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As promessas de amnistía, as promessas de pensSes a D. Carlos e D. Miguel, quando fora da Peninsula, foram voluntarias da parte do Imperador e da rainha Christina. Nao se obrigaram, declararam sua tençZo, ou se se obrigaram nao foi porque lh'o exigissem as mais partes contratantes. No artigo 5.° (do tratado) declarou-se que as estipulaçBes se fariam logo publicas. Isto teve um grande effeito: desanimaçao ñas tropas de D. Miguel, e, logo que entrou o general Rodil, que os miguelistas viram que a cooperaçXo se punha em pratica, começaram a desertar e os generaes a persuadir-se que era impossivel resistir, principal­ mente tomando Inglaterra parte, como tomava. Por mais que os soldados de D. Miguel se quizessem bater, já nEo tinham officiaes que os commandassem. Muito concorreu isto para o ultimátum. Se nao fóra senao por poupar mais derramamento de sangue portuguez, tinha-se conseguido um grande fim. Os ministros eram: J. A. Aguiar, Margiochi, Freiré, Carvalho.

A DICTADURA (1833-1834) GERENCIA MILITAR No rclatorio apresentado as cortes, em 4 de setembro de 1834disse o ministro da guerra, Agostinho José Freiré: «A presença do augusto libertador na capital d'estes reinos tinha inspirado geral confiança e todos se consideravam victoriosos. Comtudo os rebeldes, na posse da maior parte do reino, senhores de respeitavel força e de abundantes meios, mereciam ainda serias attençoes». Assim era. Comtudo, o governo nSo previu, desde logo, quao serias seriam as difficuldades que os inimigos ainda lhe opporiam, antes da victoria decisiva do novo régimen. E d'isto prova evidente o decreto de 15 de agosto de 1833, fixando para o primeiro de outubro a reuniao das cortes, que afinal só se poude effectuar em agosto do anno seguinte. Julgou-se, certamente, que se repetiría ñas provincias o mesmo que succedera em Lisboa, d'onde o duque de Cadaval tinha fúgido, mais por sentir a populaçao adversa e abalada a fidelidade dos seus proprios soldados e marinheiros, do que por medo da divisáo do duque da Terceira. Mas o povo das provincias, menos unido e mais conservador, só ousou pronunciar-se quando o terror c o risco de ser victima da perseguiçao dos miguelistas desappareceram seguramente. A questáo tinha, pois, de ser decidida pelo duelo dos dois exercitos, que, nao obstante a superioridade dos liberaes em sciencia, intelligencia e força moral, foi mais renhido do que estes esperavam, por isso que o exercito realista, ainda que desalentado, tinha por si a superioridade numérica e occupava a maior parte do reino. Por setembro de 1833, recobrado um pouco o animo sob o commando do celebre general Bourmont e melhorada a disciplina, dispozeram-se os soldados de D. Miguel a retomar a capital, onde D. Pedro, com o maior zelo, preparava a defesa. O conde de Saldanha, que a 18 de agosto obrigara os sitiantes a levantar o cerco do Porto, entrega o commando d'esta cidade ao tenente-general Stubbs e acode com reforcos a Lisboa. Chegou a 25, desembarcou e immediatamente se dirigiu ao paco das Necessidades. «O Senhor D. Pedro, recebendo-o nos bracos, diz-lhe:—Saldanha é o homem mais extraordinario que eu conheço. No momento em que me annunciavam a sua chegada á barra, decidia o conselho de ministros que era necessario chamal-o a Lisboa». Veja-se em Soriano, Guerra civil, 3.* epocha, tom. v, pag. 5G5.

As promessas de amnistía, as promessas de pensSes a D. Carlos<br />

e D. Miguel, quando fora <strong>da</strong> Peninsula, foram voluntarias <strong>da</strong> parte<br />

do Imperador e <strong>da</strong> rainha Christina. Nao se obrigaram, declararam<br />

sua tençZo, ou se se obrigaram nao foi porque lh'o exigissem as mais<br />

partes contratantes.<br />

No artigo 5.° (do tratado) declarou-se que as estipulaçBes se fariam<br />

logo publicas. Isto teve um grande effeito: desanimaçao ñas tropas de<br />

D. Miguel, e, logo que entrou o general Rodil, que os miguelistas<br />

viram que a cooperaçXo se punha em pratica, começaram a desertar<br />

e os generaes a persuadir-se que era impossivel resistir, principal­<br />

mente tomando Inglaterra parte, como tomava. Por mais que os<br />

sol<strong>da</strong>dos de D. Miguel se quizessem bater, já nEo tinham officiaes<br />

que os comman<strong>da</strong>ssem. Muito concorreu isto para o ultimátum. Se nao<br />

fóra senao por poupar mais derramamento de sangue portuguez,<br />

tinha-se conseguido um grande fim.<br />

Os ministros eram: J. A. Aguiar, Margiochi, Freiré, Carvalho.

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