josé da silva carvalho - DSpace CEU
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DOC. CCXCIX Carta do prefeilo do Douro, N. G. de Miranda, a Silva Carvalho Attitude política da cidade do Porto. Informaçoes políticas e militares do norte do paiz Porto, SI de marco de 1834. Reservada.—Amigo do coracáo.—Esta é para ti e para o nosso amigo Freiré. Nao digo para o A 1 , porque na collisao em que me tenho visto nem uma linha tenho d'elle recebido, nem particular nem de offieio, o que nSo deixa de me admirar. A respeito da eleiçao da cámara, estavas inteirado quando me escreveste a tua de 13; mas nao sabias ainda do speech do presi dente, nem da proclamaçao, nem da representaçao para transferir-se o juizo dos sequestros para os juizes de direito, nem da petiçao para a liberdade de imprensa, nem da que deve ir, segundo espero, para abolir prefeituras, prefeitos, sub-prefeitos e provedores, nem do famoso auto de reconhecimento, nem de outras raras producç5es, cuja enxur- rada nos alagaría se nao acudir-se (sic) a esta tempestado com o des conjuro (sic) do ite partes adverso. Toda a cidade, cujos habitantes s&o os melhores e mais amigos da ordem, que ha no mundo, estao aturdi dos com o que véem, muito offendidos com tanto escándalo, e sobre- tudo, é geral clamor, com a ingratidao e grosseria da Cámara, por nao tocar nem uma palavra no que esta cidade e a naçao portugueza deve ao seu libertador. É provavel que a sua dissoluçao esteja decretada, ató ella o espera; mas eu preciso nSo sahir da estrada legal. Vé o que digo ao nosso Rodrigo. Chamo sobretudo a tua attençao sobre a necessidade que ha de mandar para aquí um governador de confiança e que se nao bandeie com os sediciosos. Com esta condiçao, nao pode deixar de entender-se bem commigo, como tem feito sempre o Torres. Pode vir o Gama, o Bento da Franca, se nao Bernardo de Sá. Emfim, quem restabeleça a disciplina d'estes pretorianos, peores que os de Roma, porque estes aeelamavam imperadores, porém nunca fizeram senadores, nem con- selhos municipaes, como os nossos. Quem ha de manter a ordem ou fazer respeitar as leis, na presença da força armada, quando os que estao encarregados da disciplina, Aguiar, provavelmente.
que devem manter, se fazem cumplices da insubordinaçao, e, o que ó mais, coordenam e provocam a desordem? E o que está fazendo C. e os seus socios e os seus desorientados companheiros. No meio de tudo isto n2o me falta constancia, firmeza e sangue frió. Nem os temo nem os desprezo. Ha muito os conheço, e conheço como qualquer, bem informado, a facçcto a que pertencem. Atiende á carta que pro- vavelmente receberás por esta via; ó de amigos teus, do I. e da Causa que defendemos. Estao nos bons principios, ajudam-me e co- operaní para parausar a conspiraçao que se urde. Pouco a pouco, fácil ó dissipar esta peste. Diz-me alguma cousa a este respeito. O chefe dos caceteiros já está preso: é um tal Manso, que foi posto fora do regimentó da Rainha e ainda andava de farda. Por isso foi que o Torres o mandou prender. Vae ser auctoado e nao ficará mal temperado. Os mais seguirlo a mesma estrada. E dissolvida a Cámara, e em devido tempo, porque nao hao de ir para uma dos Acores os rábulas Leoneis e Mijados; eu nao duvido fazel-o á pri- meira, e muito a gosto da cidade, porém em tempo e occasiSo. O Torres está-se dispondo para atacar os rebeldes. A occasiáo é a melhor, porque elles se téem enfraquecido muito, como verás do mappa da força que remetto ao Ag. Por outra parte as guerrilhas no Minho estao promptas; e em Traz-os-Montes, com a presença de J. de Avilez em Alcaniças, onde está meu pae e muitos refugiados, muito protegidos pelos hespanhoes, tudo anda em movimento. No meio de tudo isto, aqui appareceu o Pinheiro, corregedor inte rino de Bragança, com os poderes que trouxe. Se eu cumprisse á risca as instrucçoes que trouxe, nada se faria, porque elle, alias um pobre diabo, é um orate sem crédito e opiniao no seu paiz, precisa mente para onde vae. Se elle apparecesse para organisar uma insur- reiçSo, ainda quando houvesse as melhores disposiçoes, ninguem se uniría. Pergunta a qualquer pessoa d'aquelle paiz, que o conheça, se isto ó assim ou nao. Á sua