josé da silva carvalho - DSpace CEU

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• «Esteja certo que o nao hei de deixar ficar mal». Isto quer dizer no negocio de Goldsmid; v. ,ex. a bem sabe o delicado do negocio e que Goldsmid deve ser pago no dia 1 de agosto. Assim peco, por quem é, que nao se descuide. Nao digo com toda a certeza, porém pensó que depois de se fazer este pagamento a Goldsmid que é muito natural que poderei alcanear de outro um emprestimo sobre a divida do Brazil, Pensó que Magalháes, no Rio, tem de algum modo atrazado este negocio. Muito estimei saber o que tinha concluido com respeito ás Lezirias; agora é receber o que se puder; dinheiro é que nos falta. As novas de S. M. sao agradaveis para todos aquellos que desejam o bem do seu paiz; o Rapaz foi óptimo; como elle nao estará contente! Agora o ponto é que haja juizo, e que nao haja desmancho. Muito me fez rir a sua carta, estava de chalaça. Recebi a procuracáo do seu amigo Jeronymo José de Mello; é necessario, diz o BarSo, que venha uma ordem para se lhe entregar o dinheiro, passada pela secretaría dos negocios estrangeiros; assim para nao estar com mais cousas, é melhor que v. ex. a a mande; o dinheiro logo o mandarei entregar em Lisboa. A queda do ministerio de Mendizabal tem aqui posto Carbonell em alguns embaraços; dizem-me que tinha lettras por fora no valor de 160:000 libras, e que tem sido obligado a renovar todas ellas! í Isto entre nos. Seja meu amigo. Saudades aos amigos, e sou, de v. ex. a , amigo do coraçao.=F. I. Van-ZeUer. Porto, 6 de malo de 1886. DOC. CCCLXXXVin Carta de A. Dias de Olivara a A. J. Freiré InformaoOas políticas Hl. mo e ex. mo sr.—Tenho sentido nao ter tido carta de v. ex.*, posto que o nao admire nem estranhe, por saber bem que deve ter estado muito occupado, mas sómente porque desejava saber de fonte táo pura as occorrenoias d'ahi, a finí de lhe poder tambem dar por aqui as explicaçoes convenientes, ás vezes necessarias e instantemente pedidas, especialmente depois da chegada de alguns individuos que parecem em missáo pelo irradoncdismo. Tambem nao tenho escripto e muito de proposito, nao porque os meus sentimentos para com v. ex. a tenham soffrido a minima alteracáo,

mas porque, vendo os barulhos que tiveram logar, muito diversamente de muitas pessoas, julguei prudente guardar silencio a este respeito: o n3o lhe dar eu importancia e conseguintemente o convencer-me de que o meu silencio era neste caso innocente fortificou-me naquella minha opiniao, alias poria de parte quaesquer motivos (que só eram de delicadesa) e teria procurado fazer conhecer a v. ex. a meu modo de ver sobre este assumpto. qual era o Por ahi tem-se dito muitas patranhas relativamente ao modo como aqui foram tratados os deputados; a este respeito só digo que todos o foram muito bem, se exceptuar o Macario, que parece ter tido alguem que o maltratou, ainda que nao em publico. Agora, nlo posso deixar de prevenir a v. ex. a de que grande é o extravio de opiniao em que por aqui se tem estado, e de que, tendo resultado d'aqui a irritaçao nos diversos partidos, quasi tudo o que d'elles sae ó por isso mesmo exaggerado, de forma que é preciso haver muita cautela com quaesquer informaçoes, mesmo officiaes, e com as exigencias e representaeSes das diversas repartiçoes publicas. Segundo me informam, a cámara propoe um meio de indirecta­ mente se dissolverem os batalhoes, sacando d'elles para a guarda nacional tudo que estiver nessas circunstancias. Este passo é arris- cadissimo e cortamente será grande erro, que vae comprometter o governo e especialmente v. ex. a Rogo-lhe por isso que pelo menos o demore ató irmos d'aqui, e á vista eu e os meus companheiros o poremos bem ao facto d'isto. Entretanto acredite que os batalhoes taes como existem sao aqui um elemento de ordem, como por muitas vezes lhe tenho dito. Se o vapor viesse para 25 ou 26, grande cousa seria. Tenha v. ex. a todas as prosperidades que cordealmente lhe appe- tece quem se preza de ser, de v. ex. a , amigo affectuoso e obrigadis- simo.=i4. Dias de Oliveira. DOC. CCCLXXXIX Copia do relatorio do duque de Palmella de 6 de maio de 1836 Sobre o novo tratado que se estava negociando com a Inglaterra e o projeoto da nova tarifa das alfandegas Ill. mo Lisboa, 6 de malo de i e Ex. m0 Sr.—Julgo dever participar a v. ex. a que o ministro de S. M. Británica, numa entrevista que teve últimamente commigo, me leu um despacho recebido por elle do seu governo, no qual se

