josé da silva carvalho - DSpace CEU
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Tenho a rogar a v. ex. a o favor de mandar uma ordem 4 Commissáo para que continué a pagar a renda da casa da legacáo, como até aqui se tem feito, pois está próximo o tempo de se pagar o semestre, que sao 250 libras, e eu, com 7 mezes e meio de atrazo de ordenado, nao posso adeantar esse dinheiro, e Dens sabe o que me é preciso mexer para aqui viver. Fallando neste assumpto, direi a v. ex. a que com a chegada do Liverpool se espalhou a noticia que eu era removido d'aqui. Faca o governo o que julgar mais acertado; espero, porém, que nao seja injusto para commigo, e nisso tenho dito tudo. Lembre-se, v. ex. a , em que estado estavam os negocios em 1833, quando para aqui vim, e tudo por que tenho passado desde esse tempo; e entáo diga se ó ou nao verdade o adagio (em inverso), de «quem roe o osso tambem deve comer a carne». Nao fallo mais nisto, posto que muito mais teria que dizer. Nao se esqueca v. ex. a do que lhe pedi na minha antecedente. Hontem se me annunoion, confidencialmente, que El-rei dos Belgas me mandava a sua gran-cruz; terei pois tres e uma quasi gran-cruz estrangeiras, e nada do meu proprio paiz? Emfim in manas toas commendo te. Neste instante me dizem qne chegara o Manchester com 4 chas a Falmouth, trazendo noticias de 16, porém nada mais se sabe, posto que hoje mesmo esperam o barco aqui. Adeus; e tenha v. ex. a sempre saude e nao se esqueca de quem é, de v. ex. a , amigo fiel e obrigadissinio creado.=B. de Moncorvo. DOC. CCCXCIX Carla de Joaqirim Antonio de Magalliaes a Silva Carvalho Queixando-se das diffiouldades em que se enoontra no desempenho da sua missao de negooiar o tratado de commercio oom o Brazil Rio de Janeiro, 24 de malo de 1836. Meu querido Carvalho.—Tenho receñido a tua ultima carta; agradeço a bondade com que me fallas, e estou certo se estivesses no ministerio eu me nao teria visto em apertos. O sr. Bayard até certo ponto é o culpado de que por causa dos negocios públicos tambem me veja em diffiouldades; por quanto, onde se viu mandar um homem em missáo extraordinaria para concluir negocios que se dizem da maior importancia, e auotorisado para prometter e dar, sem se lhe
dar um crédito eventual? Nem o crédito promettido para a corveta chegou, e por isso queira Deus que tanto pelos pagamentos que tenho feito para esta como pelas despesas demandadas pelos negocios me nao compromettam! E por isso que mando ahi o portador, secretario interino d'esta legaçao. Se o ministerio dos Vándalos tiver mudado e tu ahi estiveres, ou Castro ou Rodrigo ou Palmella, etc., contó que as minhas obrigaçoes serao promptamente satisfeitas, como cumpre ao governo, e confio que tu fallarás ao portador tantas quantas vezes for preciso e farás tudo, ou estejas ou nao no ministerio. Quanto a mim, que nao tenho tido um dia de saude, e muitos mezes de grandes padecimentos, e dias de muitas zangas, o que quero é ir-me embora, excepto no caso único que o portador te dirá. Ah! meu querido Carvalho! se te lembrares das repetidas provas de affecto e de verdadeira amizade e carácter, que vos dei a todos, nao deixarás de sensibilisar-te, lembrando-te a ligeireza com que entulhando o Conselho d'Estado, o pariato e outros bons logares na Europa, sempre me preteriam, e me obrigaram a expatriar-me com o coraçao cerrado de dor por ver que ser bom era nocivo, e para conseguir convinha ser brejeiro... Mas deixemos queixas inuteis: é fado meu— cumpra-se. A duas mil leguas de distancia, nao posso ter ontra consolaçao senao a certeza de que tu serás ahi por mim outro eu. Desejo a tua prosperidade e a da tua familia. Quanto ao portador, espero que no seu interesse particular farás tanto quanto para mim te peço e tu és capaz de fazer. Adeus, men Carvalho, até breve; tem saude e nao te esquecas do teu amigo fie\.=Magalhcles. N. B.—Os documentos inclusos peco bem examinados. Llsbon, May 20, 1836. DOC. CD Carla de lord Howard a Silva Carvalho Sobre as pautas proteccionistas My dear Sir.—I herewith take the liberty of transmitting to Your Excellency a little book which contains some very useful information founded on knowledge—on the principie, the application of which appears to be the study of Signor Mozinho da Silveira.
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Tenho a rogar a v. ex. a<br />
o favor de man<strong>da</strong>r uma ordem 4 Commissáo<br />
para que continué a pagar a ren<strong>da</strong> <strong>da</strong> casa <strong>da</strong> legacáo, como<br />
até aqui se tem feito, pois está próximo o tempo de se pagar o semestre,<br />
que sao 250 libras, e eu, com 7 mezes e meio de atrazo<br />
de ordenado, nao posso adeantar esse dinheiro, e Dens sabe o que<br />
me é preciso mexer para aqui viver.<br />
Fallando neste assumpto, direi a v. ex. a<br />
que com a chega<strong>da</strong> do<br />
Liverpool se espalhou a noticia que eu era removido d'aqui. Faca o<br />
governo o que julgar mais acertado; espero, porém, que nao seja<br />
injusto para commigo, e nisso tenho dito tudo. Lembre-se, v. ex. a<br />
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que estado estavam os negocios em 1833, quando para aqui vim, e<br />
tudo por que tenho passado desde esse tempo; e entáo diga se ó ou<br />
nao ver<strong>da</strong>de o a<strong>da</strong>gio (em inverso), de «quem roe o osso tambem<br />
deve comer a carne». Nao fallo mais nisto, posto que muito mais<br />
teria que dizer. Nao se esqueca v. ex. a<br />
do que lhe pedi na minha<br />
antecedente. Hontem se me annunoion, confidencialmente, que El-rei<br />
dos Belgas me man<strong>da</strong>va a sua gran-cruz; terei pois tres e uma quasi<br />
gran-cruz estrangeiras, e na<strong>da</strong> do meu proprio paiz? Emfim in manas<br />
toas commendo te.<br />
Neste instante me dizem qne chegara o Manchester com 4 chas<br />
a Falmouth, trazendo noticias de 16, porém na<strong>da</strong> mais se sabe, posto<br />
que hoje mesmo esperam o barco aqui.<br />
Adeus; e tenha v. ex. a<br />
sempre saude e nao se esqueca de quem<br />
é, de v. ex. a<br />
, amigo fiel e obrigadissinio creado.=B. de Moncorvo.<br />
DOC. CCCXCIX<br />
Carla de Joaqirim Antonio de Magalliaes a Silva Carvalho<br />
Queixando-se <strong>da</strong>s diffioul<strong>da</strong>des em que se enoontra no desempenho<br />
<strong>da</strong> sua missao<br />
de negooiar o tratado de commercio oom o Brazil<br />
Rio de Janeiro, 24 de malo de 1836.<br />
Meu querido Carvalho.—Tenho receñido a tua ultima carta; agradeço<br />
a bon<strong>da</strong>de com que me fallas, e estou certo se estivesses no<br />
ministerio eu me nao teria visto em apertos. O sr. Bayard até certo<br />
ponto é o culpado de que por causa dos negocios públicos tambem<br />
me veja em diffioul<strong>da</strong>des; por quanto, onde se viu man<strong>da</strong>r um homem<br />
em missáo extraordinaria para concluir negocios que se dizem <strong>da</strong><br />
maior importancia, e auotorisado para prometter e <strong>da</strong>r, sem se lhe