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ÍNDICE<br />

APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 3<br />

PREPARAR A QUARESMA? ........................................................................... 5<br />

SUBSÍDIOS PARA A LITURGIA DA QUARESMA:<br />

Quarta-feira de Cinzas......................................................................................... 7<br />

1.º Domingo da Quaresma .................................................................................. 9<br />

2.º Domingo da Quaresma .................................................................................11<br />

3.º Domingo da Quaresma ................................................................................ 12<br />

4.º Domingo da Quaresma ................................................................................ 14<br />

5.º Domingo da Quaresma ................................................................................ 16<br />

Domingo de Ramos .......................................................................................... 17<br />

O TRÍDUO PASCAL ....................................................................................... 18<br />

Missa da Ceia do Senhor .................................................................................. 20<br />

Celebração da Paixão do Senhor ...................................................................... 23<br />

Sábado Santo .................................................................................................... 25<br />

O TEMPO PASCAL ........................................................................................ 26<br />

Vigília Pascal ..................................................................................................... 28<br />

Domingo de Páscoa .......................................................................................... 31<br />

2.º Domingo da Páscoa .................................................................................... 33<br />

3.º Domingo da Páscoa .................................................................................... 34<br />

4.º Domingo da Páscoa .................................................................................... 35<br />

5.º Domingo da Páscoa .................................................................................... 36<br />

6.º Domingo da Páscoa .................................................................................... 36<br />

Ascensão do Senhor ......................................................................................... 38<br />

Pentecostes ....................................................................................................... 39<br />

CÂNTICOS PARA O TEMPO DA QUARESMA .......................................... 41<br />

CÂNTICOS PARA O TEMPO DA PÁSCOA ................................................ 53


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

APRESENTAÇÃO<br />

O mais importante da Quaresma é…<br />

A Páscoa de Cristo, o Cordeiro Imaculado<br />

Quaresma e Páscoa são duas realidades que se interpenetram e adquirem o seu<br />

pleno significado litúrgico consideradas conjuntamente. Formam como que um único<br />

movimento convergente: quarenta dias da Quaresma: caminho para a Cruz e vida nova,<br />

pela Ressurreição; cinquenta dias de Páscoa: caminho para a plenitude de vida, no<br />

Pentecostes do Espírito. Isto é: noventa dias de tempo forte, como uma primavera de<br />

“exercícios espirituais” para a comunidade cristã, seguindo os passos de Cristo.<br />

Nas primeiras décadas de cristianismo, celebrava-se a Páscoa semanalmente, em<br />

cada oito dias, na assembleia dominical, na qual tinha lugar o sacrifício memorial do<br />

Novo Cordeiro Pascal, que suplantava o cordeiro pascal judaico. Contudo, a pouco e<br />

pouco, esse tom festivo foi adquirindo, natural e espontaneamente, um prolongamento,<br />

até sete semanas, durante as quais continuava a comemorar-se, em tom pascal, o<br />

acontecimento da primeira e única Páscoa.<br />

Seguindo o mesmo processo, mas na ordem inversa, foi-se evoluindo, nas diversas<br />

igrejas, para um tempo de preparação da Páscoa: a Quaresma. Contudo, nao se perdeu<br />

de vista que a Páscoa é a meta, porque nela acontece o mistério central da fé.<br />

Uma forte razão de índole evangelizadora ou, se quisermos, “prática”, pelo qual se<br />

começou a celebrar, durante um período de quarenta dias, a Quaresma, foi a necessidade<br />

de proporcionar formação cristã mais intensa aos catecúmenos: os que se preparavam<br />

para receberem o Baptismo na noite pascal. A Quaresma era assim, nos primeiros séculos,<br />

e ainda hoje, um tempo litúrgico de evidente natureza baptismal. Este tempo de preparação<br />

funda as suas raízes já no séc. II, com os dois dias que antecediam a festa da Páscoa:<br />

sexta-feira (santa) e sábado. Estes formaram, com o domingo, o que hoje chamamos<br />

Tríduo-Pascal. Mais tarde, no século IV e em diante, a Quaresma foi adquirindo o<br />

significado que hoje mantém: penitência, oração, conversão a uma vida nova na prática<br />

de boas obras…, às quais se exortavam aos catecúmenos, para que o Baptismo recebido<br />

fosse o sacramento de uma nova vida em Cristo.<br />

Apresentação 3


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

PREPARAR A QUARESMA?<br />

Em 1988, a Congregação para o Culto divino enviou uma carta circular sobre a<br />

Preparação e Celebração das Festas Pascais. Trata-se de um documento do máximo<br />

interesse pastoral que importa voltar a trancrever, porque pode contribuir para melhorar<br />

as nossas celebrações litúrgicas e a participação dos fiéis nelas, bem como trazer grande<br />

proveito espiritual para as nossas comunidades.<br />

A Páscoa anual celebra-se ao longo de 90 dias (40 de preparação = a Quaresma e<br />

50 de Júbilo pascal = o Pentecostes) e tem o seu cume no Tríduo (Sexta-feira, Sábado e<br />

Domingo). Seguem alguns excertos introdutórios do referido documento. Tal como a<br />

semana tem o seu início e o seu ponto culminante na celebração do Domingo, sempre<br />

caracterizado pela sua índole pascal, assim também o centro culminante de todo o<br />

ano litúrgico refulge na celebração do sagrado Tríduo Pascal da Paixão e<br />

Ressurreição do Senhor, preparada pela Quaresma e prolongada na alegria dos<br />

cinquenta dias seguintes (Preparação e Celebração das Festas Pascais (PCFP), 2.<br />

Em muitos lugares do mundo cristão os fiéis e seus pastores têm em grande<br />

consideração estas celebrações e participam nelas com grande proveito espiritual... Em<br />

alguns lados chegou mesmo a perder-se a própria noção de “vigília”, a ponto de se<br />

reduzir a sua celebração a uma mera Missa vespertina, celebrada como as missas do<br />

domingo antecipadas para a tarde de sábado. Noutros lugares não se respeitam os<br />

horários convenientes do Tríduo sacro. Mais ainda, frequentemente colocam-se em<br />

horas mais cómodas as devoções e actos de piedade do povo cristão, de tal modo que<br />

os fiéis acorrem a eles em maior número do que às celebrações litúrgicas (PCFP, 3). O<br />

facto de em muitas regiões a Semana Santa coincidir com o tempo de férias, bem<br />

como a mentalidade própria da sociedade actual, acrescentam uma ulterior dificuldade à<br />

participação dos fiéis nas celebrações pascais (PCFP, 4).<br />

“A caminhada anual de penitência da Quaresma é o tempo de graça durante o<br />

qual se sobe à santa montanha da Páscoa”. “O tempo da Quaresma, com a sua dupla<br />

característica, prepara quer os fiéis quer os catecúmenos em ordem à celebração do<br />

mistério pascal. Os catecúmenos encaminham-se para os sacramentos da iniciação cristã<br />

tanto por meio da “eleição” e dos “escrutínios”, como pela catequese; os fiéis, por sua<br />

parte, dedicando-se com mais assiduidade a escutar a Palavra de Deus e a uma oração<br />

mais intensa, e mediante a penitência, preparam-se para renovar as suas promessas<br />

baptismais” (CPCF, 6).<br />

Preparar a Quaresma? 5


Por isso, o mais importante da Quaresma é… a Páscoa de Cristo, o Cordeiro<br />

Imaculado.<br />

E tudo isto acontece, sacramentalmente na Eucaristia. Nela, celebramos o memorial<br />

da morte e ressurreiçao de Cristo, o Novo Cordeiro Imaculado.<br />

Para vivermos mais intensamente a Quaresma/Páscoa, o Secretariado Diocesano<br />

da Pastoral Litúrgica de Viseu coloca à disposição dos sacerdotes e de todos os cristãos<br />

que mais de perto prepararam as celebrações dominicais, alguns subsídios litúrgicos. A<br />

sua finalidade é fomentar nos cristãos a participação mais viva e consciente na Eucaristia<br />

dominical, neste ano em que somos convidados a celebrá-la com mais deleite espiritual,<br />

mais beleza celebrativa e a manifestá-la em actos de vida nova, no mundo dos homens.<br />

