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Quem foi que colocou colchetes na minha Bíblia? - Ibpan.com.br

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Apêndice B – Um olhar crítico so<strong>br</strong>e a visão de mundo dos fundamentalistas<<strong>br</strong> />

Este apêndice não tem o propósito de denegrir a imagem de <strong>que</strong>m <strong>que</strong>r <strong>que</strong> seja. Desta<<strong>br</strong> />

forma, não serão citados nomes nem textos específicos. O <strong>que</strong> será a<strong>na</strong>lisado, de forma<<strong>br</strong> />

crítica, será a visão de mundo fundamentalista, por acreditar eu <strong>que</strong> a forma <strong>com</strong>o as<<strong>br</strong> />

pessoas entendem cada aspecto da vida ajuda a entender o propósito de suas palavras e<<strong>br</strong> />

ações. Muitas vezes, no entanto, as pessoas agem de forma incoerente. Acreditam, por<<strong>br</strong> />

exemplo, <strong>que</strong> a honestidade é uma virtude, mas distorcem os fatos conforme a sua<<strong>br</strong> />

conveniência. Acreditam <strong>na</strong> imparcialidade, mas agem <strong>com</strong> parcialidade. Acreditam <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

justiça, mas muitas vezes usam pesos e medidas diferentes. Todo ser humano (inclusive eu),<<strong>br</strong> />

vez por outra, <strong>com</strong>ete esse tipo de erro, uma vez <strong>que</strong> nossa <strong>na</strong>tureza é caída e manchada<<strong>br</strong> />

pelo pecado.<<strong>br</strong> />

Exami<strong>na</strong>ndo a literatura por eles produzida, espalhada abundantemente pela internet,<<strong>br</strong> />

podemos dizer <strong>que</strong> são irmãos em Cristo, apesar dos pesares, e pessoas <strong>que</strong> levam a sério<<strong>br</strong> />

seu cristianismo – exceto, <strong>com</strong> certeza, <strong>na</strong> campanha difamatória <strong>que</strong> promovem contra<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong>m pensa diferente deles – e <strong>que</strong> amam a Deus, crendo em todas as doutri<strong>na</strong>s cristãs<<strong>br</strong> />

essenciais. Seus tratados de teologia sistemática são muito bons, e colocam de forma bem<<strong>br</strong> />

didática os pilares do cristianismo protestante. Ainda assim, são claras suas posições<<strong>br</strong> />

intolerantes para <strong>com</strong> <strong>que</strong>m discorda deles em pontos de importância periférica da doutri<strong>na</strong>,<<strong>br</strong> />

usando abundantemente de falácias – nem sempre intencio<strong>na</strong>lmente ou por maldade, é bom<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> se diga.<<strong>br</strong> />

Os fundamentalistas usam falácias conforme a sua conveniência. A preferida deles, <strong>que</strong> pode<<strong>br</strong> />

ser vista em quase todos os textos <strong>que</strong> produzem, é a da "culpa por associação". Essa falácia<<strong>br</strong> />

consiste em associar as pessoas a idéias de outras pessoas ape<strong>na</strong>s por causa de uma simples<<strong>br</strong> />

concordância em qual<strong>que</strong>r área. Por exemplo, imaginemos <strong>que</strong> um espírita kardecista, <strong>que</strong>,<<strong>br</strong> />

assim <strong>com</strong>o eu, é contra o aborto, faça um abaixo-assi<strong>na</strong>do para <strong>que</strong> o Congresso Nacio<strong>na</strong>l<<strong>br</strong> />

não legitime essa prática, pedindo assi<strong>na</strong>turas. Eu assino o manifesto. Desta forma, usar a<<strong>br</strong> />

falácia em <strong>que</strong>stão seria dizer <strong>que</strong> eu defendo idéias do espiritismo só por causa disso.<<strong>br</strong> />

A literatura fundamentalista está repleta dessa falácia, especialmente contra os artistas de<<strong>br</strong> />

rock cristão e contra os tradutores das versões moder<strong>na</strong>s da <strong>Bíblia</strong>. Podemos citar dois<<strong>br</strong> />

exemplos de <strong>com</strong>o isso ocorre. Um determi<strong>na</strong>do artista cristão cantou uma música dos<<strong>br</strong> />

Beatles numa apresentação. Os Beatles, por sua vez, gostavam de religiões orientais,<<strong>br</strong> />

pregavam a rebeldia e outras coisas. Pronto, o artista em <strong>que</strong>stão virou um adepto da<<strong>br</strong> />

rebeldia e das religiões orientais, provando assim <strong>que</strong> o estilo musical <strong>que</strong> ele canta é<<strong>br</strong> />

demoníaco. O problema é <strong>que</strong> os fundamentalistas nunca têm a honestidade de mencio<strong>na</strong>r<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> Paulo citou autores pagãos em pelo menos duas ocasiões (por exemplo, "as más<<strong>br</strong> />

conversações corrompem os bons costumes") e <strong>que</strong> Lutero usou músicas do folclore<<strong>br</strong> />

alemão, muitas vezes cantadas em taver<strong>na</strong>s, e <strong>colocou</strong> nelas letras cristãs. Outro exemplo é<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> a editora <strong>que</strong> publica a NIV nos EUA pertence a uma outra, <strong>que</strong> por sua vez tem uma<<strong>br</strong> />

subsidiária <strong>que</strong> publicou a chamada "<strong>Bíblia</strong> Satânica". Pronto, está feita a associação<<strong>br</strong> />

indevida. Mais uma vez eles não são honestos ao colocar todos os fatos: vi, uma vez, <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

mesma prateleira de uma livraria, a <strong>Bíblia</strong> ACF (Almeida Corrigida Fiel), <strong>que</strong> eles tanto<<strong>br</strong> />

veneram, e uma revista pornográfica, quase lado a lado. Será <strong>que</strong> seria honesto da <strong>minha</strong><<strong>br</strong> />

parte usar a mesma falácia contra a ACF? Ou não seria mais verdadeiro admitir <strong>que</strong>, tanto a<<strong>br</strong> />

livraria quanto a editora, são empresas <strong>que</strong> visam o lucro e não se importam <strong>com</strong> o conteúdo

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