josé da silva carvalho - DSpace CEU

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15.04.2013 Views

Parece-me que o melhor que nos podíamos fazer seria jurar pura mente a constituicáo—este juramento comprehende o que está feito e nao o que deixou de fazer-se — procurar uma sincera uniao de todos os partidos, fazer por ganhar a maioria das eleiçdes, e entao, pelos meios que nos deixam, forcejarmos por trazer as cousas a melhor ordem e promover o bem da nossa patria, ao que todos estamos obri- gados; porque, seja qual for o remedio para os nossos males, só d'esta uniao nos pode vir; e esta agora ó mais necessaria do que nunca. Creio que nisto se trabalha, e alguma força tem já descido á capital para poder livrar o governo da influencia dos clubs e facciosos. Confio mui ousadamente as minhas ideas a v. ex. a , porque conheço a sua discreçao e probidade. Certamente a ninguem mais fallaría com esta candura. Sinto que mr. Thiers fosse derrotado; nem elle nem a causa que advogava merecía semelhante tratamento da cámara franceza. O effeito em Madrid será terrivel; e em Portugal pode fazer algumas victimas mais, se os miguelistas forem indiscretos. A politica do gabinete francez é pérfida; e d'ella nao espero eu nada em favor da Hespanha, que nao tem remedio senáo coser-se com as linhas de sua casa. Receio muito que Martínez de la Rosa, e os que o seguirem, sejam sacrifi­ cados á sua credulidade. Perdoe v. ex. a se abuso da sua paciencia; mas como estava esfai- mado por conversar com v. ex. a , aproveitei esta occasiáo para ter tanto prazer, já que de outro modo me nao é possivel. Peco a v. ex. a que ponha aos pés da Senhora Duqueza os meus respeitosos cumprimentos. De v. ex. a , etc.=*7. da S. C. DOC. CDLYII Carta do marquez de Yalenca a Silva Carvalho Annuncia-lhe que prestou, por elle, o juramento & constituicáo de 1838 Ill. m0 Paco das Necessidade», 6 de maio de 1838. e ex. m0 sr.—Na conformidade do que v. ex. a disse e hoje me escreveu, acabo de prestar por v. ex. a hontem me o juramento á constituicáo, assim como tambem assignei o auto respectivo em nome de v. ex. a , entregando ao ministro dos negocios do reino a procuracáo que para estes fins v. ex. a Estimarei muito que v. ex. a me remetteu. me dé repetidas occasioes de eu mostrar que sou, com toda a consideracáo, de v. ex. a , muito attento, venerador, amigo e 6briga,áo.== Marquez de Valença.

DOC. CDLYIII Excerplo de nma carta de F. I. Yan-Zeller a Silva Carvalho Diz-lhe que os fundos portuguezes subir am 2 por cento logo que se soube na praça que Silva Carvalho tinha partido para Portugal Londre», 19 de maio de 1838. Meu querido amigo do coraçao.—Muito gosto tive de receber a carta que v. ex. a me fez a honra de escrever com data de 7 do cor- rente, e muito estimei saber que tinham todos chegado com saude... Os fundos portuguezes, logo que v. ex. a partiu e que se soube na praça, subiram 2 por cento; desde entao teem progressivamente con­ tinuado a subir e estáo a 37 hoje. Dizem muitas petas: urna ó que v. ex. a levou d'aqui um sacco com cartas dos grandes capitalistas dizendo que, se v. ex. a entrasse para as finanças, elles estavam prom- ptos a o socorrer com todo o dinheiro que v. ex. a quizesse, etc., etc., muitas mais cousas. Esteja, poróm, certo que se entrar elles vio a 50,—isto com toda a certeza... Muito gosto tive do que v. ex.* me diz do modo pelo qual foi recebido; é muito lisongeiro e eu o esperava da gente de bem; a canalha sempre é canalha, e a de Lisboa principalmente. Se v. ex. a vir o Rodrigo, mil saudades. Francisco Gomes me disse a cama que padre Marcos lhe estava preparando, porém o nosso amigo foi mais esperto. Deus queira que os amigos e boa gente venham ás cámaras: será o único modo de endireitar o que está torto. Palmella vem embaixador para a coroaçao; addidos: Lagos, Antonio Cabral, marquez do Funchal e Osborne Sampaio.=jP. I. Van-Zeller. DOC. CDLIX Representacáo dos caixeiros portuguezes da cidade da Bahía a Silva Carvalho Ill. mo Felicitando-o por estar outra vez restituido á patria e ex. mo sr.—Os portuguezes abaixo assignados, orgao fiel de seus compatriotas residentes na capital d'esta provincia, empre- gados no commercio na qualidade de caixeiros, veem mui respeto­ samente testemunhar a v. ex. a o jubilo de que estao possuidos ao vel-o outra vez restituido á Patria, que, se quasi sempre é desagra­ decida áquelles que melhor a servem, ainda conta em si homens

