josé da silva carvalho - DSpace CEU
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Dia 24.— Vi nomeado no Diario o visconde de Bertiandos para governador civil de Vianna. Antonio Pereira da Silva sahiu d'aqui tres dias antes de rebentar a revolucáo do Minho, e mui rápidamente!!! Cogite. Dia 25.—Recebi uma carta de Manuel da Silva Passos, datada de Santarem, com uma proclamaçao da Junta de que elle é membro, pedindo-me que aconselhasse a Rainha a que demittisse os ministros, e sahisse com o decreto de 10 de agosto e cumprisse com o que pro- metteu em Belem no dia 4 de novembro de 1836. Respondi ao Passos, agradecendo a sua attencáo, e remetti a carta com a proclamacáo ao duque de Palmella. Dia 27.—Tive uma conferencia com o Mello e Carvalho para ratificar um facto importante: no dia 1.° de dezembro de 1844, convidei a elle M. e Carvalho para estar em sua casa com seu irniáo, visconde de Oliveira, e esperar por mim e por R. da Fonseca Maga lháes, a fim de combinarmos uma opposicáo leal e justa á administra cáo Costa Cabral; tratando principalmente de ir promovendo uma eleicáo que segurasse no parlamento uma maioria nacional. Depois de uma larga conversacáo, assentámos de nos reunir mais alguns deputados em casa de R. da F. Magalháes, e assim o fizemos em alguns dos dias successivos. Na ultima reuniáo que tivemos, assentámos de enviar uma deputacáo ao duque de Palmella, para o convidar a ser o centro da opposicáo, e foram nomeados Mello e Carvalho, Jeronymo Dias de Azevedo, R. da F. Magalháes e eu, para o prevenir primeiro. Assim aconteceu, e elle respondeu ao nosso convite, apromptando-se e agra decendo muito a nossa deliberacáo; declarando-nos que elle nao podia, comtudo, deixar de ir para París, onde já estava sua familia; que a sua opiniao era que ñas eleiçSes se devia combater, e que elle viria se isso fosse necessario; e que antes d'isso nao convinha que nos pronunciassemos contra o governo, porque elle mesmo se precipitaria, visto o caminho que as cousas levavam. Partiu para Franca, e antes da sua ida disse aos ministros que lhes nao fazia opposicáo, porque essa tinha acabado desde aquelle momento!! Assim lh'o disse o conde de Thomar na sessao da resposta ao discurso da coróa em 1846, e elle nao contestou!! Depois que sahiu do reino, escreveu-lhe R. da F. Magalháes, e elle nao lhe respondeu, nem veiu na occasiáo das eleiçoos. Dia 29. — Conselho d'Estado para moratoria de tres mezes á Companhia Confiança e para introduzir moeda estrangeira no paiz permittindo a entrada de pesos duros, soberanos e pecas de 5 francos, por um determinado preço, ñas estacóos publicas. Votei—sim.
Fallei com o Esmoler-mór e emitti a idea de dar o commando das tropas aqui ao conde das Antas e nomear outro commandante para a guarda nacional. Parece que nisso conveiu. Fallei com Garrett e emitti a idea de se formar a guarda nacional de homens que pagas- sem 10:000 réis de decima. Junho.—Dia 4.—Conselho d'Estado: nao aconselhei a sancçao para a lei da liberdade de imprensa, urna vez que, abolido o decreto do 1.° de agosto de 1844, via restituido o poder judiciario á sua independencia. Nao aconselhei a sancçao á lei de receita e despesa, porque lhe faltava a base das contribuiçSes abolidas. NSo aconselhei a sancçao á lei da criaçao de dois officiaes de diligencias na relaçao de Lisboa e Porto. Nao aconselhei a sancçao ás leis de augmento de ordenados. Aconselhei a sancçao á lei dos foraes e pedi que demorassem a sua publicacáo. Dia 6.—Veiu o barao de Pombalinho, o secretario da Junta de Santarem, a qual foi mandada conservar por emquanto, e teve sua remessa de dinheiro pelo governo: ouvi—dois contos de réis!! Dia 15.—Estivo na secretaria do reino, ahi encontrei o secretario do governador civil deVianna, A. Emilio, que havia sido demittido; ahi disse o ministro secretario d'estado, ao secretario, que o nao despachava emquanto nao soubesse a vontade do povo, porque, se elle dissesse que o nSo quería, elle nSo tinha remedio senao fazer a vontade ao povo, porque se a revolucáo para marchar exigisse que elle cortasse urna perna, que elle o faria!!! Dia 27.