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«Esteja certo que o nao hei de deixar ficar mal». Isto quer dizer no<br />

negocio de Goldsmid; v. ,ex. a<br />

bem sabe o delicado do negocio e que<br />

Goldsmid deve ser pago no dia 1 de agosto. Assim peco, por quem é,<br />

que nao se descuide. Nao digo com to<strong>da</strong> a certeza, porém pensó que<br />

depois de se fazer este pagamento a Goldsmid que é muito natural que<br />

poderei alcanear de outro um emprestimo sobre a divi<strong>da</strong> do Brazil, Pensó<br />

que Magalháes, no Rio, tem de algum modo atrazado este negocio.<br />

Muito estimei saber o que tinha concluido com respeito ás Lezirias;<br />

agora é receber o que se puder; dinheiro é que nos falta.<br />

As novas de S. M. sao agra<strong>da</strong>veis para todos aquellos que desejam<br />

o bem do seu paiz; o Rapaz foi óptimo; como elle nao estará contente!<br />

Agora o ponto é que haja juizo, e que nao haja desmancho. Muito<br />

me fez rir a sua carta, estava de chalaça.<br />

Recebi a procuracáo do seu amigo Jeronymo José de Mello; é<br />

necessario, diz o BarSo, que venha uma ordem para se lhe entregar<br />

o dinheiro, passa<strong>da</strong> pela secretaría dos negocios estrangeiros; assim<br />

para nao estar com mais cousas, é melhor que v. ex. a<br />

a mande; o<br />

dinheiro logo o man<strong>da</strong>rei entregar em Lisboa.<br />

A que<strong>da</strong> do ministerio de Mendizabal tem aqui posto Carbonell<br />

em alguns embaraços; dizem-me que tinha lettras por fora no valor<br />

de 160:000 libras, e que tem sido obligado a renovar to<strong>da</strong>s ellas! í<br />

Isto entre nos.<br />

Seja meu amigo. Sau<strong>da</strong>des aos amigos, e sou, de v. ex. a<br />

, amigo<br />

do coraçao.=F. I. Van-ZeUer.<br />

Porto, 6 de malo de 1886.<br />

DOC. CCCLXXXVin<br />

Carta de A. Dias de Olivara a A. J. Freiré<br />

InformaoOas políticas<br />

Hl. mo<br />

e ex. mo<br />

sr.—Tenho sentido nao ter tido carta de v. ex.*,<br />

posto que o nao admire nem estranhe, por saber bem que deve ter<br />

estado muito occupado, mas sómente porque desejava saber de fonte<br />

táo pura as occorrenoias d'ahi, a finí de lhe poder tambem <strong>da</strong>r por<br />

aqui as explicaçoes convenientes, ás vezes necessarias e instantemente<br />

pedi<strong>da</strong>s, especialmente depois <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> de alguns individuos que<br />

parecem em missáo pelo irradoncdismo.<br />

Tambem nao tenho escripto e muito de proposito, nao porque os<br />

meus sentimentos para com v. ex. a<br />

tenham soffrido a minima alteracáo,

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