josé da silva carvalho - DSpace CEU

já nao existía, todavía que moralmente no espirito do Tratado referido
estaría o poder de interferir, se a Rainba desee urna amnistía ampia,
restituisse honras e empregos, annnllasse as leis feitas contra a Carta
e nomeasse um ministerio que nem fosse cabralista, nem da faccáo
da Junta do Porto; e que entáo, no caso de que a Junta nao depuzesse
as armas, ella Inglaterra, depois de lhe fazer saber o comportamento
qne a Rainha tinha com ella Junta e com os rebeldes, combinaría
com a Hespanha o modo de verificar a entrada de tropas e os mais
auxilios que deviam dar a Sua Magestade. Mostrou o ministro urna
nota de Hespanha, de onde elle concluía que a Hespanha interfería
com força independente de Inglaterra; mas, lendo-a, viu-se que tal
nlo era o sentido que elle dava á dita nota, porque a Hespanha bem
mostrava estar de accordo com a Inglaterra.
O Conselho d'Estado opinou que, visto ter-se pedido a mediacáo,
se acceitasse redondamente e que, emquanto ás condiçSes, que negociasse
a sua modificacáo e que poderiam ser admittidas as ideas
seguintes quanto á amnistía, que era o essencial—que Sua Magestade
amnistiara todos sem excepcáo, e só desejava, para evitar a renovacáo
da guerra civil, que sahissem para fora do reino e para onde quizessem
uns poneos, qne talvez nao chegassem a 12, e lá receberiam os
seus vencimentos; e aos que os nao tivessem, se lhes dariam pelo governo
meios de subsistencia, e voltariam ao reino logo que elle estivesse
pacificado; e que, quanto ao mais que se exigia, isso era parte
comprehendida na amnistía, e parte era das attribuiçoes de Sua Magestade
o fazel-o. Parecen que Sua Magestade ficou muito satisfeita
e disposta a obrar em consequencia.
O Conselho reservou para últimamente dar o seu parecer no caso
de que se insistisse em nao admittir taes modificaçoes.
Reparei muito, e lá o disse, em que se tivesse feito semelhante
nota sem dar conhecimento ao Conselho, e do meu reparo nao gostou
O ministro dos negocios estrangeiros, de que bem pouco me importou.
Día 16.—Foi o conselheiro Magalhaes, de accordo com os mais,
levar ao paco a copia da resolucáo do Conselho, que pela manhá o
conselheiro Chancelleiros tinha apresentado a Sua Magestade, que
exigiu lhe voltasse por todos assignada; e por isso, depois de assi
gnada, pediu por mim este conselheiro ao conselheiro Magalhaes
que a levasse, o qne elle fez hoje pelas 9 da noite, pedindo a Sua
Magestade que mandasse aqui tratar do negocio por pessoa hábil. A
resolucáo que se tomón foi a seguinte:
«Copia.—A vista das mstrucçoes do governo de Sua Magestade
Británica ao seu ministro nesta corte, dadas ao ministro dos negocios
estrangeiros por ordem do mesmo governo, o Conselho d'Estado,