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Olhos de alfinete e línguas de trapos: algumas histórias de crianças ...

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Incorporada <strong>de</strong>stas experiências, inspirada pela<br />

lida com <strong>crianças</strong> pequenas e pela poesia <strong>de</strong> Manoel <strong>de</strong><br />

Barros 3 e dialogando com os textos <strong>de</strong> autores como<br />

Michel Foucault (1999), Michel <strong>de</strong> Certeau (1990), Walter<br />

Benjamin (1993) Sônia Kramer (2000), R.L.Garcia (2002),<br />

C.Linhares (2001) entre outros, venho buscando manter<br />

uma prática pergunta<strong>de</strong>ira, curiosa e inquieta, forjando<br />

uma pesquisa-aprendiz, que toma o cotidiano como<br />

campo <strong>de</strong> problematização, buscando nas <strong>histórias</strong> “sem<br />

importância”, nos fragmentos da vida comum, a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> estranhamentos, diferenças<br />

e indagações.<br />

Os encontros com os meninos e as leituras dos<br />

textos dos autores anteriormente citados, começaram a<br />

<strong>de</strong>senhar no meu corpo <strong>de</strong> professora e pesquisadora<br />

uma atitu<strong>de</strong> investigativa e possibilitaram um reencontro<br />

entre eu e minha bisbilhotice <strong>de</strong> menina, conjugando<br />

curiosida<strong>de</strong> e interesse pelas coisas do mundo com a<br />

necessida<strong>de</strong> política <strong>de</strong> problematização do que é<br />

consi<strong>de</strong>rado como natural ou corriqueiro e o entendimento<br />

das concepções, das coisas ou dos objetos como efeitos<br />

<strong>de</strong> uma produção histórica e social.<br />

Assim, encontrei nas inquietu<strong>de</strong>s, nas perguntas muitas<br />

vezes “<strong>de</strong>scabidas” feitas pelas <strong>crianças</strong>, inspiração para<br />

praticar a pesquisa, para <strong>de</strong>stacar das paisagens<br />

monótonas da vida que corre cenas <strong>de</strong>sestabilizadoras,<br />

produtoras <strong>de</strong> rupturas na continuida<strong>de</strong> e na repetição,<br />

enfim, cenas que pu<strong>de</strong>ssem provocar perplexida<strong>de</strong>s em<br />

meio as práticas consi<strong>de</strong>radas naturalizadas, mecânicas e<br />

sempre iguais.<br />

As narrativas que compõem o presente trabalho<br />

são “respostas” a uma pergunta efetuada aos professores<br />

durante a trajetória <strong>de</strong> construção da dissertação: O que<br />

3 Este poeta traz em suas poesias freqüentes referências as coisas pequenas, as<br />

coisas do chão, assim como um interesse pelos homens <strong>de</strong>simportantes.<br />

Interesse que po<strong>de</strong> ser conjugado ao <strong>de</strong>sta pesquisa, que busca se constituir<br />

num enfrentamento a construção da história como registro dos gran<strong>de</strong>s feitos,<br />

dos gran<strong>de</strong>s fatos, preten<strong>de</strong>-se aqui ensaiar a escrita <strong>de</strong> uma história que<br />

esteja aliada aqueles que não foram autores da historiografia oficial:<br />

mulheres, <strong>crianças</strong>, trabalhadores entre outros. Esta concepção também po<strong>de</strong><br />

ser fiada ao pensamentos <strong>de</strong> Foucault (1999) e Benjamin(1993) em sua<br />

críticas a historiografia dominante.

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