josé da silva carvalho - DSpace CEU
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A proposito da ponte, lembro a v. ex. a que ó agora o tempo proprio de fazer a sua mudança, porque é preciso aproveitar as mares baixas para se fazerem as rampas de um e de outro lado do rio. Esta obra dá muito nos olhos a esta gente, que desconfia de a nao ver feita tao cedo, ape'zar, dizem, de haver quatro contos na recebedoria, do rendimento d'este anno, da ponte, e de augmentar este, pelo menos urna terca parte, com a mudança. Peço-lhe, portanto, que se nao esqueca d'esta obra, assim como da da barra, porque sao duas cousas que vao dar muita popularidade a v. ex. a cidade. nesta Por aqui espera-se o despacho dos juizes com a maior impaciencia e geralmente se acredita que será mau, porque corre a idea de serem preferidos os que estao servindo, os quaes, com poucas excepçoes, sao muito ladrSes, muito ignorantes e muito maus. Deve-se-lhes, na ver dade, em grande parte, a desordem das provincias e algumas reacçcSes nascidas de seus procedimentos injustos, violentos e anarchicos. Ñas Relaçoes é que se vé bem o merecimento dos homens, pelos processos que a ellas sobem; e urna informaçao publica d'ellas, acerca dos pre- tendentes, seria talvez de grande soccorro ao governo e livral-o-hia por certo de urna grande gritaría e responsabilidade. A providencia acerca dos patacos falsos veiu acabar com os socos que se iam dando, e talvez com desordens de grande vulto que d'ahi poderiam nascer. Repara-se em nao ter sido publicada a lei sobre as pronuncias, nem os regulamentos para a execucáo das mdemnisaçoes; do que julgo dever prevenir a v. ex. a O que v. ex. a teve a bondade de dizer-me acerca do conde de Linhares sabe-se por cá que ó egualmente espalhado em Lisboa; mas diz-se que ó isso da honra de v. ex. a e do sr. Carvalho e nao a verdade; e tanto mais quanto corre por certo haver no Paco grande intriga aristocrática, dirigida especialmente contra v. ex. a liberal. por ser A respeito da commissao, eu pela minha parte estou tranquillo, porque tenho toda a confiança em v. ex. a , mas sei que os mais o nao estao, e que ella por ahi inspira tambem muitos receios, pois que tenho recebido cartas nesse sentido e até algumas pedindo-me que lhe escreva sobre este negocio, em que todos téem fitos os olhos e cujo resultado ha de ser ou muito bom ou muito mau para v. ex. a v. ex. a Sobre o executarem as cámaras as suas deliberaçoes, repito a que é cousa essencial para esta gente, a qual antes quer ver restringir muito as suas attribuiçoes, do que ficarem os administra dores, mesmo electivos, sendo os executores municipaes.
Agradeço muito a certeza que me dá sobre o bom resultado do negocio dos de Penafiel; e quanto a provedores, só repito a v. ex. a que os dois de Bouças e Gondomar sao presentemente absolutamente impossiveis, e que os negocios d'aquella cámara nao podem marchar em quanto elles existirem. Tambem chamo novamente a attencáo de v. ex. a sobre o negocio dos batalhSes, e pela ultima vez lhe repito que é exacto o que tenho escripto a este respeito, e que o governo está soffrendo muito por nada ter apparecido. As intrigas dos irracionaes continuam sem resultado; vae-se-lhe fazendo barreira, e pode v. ex. a temos feito e continuaremos a fazer. Tenha v. ex. a acreditar que muito bom serviço lhe todas as prosperidades que sinceramente lhe appe- teço, e sou cada vez mais, de v. ex. a , amigo muito cordeal e muito obrigado.=.4. Dias de Oliveira. DOC CCCXXVI Carta de Antonio L. de B. F. T. Giráo a A. J. Freiré Antonio Girao relata ao ministro do reino os serviços que prestou no logar de prefeito da provincia da Estremadura, de que ia ser removido Lisboa, 24 de maio de 1835. Confidencial.—Ill. mo collega de v. ex. a e ex. mo sr.—A honra que tenho de ter sido em 1821 e 1822 e de ter corrido a mesma boa ou má ventura que a liberdade da nossa Patria nos fez correr em suas diversas phases, dá-me um direito muito grande á amizade de v. ex. a , a qual invoco para que me attenda e leia toda esta carta, que só trata de cousas particulares e nao dos interesses públicos. Reflectindo no que v. ex. a me disse hontem, acerca do meu ulte rior destino, eu devo confessar muito francamente que nao tenho jus a ser conservado neste logar, por ser de sua natureza amovivel, e tambem o nSo appeteço nada, pois ingenuamente confesso que me custa muito ver estarem os nossos inimigos, anarchistas e miguelistas, a minar continuamente o systema constitucional para o deitarem por térra, e fazerem os maiores ataques a v. ex. a e a todo o ministerio, sem eu lhe poder fazer nada, reduzido ao estado passivo de observar, inútilmente, e de fazer votos para que nao levem avante os seus intentos; eu porei na presença de v. ex. a urna conta circumstanciada sobre este objecto, para que veja as razoes em que me fundo.
