josé da silva carvalho - DSpace CEU

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éis) a quantia de 42.959:047^482 réis, ficando por isso o governo para o auno de 1834 com o encargo do juro de 1.111:386^188 réis e de distrates 531:333^333 réis. Quando sahi do ministerio em 10 de setembro de 1836, apezar dos multiplicados estorvos que acintemente se oppuzeram á realisacáo dos meus projectos, tao delicados como sao todos em materias de finanças, todas estas sommas se acbavam reduzidas á quantia de réis 27.230:6710782. Os encargos para o anno seguinte sao 1.053:195^166 réis, comprebendendo nesta addicáo todas as obrigaçoes do governo pela divida nacional e interna, e mesmo aquella obrigaç&o que nascia de retardar algum pagamento em capitaes, cnjo juro como era de justiça se levou por consequencia á conta do encargo futuro. Vide pag. 14 e 15 da citada conta. Vé-se mais a pag. 12 qne foi de 17.425:197^011 réis a totalidade amortisada, somma que excede 1.465:676^111 réis a que mostra a differença entre a divida existente ao tempo da entrada no capital e a que ficou existindo ao tempo da minha sahida do ministerio. A razao de haver maior somma amortisada consiste em se comprehenderem ñas amortisaçoes alguns títulos de divida que nao tinham sido levados ás contas de qne se fez resumo: cumpre notar qne se nao incluem nestas contas de amortisaçoes 266:428$570 réis de bonds de 3 por cento amortisados em Londres, nem os bilhetes de moeda-papel que ainda nSo tinham vindo á circulacáo, nem a somma de 1.086:094^956 réis qne ficou effectivamente resgatada, e entregue na caixa do crédito, as quaes Passos Manuel pouco depois fez figurar numa conta de amortisaçoes suas, embrulhando-a em uns centos de contos de réis de papéis sem valor algum que tinham sido inseripçoes e lettras pagas no tempo do meu ministerio. O conde de Stanhope quando fez a sua primeira conversan de 3 por cento teve dos credores urna exigencia, e foi que elle nunca distratasse a divida. A Franca tem tentado a sua dos 5 por cento, urnas poucas de vezes, e nunca o ponde conseguir. A Prussia fez a sua em 1838. A Bélgica propoz a conversSo dos 5 a 4, em marco de 1838. O barSo d'Herart(?) foi o da proposiçao e pediu permissao para levantar 180 milhoes de francos para embolsar 100 milhoes de 5 aos qne nSo quizessem reduzir, e o resto para extinguir 80 milhoes de Exchequer Bills emittidos em novembro de 1837. Quando se contrahe um emprestimo para pagar outro nao se dá augmento de divida; se d'esta operaçao resulta vantagem, Ionvor a quem a fez.

Em 19 de dezembro de 1834, pagavamos de juro da nossa divida nacional e estrangeira, (nao incluindo a antiga do 4 por cento, na qual nao houve alteracáo) 1.844:2400580 réis. Em 17 de novembro de 1835, depois dos emprestimos feitos neste espaço que mediou, paga- vamos de juro 1.827:148^703 réis. Differença a favor—17:091^703 réis. Lucros resultantes das quatro operaçoes mencionadas — a quantia de 191:430*5105 réis; os quaes no termo commum de vinte annos correspondem a um capital de 3.828:602$ 100 róis com que se fez face a uma parte do pesado déficit de dois annos, de 1834 e 1835, que se achava reduzido a pouco mais de metade no fim de 1835, e sem carregar sobre o anno futuro, cu jo déficit foi muito menor que o passado, como se vé do orçaraento que apresentou o ministro Campos no seu seguinte orçamento. Proveí por números que em sessenta e sete annos amortisaria uma divida que só em cem o deveria ser. Concluo — que as minhas conversóos nílo carregaram antes allivia- ram o povo, na razao do juro; que nílo carregaram as geracTles futuras e que isentaraní a geracáo presente de pagar em aquelle anno um imposto de 3:800 contos de réis (mais do dobro de todos os impostos directos); que o déficit diminuiu, que a receita augmentou. O lucro das conver­ sóos seria maior se se nao oppuzessem obstáculos á sua realisacáo. Vide as contas que deu a Junta do Crédito, que encerram em si a mais luminosa deinonstraçao e historia de nossas finanças. Lá verá as amortisaçoes, conversóos, estado da divida em 1836—10 de setem­ bro—estado dos bens nacionaes, rendimento de ordens religiosas, etc. Tratemos agora da quinta operacáo que ficou pendente quando sahi do ministerio em maio de 1835. Em uma das sessoes das cortes em 1838, disse o deputado Sá Nogueira 1 , e já depois o tem repetido, que nao sabia como se tinha gasto o ultimo milhao esterlino da minha administracáo. A simples leitura do Manifestó, a fl. 13 e seguintes da segunda edicáo, mostra bem como isso foi. Quando pela segunda vez entrei no ministerio em julho de 1835, existiam em ser os dois últimos milhoes em bonds contratados ante­ riormente, mas estavam empenhados; o meu primeiro cuidado foi desempenhal-os, e remetti logo para Londres por via do Banco 1:000 i Antonio Cabral de Sá Nogueira, auctor da Ánalyse do Manifestó do Car­ valho, publicada no Industrial civilisador e refutada no Suplemento d'esta com. pilacáo.

