Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
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<strong>cultural</strong>? Quais as implicações <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> de gerenciamento desses recursos <strong>na</strong> conformação <strong>do</strong><br />
campo <strong>cultural</strong> e no perfil da produção <strong>cultural</strong> contemporânea da <strong>Bahia</strong>? Em que medida<br />
esse instrumento se aproximou ou se distanciou da tendência de gestão da cultura<br />
desenvolvida pelo governo federal? Essas são indagações que permeiam a reflexão sobre as<br />
práticas e sobre os discursos da Secretaria da Cultura e Turismo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no âmbito da<br />
gestão <strong>do</strong> campo <strong>cultural</strong> <strong>na</strong> <strong>Bahia</strong>, e que tentaremos aqui contemplar e <strong>do</strong>tar de senti<strong>do</strong> a<br />
partir da análise <strong>do</strong> material empírico eleito por essa pesquisa.<br />
A Secretaria da Cultura e Turismo é criada em 1995, quan<strong>do</strong> Paulo Souto é eleito<br />
gover<strong>na</strong><strong>do</strong>r da <strong>Bahia</strong>, num movimento de sucessão administrativa da gestão anterior de<br />
Antonio Carlos Magalhães (1991-1994). Através de uma reforma político-institucio<strong>na</strong>l de<br />
fortalecimento das áreas de Cultura e Turismo é confiada ao economista Paulo Gaudenzi –<br />
homem público liga<strong>do</strong> ao grupo carlista desde a década de 70 – a liderança dessa nova pasta<br />
que acabara de se institucio<strong>na</strong>lizar, ao ser nomea<strong>do</strong> para o cargo de Secretário da Cultura e<br />
Turismo. Remanejada <strong>do</strong>s auspícios da Secretaria da Educação e Cultura, instância à qual a<br />
formulação de políticas estaduais para a cultura esteve tradicio<strong>na</strong>lmente vinculada, no ano de<br />
1995 a pasta da cultura é unida à pasta <strong>do</strong> turismo, essa última egressa da Secretaria de<br />
Indústria e Comércio. Através de um rearranjo institucio<strong>na</strong>l é constituí<strong>do</strong> um novo órgão<br />
normativo que trazia para si a responsabilidade de elaborar e de conduzir políticas públicas<br />
para áreas até então nunca unificadas em gestões passadas ou em experiências administrativas<br />
de outros esta<strong>do</strong>s da federação. Cultura e Turismo, dessa forma, amalgamam-se numa fórmula<br />
bastante específica de gestão, inician<strong>do</strong> uma fase emblemática no mo<strong>do</strong> de condução das<br />
políticas culturais e turísticas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, políticas essas que, fortemente amparadas <strong>na</strong> gradual<br />
desregulamentação das funções estatais, possibilitaram, sobretu<strong>do</strong>, a inserção da <strong>Bahia</strong> nos<br />
circuitos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e mesmo inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de entretenimento e turismo.<br />
Compreender os caminhos políticos e sócio-históricos que conduziram à conformação<br />
desse modelo de gestão, prefigura<strong>do</strong> desde a década de setenta, <strong>na</strong>s duas gestões de Antonio<br />
Carlos Magalhães como gover<strong>na</strong><strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, e consubstancia<strong>do</strong> ao longo da década de<br />
noventa – novo perío<strong>do</strong> de um ciclo hegemônico sob sua liderança –, tor<strong>na</strong>-se agora um<br />
caminho necessário a percorrer, já que a partir daí poderão ser vislumbradas as pistas que<br />
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