Janeiro de 2005<br />

Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

O Secretariado Diocesano<br />

da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

4 Apresentação


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

Toda a iniciação cristã comporta um carácter eminentemente pascal enquanto é a<br />

primeira participação sacramental na Morte e na ressurreição de Cristo. Por esta razão<br />

convém que a Quaresma adquira o seu carácter pleno de tempo de purificação e de<br />

iluminação, especialmente por meio dos escrutínios e das entregas; a própria Vigília<br />

Pascal há-de ser tida como o momento mais adequado para celebrar os Sacramentos da<br />

iniciação (CPCF, 7). ... Os pastores recordem aos fiéis a importância que tem, para<br />

fomentar a sua vida espiritual, a profissão da fé baptismal que, “terminado o exercício<br />

da Quaresma”, são convidados a renovar publicamente na Vigília Pascal (CPCF, 8).<br />

Durante a Quaresma há que organizar uma catequese para aqueles adultos que,<br />

baptizados quando eram crianças, não a tenham recebido, e que ainda não tenham<br />

recebido a Confirmação e a Eucaristia. Ao mesmo tempo, estabeleçam-se celebrações<br />

penitenciais, que os levem a receber o Sacramento da Reconciliação (CPCF, 9).<br />

O tempo da Quaresma é também tempo apropriado para levar a cabo os ritos<br />

penitenciais, a modo de escrutínios, para aquelas crianças não baptizadas que chegaram<br />

a uma idade adequada para a catequese, e também para as crianças, já baptizadas, antes<br />

de se abeirarem pela primeira vez do Sacramento da Penitência. O Bispo tenha sumo<br />

interesse em promover a formação dos catecúmenos, quer adultos quer crianças, e,<br />

segundo as circunstâncias, presida aos ritos prescritos, com a participação assídua da<br />

comunidade local (CPCF, 10).<br />

Preparar a Quaresma seria um título pouco adequado. Contudo, uma planificação<br />

pastoral, a diversos níveis, arciprestal, paroquial, local sobre as celebrações pascais,<br />

pode permitir que a Quaresma seja o que é, preparação, e aponte para a Cinquentena<br />

jubilosa. É curta e descabida uma perspectiva pastoral que se esgota na Quaresma. E se<br />

o júbilo vai crescendo com a preparação, é porque brota da celebração festiva da Páscoa,<br />

para onde aponta. Por isso, podemos dizer que não celebramos propriamente a<br />

Quaresma, mas a Páscoa.<br />

6 Preparar a Quaresma?


Subsídios para as celebrações litúrgicas da Quaresma<br />

QUARTA-FEIRA DE CINZAS<br />

a) Hoje, por causa do rito da imposição das cinzas, omite-se o acto penitencial.<br />

b) A bênção das cinzas faz-se depois do Evangelho e da homilia. Aconselhamos que<br />

esteja uma mesa preparada, em lugar visível, para se colocarem as cinzas durante a<br />

bênção.<br />

c) Proposta de Admonição Presidencial: “Hoje, 4ª feira de Cinzas, começa em toda a<br />

Igreja o tempo da Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa, tempo de conversão,<br />

tempo de abstinência de tudo aquilo que é secundário e que nos distrai no dia-a-dia<br />

da vida. Tempo de jejum, oração e de esmola. Tempo para sentir a força libertadora<br />

do perdão e da misericórdia de Deus. A cinza imposta nas nossas cabeças será um<br />

sinal deste caminho de conversão que nos levará à alegria da Páscoa”.<br />

d) A partir de hoje e durante todo o tempo da Quaresma, não se reza nem se canta o<br />

Glória.<br />

e) Sugestão para o rito da imposição das cinzas: o presidente da celebração, depois<br />

de benzer a cinza, aproxima-se dos fiéis. De um lado, estará um acólito com o<br />

Evangeliário ou o Leccionário aberto nas mãos. O presidente impõe a cinza e o fiel,<br />

de seguida, beija o livro (ou toca com a mão).<br />

f) O rito da imposição das cinzas pode fazer-se também fora da Missa. Nesse caso,<br />

convém que preceda uma liturgia da palavra, utilizando a antífona de entrada, a oração<br />

colecta, as leituras e seus cânticos, como na Missa. Depois da homilia, procede-se à<br />

bênção e imposição das cinzas. O rito conclui com a oração universal.<br />

g) Sugerimos que seja proclamada a Oração Eucarística da Reconciliação I (Missal<br />

Romano, pag. 1314).<br />

h) No momento da comunhão e na saída da celebração, propomos não haver qualquer<br />

cântico, mas um silêncio de oração.<br />

i) Aconselhamos, neste dia, que seja proclamada a Bênção Solene referente ao Tempo<br />

da Quaresma (ver no Missal Romano, pág. 556). Esta oração é proclamada com as<br />

mãos do presidente estendidas sobre a assembleia. Poderá ser proclamada em todos<br />

os Domingos.<br />

Quarta-feira de Cinzas 7


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

j) Lembrar aos fiéis que, em união com a Paixão do Senhor e em espírito de penitência<br />

mais visível, nas sextas-feiras da Quaresma se deve escolher uma alimentação simples<br />

e pobre, que poderá concretizar-se na abstenção de carne (Normas da CEP – 28-01-<br />

1985). Lembrar-lhes, também, a finalidade das Renúncias Quaresmais deste ano,<br />

proposta pelo Bispo da Diocese.<br />

k) Sugestão de cânticos: Quarta-Feira de Cinzas: Entrada: Senhor ouvi a minha<br />

súplica, F. Santos; Escutemos a voz, F. Santos, NCT 493; Crescem nas asperezas, F.<br />

Santos, NCT 486; Eis o tempo favorável, F. Santos, NCT 495; Imposição das<br />

Cinzas: Convertei-vos, F. Valente; Ofertório: O Senhor cobrir-te-á, F. Santos, NCT<br />

108; Comunhão: Suportou as nossas enfermidades, F. Santos, NCT 500.<br />

A QUARESMA EM FAMÍLIA<br />

(Sugestões práticas)<br />

Suponho que nós, baptizados, ainda não conseguimos viver a Quaresma<br />

como tempo propício à penitência (mudança de vida), ao jejum e à abstinência<br />

(do que nos afasta do amor de Deus e do próximo), à oração e à escuta da<br />

Palavra de Deus. Existe alguma literatura que pode ajudar-nos nesta vivência. É<br />

comum a recomendação de, em sítio nobre da nossa casa, colocarmos alguns<br />

símbolos que nos ajudem a criar um ambiente favorável à vivência quaresmal em<br />

família. Indiquemos alguns: uma vela, a Bíblia, a Cruz. Quem quiser poderá juntar<br />

o Terço. Estes símbolos ajudar-nos-ão a uma atitude de escuta, de oração, de<br />

reconciliação, de entreajuda. Será assim uma maneira prática de prepararmos a<br />

vivência da Páscoa como o grande acontecimento redentor.<br />

Todos os dias, em hora favorável a todos os elementos da família, o pai (ou<br />

a mãe) convida para alguns momentos de oração. A vela será acesa, aberta a<br />

Bíblia, a Cruz bem visível. Sugere-se que se abra a Bíblia na página correspondente<br />

ao texto do Evangelho do domingo, início da respectiva semana. Os nossos<br />

leitores através da página da liturgia facilmente encontrarão o texto pretendido.<br />

Da Eucaristia dominical ficará da homilia um ou outro aspecto prático que poderá<br />

ser muito útil. De segunda-feira a sábado, um elemento da família lê um ou dois<br />

versículos (frases). O pai ou a mãe, ou elemento da família com essa capacidade,<br />

orienta uma pequena partilha sobre o que foi lido. A escuta da Palavra de Deus<br />

levar-nos-á a melhorar o nosso relacionamento familiar, corrigindo cada um pequeno<br />

defeito, a deixar-nos sensibilizar para a necessidade de estreitar a colaboração<br />

entre todos, a limar algumas arestas, a ultrapassar pequenos desavenças (promover<br />

a reconciliação). Depois desta partilha, alguns momentos de oração com base na<br />

