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josé da silva carvalho - DSpace CEU

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A DICTADURA<br />

(1833-1834)<br />

GERENCIA MILITAR<br />

No rclatorio apresentado as cortes, em 4 de setembro de 1834disse o<br />

ministro <strong>da</strong> guerra, Agostinho José Freiré: «A presença do augusto libertador<br />

na capital d'estes reinos tinha inspirado geral confiança e todos se consideravam<br />

victoriosos. Comtudo os rebeldes, na posse <strong>da</strong> maior parte do reino, senhores de<br />

respeitavel força e de abun<strong>da</strong>ntes meios, mereciam ain<strong>da</strong> serias attençoes». Assim<br />

era. Comtudo, o governo nSo previu, desde logo, quao serias seriam as difficul<strong>da</strong>des<br />

que os inimigos ain<strong>da</strong> lhe opporiam, antes <strong>da</strong> victoria decisiva do novo régimen.<br />

E d'isto prova evidente o decreto de 15 de agosto de 1833, fixando para o primeiro<br />

de outubro a reuniao <strong>da</strong>s cortes, que afinal só se poude effectuar em agosto do<br />

anno seguinte.<br />

Julgou-se, certamente, que se repetiría ñas provincias o mesmo que succedera<br />

em Lisboa, d'onde o duque de Ca<strong>da</strong>val tinha fúgido, mais por sentir a populaçao<br />

adversa e abala<strong>da</strong> a fideli<strong>da</strong>de dos seus proprios sol<strong>da</strong>dos e marinheiros, do que<br />

por medo <strong>da</strong> divisáo do duque <strong>da</strong> Terceira. Mas o povo <strong>da</strong>s provincias, menos<br />

unido e mais conservador, só ousou pronunciar-se quando o terror c o risco de<br />

ser victima <strong>da</strong> perseguiçao dos miguelistas desappareceram seguramente.<br />

A questáo tinha, pois, de ser decidi<strong>da</strong> pelo duelo dos dois exercitos, que, nao<br />

obstante a superiori<strong>da</strong>de dos liberaes em sciencia, intelligencia e força moral,<br />

foi mais renhido do que estes esperavam, por isso que o exercito realista, ain<strong>da</strong><br />

que desalentado, tinha por si a superiori<strong>da</strong>de numérica e occupava a maior parte<br />

do reino.<br />

Por setembro de 1833, recobrado um pouco o animo sob o commando do celebre<br />

general Bourmont e melhora<strong>da</strong> a disciplina, dispozeram-se os sol<strong>da</strong>dos de D. Miguel<br />

a retomar a capital, onde D. Pedro, com o maior zelo, preparava a defesa.<br />

O conde de Sal<strong>da</strong>nha, que a 18 de agosto obrigara os sitiantes a levantar o<br />

cerco do Porto, entrega o commando d'esta ci<strong>da</strong>de ao tenente-general Stubbs<br />

e acode com reforcos a Lisboa. Chegou a 25, desembarcou e immediatamente se<br />

dirigiu ao paco <strong>da</strong>s Necessi<strong>da</strong>des. «O Senhor D. Pedro, recebendo-o nos bracos,<br />

diz-lhe:—Sal<strong>da</strong>nha é o homem mais extraordinario que eu conheço. No momento<br />

em que me annunciavam a sua chega<strong>da</strong> á barra, decidia o conselho de ministros<br />

que era necessario chamal-o a Lisboa».<br />

Veja-se em Soriano, Guerra civil, 3.* epocha, tom. v, pag. 5G5.

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