong>do</strong> circuito mais comum ao trânsito das classes médias,<br />

será o mesmo frêmito de desenvolvimento econômico que deslocou o antigo centro<br />

nevrálgico da cidade em direção a outra região, o responsável pela nova tônica concedida a<br />

esse sítio da cidade. Isso porque “o setor <strong>cultural</strong>, agora articula<strong>do</strong> ao comércio de serviços e<br />

significa<strong>do</strong>, ganha relevância socioeconômica” (FARIAS, 2001, p.239).<br />

Vale ressaltar que esse aparente para<strong>do</strong>xo se dá num momento histórico em que<br />

políticas federais de descentralização da preservação <strong>do</strong> patrimônio histórico começavam a<br />

ganhar força. Fonseca (1997) pontua com precisão essa fase, contextualizan<strong>do</strong> sócio-<br />

106

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!