Palavra escutada, rezando as alegrias e dificuldades da família, louvando também<br />

o Senhor pelo pão de cada dia.<br />

(Continua na pág. 15)<br />

8 Quarta-feira de Cinzas


Subsídios para as celebrações litúrgicas da Quaresma<br />

1º DOMINGO DA QUARESMA<br />

a) Cartaz: “Nem só de pão vive o homem”.<br />

b) A nossa Quaresma é inaugurada por Cristo com o seu deserto de austeridade e de<br />

luta (veja-se o prefácio próprio). Ao nível da Liturgia, importa significar este “deserto”<br />

pelo jejum dos olhos e dos ouvidos: daí o despojamento das ornamentações e a<br />

maior “severidade” da música litúrgica. O canto é um dos elementos importantes da<br />

Quaresma e tende, mesmo, a ser o único elemento musical (os instrumentos calam-se<br />

e apenas o órgão, discretamente, acompanha e sustenta os cânticos). Omite-se o<br />

canto do Aleluia, substituído por um refrão alternativo na aclamação ao Evangelho.<br />

Também se omite o Glória, salvo na ocorrência de solenidades e festas litúrgicas.<br />

c) Em destaque, poderá estar uma cruz grande, se possível, iluminada com um foco<br />

de luz.<br />

d) Sugestão para o Acto Penitencial:<br />

1. Senhor, que fostes tentado no deserto, mas resististes;<br />

Senhor, tende piedade de nós.<br />

2. Cristo, que fostes igual a nós em tudo menos no pecado;<br />

Cristo, tende piedade de nós.<br />

3. Senhor, que sentis a alegria em perdoar-nos;<br />

Senhor, tende piedade de nós.<br />

e) A Quaresma é, por excelência, um tempo de escuta da Palavra de Deus, alimento<br />

e força dos cristãos. Sugerimos que, à falta de Evangeliário, se faça a procissão de<br />

entrada com uma boa edição da Bíblia ou o Leccionário bem encadernado. Fora da<br />

celebração, o Leccionário (ou a Bíblia), aberto nas leituras do dia, poderia ficar num<br />

local bem visível. Introduzam-se e exortem-se os fiéis no exercício frequente da<br />

leitura e meditação orante da Sagrada Escritura, se possível seguindo o plano de um<br />

dos vários leccionários (dominical, ferial, da Liturgia das Horas).<br />

f) Para além da riqueza extraordinária dos textos litúrgicos “próprios” de cada dia,<br />

leituras e orações, valorizem-se outros textos “comuns”. Entre estes, a tradição<br />

privilegiou durante a Quaresma as “Orações sobre o Povo”, no momento da bênção<br />

final. Recomendamos, por isso, o seu uso, de acordo com o novo Missal (pp. 569-<br />

573).<br />

1.º Domingo da Quaresma 9


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

g) Leitores: 1ª Leitura: Exige-se um bom leitor, com domínio bastante das técnicas<br />

de dicção. Na preparação, o leitor procurará dividir bem as frases e os seus membros,<br />

marcando as cesuras e pausas adequadas. Por exemplo: “Depois, / o Senhor Deus<br />

plantou um jardim no Éden, a oriente, // e nele colocou o homem que tinha formado /<br />

//”. O texto tem apenas três vozes: o narrador, a serpente e a mulher. É falso criar<br />

outras vozes (Deus, por exemplo). “É verdade que Deus vos disse: // “Não podeis<br />

comer o fruto de nenhuma árvore do jardim”? ///”<br />

2ª Leitura: Não é menos difícil. As frases longas e a densidade de conteúdo exigem<br />

uma preparação cuidada. O leitor deverá começar por compreender o texto,<br />

socorrendo-se, porventura, de algum comentário. Procurará interiorizar as ideias nele<br />

contidas (procurará transmitir o conteúdo do texto a alguém, por palavras suas). Só<br />

depois, marcará o texto. Um exemplo, para a última frase: “De facto, / como pela<br />

desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, // assim também, /<br />

pela obediência de um só, // muitos se tornarão justos”. (Na condição de uma<br />

respiração bem sustentada, lendo devagar).<br />

h) Depois da Comunhão, sugerimos uma oração responsorial, respondendo a cada<br />

invocação: Livrai-nos, Senhor.<br />

1. De uma vida sem alegria e sem paz.<br />

2. Do uso egoísta de todos os nossos bens.<br />

3. Dos sentimentos de ódio e de vingança.<br />

4. Da utilização da violência.<br />

5. Da incapacidade de perdoar.<br />

6. Da falta de respeito e compreensão.<br />

7. Da preguiça em cumprir os nossos deveres.<br />

8. Da busca de ser servido e não de servir.<br />

9. Da poluição da atmosfera e das águas.<br />

10. Da falta de fé em Deus que nos ama.<br />

11. De uma vida sem ter Cristo como modelo.<br />

12. Do que nos impede de viver segundo o Espírito Santo.<br />

i) Sugestão de cânticos: Canto de Reunião: Escutemos a voz, F. Santos;<br />

Procissão: Ladainhas, NCT 157; Entrada: Ele me chamará, F. Santos, 14; Ofertório:<br />

O Senhor cobrir-te-á, F. Santos, NCT 108; Comunhão: Jesus Cristo, ó Porta do<br />

Reino, F. Santos, NCT 110; Cânticos do Ordinário da Missa: Senhor, tende piedade,<br />

M. Luís, NCT 118; Santo, F. Silva, NCT 120; M. Luís, NCT 55; Aclam. Anamnese<br />

III, Missal Romano; Cordeiro de Deus, F. Santos, NCT 121; F. Silva, NCT 57.<br />

10 1º Domingo da Quaresma


Subsídios para as celebrações litúrgicas da Quaresma<br />

2º DOMINGO DA QUARESMA<br />

a) Cartaz: “Deixa a tua terra, a tua família, a tua casa” ou “ Este é o Meu Filho muito<br />

amado, escutai-O”.<br />

b) Sugestão para o Acto Penitencial:<br />

1. Senhor, dai-nos o gosto da oração e da meditação e tende piedade de nós.<br />

2. Cristo, transfigurai as nossas vidas pelo vosso amor e tende piedade de nós.<br />

3. Senhor, abri os nossos ouvidos para vos escutarmos e tende piedade de nós.<br />

c) As primeiras leituras do leccionário dominical da Quaresma proporcionam uma<br />

visão panorâmica da História da Salvação, apresentando em cada Domingo uma das<br />

suas grandes etapas e figuras: Adão/Criação-pecado (1º); Abraão/Vocação (2º);<br />

Moisés/Êxodo-Aliança (3); David/realeza (4); Exílio/promessa da nova Aliança (5).<br />

Importa valorizar estas figuras e temas, pondo-as a dialogar com o Evangelho do<br />

Domingo correspondente.<br />

d) O povo cristão deve ser ajudado a tomar consciência da Quaresma como itinerário<br />

de renovação, balisando bem o percurso e marcando as suas etapas com celebrações.<br />

Bom seria, por exemplo, que pudesse ser anunciado desde o princípio o programa<br />

das celebrações penitenciais, com e sem o sacramento da Penitência (ver modelos<br />

propostos no Ritual Celebração da Penitência e em Abbá, Pai (Celebrações litúrgicas<br />

para o 3º ano preparatório do Jubileu). Cada Domingo poderá ser ilustrado com<br />

algum cartaz ou quadro a colocar junto das entradas principais com imagens e frases<br />

inspiradas na liturgia do dia. Também sugerimos a solenização da procissão de entrada<br />

acompanhada por um cântico significativo. A diferença deste 2º Domingo poderá ser<br />

marcada por alguma boa imagem de Cristo, possivelmente o Crucifixo, bem iluminada.<br />

e) Leitores: 1ª Leitura: A leitura não é difícil. Entretanto façam-se sentir duas vozes:<br />

narrador e Deus. Atenção: não é Abraão, mas Abrão. Pelo facto de ser fácil não se<br />

descuidem as regras da arte de dizer: respiração, articulação, pronunciação. 2ª Leitura:<br />

