15.04.2013 Views

A Raposa e a Águia - Programa de Pós-Graduação em História ...

A Raposa e a Águia - Programa de Pós-Graduação em História ...

A Raposa e a Águia - Programa de Pós-Graduação em História ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

seus aliados, como A Bahia, <strong>de</strong> José Marcelino, e A Tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Simões Filho, mas s<strong>em</strong> ascendência<br />

direta. Os artigos <strong>de</strong>sses jornais não po<strong>de</strong>m ser atribuídos à sua responsabilida<strong>de</strong>, como se po<strong>de</strong><br />

fazer para Seabra <strong>em</strong> relação aos jornais seabristas. Ainda assim, a consulta a esses veículos<br />

seria interessante para aprofundar as ligações <strong>de</strong> Rui com <strong>de</strong>terminados grupos baianos. Devido<br />

à falta <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po, porém, não foi possível fazer uma pesquisa suficient<strong>em</strong>ente abrangente nesses<br />

jornais, e essas questões tiveram que ser abordadas através <strong>de</strong> outros meios.<br />

Até aqui, falou-se dos discursos públicos <strong>de</strong> Rui e Seabra, como o principal conjunto <strong>de</strong> fontes. A<br />

pesquisa incluiu também um segundo conjunto, formado por documentos pessoais guardados<br />

<strong>em</strong> arquivos privados. Enten<strong>de</strong>u-se que a correspondência (cartas, bilhetes, telegramas) trocada<br />

entre indivíduos b<strong>em</strong> posicionados na teia <strong>de</strong> relações políticas seria um importante subsídio<br />

compl<strong>em</strong>entar para a pesquisa, o que realmente ocorreu. Além do arquivo <strong>de</strong> Rui, conservado<br />

pela Fundação Casa <strong>de</strong> Rui Barbosa, foram consultados documentos guardados no Centro <strong>de</strong><br />

M<strong>em</strong>ória da Bahia da Fundação Pedro Calmon (acervos <strong>de</strong> Otávio Mangabeira e Simões Filho).<br />

Infelizmente, não há registros <strong>de</strong> um acervo privado <strong>de</strong> Seabra. Alguns documentos que<br />

pertenceram a ele, guardados na Fundação Pedro Calmon, foram consultados.<br />

S<strong>em</strong> cair no “feitiço” dos arquivos privados, como adverte Ângela <strong>de</strong> Castro Gomes (1997), isto<br />

é, s<strong>em</strong> nos <strong>de</strong>ixar seduzir pela ilusão <strong>de</strong> que eles trariam os indivíduos como eram “<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>”,<br />

o exame <strong>de</strong>sses documentos permitiu uma visão mais próxima das relações entre Rui e Seabra.<br />

Os 125 documentos da pasta J. J. Seabra (CR1332.1/1), guardados no arquivo <strong>de</strong> Rui, indicam<br />

uma relação pessoal respeitosa, às vezes afetuosa, <strong>em</strong>bora nunca íntima. Em or<strong>de</strong>m cronológica,<br />

elas revelam uma sutil mudança <strong>de</strong> posição <strong>de</strong> Seabra <strong>em</strong> relação a Rui: as primeiras cartas ao<br />

“ilustríssimo mestre”, “mais notável dos brasileiros”, “uma das glórias da América”, vão ce<strong>de</strong>ndo<br />

lugar a outras dirigidas ao “<strong>em</strong>inente amigo”, e até “colega”, numa evidência <strong>de</strong> que, com sua<br />

ascensão política, ele passou a tratar Rui Barbosa quase <strong>de</strong> igual para igual. Ainda assim, sua<br />

escrita para o conterrâneo é s<strong>em</strong>pre extr<strong>em</strong>amente reverente.<br />

O terceiro conjunto <strong>de</strong> fontes primárias, também usado <strong>em</strong> caráter compl<strong>em</strong>entar, é composto<br />

<strong>de</strong> material impresso variado – livros, folhetos, biografias, entre outros – publicados enquanto<br />

Rui e Seabra estavam vivos (respeitou-se o marco final <strong>de</strong> 1923). Esse material po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rado fonte primária para o nosso trabalho porque foi produzido e veiculado <strong>em</strong> meio aos<br />

<strong>em</strong>bates da época. Não se realizou um levantamento sist<strong>em</strong>ático <strong>de</strong>sses documentos, aos quais<br />

tiv<strong>em</strong>os acesso através <strong>de</strong> meios variados. Estão também listados ao fim da dissertação.<br />

12

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!