inforniaçao me reporto. Com o fim, pois, do bem da empresa e ató com o assentimento d'elle, porque receou que eu desse alguma informaçSo, que elle sabe daría se nao concordasse commigo, assentei que elle seguisse a sua viagem pela Galliza e que iria occupar o seu logar quando os acontecimentos o permittissem cooperando para isso; porém, que J. de Avilez organisaria os voluntarios que se apresentassem ou estivessem promptos a pegar em armas, e que o dinheiro que eu fizesse apromptar em Bragança seria administrado por uma commissáo de que seriam membros J. de Avilez em quanto presente, meu pae, o dr. Pessanha, que já estará em Alcaniças, um bacharel muito rico e de muito boa opiniao — José Marcellino Vargas, de Bragança, e de mais duas pessoas acreditadas, 10
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que devem manter, se fazem cumplices <strong>da</strong> insubordinaçao, e, o que ó<br />
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e os seus socios e os seus desorientados companheiros. No meio de<br />
tudo isto n2o me falta constancia, firmeza e sangue frió. Nem os<br />
temo nem os desprezo. Ha muito os conheço, e conheço como qualquer,<br />
bem informado, a facçcto a que pertencem. Atiende á carta que pro-<br />
vavelmente receberás por esta via; ó de amigos teus, do I. e <strong>da</strong><br />
Causa que defendemos. Estao nos bons principios, aju<strong>da</strong>m-me e co-<br />
operaní para parausar a conspiraçao que se urde.<br />
Pouco a pouco, fácil ó dissipar esta peste. Diz-me alguma cousa<br />
a este respeito. O chefe dos caceteiros já está preso: é um tal Manso,<br />
que foi posto fora do regimentó <strong>da</strong> Rainha e ain<strong>da</strong> an<strong>da</strong>va de far<strong>da</strong>.<br />
Por isso foi que o Torres o mandou prender. Vae ser auctoado e nao<br />
ficará mal temperado. Os mais seguirlo a mesma estra<strong>da</strong>. E dissolvi<strong>da</strong><br />
a Cámara, e em devido tempo, porque nao hao de ir para uma dos<br />
Acores os rábulas Leoneis e Mijados; eu nao duvido fazel-o á pri-<br />
meira, e muito a gosto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, porém em tempo e occasiSo.<br />
O Torres está-se dispondo para atacar os rebeldes. A occasiáo é<br />
a melhor, porque elles se téem enfraquecido muito, como verás do<br />
mappa <strong>da</strong> força que remetto ao Ag. Por outra parte as guerrilhas<br />
no Minho estao promptas; e em Traz-os-Montes, com a presença de<br />
J. de Avilez em Alcaniças, onde está meu pae e muitos refugiados,<br />
muito protegidos pelos hespanhoes, tudo an<strong>da</strong> em movimento.<br />
No meio de tudo isto, aqui appareceu o Pinheiro, corregedor inte<br />
rino de Bragança, com os poderes que trouxe. Se eu cumprisse á<br />
risca as instrucçoes que trouxe, na<strong>da</strong> se faria, porque elle, alias um<br />
pobre diabo, é um orate sem crédito e opiniao no seu paiz, precisa<br />
mente para onde vae. Se elle apparecesse para organisar uma insur-<br />
reiçSo, ain<strong>da</strong> quando houvesse as melhores disposiçoes, ninguem se<br />
uniría. Pergunta a qualquer pessoa d'aquelle paiz, que o conheça,<br />
se isto ó assim ou nao. Á sua inforniaçao me reporto. Com o fim,<br />
pois, do bem <strong>da</strong> empresa e ató com o assentimento d'elle, porque<br />
receou que eu desse alguma informaçSo, que elle sabe <strong>da</strong>ría se nao<br />
concor<strong>da</strong>sse commigo, assentei que elle seguisse a sua viagem pela<br />
Galliza e que iria occupar o seu logar quando os acontecimentos o<br />
permittissem cooperando para isso; porém, que J. de Avilez organisaria<br />
os voluntarios que se apresentassem ou estivessem promptos a pegar<br />
em armas, e que o dinheiro que eu fizesse apromptar em Bragança<br />
seria administrado por uma commissáo de que seriam membros J. de<br />
Avilez em quanto presente, meu pae, o dr. Pessanha, que já estará<br />
em Alcaniças, um bacharel muito rico e de muito boa opiniao — José<br />
Marcellino Vargas, de Bragança, e de mais duas pessoas acredita<strong>da</strong>s,<br />
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