Não é difícil. Repare-se, no entanto, que uma só frase é meia leitura: “Esta graça, /<br />

que nos foi dada em Cristo Jesus, desde toda a eternidade, // manifestou-se agora /<br />

pelo aparecimento de Cristo Jesus, nosso Salvador, // que destruiu a morte / e fez<br />

brilhar a vida e a imortalidade, por meio do Evangelho”. (Marque o seu texto para<br />

assimilar a divisão).<br />

f) Sugestão de cânticos: Entrada: Senhor, ouvi a minha súplica, F. Santos, NCT 93;<br />

Vem, Salvador do mundo, F. Santos, NCT 94 Ofertório: No tempo favorável, M.<br />

Faria, NCT 91; Comunhão: Ditosos os que te louvam, F. Santos, NCT 109.<br />

2º Domingo da Quaresma 11


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

3º DOMINGO DA QUARESMA<br />

a) Cartaz: “Se conhecesses o dom de Deus …”.<br />

b) O Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos define a Quaresma como “o tempo da<br />

purificação e da iluminação”. Toda a comunidade acompanha com solicitude os<br />

catecúmenos que se preparam para a celebração dos sacramentos da iniciação na<br />

Vigília pascal, e os pecadores penitentes que enveredam pelo árduo caminho da<br />

conversão e da reconciliação. Com eles, todos refazem idealmente o mesmo percurso<br />

para chegar renovados às festas pascais.<br />

c) Esta perspectiva vem ao de cima sobretudo nos 3º, 4º e 5º Domingos com<br />

riquíssimos trechos “sacramentais” do Evangelho de S. João, foco de toda a Liturgia,<br />

normalmente retomados nos prefácios próprios e na antífona do cântico de<br />

Comunhão. Sugerimos, por isso, uma leitura cuidada e completa (forma longa) desses<br />

Evangelhos. Nas Missas com crianças poderá experimentar-se a leitura dialogada,<br />

como no Evangelho da Paixão, reservando-se ao Presidente as palavras de Jesus.<br />

d) Em lugar bem visível, poderá estar uma bilha de água, da qual saem fitas coloridas<br />

como se fosse água a jorrar.<br />

e) Leitores: 1ª Leitura: Não há dificuldade de maior, a não ser as interrogações. De<br />

facto, não são meras perguntas, são antes acusações. O tom elevado da interrogação<br />

mantém-se em toda a frase, como se em cada palavra houvesse uma interrogação.<br />

Diferentemente, a pergunta que Moisés faz a Deus é uma pergunta (neste caso, a<br />

interrogação entoa-se na última palavra: povo). Atenção a algumas palavras: israelita,<br />

atormentado, altercar, apedrejarem, anciãos, fustigaste, Horeb (pronuncia-se levemente<br />

o b final), Massa (Mássá), Meriba (Méribá), altercação.<br />

2ª Leitura: A dificuldade maior do texto vem das suas frases longas, interrompidas<br />

por apostos e títulos. Exemplifiquemos a primeira: “Irmãos: /// Tendo sido justificados<br />

pela fé, // estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, // pelo qual<br />

temos acesso, na fé, / a esta graça em que permanecemos e nos gloriamos, // apoiados<br />

na esperança da glória de Deus ///”.<br />

f) Depois da comunhão, poderá ser recitada a seguinte oração por um leitor, com um<br />

fundo musical:<br />

12 3º Domingo da Quaresma


Subsídios para as celebrações litúrgicas da Quaresma<br />

Conduz-me, Jesus, aos poços do teu Evangelho<br />

Para beber junto de ti a água que mata a sede de felicidade.<br />

Para beber junto de ti a água que me dá a serenidade e a paz.<br />

Para beber junto de ti a água que sacia a sede de verdade.<br />

Para beber junto de ti a água que dá a frescura do teu amor.<br />

Para beber junto de ti a água que me dá vida em abundância.<br />

Para beber junto de ti a água que sacia a sede de Deus vivo.<br />

Conduz-me, Senhor, aos poços do teu Evangelho<br />

Para distribuir a toda a gente<br />

A água viva do amor e do serviço,<br />

A água viva da Boa Nova.<br />

g) Sugestão de cânticos: Entrada: Os meus olhos, M. Faria, BML 50, 12; Ofertório:<br />

Desperta já a luz, M. Luís, NCT 494; Comunhão: Aquele que beber, F. Santos,<br />

NCT 497.<br />

h) Em vez dos cânticos próprios de cada Domingo podem cantar-se cânticos comuns<br />

para a Quaresma. Nada impede e até pode ser aconselhável, criar mais momentos<br />

de silêncio, particularmente durante a Apresentação dos dons e, mesmo, se possível<br />

introduzido, à Entrada.<br />

3º Domingo da Quaresma 13


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

a) Cartaz: “Eu sou a Luz do Mundo”.<br />

4º DOMINGO DA QUARESMA<br />

b) Em lugar bem visível, colocar uma vela grossa acesa e uma Bíblia aberta.<br />

c) A primeira palavra do cântico de entrada, “Lætare”, isto é, “Alegra-te”, deu o nome<br />

a este 4º Domingo da Quaresma. O convite é dirigido à Igreja, a nova Jerusalém. A<br />

expressão desta alegria de peregrinos ainda a caminho da pátria será naturalmente<br />

diversa da explosão festiva que a Páscoa provocará. Neste Domingo, a Liturgia alivia<br />

(sem anular) o jejum dos olhos e dos ouvidos típico deste tempo: podem usar-se<br />

paramentos cor-de-rosa; é permitida uma sóbria ornamentação floral; a música recorre<br />

com menos restrições ao jogo dos instrumentos.<br />

d) No centro da Liturgia do Domingo continua a estar a proclamação do Evangelho:<br />

hoje é o episódio do cego de nascença, figura de todos os baptizandos e baptizados<br />

a quem Cristo ilumina pela fé e pelo sacramento. Esta perspectiva sacramental é<br />

aprofundada no prefácio próprio, que convém não omitir. Bom seria cantar também<br />

o cântico de Comunhão próprio que põe na boca e no coração dos comungantes as<br />

palavras do cego ao dar testemunho da sua experiência baptismal.<br />

e) A luz é o grande símbolo da catequese baptismal que hoje a Igreja a todos propõe:<br />

éramos cegos e o baptismo abriu-nos os olhos; estávamos sem a luz da fé e fomos<br />

iluminados. Nada mais natural do que valorizar este elemento no arranjo da igreja.<br />

Particularmente recordamos o Baptistério, injusta e habitualmente esquecido: neste<br />

Domingo poderíamos orná-lo com verdes e flores e, sobretudo, iluminá-lo, com<br />

lustres e velas. Depois poderíamos convidar os fiéis a visitar o lugar onde um dia<br />

foram iluminados.<br />

f) No momento da Profissão de Fé (Credo), sugerimos a utilização da fórmula que se<br />

encontra no Ritual do Baptismo na p. 87, terminando com a aclamação final, se<br />

possível, cantada.<br />

g) Leitores: 1ª Leitura: Não é particularmente difícil. Lida pausadamente, sai bem.<br />

Importa realçar as vozes, com diferentes tons: narrador, Deus, Samuel, Jessé (pode<br />

usar-se o mesmo tom de voz para os dois últimos). Atenção: “Quando chegou,<br />

Samuel viu Eliab e pensou consigo: “Certamente é este o ungido do Senhor” - aqui<br />

não se trata de nova voz, é a voz do narrador. Cuidado com algumas palavras: corno<br />

(se soar mal, diga-se âmbula), Eliab (pronuncia-se levemente o b final), aparências,<br />

unge-o.<br />

14 4º Domingo da Quaresma


Subsídios para as celebrações litúrgicas da Quaresma<br />

2ª Leitura: Ler devagar e pausadamente. Descobrir as cesuras e as pausas. A<br />

pontuação escrita nem sempre coincide com a oral. Por exemplo: “Não tomeis parte<br />

nas obras das trevas, / que são inúteis; // tratai antes de condená-las abertamente, //<br />

porque o que eles fazem em segredo / até é vergonhoso dizê-lo”.<br />

h) Sugestão de cânticos: Entrada: Vem Salvador do mundo, F. Santos, NCT 94;<br />

