josé da silva carvalho - DSpace CEU

josé da silva carvalho - DSpace CEU josé da silva carvalho - DSpace CEU

dspace.ceu.es
from dspace.ceu.es More from this publisher
15.04.2013 Views

cados desde o principio de outubro passado, e que infringem ou vio- lam a Constituicáo e as leis. 3. a A convocacáo das cortes, logo que se concluirera as eleiçSes, a que deve proceder-se sem demora. 4. a immediata nomeacáo de um ministerio composto de pessoas que nao perteneam ao partido dos Cábraes, nem sejam membros da Junta do Porto. = W. Wylde, coronel. Dia 30.— Albino nao assignou o papel da palavra de honra e foi para a Torre. Julho.—Dia 1.—Hontem recebeu-se a noticia telegraphica da entrega do Porto ás armas dos alliados. Hoje houve Conselho d'Estado. Dia 25. — Fallei com o ministro da j ustiça em eleiçoes; disse-me que fazia um novo decreto que sahiria logo que acabasse a suspensáo das garantias, o que teria logar em toda esta semana; que a sua opiniao era conforme á minha: fazer as eleiçoes por districtos e augmentar o numero de eleitores. Que o ministerio nao daria lista para deputados, e que só nao quería que o fossem os chefes e fautores da revolta; os mais que viessem fossem de que bandeira fossem, com- tanto que quizessem Carta e Rainha. Que se criaría urna commissáo central presidida pelo marquez de Fronteira e que naturalmente eu entraría nella. Queixou-se do Varenne, que tratava de derribar o ministerio, porque aquillo que elle chamava conciliaeáo era entregar o governo á Maria da Fonte!! Que se dizia que algumas pessoas entra vam nisto, mas que elle o nao acredita va de certas pessoas que suppunha eram calumniadas; nao me disse quem eram. Neste mesmo dia, foi Rodrigo de Magalháes ao paço e fallou com Suas Magestades. Dia 26. — Fallou-me Rodrigo, perguntando-me se eu teria forças physicas para entrar no ministerio da justiça. Respondi que sim, se os companheiros me agradassem; disse-me que tinha ido a El-Rei, e que com elle tinha tido uma larga conferencia, e que lhe agradou o seu modo de pensar—que elle Rodrigo lhe dissera que Suas Magestades deviam formar um partido de gente sensata, e d'aquelles que lhes nao pedissein empregos: estes nao estavam sujeitos ás facçoes, e que eram os verdadeiros amigos, porque Suas Magestades os nao tinham nessas facçoes, etc. Dia 27. — Fui ao paco para fallar com El-Rei, como elle me tinha convidado; nao o achei. Nesse dia, foi Seymour ter com Rodrigo pedir-lhe que entrasse no ministerio — e disse que os ministros da tríplice alliança iam á Rainha dizer-lhe que era decididamente neces­ sario mudar o ministerio, e isto ató 2 de agosto — que Seymour dissera que com elle tinha estado o ministro Tojal, queixando-se de que elle A

e os mais quizessem impor um ministerio á Rainha; ao que Seymour lhe tornara—«que elle nSo admittia conselhos senSo de quem lh'os podia dar, ou de quem elle os pedisse». Agosto.—Dia 5.— Houve Conselho d'Estado; votei pela susten- tacáo da lei de 15 de junho sobre continuar a admittir-se dois tercos em metal, e um em papel. Os ministros da tríplice alliança entregaram hoje a Sua Magestade urna nota pedindo a demissao do ministerio, porque ó este o que estava quando se fez o protocollo, e porque o reino estava em des- ordem, devido isto ás auctoridades cabralinas que ainda se consentiam nos logares. Dia 13.—Visitei M. D. Leit&o; achei-o com cuidado a respeito de urna segunda nota que os ministros da tríplice alliança tinham mandado ao governo para que se demittisse em consequencia da 4. a condiç&o do protocollo; elle estava indeciso sobre o que faria. Á noite recebi urna carta do Rodrigo da Fonseca Magalhaes, em que me convidava para ir de manha 1 seguinte cedo a sua casa, con- tando-me que o duque de Saldanha o tinha ido convidar da parte da Rainha para entrar no ministerio, visto que os ministros tinham pedido e obtido a sua demissao, e que lhe dissera tambem me vinha fallar. Que elle Rodrigo se recusara, que Saldanha sahira dizendo que voltava em outro dia, e que pensasse elle, etc. Dia 14. — Nove da noite. — Recebi aviso de Sua Magestade para ir ao paco, logo; fui com Rodrigo da F. Magalhaes que recebeu igual aviso. Disse-nos que nos quería ouvir sobre a formacáo do novo ministerio, e se queríamos tomar parte nelle: respondemos que, encar- regando Sua Magestade urna pessoa para o formar, a quem communi- casse o seu pensamento e politica, nos nao recusaríamos tomar parte se elle nos agradasse, e que desejariamos que se fizesse depois um programma assignado por todos, de accordo com Sua Magestade, a fim de o seguirmos. Convieram em que o marechal Saldanha nao fosse ministro, mas que se prestasse a ajudar-nos, e pareceu que seria conveniente que elle mesmo fosse encarregado da sua formacáo. Dia 15.—Veiu o duque de Saldanha a minha casa e com elle fui a casa de R. da F. Magalhaes e conviemos em que elle marechal commandaria a força da primeira divisáo, o duque da Terceira seria chefe do estado maior. Que Rodrigo fosse ministro do reino e interino dos estrangeiros. Que eu ficasse com a justiça—Chancelleiros na fazenda—Ferreri na guerra—Noronha na marinha. Fui ao paco e a Rainha com muito boa vontade approvou tudo. Dia 16. — Veiu Roma de manha, pelas 8 horas, a minha casa, dizer-me que Chancelleiros nao acceitava, e que seria necessario revo-

