josé da silva carvalho - DSpace CEU
josé da silva carvalho - DSpace CEU josé da silva carvalho - DSpace CEU
fogo no edificio do Thesouro Publico em urna das clara-boias onde andavam algumas obras: a demora das bombas, a falta do inspector dos incendios o o vento que rápidamente o levou aos ángulos do edificio fizeram com que se nao pudesse atalhar a tempo. Todavia tenho no meio de tanta amargura a satisfacáo de annunciar a Vossa Magestade que em consequencia das providencias que dei, do grande zélo e efficacia de todos os empregados que trabalharam pela maior parte com grande risco da sua vida, todos os papéis que pertencem ás differentes repartieres foram salvos, de modo que tudo quanto dizia respeito a bens nacionaes, receita e despesa e Junta do Crédito está guardado; apenas alguns papéis de mui pouca monta nao téem ainda apparecido: de modo que a perda ó só a do material do edificio. Nao cançarei em dar todas aquellas providencias que mais forem neces- sarias e empregar todo o meu cuidado e zélo no serviço de Vossa Magestade e da Patria. Deus guarde aV. M., etc.—14 de julho de 1836*. 1 »Sinto ainda hoje urna sensacáo violenta e talvez mesmo repugnante ao pensar no horrivel fogo do Thesouro Publico no dia 14 de julho de 1836, e pergunto a mim mesmo se seria acaso ou se seria intencional aquelle desastre... Foram tantos os ditos e as supposiçoes entao, e ainda hoje, que a minha humilde pergunta fica sem resposta. «Tenho, porém, a conviccáo de que, se houve maldade, foi a ella extranho o ministro de entao José da Silva Carvalho, que desenvolveu urna presença de espirito e urna actividade pouco vulgar. Fui testemunha ocular e presencial d'esses factos, estando eu na egreja de S. Domingos, para onde os briosos empregados (na maior parte) do Thesouro conduziam os papéis que salvavam a custo e com grande perigo. «Ajudei desde o meio dia até á noite aquelles intrépidos collegas, que praticaram actos de arrojo e abnegaçao, que mereciam nao ser esquecidos; e a prova é que se salvaram quasi todos os papéis mais importantes da secretaria da fazenda, da junta do crédito publico, e mesmo do Thesouro, a nao serem alguns da terceira e quarta reparticáo. «O dia estava bom, apezar de soprar um vento espantoso, que muito contribuiu pora augmentar aquelle desastroso incendio. Presenciei varios casos, que tenho notados, e que, por emquanto, nao contarei; ha, porém, um que abona o sangue frió de José da Silva Carvalho, por isso o contó. «Cita-se com admiraçSo e como dito histórico urna resposta do marquez de Pombal por occasiao do terramoto de 1755—Tratar dos vivos t enterrar os mortos— mas nao se diz se esse dito, alias sensato, foi no momento a ou 6 do pavoroso desastre. Eu, porém, fui testemunha de um dito que ouvi a José da Silva no momento de maior affliccáo (era urna hora da tarde), um dito que nao julgo inferior ao do marquez. A porta da egreja estava o ministro recebendo os papéis salvados e dando as providencias necessarias relativas ao desastre. Chega o sr. Roma, com o seu satellite J. B. da Rosa, e disse ao ministro:
Lisbon, 18 July 1836. DOC. CDXII Carla de Sarlorius a Silva Carvalho Sobre o incendio do Thesouro Sir.—I think it but an aet of mere justice to inform Your Excel lency, and as an eye-witness to the fact occurring during the late calamitous fire, that had it not been for the fortúnate circumstance of some French sailors having with them axes, and which in con- junction with the zeal, courage and activity displayed by them, and their young officer (whose ñame I have not yet been able to obtain) from the rapid advance of the flames the doors of the closet could not have been burst open, and consequently the iron and other chests and papers of the junta do Crédito Publico which were contained in it could not have been saved. I have the honour to remain, Sir, Your Excellency's very obedient servant.=i?. Sartorius. His Excellency, Mr. da Silva Carvalho. Londres, 20 de julho de 1836. DOC. CDXIII Carla de F. I. Tan-Zeller a Silva Carvalho Sobre negooios financeiros Meu caro amigo do coracáo.—Recebi com muito prazer a carta que v. ex. a me dirigiu em 2 de julho, e muito estimo ver que v. ex. a «—Estava annunciado o pagamento na junta para ámanhá, e entáo agora o que se ha de fazer com esta desgraça? «—Entao o que tem a desgraça com o pagamento?—responden o ministro. O pagamento abre ámanhá, conforme está annunciado! «E, de feito, no dia seguinte pagou-se!» (Apontamentos da vida de um homem obscuro, obra de Francisco José de Almeida, pag. 281.) Silva Carvalho foi accusado, por alguns dos seus inimigos, de ter elle mesmo mandado incendiar o Thesouro, para encobrir os seus roubos!! Custa a crer que alguem ousasse fazer tao infame accusacáo!