Ofertório: No alto do Calvário, M. Luís, NCT 90; Comunhão: Somos o novo Israel,<br />

F. Santos, NCT 112. Celebração Penitencial: Entrada: Chegaram os dias, M.<br />

Luís, NCT 432; Por amor do vosso nome, M. Luís, NCT 433; Salmo Resp: Daime,<br />

Senhor, um coração puro, F. Santos, NCT 435; Aclam. Ev.: Vou partir, F.<br />

Santos, NCT 437; Durante as confissões: Pecámos, Senhor, B. Salgado, NCT<br />

439; Perdoai, Senhor, M. Luís, NCT 440; Quem é este homem, M. Luís, NCT 441;<br />

Senhor, compadecei-vos, M. Luís, NCT 442; Tende compaixão de mim, M. Luís,<br />

443; Proclamação do louvor: Eu quero a misericórdia, M. Luís, NCT 444.<br />

A QUARESMA EM FAMÍLIA (Cont.)<br />

Ao longo das cinco semanas, a escuta da Palavra e sua aplicação prática podem<br />

levar-nos às restantes áreas da nossa vida, do ambiente de trabalho ao grupo de<br />

amigos, ao desporto que praticamos, à escola, à nossa inserção numa comunidade<br />

cristã. Todos estes aspectos podem ser reflectidos, partilhados e rezados.<br />

Chegará naturalmente a altura da preparação próxima para a celebração dos<br />

mistérios pascais (Ceia do Senhor, Paixão do Senhor e Páscoa da Ressurreição),<br />

através do Sacramento da Reconciliação ou Penitência. Seria muito interessante<br />

preparar a celebração deste sacramento em família, aproveitando depois o dia ou<br />

dias em que seja possível celebrá-lo na Paróquia, valorizando também a dimensão<br />

comunitária.<br />

A escuta da Palavra de Deus e a oração dar-nos-ão as forças necessárias para<br />

praticarmos o jejum e abstinência verdadeiros (pôr de lado tudo o que nos afasta do<br />

amor de Deus e do próximo) e a vivermos com a dignidade que é própria dos filhos<br />

de Deus. A Páscoa será então para nós Ressurreição.<br />

4º Domingo da Quaresma 15


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

5º DOMINGO DA QUARESMA<br />

a) Cartaz: “Porei o Meu Espírito em vós” ou “Haveis de viver”, ou “Eu sou a<br />

Ressurreição e a Vida”.<br />

b) “...Lázaro, Ramos, na Páscoa estamos”: este “rufar” litúrgico do nosso povo põe<br />

em realce o clima pré-pascal que penetra totalmente este 5º Domingo da Quaresma, o<br />

“Domingo de Lázaro”. A morte e a ressurreição de Lázaro são um “sinal”<br />

particularmente rico: por um lado anuncia, precede e, de algum modo, antecipa a<br />

própria morte e ressurreição do Senhor; por outro lado, na perspectiva dominante no<br />

Ano A, apresenta-nos uma imagem viva do Baptismo que é morte-sepulturaressurreição.<br />

c) Uma rubrica do Missal no sábado da IV Semana da Quaresma recorda que se<br />

pode conservar o costume de cobrir as cruzes e as imagens das igrejas. As cruzes<br />

continuarão veladas até ao fim da celebração da paixão do Senhor, em Sexta-Feira<br />

Santa; as imagens, porém, até ao princípio da Vigília pascal. É mais um elemento da<br />

“pedagogia dos sentidos” com que a Igreja nos quer ajudar a um maior recolhimento<br />

e concentração nesta fase terminal da Quaresma: sem a luz da Páscoa, a glória da<br />

cruz e o esplendor dos santos permanecerá para nós sempre velado.<br />

d) Leitores: 1ª Leitura: Embora pequeno, o texto exige cuidado especial. Há uma<br />

expressão enfática que deve ser realçada: ó meu povo (de modo semelhante, “o<br />

Senhor”, na última frase). Faça a experiência de ler, omitindo esta expressão. Concluirá<br />

que está a mais, do ponto de vista meramente racional. Então, se lá está, é porque o<br />

autor lhe atribui uma carga especial. O leitor deverá, por isso, fazê-lo notar. “Assim<br />

fala o Senhor Deus: /// “Vou abrir os vossos túmulos, / e deles vos farei ressuscitar, /<br />

/ ó meu povo, // para vos reconduzir à terra de Israel”.<br />

2ª Leitura: Não é particularmente difícil, salvo a última frase. “E, se o Espírito<br />

d’Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos / habita em vós, // Ele, / que<br />

ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, // também dará vida aos vossos corpos<br />

mortais, / pelo seu Espírito que habita em vós”.<br />

e) Sugestão de cânticos: Entrada: Fazei-me justiça, F. Valente, BML 50, 15; Vem<br />

Salvador do mundo, F. Santos, NCT 94; Ofertório: Attende, Domine, NCT 122;<br />

Comunhão: O Senhor transferiu-nos, M. Luís, NCT 111.<br />

16 5º Domingo da Quaresma


Subsídios para as celebrações litúrgicas da Quaresma<br />

DOMINGO DE RAMOS<br />

a) Cartaz: “Jesus fez-se obediente até à morte”.<br />

b) Na Semana Santa a Igreja celebra os máximos mistérios da redenção humana.<br />

Foi para os realizar que Cristo fez a sua entrada messiânica em Jerusalém. O “Domingo<br />

de Ramos na Paixão do Senhor” une juntamente o triunfo real de Cristo e o anúncio<br />

da paixão. Ambos estes aspectos do mistério pascal devem ser postos em evidência<br />

tanto pela celebração como pela catequese deste dia.<br />

c) Tanto neste Domingo como nas celebrações dos dias que se seguem, com especial<br />

relevo para as do Tríduo Pascal, impõe-se uma preparação cuidada em todos os<br />

aspectos. As equipas litúrgicas e os responsáveis pela pastoral litúrgica em cada<br />

igreja elaborem um guião com a sequência das acções litúrgicas, incluindo um rol das<br />

coisas necessárias. Assim, na celebração, tudo estará no seu lugar e cada qual saberá<br />

bem o que deve fazer, quando e como.<br />

d) A Missa principal das comunidades é precedida pela solene Procissão de Ramos<br />

com a qual se comemora a entrada de Jesus em Jerusalém: é a verdadeira “procissão<br />

de Cristo-Rei”. Se não é possível dispor de um lugar apto para a reunião fora da<br />

igreja onde se vai celebrar a Missa, a procissão será substituída pela Entrada solene,<br />

conforme se descreve no Missal. Em ambos os casos valorizem-se os cânticos<br />

próprios deste dia. Também nas restantes Missas em que se fará a “entrada simples”,<br />

isto é, sem ramos, mas ainda assim mais solene do que nos outros domingos, se<br />

valorizará tanto quanto possível o cântico de entrada.<br />

e) A Paixão será lida por 3 pessoas que repartem as partes de Cristo, do narrador e<br />

das outras respostas. Na falta de diáconos ou de padres, dois leitores associar-se-ão<br />

ao sacerdote que, nesse caso, se reserva a parte de Cristo. A solenidade desta<br />

proclamação é intrínseca: dispensa luzes, incenso, saudação ao povo e signação do<br />

livro. Na medida do possível, leia-se o texto integral. E não se omita a homilia, ainda<br />

que brevíssima.<br />

f) Leitores: a 1ª leitura é um poema e deve ser lido como tal. Sugerem-se as<br />

seguintes cesuras em: discípulo, abatidos, ouvidos, discípulos, ouvidos, passo,<br />

batiam, barba, cuspiam, auxílio, envergonhado, pedra, desiludido. A 2ª leitura é<br />

outro poema. Sugerem-se cesuras em: divina, Deus, próprio, servo, homens, mais,<br />

cruz, exaltou, nomes, ajoelhem, abismos, Senhor, Pai.<br />

g) Sugestão de cânticos: Procissão: As crianças hebreias, F. Santos, NCT 96;<br />

