15.04.2013 Views

Olhos de alfinete e línguas de trapos: algumas histórias de crianças ...

Olhos de alfinete e línguas de trapos: algumas histórias de crianças ...

Olhos de alfinete e línguas de trapos: algumas histórias de crianças ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

sendo narrada. Para obter essa sugestão, é necessário<br />

primeiro saber narrar a história (sem contar que um homem<br />

só é receptivo a um conselho na medida em que verbaliza a<br />

sua situação). O conselho tecido na substância viva da<br />

existência têm um nome sabedoria.” (Benjamin, 1993, p.20).<br />

Deste modo convido os leitores/ ouvintes <strong>de</strong>sta<br />

comunicação, para que se misturem ao fuso <strong>de</strong> <strong>algumas</strong><br />

pequenas <strong>histórias</strong> contadas por professoras e teçam<br />

conjuntamente outros fios híbridos, re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> poesia,<br />

sabedoria e porque não lutas coletivas por uma escola<br />

que ouse ouvir, brincar, inventar, fazer arte, se misturar e<br />

apren<strong>de</strong>r com as <strong>crianças</strong>.<br />

Margarida (<strong>de</strong>s)encontra Fábio:<br />

Todo dia antes <strong>de</strong> anunciar na rodinha <strong>de</strong> conversa, a<br />

história que seria contada, a professora Margarida<br />

cantava com a turma uma música famosa entre as<br />

professoras da educação infantil, canção que há muitos<br />

anos ecoa pelos diversos espaços <strong>de</strong> educar <strong>crianças</strong><br />

pequenas (Creches, Pré-Escolas, Jardins <strong>de</strong> infância,<br />

Casas da Criança) e que muitos adultos ainda guardam<br />

em suas lembranças da escola. “E agora minha gente<br />

uma história eu vou contar, uma história bem bonita para<br />

todos alegrar... Trê, lê, lê, lá, lá, lá.”<br />

E assim todo dia Margarida fazia o “sempre igual”,<br />

sentava na roda com as <strong>crianças</strong>, escolhia um livro, e<br />

começava a cantar... até que uma voz estri<strong>de</strong>nte começou<br />

a perturbar a or<strong>de</strong>m, começou a <strong>de</strong>safiar a “paz” que<br />

trazia aquela canção... E uma nova versão da música<br />

começou a tomar conta da sala, penetrando nos corpos<br />

dos meninos e da professora. “E agora minha gente uma<br />

história eu vou contar uma história bem feinha para todos<br />

alegrar...”.<br />

O menino Fábio começou a acompanhar a professora<br />

por dias a fio (<strong>de</strong>safios), nada fazia com que mudasse <strong>de</strong><br />

idéia e cantasse a música original, não adiantaram<br />

castigos, não adiantaram brigas, lições <strong>de</strong> moral ou<br />

tentativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sprezo, até que um dia irritada e<br />

percebendo que a turma po<strong>de</strong>ria contagiar-se e começar<br />

a não “dançar conforme a música...” A professora<br />

resolveu conversar com Fábio explicando a importância<br />

<strong>de</strong> contar <strong>histórias</strong> e blá, blá, blá. O menino então olhou<br />

matreiro para a educadora e disse:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!