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Agradeço muito a certeza que me dá sobre o bom resultado do<br />
negocio dos de Penafiel; e quanto a provedores, só repito a v. ex. a<br />
que os dois de Bouças e Gondomar sao presentemente absolutamente<br />
impossiveis, e que os negocios d'aquella cámara nao podem marchar<br />
em quanto elles existirem. Tambem chamo novamente a attencáo de<br />
v. ex. a<br />
sobre o negocio dos batalhSes, e pela ultima vez lhe repito que<br />
é exacto o que tenho escripto a este respeito, e que o governo está<br />
soffrendo muito por na<strong>da</strong> ter apparecido.<br />
As intrigas dos irracionaes continuam sem resultado; vae-se-lhe<br />
fazendo barreira, e pode v. ex. a<br />
temos feito e continuaremos a fazer.<br />
Tenha v. ex. a<br />
acreditar que muito bom serviço lhe<br />
to<strong>da</strong>s as prosperi<strong>da</strong>des que sinceramente lhe appe-<br />
teço, e sou ca<strong>da</strong> vez mais, de v. ex. a<br />
, amigo muito cordeal e muito<br />
obrigado.=.4. Dias de Oliveira.<br />
DOC CCCXXVI<br />
Carta de Antonio L. de B. F. T. Giráo a A. J. Freiré<br />
Antonio Girao relata ao ministro do reino os serviços<br />
que prestou no logar de prefeito<br />
<strong>da</strong> provincia <strong>da</strong> Estremadura, de que ia ser removido<br />
Lisboa, 24 de maio de 1835.<br />
Confidencial.—Ill. mo<br />
collega de v. ex. a<br />
e ex. mo<br />
sr.—A honra que tenho de ter sido<br />
em 1821 e 1822 e de ter corrido a mesma boa ou<br />
má ventura que a liber<strong>da</strong>de <strong>da</strong> nossa Patria nos fez correr em suas<br />
diversas phases, dá-me um direito muito grande á amizade de v. ex. a<br />
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a qual invoco para que me atten<strong>da</strong> e leia to<strong>da</strong> esta carta, que só trata<br />
de cousas particulares e nao dos interesses públicos.<br />
Reflectindo no que v. ex. a<br />
me disse hontem, acerca do meu ulte<br />
rior destino, eu devo confessar muito francamente que nao tenho jus<br />
a ser conservado neste logar, por ser de sua natureza amovivel, e<br />
tambem o nSo appeteço na<strong>da</strong>, pois ingenuamente confesso que me<br />
custa muito ver estarem os nossos inimigos, anarchistas e miguelistas,<br />
a minar continuamente o systema constitucional para o deitarem por<br />
térra, e fazerem os maiores ataques a v. ex. a<br />
e a todo o ministerio,<br />
sem eu lhe poder fazer na<strong>da</strong>, reduzido ao estado passivo de observar,<br />
inútilmente, e de fazer votos para que nao levem avante os seus<br />
intentos; eu porei na presença de v. ex. a<br />
urna conta circumstancia<strong>da</strong><br />
sobre este objecto, para que veja as razoes em que me fundo.