Hossana ao Filho de David, M. Luís, NCT 95; Entrada: Glória, honra e louvor, F.<br />

Santos, NCT 97; Ofertório: Stabat Mater, NCT 123; Comunhão: Pai, se este cálice,<br />

F. Santos, BML 40, 16.<br />

Domingo de Ramos 17


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

O TRÍDUO PASCAL<br />

Hábitos e práticas a corrigir nas celebrações litúrgicas<br />

1. O Tríduo pascal, mais que um conjunto de celebrações episódicas e desconexas, é<br />

uma espécie de celebração contínua e rica, com aspectos múltiplos e diversos, que<br />

exprimem o mistério central da vida e da fé cristã: a passagem da morte à vida (a<br />

Páscoa). “A Igreja celebra em cada ano os grandes mistérios da redenção humana<br />

desde a Missa vespertina de Quinta-Feira “na ceia do Senhor”, até às Vésperas do<br />

Domingo da ressurreição” (Carta circular da Congregação para o Culto divino, 1988,<br />

sobre “Preparação e celebração das Festas Pascais = PCFP, 38). A celebração deste<br />

mistério assim condensada tem um ritmo litúrgico próprio que é assinalado no tempo<br />

pelo tríptico da Crucifixão, Sepultura e Ressurreição do Senhor.<br />

2. O ponto culminante do Tríduo é a Eucaristia da Vigília pascal (Cf. PCFP, 90). Muito<br />

embora se deva dar relevo justo à Eucaristia de Quinta-Feira santa, importa não<br />

transformá-la na Eucaristia mais importante do ano. O dinamismo impresso na liturgia<br />

do Tríduo aponta noutro sentido: após a explosão do Gloria, aguarda-se o Gloria da<br />

Vigília.<br />

3. O Tríduo inicia-se, por isso, com a Ceia do Senhor, na Véspera da sua Paixão (1º dia<br />

do Tríduo). Assim, a Missa de Quinta-Feira santa que comemora a Ceia do Senhor,<br />

deve celebrar-se pelo fim da tarde ou em hora mais conveniente a uma grande<br />

participação de fiéis, porventura, mais tardia. São proibidas as Missas sem participação<br />

de fiéis ou as Missas de grupo. Os fiéis deverão ser convidados a reunir-se numa<br />

igreja maior, os que puderem, na Catedral. (Cf. PCFP, 43, 46 e 47).<br />

4. As orientações litúrgicas apontam todas para uma estreita relação entre a celebração<br />

da Missa da Ceia do Senhor e a Celebração da Paixão: “O Sacrário deve estar<br />

completamente vazio ao começar a celebração. Hão-de consagrar-se nesta Missa as<br />

hóstias necessárias para a comunhão dos fiéis, e para que o clero e o povo possam<br />

comungar no dia seguinte... Para a reserva do Santíssimo... recomenda-se que não<br />

se perca de vista a sobriedade e austeridade que correspondem à Liturgia destes<br />

dias, evitando ou corrigindo qualquer forma de abuso... Com efeito a capela da<br />

reposição é preparada não para representar a “sepultura do Senhor”, mas para guardar<br />

o pão eucarístico para a comunhão que será distribuída na Sexta-Feira na Paixão do<br />

Senhor”. (Cf. PCFP, 48, 49, 55). A Missa da Ceia do Senhor nem tem bênção, nem<br />

despedida. E a Celebração da Paixão, não tem canto de entrada, nem saudação do<br />

Presidente. Os ritos iniciais são a procissão em silêncio e a prostração (Cf. PCFP,<br />

65).<br />

18 O Tríduo Pascal


Subsídios para as celebrações do Tríduo Pascal<br />

5. A Celebração da Paixão do Senhor deve celebrar-se numa hora entre as 12 e as 15<br />

horas. Se motivos pastorais sérios aconselharem outra hora, nunca seja antes do<br />

meio-dia, nem depois das 9 da noite (Cf. PCFP, 63). A adoração da Cruz é feita a<br />

uma única cruz e de forma pessoal. No caso excepcional de extraordinária concorrência<br />

de fiéis que impeça que o rito se desenrole de forma digna e em tempo conveniente,<br />

então, poder-se-á propor uma adoração colectiva. Nunca, entretanto, a adoração<br />

simultânea de várias cruzes (Cf. PCFP, 69). A celebração conclui com a oração<br />

sobre o povo, sem despedida.<br />

6. Neste dia não se celebra a Eucaristia. E a comunhão aos fiéis, com excepção dos<br />

doentes ausentes, é distribuída apenas durante a celebração. É proibido, também,<br />

celebrar qualquer sacramento, com excepção da Penitência e da Unção dos doentes.<br />

No sábado não há Missa, nem comunhão aos doentes, a não ser o viático. É proibida<br />

a celebração do Matrimónio e de outros sacramentos, para além do Sacramento da<br />

Penitência e da Unção dos doentes (Cf. PCFP, 59, 61, 75).<br />

7. O sábado santo (2º dia do Tríduo) é um dia cheio de grande significado. Não é o<br />

“sábado de aleluia”, mas o sábado do repouso junto do túmulo do Senhor, em que a<br />

igreja medita na Paixão, na Morte e na descida à mansão dos mortos do seu Redentor<br />

e aguarda, no jejum e na oração, a sua Ressurreição. Para além da reunião da<br />

comunidade para a oração, não há qualquer outra celebração, a não ser o carácter do<br />

próprio dia (Cf. PCFP, 73).<br />

8. A Vigília (3º dia do Tríduo) é o cume do Tríduo. Realiza-se integralmente de noite,<br />

“uma noite de vela em honra do Senhor” (Cf. PCFP, 77). Não faz parte do sábado,<br />

nem é, nem pode ser substituída por uma missa vespertina. “Por isso não deve<br />

escolher-se uma hora tão cedo que ela comece antes do início da noite, nem tão<br />

tardia que termine depois da alba do Domingo. Esta regra é de interpretação estrita.<br />

Qualquer abuso ou costume contrário... é de reprovar...” (PCFP, 78). A celebração<br />

deve começar, quanto possível, fora da igreja, à volta de uma fogueira. O círio<br />

pascal deve ser de cera, novo em cada ano, nunca fictício. A entrada na igreja deve<br />

ser apenas iluminada pelo círio que todos seguem (Presidente, ministros e fiéis). A<br />

liturgia da Palavra consta de 7 leituras do antigo Testamento e duas do novo.<br />

Excepcionalmente, poderá reduzir-se o número das leituras do A.T., nunca abaixo de<br />

três e sem omitir a leitura do Êxodo 14. O ponto alto é a celebração da Liturgia<br />

Eucarística. Evite-se que seja apressada.<br />

9. A Missa do domingo de Páscoa deve celebrar-se com a máxima solenidade.<br />

O Tríduo Pascal 19


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

MISSA DA CEIA DO SENHOR<br />

a) Hoje apenas são permitidas a Missa do Crisma e a Missa da Ceia do Senhor. São<br />

proibidas todas as Missas de defuntos.<br />

b) A Missa do Crisma, que o Bispo concelebra com o seu presbitério e na qual são<br />

benzidos os santos óleos, deve ser considerada como manifestação da comunhão<br />

dos presbíteros com o seu bispo. Para esta Missa reúnem-se e nela concelebram<br />

presbíteros das diversas zonas da Diocese, que são testemunhas e cooperadores do<br />

seu Bispo na confecção do Crisma e que, participando no seu poder sagrado de<br />

edificar, santificar e governar o povo de Deus, deste modo manifestam com clareza a<br />

persistência da unidade do sacerdócio e do sacrifício de Cristo na Igreja. Os fiéis<br />

devem participar também nesta Missa e nela receber a Eucaristia.<br />

c) A Missa do Crisma celebra-se com paramentos brancos e diz-se o Glória.<br />

d) Os novos óleos benzidos levam-se, de maneira digna, para as igrejas paroquiais e<br />

os antigos queimam-se ou lançam-se na lâmpada do Santíssimo Sacramento. A<br />

recepção dos santos óleos nas igrejas paroquiais realiza-se antes da Missa da Ceia<br />

do Senhor ou noutro momento mais oportuno. Elucidem-se porém os fiéis quanto à<br />

sua utilização e respectiva eficácia na vida cristã.<br />

e) A sagrada comunhão só pode distribuir-se aos fiéis dentro da Missa do Crisma e<br />

na Missa da Ceia do Senhor. Os que comungarem de manhã, podem voltar a receber<br />

a Eucaristia na Missa da Ceia do Senhor. Aos doentes, porém, a comunhão pode ser<br />

levada a qualquer hora do dia.<br />

f) Com esta Missa, celebrada na tarde de Quinta-feira da Semana Santa, a Igreja dá<br />

início ao sagrado Tríduo Pascal e procura recordar aquela última Ceia em que o<br />

Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tendo amado até ao fim os seus que<br />

estavam no mundo, ofereceu a Deus, sob as espécies do pão e do vinho, o seu<br />

Corpo e o Sangue, os deu aos Apóstolos para que os tomassem e lhes mandou a eles<br />

e aos seus sucessores no sacerdócio que os oferecessem.<br />

g) A Missa da Ceia do Senhor deve ser celebrada à tarde, à hora mais oportuna, com<br />

a participação plena de toda a comunidade local. Os presbíteros que já tiverem<br />

concelebrado na Missa Crismal, ou que devem celebrar outra Missa para utilidade<br />

dos fiéis, podem concelebrar também nesta Missa. Segundo antiquíssima tradição<br />

da Igreja, são proibidas as Missas sem povo.<br />

h) O sacrário deve estar vazio, e para a comunhão do clero e do povo, hoje e amanhã,<br />

consagram-se partículas nesta Missa.<br />

20 Missa da Ceia do Senhor


Subsídios para as celebrações do Tríduo Pascal<br />

i) A fim de guardar a Eucaristia para a comunhão do dia seguinte prepare-se, de<br />

maneira conveniente, uma capela, que favoreça a oração e a meditação. No entanto,<br />

recomenda-se muito o despojamento que convém à liturgia destes dias. Se o<br />

Santíssimo Sacramento se guarda habitualmente numa capela separada da nave central<br />

da igreja, é nessa mesma capela que deve preparar-se o lugar para a reposição e<br />

adoração. O Santíssimo deve, contudo, guardar-se num sacrário fechado, sendo<br />

absolutamente proibida a exposição na custódia. Além disso, o sacrário não deve ter,<br />

de modo algum, a forma de sepulcro, e até mesmo a própria palavra “sepulcro” deve<br />

ser evitada. Efectivamente, a capela destina-se apenas a guardar o Santíssimo<br />

Sacramento para a comunhão no dia seguinte.<br />

j) Dar realce à procissão de entrada. Haverá incenso.<br />

k) Suprimir o acto penitencial e destacar o cântico de Glória, com uma oportuna<br />

admonição.<br />

l) Se se fizer o acto penitencial, apresentamos, aqui uma proposta:<br />

“Hoje, acompanhamos Jesus no Cenáculo. Depois de termos percorrido as semanas<br />

da Quaresma, vivamos o momento culminante da vida de Jesus: a sua entrega até à<br />

morte, a sua ressurreição que nos dá vida.<br />

Que o nosso espírito esteja hoje unido a Jesus que nos mostra a grandeza do seu<br />

amor por cada um de nós. No pão e no vinho da Eucaristia, o seu Corpo e o seu<br />

Sangue, está a presença mais plena desse amor.<br />

Agora, em silêncio, peçamos ao Senhor que nos liberte do pecado que há em nós<br />

para termos força para seguir o Seu caminho”. (Silêncio Longo).<br />

1. Senhor, pão vivo descido do céu, tende piedade de nós<br />

2. Cristo, alimento de vida eterna, tende piedade de nós<br />

3. Senhor, caminho, verdade e vida, tende piedade de nós.<br />

m) Enquanto se canta Glória tocam-se os sinos, e uma vez terminado, não voltarão a<br />

tocar até à Vigília Pascal.<br />

n) Proclamar com muita vivacidade o relato da Última Ceia, sendo a aclamação cantada.<br />

o) O lava-pés, que segundo a tradição deste dia se faz a alguns homens escolhidos,<br />

manifesta o serviço e a caridade de Cristo, que não veio para ser servido, mas para<br />

servir. É conveniente conservar esta tradição e explicar o seu sentido genuíno.<br />

Missa da Ceia do Senhor 21


p) Admonição antes do Lava-Pés: “O Nosso Mestre e Senhor naquela noite antes da<br />

sua entrega, deixou-nos um sinal surpreendente: lavou os pés aos seus discípulos,<br />

como fazem os escravos. Vamos agora repetir este gesto para nos recordarmos de<br />

qual é o caminho a seguir para sermos verdadeiros cristãos”.<br />

q) Hoje, não se professa o Credo.<br />

Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

r) Proclamar o Prefácio I da Eucaristia. Poder-se-á proclamar a Oração Eucarística I<br />

(Cânon Romano), cantando as palavras da consagração.<br />

s) Dar destaque ao gesto da fracção do pão: utilizar um bom número de hóstias<br />

grandes para partir. Não começar a fracção antes de terminar o gesto da paz.<br />

t) Se possível, que a comunhão seja feita sob as duas espécies.<br />

u) Terminada a Oração depois da Comunhão, organiza-se uma procissão através da<br />

igreja com incenso e velas, na qual se leva a Eucaristia para a capela da reposição.<br />

v) Admonição para antes da Procissão da Reserva Eucarística: “Hoje, terminamos a<br />

nossa celebração com um acto de reconhecimento solene a Jesus presente na<br />

Eucaristia. A reserva para a comunhão de amanhã dá-nos a oportunidade de Lhe<br />

manifestarmos o nosso agradecimento, a Ele que se entrega por nós e nos dá o Seu<br />

Corpo e o Seu Sangue para que tenhamos vida. Adoremos o Senhor com toda a<br />

nossa fé”.<br />

w) Terminada a celebração deste dia, procede-se à desnudação privada dos altares e,<br />

sendo possível, retiram-se as cruzes da igreja. Convém que as cruzes, que por qualquer<br />

razão permaneçam na Igreja, sejam cobertas.<br />

x) Exortem-se os fiéis a fazer adoração diante do Santíssimo Sacramento, durante um<br />

conveniente tempo nocturno, segundo as circunstâncias locais, mas de modo que,<br />

após a meia noite, essa adoração seja feita sem solenidade. Sugerimos, aqui, alguns<br />

textos que ajudarão à Adoração: Jo cap. 15, 16 e 17, intercalados com cânticos.<br />

y) A procissão e a reposição do Santíssimo não se fazem nas igrejas em que não se<br />

celebra a Acção Litúrgica da Paixão do Senhor, na Sexta-feira seguinte.<br />

z) Sugestão de cânticos: Entrada: Toda a nossa glória, M. Luís, NCT 124; Salmo<br />

Resp: O cálice da bênção, M. Luís, NCT 125; Aclam. Evangelho.: Dou-vos um<br />

mandamento, NCT 126; Lava-pés: Recebemos do Senhor, M. Luís, NCT 127; Vós<br />

sereis meus amigos, M. Luís, NCT 128; Ofertório: Onde há caridade, M. Luís,<br />

NCT 129; Ubi caritas, c. gregoriano, NCT 172; Comunhão: O cálice da bênção, F.<br />

Silva, NCT 131; Procissão Eucarística: Celebremos o Mistério, F. Santos, NCT<br />

