15.04.2013 Views

josé da silva carvalho - DSpace CEU

josé da silva carvalho - DSpace CEU

josé da silva carvalho - DSpace CEU

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

o que ali cousomem, como os inglezes em commum com todos os mais estrangeiros<br />

aqui os pagaram sempre, egualmente; porém, no tempo <strong>da</strong> guerra <strong>da</strong> Península,<br />

em que os inglezes fizeram causa commum comnosco, concedeu-lhes o governo,<br />

por varias vezes, franquías de direitos sobre a importacáo de far<strong>da</strong>mentos e<br />

petrechos de guerra para o exercito, e mesmo sobre alguns outros artigos para<br />

uso <strong>da</strong>s esquadras, fazendo-se sempre neccssario pedir a franquía ca<strong>da</strong> vez que<br />

era precisa. Acaba<strong>da</strong> a guerra, foram-se as esquadras e acabaram as concessoes.<br />

Em 1824, vindo para aqui novameutc alguinas naus, para offerecer um apparente<br />

apoio ao governo, continuaran! os inglezes a pedir franquías, e o governo a<br />

conceder-lh'as generosamente, como tem feito depois até ao presente, pedindo-se<br />

licença para ca<strong>da</strong> vez, por ser favor e nao direito. Lord Howard quiz livrar-se<br />

d'esta dependencia, e, man<strong>da</strong>ndo para aqui oito embarcaçocs carrega<strong>da</strong>s de carváo<br />

de pedra, pede nao só que se prescin<strong>da</strong> dos direitos de todo aquelle carváo, mas<br />

que se passe urna ordem geral para todo quanto possa vir para o futuro, para<br />

consumo <strong>da</strong>s embarcaçoes de guerra de S. M. B., e que se estabeleea um deposito<br />

permanente para o receber.<br />

«Esta pretencáo extraordinaria, deman<strong>da</strong>ndo consideraçao, foi immediatamente<br />

submetti<strong>da</strong> ao ministro <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong>, e d'ali se mandou proceder ás averiguaçoes<br />

precisas, na alfaudega, para se responder a lord Howard; no emtanto,<br />

parecendo a este que lhe tar<strong>da</strong>va a resposta, pediu-a novamente, em ofticio<br />

concebido em termos improprios de quem pede e descomedidos para com o<br />

governo. Respondi-lhc no mesmo dia em que recebi a resposta do sr. ministro<br />

<strong>da</strong> fazen<strong>da</strong>, fazendo-lhe sentir a importancia, alias a impróprie<strong>da</strong>de dos seus<br />

termos, e remcttendo-lhc copias do officio <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> e do administrador geral<br />

<strong>da</strong> alfandega, para mostrar-lhe que nao havia direito para tal exigir. Lord<br />

Howard sentiu-se <strong>da</strong> coarcta<strong>da</strong> por a ter merecido e quiz-me persuadir, em urna<br />

conferencia, que lhe retirasse o meu despacho por causa <strong>da</strong> nota do ministro <strong>da</strong><br />

fazen<strong>da</strong>; porém eu nao assenti a isso, nao havendo nelle cousa alguma senao o<br />

que se lhe devia dizer em resposta á sua nota.<br />

«De tudo isto se vé claramente que lord Howard, se nao vem de proposito<br />

romper a boa iutclligencia entre os dois governos, nao é a pessoa mais bem<br />

calcula<strong>da</strong> para a conservar. Entretanto fará v. s.» d'estas noçoes o uso conveniente.»<br />

No officio reservado n.° 29, de 29 de marco, continua Agostinho José Freiré<br />

a queixar-se <strong>da</strong> impertinencia do procedimento de lord Howard e do tom em que<br />

critica os actos do governo.<br />

Começa o officio assim: «Tinha omittido remetter com o officio precedente a<br />

inclusa copia <strong>da</strong> nota que me passou lord Howard, na <strong>da</strong>ta de 21 de marco, por<br />

occasiao de ver publicado um decreto exautorando D. Miguel <strong>da</strong> categoría de<br />

infante, e esta nota é singular, nao só pela ternura que mostra para com aquelle<br />

Principe, mas por se afoitar a introduzir nella palavras que cu nunca lhe disse<br />

a respeito de concessoes e amnistías, tcndo-lhe dito sómente que o governo de<br />

S. M. faria to<strong>da</strong>s aquellas que fossem justas e razoaveis, pois que a Gran-Brctanha<br />

nao podia exigir outras, estando já sciente e satisfeita <strong>da</strong>s que S. M. I. está<br />

disposto a fazer, pelas instrucçoes <strong>da</strong><strong>da</strong>s a v. s.* e communica<strong>da</strong>s' a lord Russell.<br />

«Notaudo-lhe eu em urna conferencia a citacáo erra<strong>da</strong> que elle fez <strong>da</strong>s minhas<br />

palavras, desculpou-se elle dizendo que fóra aquella a impressao que lhe ficara<br />

d ellas, por isso que o Imperador lhe havia recusado tudo.»<br />

Mais adcante, diz o ministro: «Os termos eotomemque é concebi<strong>da</strong> a nota<br />

(de 27J sao táo impertinentes e improprios de um diplomático prudente, e as criticas<br />

que nella introduz contra o governo táo alheias <strong>da</strong> sua missáo, que me tenho

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!