—Disseram-me que a R. fizera que os Costas Cabraes ficassem em Cádiz; que se correspondía com elles em todos os pa quetes; que custara muito a El-Rei o fazer com que ella ficasse no reino na occasiáo da sahida do Pae d'El-Rei, que ella quería acom panhar, levando comsigo os filhos todos; que Dietz e Esmoler-mór ainda eram muito escutados e que o ministerio Palmella era aborre- cidissimo no paco. Dia 29.—Miguelistas téem tomado grande incremento e os mi nistros começam a recear, mas poucas medidas tomam. No correio de 26 tiveram de todas as auctoridades e de toda a parte noticias assustadoras. Dia 30.—Soube que Filippe de Soure dissera muito enfadado a um amigo meu, M.: «Pois quer despachar para a presidencia do Tribunal a Silva Carvalho que votou com os Cabraes?!» Julho. — Dia 9.—Veiu visitar-me José Feliciano de Castilho, pedir-me que escrevesse urna carta ao marquez de Saldanha, pedin-
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<strong>da</strong>s tropas aqui ao conde <strong>da</strong>s Antas e nomear outro comman<strong>da</strong>nte<br />
para a guar<strong>da</strong> nacional. Parece que nisso conveiu. Fallei com Garrett<br />
e emitti a idea de se formar a guar<strong>da</strong> nacional de homens que pagas-<br />
sem 10:000 réis de decima.<br />
Junho.—Dia 4.—Conselho d'Estado: nao aconselhei a sancçao<br />
para a lei <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de de imprensa, urna vez que, abolido o decreto<br />
do 1.° de agosto de 1844, via restituido o poder judiciario á sua<br />
independencia.<br />
Nao aconselhei a sancçao á lei de receita e despesa, porque lhe<br />
faltava a base <strong>da</strong>s contribuiçSes aboli<strong>da</strong>s.<br />
NSo aconselhei a sancçao á lei <strong>da</strong> criaçao de dois officiaes de<br />
diligencias na relaçao de Lisboa e Porto.<br />
Nao aconselhei a sancçao ás leis de augmento de ordenados.<br />
Aconselhei a sancçao á lei dos foraes e pedi que demorassem a<br />
sua publicacáo.<br />
Dia 6.—Veiu o barao de Pombalinho, o secretario <strong>da</strong> Junta de<br />
Santarem, a qual foi man<strong>da</strong><strong>da</strong> conservar por emquanto, e teve sua<br />
remessa de dinheiro pelo governo: ouvi—dois contos de réis!!<br />
Dia 15.—Estivo na secretaria do reino, ahi encontrei o secretario<br />
do governador civil deVianna, A. Emilio, que havia sido demittido;<br />
ahi disse o ministro secretario d'estado, ao secretario, que o nao<br />
despachava emquanto nao soubesse a vontade do povo, porque, se<br />
elle dissesse que o nSo quería, elle nSo tinha remedio senao fazer a<br />
vontade ao povo, porque se a revolucáo para marchar exigisse que<br />
elle cortasse urna perna, que elle o faria!!!<br />
Dia 27.—Disseram-me que a R. fizera que os Costas Cabraes<br />
ficassem em Cádiz; que se correspondía com elles em todos os pa<br />
quetes; que custara muito a El-Rei o fazer com que ella ficasse no<br />
reino na occasiáo <strong>da</strong> sahi<strong>da</strong> do Pae d'El-Rei, que ella quería acom<br />
panhar, levando comsigo os filhos todos; que Dietz e Esmoler-mór<br />
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Dia 29.—Miguelistas téem tomado grande incremento e os mi<br />
nistros começam a recear, mas poucas medi<strong>da</strong>s tomam. No correio<br />
de 26 tiveram de to<strong>da</strong>s as auctori<strong>da</strong>des e de to<strong>da</strong> a parte noticias<br />
assustadoras.<br />
Dia 30.—Soube que Filippe de Soure dissera muito enfa<strong>da</strong>do<br />
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Tribunal a Silva Carvalho que votou com os Cabraes?!»<br />
Julho. — Dia 9.—Veiu visitar-me José Feliciano de Castilho,<br />
pedir-me que escrevesse urna carta ao marquez de Sal<strong>da</strong>nha, pedin-