e os mais quizessem impor um ministerio á Rainha; ao que Seymour<br />

lhe tornara—«que elle nSo admittia conselhos senSo de quem lh'os<br />

podia <strong>da</strong>r, ou de quem elle os pedisse».<br />

Agosto.—Dia 5.— Houve Conselho d'Estado; votei pela susten-<br />

tacáo <strong>da</strong> lei de 15 de junho sobre continuar a admittir-se dois tercos<br />

em metal, e um em papel.<br />

Os ministros <strong>da</strong> tríplice alliança entregaram hoje a Sua Magestade<br />

urna nota pedindo a demissao do ministerio, porque ó este o que<br />

estava quando se fez o protocollo, e porque o reino estava em des-<br />

ordem, devido isto ás auctori<strong>da</strong>des cabralinas que ain<strong>da</strong> se consentiam<br />

nos logares.<br />

Dia 13.—Visitei M. D. Leit&o; achei-o com cui<strong>da</strong>do a respeito<br />

de urna segun<strong>da</strong> nota que os ministros <strong>da</strong> tríplice alliança tinham<br />

man<strong>da</strong>do ao governo para que se demittisse em consequencia <strong>da</strong> 4. a<br />

condiç&o do protocollo; elle estava indeciso sobre o que faria.<br />

Á noite recebi urna carta do Rodrigo <strong>da</strong> Fonseca Magalhaes, em<br />

que me convi<strong>da</strong>va para ir de manha 1<br />

seguinte cedo a sua casa, con-<br />

tando-me que o duque de Sal<strong>da</strong>nha o tinha ido convi<strong>da</strong>r <strong>da</strong> parte <strong>da</strong><br />

Rainha para entrar no ministerio, visto que os ministros tinham pedido<br />

e obtido a sua demissao, e que lhe dissera tambem me vinha fallar.<br />

Que elle Rodrigo se recusara, que Sal<strong>da</strong>nha sahira dizendo que voltava<br />

em outro dia, e que pensasse elle, etc.<br />

Dia 14. — Nove <strong>da</strong> noite. — Recebi aviso de Sua Magestade para<br />

ir ao paco, logo; fui com Rodrigo <strong>da</strong> F. Magalhaes que recebeu igual<br />

aviso. Disse-nos que nos quería ouvir sobre a formacáo do novo<br />

ministerio, e se queríamos tomar parte nelle: respondemos que, encar-<br />

regando Sua Magestade urna pessoa para o formar, a quem communi-<br />

casse o seu pensamento e politica, nos nao recusaríamos tomar parte<br />

se elle nos agra<strong>da</strong>sse, e que desejariamos que se fizesse depois um<br />

programma assignado por todos, de accordo com Sua Magestade, a fim<br />

de o seguirmos. Convieram em que o marechal Sal<strong>da</strong>nha nao fosse<br />

ministro, mas que se prestasse a aju<strong>da</strong>r-nos, e pareceu que seria<br />

conveniente que elle mesmo fosse encarregado <strong>da</strong> sua formacáo.<br />

Dia 15.—Veiu o duque de Sal<strong>da</strong>nha a minha casa e com elle<br />

fui a casa de R. <strong>da</strong> F. Magalhaes e conviemos em que elle marechal<br />

comman<strong>da</strong>ria a força <strong>da</strong> primeira divisáo, o duque <strong>da</strong> Terceira seria<br />

chefe do estado maior. Que Rodrigo fosse ministro do reino e interino<br />

dos estrangeiros. Que eu ficasse com a justiça—Chancelleiros na<br />

fazen<strong>da</strong>—Ferreri na guerra—Noronha na marinha. Fui ao paco<br />

e a Rainha com muito boa vontade approvou tudo.<br />

Dia 16. — Veiu Roma de manha, pelas 8 horas, a minha casa,<br />

dizer-me que Chancelleiros nao acceitava, e que seria necessario revo-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!