DOC. CDLYIII<br />

Excerplo de nma carta de F. I. Yan-Zeller a Silva Carvalho<br />

Diz-lhe que os fundos portuguezes subir am 2 por cento<br />

logo que se soube na praça<br />

que Silva Carvalho tinha partido para Portugal<br />

Londre», 19 de maio de 1838.<br />

Meu querido amigo do coraçao.—Muito gosto tive de receber a<br />

carta que v. ex. a<br />

me fez a honra de escrever com <strong>da</strong>ta de 7 do cor-<br />

rente, e muito estimei saber que tinham todos chegado com saude...<br />

Os fundos portuguezes, logo que v. ex. a<br />

partiu e que se soube na<br />

praça, subiram 2 por cento; desde entao teem progressivamente con­<br />

tinuado a subir e estáo a 37 hoje. Dizem muitas petas: urna ó que<br />

v. ex. a<br />

levou d'aqui um sacco com cartas dos grandes capitalistas<br />

dizendo que, se v. ex. a<br />

entrasse para as finanças, elles estavam prom-<br />

ptos a o socorrer com todo o dinheiro que v. ex. a<br />

quizesse, etc., etc.,<br />

muitas mais cousas. Esteja, poróm, certo que se entrar elles vio<br />

a 50,—isto com to<strong>da</strong> a certeza... Muito gosto tive do que v. ex.*<br />

me diz do modo pelo qual foi recebido; é muito lisongeiro e eu o<br />

esperava <strong>da</strong> gente de bem; a canalha sempre é canalha, e a de Lisboa<br />

principalmente. Se v. ex. a<br />

vir o Rodrigo, mil sau<strong>da</strong>des. Francisco<br />

Gomes me disse a cama que padre Marcos lhe estava preparando,<br />

porém o nosso amigo foi mais esperto. Deus queira que os amigos e<br />

boa gente venham ás cámaras: será o único modo de endireitar o que<br />

está torto. Palmella vem embaixador para a coroaçao; addidos: Lagos,<br />

Antonio Cabral, marquez do Funchal e Osborne Sampaio.=jP. I.<br />

Van-Zeller.<br />

DOC. CDLIX<br />

Representacáo dos caixeiros portuguezes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Bahía a Silva Carvalho<br />

Ill. mo<br />

Felicitando-o por estar outra vez restituido á patria<br />

e ex. mo<br />

sr.—Os portuguezes abaixo assignados, orgao fiel<br />

de seus compatriotas residentes na capital d'esta provincia, empre-<br />

gados no commercio na quali<strong>da</strong>de de caixeiros, veem mui respeto­<br />

samente testemunhar a v. ex. a<br />

o jubilo de que estao possuidos ao<br />

vel-o outra vez restituido á Patria, que, se quasi sempre é desagra­<br />

deci<strong>da</strong> áquelles que melhor a servem, ain<strong>da</strong> conta em si homens

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