- Page 258 and 259: carao as suas instrucçoes, disposi
- Page 260 and 261: termo de que trata o artigo 31.°,
- Page 262 and 263: derem, procedendo em tudo quanto fo
- Page 264 and 265: SENHORA.—Urna das prinoipaes colu
- Page 266 and 267: Art. 3.° As ordens de delegaçao e
- Page 268 and 269: Art. 18.° Feita a dita remessa, se
- Page 270 and 271: contra quem ministerio e irracionae
- Page 272 and 273: DOC. cccLxxyni Rasconho de urna car
- Page 274 and 275: verdadeiro fito servir os interesse
- Page 276 and 277: Suspensáo do tratado de 1810, e o
- Page 278 and 279: • «Esteja certo que o nao hei de
- Page 280 and 281: manifesta bastante azedume por cans
- Page 282 and 283: D'esta re visito resaltará sem duv
- Page 284 and 285: Londres, 7 de maio de 1836. DOC. CC
- Page 286 and 287: noticia que nos tinha vindo por Fra
- Page 288 and 289: para el bien del país, solo traté
- Page 290 and 291: Entre otras medidas directas, se ha
- Page 292 and 293: tant d'une dette vaincue du Brésil
- Page 294 and 295: II y a encoré d'autres ressources
- Page 296 and 297: Tenho a rogar a v. ex. a o favor de
- Page 298 and 299: Should this contribute to throw any
- Page 300 and 301: DOC. CDÜI Resolucáo de Silva Carv
- Page 302 and 303: outros dizem que as levara vocaes.
- Page 304 and 305: Lisbon, Si June 1836. DOC. CDVH Car
- Page 306 and 307: London, 9 July 1836. DOC. CDIX Cart
- Page 310 and 311: e collegas approvassem o que por c
- Page 312 and 313: de Scrip em deposito no Banco para
- Page 314 and 315: Assentaram mais em propor ás curte
- Page 316 and 317: fazer com que se discutam os nossos
- Page 318 and 319: por lei: 4.° Reduzir a secretaria
- Page 320 and 321: logares onde nao for possivel ou na
- Page 322 and 323: Aos 22 de agosto, no gabinete do Th
- Page 324 and 325: desgraçadamente téem levado esta
- Page 326 and 327: DOC. CDXXI Copia de ama carta do vi
- Page 328 and 329: ecomíais, comme ta ais tres bien,
- Page 330 and 331: e meu irmao Joao; nao quero nem dar
- Page 332 and 333: BOC. CDXXYIII Carta de Passos (Manu
- Page 334 and 335: DOC. CDXXXI Caria de Passos (Manuel
- Page 336 and 337: DOC. CDXXXIII Carla de Passos (Manu
- Page 338 and 339: I hope by the time you have receive
- Page 340 and 341: selheiro d'Estado — O Padre Marco
- Page 342 and 343: sobre a vela emquanto passa a tempe
- Page 344 and 345: DOC. CDXU Carla do alfayale Bernard
- Page 346 and 347: viduo, qne oppoe interesses dynasti
- Page 348 and 349: que deve recahir o imposto. O cadas
- Page 350 and 351: industriosos, ganhando por todos os
- Page 352 and 353: Em todo o caso deve concorrer para
- Page 354 and 355: M * Maohiavel.—Máximas do grande
- Page 356 and 357: pag. 229): o que nota Robertson por
fogo no edificio do Thesouro Publico em urna <strong>da</strong>s clara-boias onde<br />
an<strong>da</strong>vam algumas obras: a demora <strong>da</strong>s bombas, a falta do inspector<br />
dos incendios o o vento que rápi<strong>da</strong>mente o levou aos ángulos do edificio<br />
fizeram com que se nao pudesse atalhar a tempo. To<strong>da</strong>via tenho no<br />
meio de tanta amargura a satisfacáo de annunciar a Vossa Magestade<br />
que em consequencia <strong>da</strong>s providencias que dei, do grande zélo e<br />
