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Leia o Texto.

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haveria de se importar, contanto que eu o lesse, afinal, os livros são para serem<br />

lidos.<br />

Eu estava me sentindo grandioso, e havia definido: O que eu queria era<br />

saber e viver o simples da sabedoria, mesmo que não compreendesse tudo das<br />

explicações dadas. Mesmo que por hora, nada daquele desvendar, que eu não<br />

tinha certeza, que não sabia ou, que pensava conseguir imaginar, eu pudesse<br />

saber, eu queria muito.<br />

O livro me afirmava, no contexto, que o amor desvendaria o simples,<br />

havia de sabê-lo o autor, eu havia decidido confiar nele apostar naquela<br />

incógnita, viajar por aqueles astrais, porque ao sentirmos amor por algo ou<br />

alguma coisa, todo o simples, até mesmo os dos mais complexos, apareceria como<br />

em um passe de mágica. Eu precisava muito crer, e queria acreditar. Embora eu<br />

possa confessar: Eu não sabia de nada. O que o autor teria dentro de si, talvez<br />

até para si mesmo, dentro de sua própria compreensão racional, poderia não ser<br />

fácil compreender, mas, parecia para mim que havia ali uma magia, cujo sonho<br />

também me animava o espírito, eram aqueles sonhos, das cores e dos mundos<br />

inatingíveis, passados às imagens e ao personagem, que por sua condição social<br />

parecia-se comigo, e, agora postos em minhas mãos, como comparativos, como<br />

amostras de que o mundo era assim mesmo, com aqueles altos e baixos nos<br />

decorreres dos dias.<br />

Comecei a sentir uma imensidão de muitos simples esparramados dentro<br />

de mim. Surgia em meu coração um afã de aventura de Lord Jim, mas<br />

diferentemente, não me atreveria aos desertos e outros países desconhecidos nem<br />

tampouco queria me atirar em águas e terras desconhecidas, como o português<br />

Vasco da Gama.<br />

Minha aventura não haveria de ser literalmente, mas, literariamente.<br />

Queria me aventurar dentro de mim mesmo e tomado agora da propulsão do<br />

achado, navegaria naquele mar de escrita por meu capitão, o autor. Ou como um<br />

Dom Quixote de La Mancha, lutaria contra todos os moinhos de vento se de<br />

verdade, eu tivesse que enfrentá-los. Naquele navio repleto de sonhos e mistérios<br />

a ser desvendado, haveria sim de locupletar-me.<br />

O autor dizia que o amor desvendaria o simples porque ao sentirmos<br />

amor por algo ou alguma coisa - explicava - todo o simples, até mesmo os dos<br />

mais complexos apareceria como em um passe de mágica, e, eu teria que

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