Em 19 de dezembro de 1834, pagavamos de juro <strong>da</strong> nossa divi<strong>da</strong><br />

nacional e estrangeira, (nao incluindo a antiga do 4 por cento, na qual<br />

nao houve alteracáo) 1.844:2400580 réis. Em 17 de novembro de<br />

1835, depois dos emprestimos feitos neste espaço que mediou, paga-<br />

vamos de juro 1.827:148^703 réis. Differença a favor—17:091^703<br />

réis. Lucros resultantes <strong>da</strong>s quatro operaçoes menciona<strong>da</strong>s — a quantia<br />

de 191:430*5105 réis; os quaes no termo commum de vinte annos<br />

correspondem a um capital de 3.828:602$ 100 róis com que se fez<br />

face a uma parte do pesado déficit de dois annos, de 1834 e 1835,<br />

que se achava reduzido a pouco mais de metade no fim de 1835, e<br />

sem carregar sobre o anno futuro, cu jo déficit foi muito menor que o<br />

passado, como se vé do orçaraento que apresentou o ministro Campos<br />

no seu seguinte orçamento.<br />

Proveí por números que em sessenta e sete annos amortisaria uma<br />

divi<strong>da</strong> que só em cem o deveria ser.<br />

Concluo — que as minhas conversóos nílo carregaram antes allivia-<br />

ram o povo, na razao do juro; que nílo carregaram as geracTles futuras e<br />

que isentaraní a geracáo presente de pagar em aquelle anno um imposto<br />

de 3:800 contos de réis (mais do dobro de todos os impostos directos);<br />

que o déficit diminuiu, que a receita augmentou. O lucro <strong>da</strong>s conver­<br />

sóos seria maior se se nao oppuzessem obstáculos á sua realisacáo.<br />

Vide as contas que deu a Junta do Crédito, que encerram em si a<br />

mais luminosa deinonstraçao e historia de nossas finanças. Lá verá<br />

as amortisaçoes, conversóos, estado <strong>da</strong> divi<strong>da</strong> em 1836—10 de setem­<br />

bro—estado dos bens nacionaes, rendimento de ordens religiosas, etc.<br />

Tratemos agora <strong>da</strong> quinta operacáo que ficou pendente quando<br />

sahi do ministerio em maio de 1835.<br />

Em uma <strong>da</strong>s sessoes <strong>da</strong>s cortes em 1838, disse o deputado Sá<br />

Nogueira 1<br />

, e já depois o tem repetido, que nao sabia como se tinha<br />

gasto o ultimo milhao esterlino <strong>da</strong> minha administracáo. A simples<br />

leitura do Manifestó, a fl. 13 e seguintes <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> edicáo, mostra<br />

bem como isso foi.<br />

Quando pela segun<strong>da</strong> vez entrei no ministerio em julho de 1835,<br />

existiam em ser os dois últimos milhoes em bonds contratados ante­<br />

riormente, mas estavam empenhados; o meu primeiro cui<strong>da</strong>do foi<br />

desempenhal-os, e remetti logo para Londres por via do Banco 1:000<br />

i Antonio Cabral de Sá Nogueira, auctor <strong>da</strong> Ánalyse do Manifestó do Car­<br />

valho, publica<strong>da</strong> no Industrial civilisador e refuta<strong>da</strong> no Suplemento d'esta com.<br />

pilacáo.

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