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O amor... Qual seria este amor - pus-me a pensar longamente - que<br />
simples poderia ser, quais seriam as referências do livro... Eu não compreendia<br />
bem, mas o amor que pressentia sentir, mesmo sem saber, me guiava na leitura, e<br />
certamente por conta daquela frase: “O amor desvenda o simples”, fui<br />
conduzido na viagem da história ali contada.<br />
Fui descobrindo, com ele, a simplicidade das grandiosidades e o porquê<br />
da beleza ser simples, entendi justamente que era no conhecimento que tudo<br />
residia: quanto mais se sabia, mais se desvendava o complexo mundo da<br />
simplicidade, tornando-o visual, tocável, possível. Pensei no sol e como luzia,<br />
como nos fazia parecer o sol, tão simples, tão simples... - repeti - Mas o simples<br />
do sol era de uma profundidade imensa... E daí a complexidade do simples. Eu<br />
não tinha consciência, mas estava ali me dando conta de quão magnífico é a<br />
sabedoria.<br />
Era em seu profundo que eu sentia, ou que me fazia sentir, o simples<br />
aflorando para mim, como uma flor desabrocha naturalmente, sem saber direito<br />
a definição, era o simples do puro, um algo de alma que me sensibilizava, que me<br />
direcionava em busca de páginas, capas, sonhos, cores e mundos inatingíveis por<br />
minha condição social. Estaria algum anjo aposto, para atender as crianças, que<br />
poderia se tornar leitor e autor, e que por alguma razão me escolhera naquele<br />
dia, como uma chance dada por algum anjo assim... Não sabia!<br />
O que era condição social se tudo de mim estava dentro de mim, eu sabia de<br />
minhas percepções, embora eu não as identificasse de forma, pragmáticas. Mas,<br />
o destino me quisera, afinal, presentear; dar-me algo de seu para se exibir a mim<br />
e assim massagear meu ego machucado. Para mim, aquilo era uma mutação<br />
grandiosa, transformava-me em um galante cavalheiro, refugiado nas<br />
entrelinhas de minha vida real. Eu sentia de alguma forma que precisava viver<br />
um sonho bonito, emocionante, curioso. Sentia-me uma pessoa que agora podia<br />
definir coisas, então pensei que pelo fato do livro não ter nome, eu o poderia<br />
chamá-lo de “uma história sem nome”. O autor, fosse qual José fosse, não