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A PRECIOSIDADE DO TANTRA<br />
caminho rápido para a iluminação. Já que a efetividade dessa<br />
prática depende da reunião e dissolução dos ventos interiores<br />
no canal central por meio do poder da meditação, essas instruções<br />
não foram explicadas por Buda nos Tantras inferiores. Nos<br />
Tantras inferiores, Buda ensinou instruções sobre como transformar<br />
outros prazeres mundanos – que não o êxtase sexual –<br />
em caminho para a iluminação por meio de imaginação, que é<br />
uma prática simplificada de Tantra.<br />
A porta através da qual ingressamos no Tantra é recebendo<br />
uma iniciação tântrica. Uma iniciação nos concede bênçãos especiais<br />
que curam nosso continuum mental e despertam a nossa<br />
natureza búdica. Quando recebemos uma iniciação tântrica,<br />
estamos plantando as sementes especiais dos quatro corpos de<br />
um Buda em nosso continuum mental. Esses quatro corpos<br />
são o Corpo-Verdade-Natureza, o Corpo-Verdade-Sabedoria, o<br />
Corpo-de-Deleite e o Corpo-Emanação. Os seres comuns não<br />
possuem mais do que um corpo, enquanto os Budas possuem<br />
quatro corpos simultaneamente. O Corpo-Emanação de um<br />
Buda é o seu corpo denso, que pode ser visto por seres comuns;<br />
o Corpo-de-Deleite é o seu corpo sutil, que somente pode ser<br />
visto por praticantes que obtiveram elevadas realizações; e o<br />
Corpo-Verdade-Natureza e o Corpo-Verdade-Sabedoria são os<br />
seus corpos muito sutis, que somente os Budas podem ver.<br />
No Tantra, os principais objetos a serem abandonados são as<br />
concepções comuns e as aparências comuns. Os termos “concepções<br />
comuns” e “aparências comuns” são mais bem compreendidos<br />
por meio do seguinte exemplo. Suponha que exista um<br />
praticante de Heruka chamado João. Normalmente, ele aparece<br />
para si mesmo como o João que ele normalmente vê, e seu ambiente,<br />
prazeres, corpo e mente aparecem como sendo os do<br />
João que ele normalmente vê. Essas aparências são aparências<br />
comuns. A mente que concorda com essas aparências comuns,<br />
sustentando-as como sendo verdadeiras, é a concepção comum.<br />
As aparências que temos de um “eu”, “meu” e de outros fenôme-<br />
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