15.04.2013 Views

josé da silva carvalho - DSpace CEU

josé da silva carvalho - DSpace CEU

josé da silva carvalho - DSpace CEU

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

como voluntario, nao tomando parte alguna, por ora, ñas suas operaçoes, assim<br />

como no manejo ou dispendio <strong>da</strong>s sommas que com ella vao, referindo-se inteiramente<br />

ao assento que no Porto for tomado na Augusta Presença de S. M. L, o<br />

Duque de Bragança» 1<br />

. A10 de julho escreve a Abreu e Lima <strong>da</strong>ndo-lhe noticia<br />

<strong>da</strong> toma<strong>da</strong> <strong>da</strong> esquadra miguelista e diz-lhe: «Parece-mo que esta vez os nossos<br />

negocios apresentam urna perspectiva favoravel e que o governoinglez, sobretudo<br />

depois <strong>da</strong> resposta que El-Bei deu á cámara dos communs, nao deixará de aproveitar<br />

esta oceasiao de intervir.*.. . «Mandei pedir ao Imperador que viesse para<br />

a esquadra, trazendo comsigo 2:000 homens, e nesse caso termina-se o nosso<br />

negocio sern interrupçSo».<br />

E porque apresentavam os negocios tao boa perspectiva? Porque os novos<br />

plenipotenciarios se tinham occupado, em Londres, mais de soccorrer a resistencia<br />

puramente nacional, do que de insistir em bal<strong>da</strong><strong>da</strong>s diligencias diplomáticas;<br />

certo, Abreu e Lima, de que negociaçoes (conforme lhe escrevera Silva Carvalho)<br />

nenhumas haveriá que.prestassem, se n&o fosscm apoia<strong>da</strong>s de um triumpho fora<br />

do recinto do Porto 2<br />

; persuadido Funchal, como lord Palmerston, de que no Porto<br />

é que se devia trabalhar e militarmente e o melhor que se pudesse: «8. M. L<br />

pode dizer como o sr. D. Joáo IV disse ás cortes de 1645: To<strong>da</strong> a esperança que<br />

temos é em nos mesmos» 3<br />

.<br />

Nao foi bal<strong>da</strong><strong>da</strong> a dos valentes e firmes defensores <strong>da</strong> constituiçao portugueza.<br />

Derrota<strong>da</strong> a esquadra miguelista, junto ao cabo de S. Vicente, a divisao<br />

do duque <strong>da</strong> Terceira marcha victoriosamente do Algarve sobre Lisboa e no dia<br />

24 de julho já fluctuava sobre a capital a bandeira azul e branca, precursora de<br />

urna nova era de emancipaçao e de progresso.<br />

Emquanto, no nosso paiz, os acontecimentos assim se precipitam, procura o<br />

duque de Broglie combinar com o gábinente inglez a forma de excluir do governo<br />

de Portugal D. Pedro e seu irmao e de rasgar a Carta de 1826. Contava ain<strong>da</strong><br />

com a connivencia do duque de Palmella: «H importe, je croie, au gouvernement<br />

anglais, córame a, nous, que D. Pedro et sa charte soient eloignés du Portugal<br />

le plus tót possible ... Nous savons par Oporto que D. Pedro a défendu a Palmella<br />

d'entrer á Lisbonne sans lui. Nous savons également que Palmella est<br />

decide á ne point obéir» 4<br />

.<br />

O duque de Broglie devia antes ter ponderado a condescendencia com que<br />

o duque de Palmella cedía ás circumstancias do momento e a orientaçao <strong>da</strong> política<br />

externa de Palmerston. O ministro ingles, digno successor de Pitt e de Canning,<br />

seguia o systema de explorar e mystificar a Franca, quando allia<strong>da</strong>, ou o de a<br />

combater ferozmente, quando inimiga!<br />

Bem longe, pois, de querer prender-se numa acçao commum, ou numa alliancaoffensiva<br />

e defensiva que o gabinete de Paris vira a propor-lhe para a realisaçao<br />

de um largo plano europeu, de que fazia parte a pacificaçao <strong>da</strong> Península ibérica<br />

dirigiu pelo contrario a sua política a ingerir-se nos negocios de Portugal e de<br />

Hespanha, só ou deixando á Franca um papel muito subalterno.<br />

1<br />

Are do min. dos neg. estr.: Protocollo de 18 de maio de 1833.<br />

• * yol. i, pag. 336.<br />

3<br />

Are. do min. dos neg. estr.: Off. do marquez do Funchal, n.° 62, de 18 de<br />

marco de 1833.<br />

4<br />

Mém. de Talleyrand, tomo y, pag. 203.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!