efficacia de todos os empregados que trabalharam pela maior parte<br />
com grande risco <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>, todos os papéis que pertencem ás<br />
differentes repartieres foram salvos, de modo que tudo quanto dizia<br />
respeito a bens nacionaes, receita e despesa e Junta do Crédito está<br />
guar<strong>da</strong>do; apenas alguns papéis de mui pouca monta nao téem ain<strong>da</strong><br />
apparecido: de modo que a per<strong>da</strong> ó só a do material do edificio. Nao<br />
cançarei em <strong>da</strong>r to<strong>da</strong>s aquellas providencias que mais forem neces-<br />
sarias e empregar todo o meu cui<strong>da</strong>do e zélo no serviço de Vossa<br />
Magestade e <strong>da</strong> Patria.<br />
Deus guarde aV. M., etc.—14 de julho de 1836*.<br />
1<br />
»Sinto ain<strong>da</strong> hoje urna sensacáo violenta e talvez mesmo repugnante ao<br />
pensar no horrivel fogo do Thesouro Publico no dia 14 de julho de 1836, e pergunto<br />
a mim mesmo se seria acaso ou se seria intencional aquelle desastre...<br />
Foram tantos os ditos e as supposiçoes entao, e ain<strong>da</strong> hoje, que a minha humilde<br />
pergunta fica sem resposta.<br />
«Tenho, porém, a conviccáo de que, se houve mal<strong>da</strong>de, foi a ella extranho o<br />
ministro de entao José <strong>da</strong> Silva Carvalho, que desenvolveu urna presença de<br />
espirito e urna activi<strong>da</strong>de pouco vulgar. Fui testemunha ocular e presencial<br />
d'esses factos, estando eu na egreja de S. Domingos, para onde os briosos empregados<br />
(na maior parte) do Thesouro conduziam os papéis que salvavam a<br />
custo e com grande perigo.<br />
«Ajudei desde o meio dia até á noite aquelles intrépidos collegas, que praticaram<br />
actos de arrojo e abnegaçao, que mereciam nao ser esquecidos; e a prova<br />
é que se salvaram quasi todos os papéis mais importantes <strong>da</strong> secretaria <strong>da</strong><br />
fazen<strong>da</strong>, <strong>da</strong> junta do crédito publico, e mesmo do Thesouro, a nao serem alguns<br />
<strong>da</strong> terceira e quarta reparticáo.<br />
«O dia estava bom, apezar de soprar um vento espantoso, que muito contribuiu<br />
pora augmentar aquelle desastroso incendio. Presenciei varios casos, que<br />
tenho notados, e que, por emquanto, nao contarei; ha, porém, um que abona o<br />
sangue frió de José <strong>da</strong> Silva Carvalho, por isso o contó.<br />
«Cita-se com admiraçSo e como dito histórico urna resposta do marquez de<br />
Pombal por occasiao do terramoto de 1755—Tratar dos vivos t enterrar os mortos—<br />
mas nao se diz se esse dito, alias sensato, foi no momento a ou 6 do pavoroso<br />
desastre. Eu, porém, fui testemunha de um dito que ouvi a José <strong>da</strong> Silva no<br />
momento de maior affliccáo (era urna hora <strong>da</strong> tarde), um dito que nao julgo inferior<br />
ao do marquez. A porta <strong>da</strong> egreja estava o ministro recebendo os papéis<br />
salvados e <strong>da</strong>ndo as providencias necessarias relativas ao desastre. Chega o<br />
sr. Roma, com o seu satellite J. B. <strong>da</strong> Rosa, e disse ao ministro: