josé da silva carvalho - DSpace CEU
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noticia que nos tinha vindo por Franca, de se achar v. ex. a outra vez dirigindo o ministerio da fazenda. Ha muito tempo que eu espe- rava este acontecimento, porque a justiça e a necessidade o exigiam; e tanto mais firme fiquei nessas ideas quando soube que lord Howard escrevera para aqui, dizendo, — logo depois que chegara o Principe e que todas as tentativas de camarilhas, de arranjos previos d'estas, haviam abortado, na formaçao do ministerio,— «que nao havia mi nisterio algum estavel em Portugal no momento actual se nelle nao entrassem Freiré e Silva Carvalho, a quem a opiniao publica, fun dada na experiencia e ñas exigencias do paiz, chamava para seme- lhantes empregos. Portanto, todo e qualquer ministerio que se formasse sem estes dois homens nao duraría semanas, e afinal a necessidade o chamaría para a direccáo dos negocios». Estas ideas, que lord Howard táo clara e positivamente mandou para aqui, encontraram o maior apoio possivel; e posso segurar a v. ex. a com toda a franqueza e verdade que por mais de urna vez ouvi dizer aos lords Melbourne, Palmerston e Holland que a Rainha nao devia hesitar um só instante em chamar logo a v. ex. a o nao fizesse. e ao sr. Freiré, e que mal de Portugal se Se estas eram, pois, e sao com toda a firmeza, as ideas do ministerio británico, que direi a v. ex. a dos capitalistas ? Veja como os nossos fundos subiram logo, com a noticia vinda por Franca de estar v. ex. a á testa das finanças. Muito mais subiráo elles agora; e á vista de tudo isso, espero eu tambem ser muito mais feliz em levantar os fundos precisos para os dividendos e para as demais despesas do Estado. De uma cousa pode v. ex. a ter a mais ampia certeza: é que ministerio mais popular do que o seu actualmente é em Inglaterra ha muito que Portugal o nao teve. Contem, pois, com o maior apoio possivel dos ministros británicos; e por isso aconselho-lhes tambem a maior intimidado possivel com lord Howard. Emquanto ao Principe, posso segurar a v. ex. a que todos os seus parentes d'aqui, da Bélgica e da Allemanha, Lhe escreveráo cartas que háo de produzir todo o desojado eífeito para que S. A. R. ponha toda a sua confiança em v. ex. a e seus collegas, e nao ouça certas insinuaçoes das quaes nenhum bem poderá resultar ao paiz. Sou sempre, de v. ex. a , amigo obrigadissimo, e affectuosissimo creado.=Moncorvo.
DOC. CCCXCIII Carla de D. A. R. Carbonell a J. J. Gomes de Caslro Londrns, 7 de mayo de 1836. Sobre negocios financeiros Estimado amigo y señor Castro.—He recibido á un mismo tiempo las apreciables de V. de 16 y 23 de abril. La primera no requiere contestación por que la segunda absorbe toda la importancia: y antes de darla, debo manifestar á V. la gran satisfacción que me ha cabido al saber la formación del nuevo ministerio, y congratularme conV. por los buenos auspicios con que comienzan su carrera. Me temo sin embargo que esta será trabajosa en los principios, pues el estado en que los antecesores han dejado los negocios y el país necesariamente exige muchas vigilias y arduas penas para reparar males inmensos; y gracias que con ellas puedan consiguir su objeto. Pero todo hay que esperarlo del patriotismo desinteresado, y ruego áV. que haga presente á los amigos mi enhorabuena cordial por el beneficio que han hecho á Portugal y á la humanidad acometiendo tan grande y generosa empresa como ós la de reparar los daños que otros han hecho. Paso ahora á contestar sucintamente las tres preguntas que V. me hace; y V. mismo graduará hasta qué punto y qué personas mis respuestas deben ser reservadas. 1. a —¿«En qué estado de débito ó crédito, poco más ó menos, quedó la agencia, cuando yo di mi demisión?» Las cuentas remitidas periódicamente demuestran el estado de la agencia; y solo hay pendientes dos puntos. Uno, la liquidación de la época de la extinguida comisión de aprestos. Este ós un asunto antiguo, que según lo que trabajo en él, cuando puedo dedicarme á cosas pasadas, rae parece que se saldará por si mismo con poca diferencia. Sin embargo, esta és una opinión aventurada al acaso. El otro punto más importante, por más inmediato, és la liquidación desde aquella época que aparece en las cuentas mensuales; con esta diferencia, que contra el saldo que aparece á mi favor, debe aparecer á su tiempo el producto de los bonos de 3°/o que Mendizabal ha par ticipado haberme entregado. Este producto no só como presentarlo, porque, como V. sabe, las operaciones de esta casa se condujeron siempre más con la mira de suplir las necesidades del momento, que con la de llenar las formas de rutina. Identificado con las ideas y personas de los amigos que dirigían los negocios, porque los dirigían
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noticia que nos tinha vindo por Franca, de se achar v. ex. a<br />
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vez dirigindo o ministerio <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong>. Ha muito tempo que eu espe-<br />
rava este acontecimento, porque a justiça e a necessi<strong>da</strong>de o exigiam;<br />
e tanto mais firme fiquei nessas ideas quando soube que lord Howard<br />
escrevera para aqui, dizendo, — logo depois que chegara o Principe e<br />
que to<strong>da</strong>s as tentativas de camarilhas, de arranjos previos d'estas,<br />
haviam abortado, na formaçao do ministerio,— «que nao havia mi<br />
nisterio algum estavel em Portugal no momento actual se nelle nao<br />
entrassem Freiré e Silva Carvalho, a quem a opiniao publica, fun<br />
<strong>da</strong><strong>da</strong> na experiencia e ñas exigencias do paiz, chamava para seme-<br />
lhantes empregos. Portanto, todo e qualquer ministerio que se formasse<br />
sem estes dois homens nao duraría semanas, e afinal a necessi<strong>da</strong>de<br />
o chamaría para a direccáo dos negocios». Estas ideas, que lord<br />
Howard táo clara e positivamente mandou para aqui, encontraram<br />
o maior apoio possivel; e posso segurar a v. ex. a<br />
com to<strong>da</strong> a franqueza<br />
e ver<strong>da</strong>de que por mais de urna vez ouvi dizer aos lords Melbourne,<br />
Palmerston e Holland que a Rainha nao devia hesitar um só instante<br />
em chamar logo a v. ex. a<br />
o nao fizesse.<br />
e ao sr. Freiré, e que mal de Portugal se<br />
Se estas eram, pois, e sao com to<strong>da</strong> a firmeza, as ideas do ministerio<br />
británico, que direi a v. ex. a<br />
dos capitalistas ? Veja como os nossos<br />
fundos subiram logo, com a noticia vin<strong>da</strong> por Franca de estar v. ex. a<br />
á testa <strong>da</strong>s finanças. Muito mais subiráo elles agora; e á vista de<br />
tudo isso, espero eu tambem ser muito mais feliz em levantar os<br />
fundos precisos para os dividendos e para as demais despesas do<br />
Estado.<br />
De uma cousa pode v. ex. a<br />
ter a mais ampia certeza: é que<br />
ministerio mais popular do que o seu actualmente é em Inglaterra ha<br />
muito que Portugal o nao teve. Contem, pois, com o maior apoio<br />
possivel dos ministros británicos; e por isso aconselho-lhes tambem<br />
a maior intimi<strong>da</strong>do possivel com lord Howard.<br />
Emquanto ao Principe, posso segurar a v. ex. a<br />
que todos os<br />
seus parentes d'aqui, <strong>da</strong> Bélgica e <strong>da</strong> Allemanha, Lhe escreveráo<br />
cartas que háo de produzir todo o desojado eífeito para que S. A. R.<br />
ponha to<strong>da</strong> a sua confiança em v. ex. a<br />
e seus collegas, e nao ouça<br />
certas insinuaçoes <strong>da</strong>s quaes nenhum bem poderá resultar ao paiz.<br />
Sou sempre, de v. ex. a<br />
, amigo obrigadissimo, e affectuosissimo<br />
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