Capelas de Aveiro
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Capela do Senhor das Barrocas<br />
Segundo <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> historiógrafos aveirenses, a zona on<strong>de</strong> se situa a<br />
Capela do Senhor das Barrocas - hoje um amplo airoso espaço urbanizado - foi, em<br />
tempos remotos, um local “medonho e perigoso”.<br />
Fundos barrancos e enormes silvados a ensombrar o estreito caminho, e o<br />
ribeiro que por ali passava, eram elementos naturais daquele cenário, <strong>de</strong>veras<br />
inquietante<br />
Mas tal cenário, tornado ainda mais misterioso <strong>de</strong>vido às crendices populares,<br />
era realmente muito perigoso, isso sim, <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> salteadores que ali<br />
faziam as suas investidas.<br />
Era aquele o único caminho que havia entre a Vila <strong>de</strong> <strong>Aveiro</strong> e Esgueira, no<br />
qual, pelo ano <strong>de</strong> 1707, foi levantado o famoso Cruzeiro do Senhor das Barrocas.<br />
Tempos se terão passado <strong>de</strong>pois da sua implantação, visto que já altas<br />
ramagens e musgos o cobriam, <strong>de</strong>sprezado portanto, quando, <strong>de</strong>vido a várias<br />
curas milagrosas atribuídas ao Cruzeiro do Senhor das Barrocas, o curso dos<br />
acontecimentos mudou como sabemos. Isto é, a afluência dos crentes foi tão<br />
gran<strong>de</strong> e os seus contributos tão avultados que, em quinze anos apenas, foi<br />
possível proce<strong>de</strong>r ao lançamento da primeira pedra e, em <strong>de</strong>z anos mais - em 16 <strong>de</strong><br />
Novembro <strong>de</strong> 1732 - foi inaugurado o templo maravilhoso que hoje po<strong>de</strong>mos<br />
contemplar.<br />
Em Amaro Neves, na sua obra AVEIRO HISTÓRIA E ARTE lê-se: “Patenteia-<br />
se, na verda<strong>de</strong>, no edifício, um acentuado cunho italianizante, que levou Dieulafoy a<br />
consi<strong>de</strong>rá-lo uma transcrição portuguesa muito elegante, dos baptistérios <strong>de</strong> Pisa e<br />
Florença”. É na verda<strong>de</strong> um tempo maravilhoso e diferente, que vale a pena<br />
11<br />
contemplar .