134.<br />

22 Missa da Ceia do Senhor


Subsídios para as celebrações do Tríduo Pascal<br />

CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR<br />

a) Neste dia, em que Cristo nossa Páscoa, foi imolado, a Igreja olha para a cruz do<br />

seu Senhor e Esposo e adora-a, comemora o seu nascimento do lado de Cristo<br />

adormecido na cruz, e intercede pela salvação do mundo inteiro.<br />

b) A Sexta-Feira Santa é dia de Páscoa. Somos convidados a contemplar, à luz da<br />

ressurreição a «Bem-aventurada Paixão» de Nosso Senhor Jesus Cristo e a imolação<br />

real do «Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo». Desde o hino do ofício<br />

divino nas Horas da manhã que a Igreja canta comovida os louvores da «árvore<br />

nobre, gloriosa e santa» que é a Cruz, primícias de um novo Paraíso. Na Cruz se<br />

consuma e culmina a história da salvação que tem a sua fonte escondida no mistério<br />

do amor do Pai.<br />

c) A Sexta-Feira Santa é um dia «a-litúrgico», isto é, sem celebração da Eucaristia.<br />

Lembrando a sugestão do Mestre, os discípulos jejuam nos dias em que o Esposo<br />

lhes foi tirado... Com efeito, para a Igreja antiga, a Eucaristia quebrava o jejum... O<br />

altar despojado no início da celebração da Paixão indica isso mesmo. Valorize-se a<br />

Liturgia das Horas, celebrando comunitariamente, se possível, o Ofício de Leituras<br />

e as Laudes.<br />

d) A sagrada comunhão é distribuída aos fiéis apenas dentro da celebração da Paixão<br />

do Senhor; mas aos doentes que não podem participar nesta celebração, pode levarse<br />

a qualquer hora do dia.<br />

e) Além da Penitência e da Unção dos enfermos, não se devem celebrar outros<br />

sacramentos. As exéquias devem realizar-se sem canto, sem órgão e sem toque de<br />

sinos.<br />

f) A Sexta-Feira Santa é dia de jejum e abstinência. Mais do que uma prática ascética<br />

e penitencial (como em Quarta-Feira de Cinzas), este é um «jejum festivo», participação<br />

vital no mistério pascal, contraponto (e pressuposto) do banquete eucarístico que<br />

encerrará a vigília na noite santa.<br />

g) A celebração da Paixão do Senhor deve fazer-se depois do meio dia, cerca das três<br />

da tarde; se verdadeiras razões pastorais o aconselharem, pode escolher-se uma hora<br />

mais conveniente a partir do meio dia, mas não depois das nove horas da noite.<br />

h) Toda a Acção Litúrgica deve ser realizada de acordo com o que prescrevem os<br />

livros litúrgicos. Ninguém, por sua livre iniciativa, lhe deve introduzir alterações. Esta<br />

liturgia nada tem de exequial: neste primeiro dia do Tríduo, como no Pentecostes, a<br />

Páscoa veste-se de vermelho, a cor do sangue, do fogo, do amor e do Espírito.<br />

Celebração da Paixão do Senhor 23


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

i) Admonição para antes do início da celebração: “Sexta-feira Santa, dia de silêncio e<br />

de oração. Jesus, o Senhor, morre na cruz. Estamos aqui reunidos na fé para<br />

expressarmos a nossa gratidão a Jesus. Porque o Seu Sangue e a Sua Cruz são a<br />

fonte da nossa vida, a luz do nosso caminho, a força que nos transforma.<br />

Diante da Cruz de Jesus, sentimo-nos pecadores e fracos. Mas, também sentimos,<br />

que graças a Ele, e unidos a Ele, podemos viver. Queremos hoje manifestar o nosso<br />

amor e gratidão, porque Ele nos amou primeiro, porque nos salvou e nos libertou”.<br />

j) O altar deve estar desnudado: sem toalhas, sem cruz, sem candelabros.<br />

k) Para a leitura da Paixão, veja-se o que foi dito para o Domingo de Ramos.<br />

l) A cruz que se mostra ao povo e se apresenta à adoração deve ser suficientemente<br />

grande e esculpida à mão, com elegância. A fórmula para mostrar a cruz e a resposta<br />

do povo devem ser proferidas com canto. Em razão da verdade do sinal, deve<br />

apresentar-se à adoração uma só cruz. Hão-de, depois, tomar-se providências para<br />

que cada um dos fiéis possa adorar a cruz, o que é muito importante na celebração<br />

deste dia. O rito em que a cruz é adorada simultaneamente por todos, em silêncio,<br />

deve utilizar-se apenas quando os fiéis que participam na celebração forem deveras<br />

muito numerosos.<br />

m) A acção litúrgica concentra-se na escuta da Palavra (Paixão proclamada), na<br />

oração (Paixão invocada) e na adoração da Santa Cruz (Paixão adorada). Esta<br />

deve ser feita com calma e beleza (por ex., lançando à cruz folhas de louro e flores;<br />

colocando um difusor de incenso junto ao lugar da adoração...). Na medida do<br />

possível, dê-se oportunidade a todos os fiéis de se aproximarem pessoalmente do<br />

crucifixo para a adoração. A comunhão com os dons «pré-santificados» na Eucaristia<br />

da véspera proporciona uma forma ulterior e específica de participação neste mistério<br />

pascal.<br />

n) Depois da celebração da Paixão do Senhor, leva-se a Santíssima Eucaristia, de<br />

forma simples, para o lugar da reserva, e aí se guarda, junto da lâmpada acesa. E<br />

desnuda-se o altar de forma privada, deixando sobre ele a cruz e os candelabros. É<br />

conveniente preparar um local apropriado que facilite a oração e a meditação, e onde<br />

se coloque a cruz a adorar pelos fiéis.<br />

o) Hoje, depois da desnudação da cruz e amanhã, até à Vigília Pascal exclusive,<br />

genuflecte-se à cruz.<br />

p) Devem fazer-se também aqueles exercícios de piedade popular que têm , por si<br />

mesmos, grande importância pastoral: a Via-Sacra, as procissões da Paixão do Senhor,<br />

24 Celebração da Paixão do Senhor


Subsídios para as celebrações do Tríduo Pascal<br />

a memória das dores da Santíssima Virgem Maria. Os seus textos e cantos devem<br />

estar de acordo com a liturgia e mostrar que esta, por sua natureza, é superior a esses<br />

exercícios de piedade.<br />

q) Sugestão de cânticos: Salmo Resp: Pai, nas vossas mãos, M. Luís, NCT 135;<br />

Aclam. Ev.: Cristo obedeceu, F. Santos, NCT 136; Adoração da Cruz: Ó Cruz fiel,<br />

F. Santos, NCT 142; Adoramos, Senhor, M. Luís, NCT 138; Meu povo, que te fiz<br />

eu?, M. Luís, NCT 140; Comunhão: Lembrai-vos de nós, M.Luis NCT 146. Ofício<br />

de Leituras e Laudes: NCT 501 e ss.<br />

SÁBADO SANTO<br />

a) No Sábado Santo a Igreja detém-se junto do sepulcro do Senhor, meditando na<br />

sua paixão e morte e na sua descida à mansão dos mortos e aguardando, no jejum e<br />

nas orações, a sua ressurreição. Importa recuperar este segundo dia do Tríduo sacro<br />

na vida e espiritualidade dos fiéis. Dia de jejum, recomendado a quantos o possam<br />

guardar, o Sábado Santo é também «dia alitúrgico», sem celebração eucarística.<br />

Mas, liturgicamente falando, não é um dia vazio. Recomenda-se muito a celebração<br />

do Ofício de Leitura e de Laudes com a participação do povo. Se não for possível,<br />

faça-se uma celebração da Palavra de Deus ou outro exercício de piedade que esteja<br />

de acordo com o mistério do dia. Esta fornecerá o enquadramento ideal para a<br />

celebração dos ritos imediatamente preparatórios dos Baptismos que terão lugar na<br />

Vigília, sobretudo de adultos e crianças em idade de catequese, parte integrante do<br />

Tríduo Sacro.<br />

b) Na igreja pode propor-se à veneração dos fiéis uma imagem de Cristo crucificado,<br />

ou depositado no sepulcro, ou descendo à mansão dos mortos, que torne claro o<br />

mistério do Sábado Santo, ou também uma imagem das dores da Santíssima Virgem.<br />

c) Neste dia a Igreja abstém-se por completo da celebração da Eucaristia. A sagrada<br />

comunhão apenas pode ser dada como Viático. Não deve fazer-se a celebração do<br />

matrimónio nem de outros sacramentos, com excepção da Penitência e da Unção<br />

dos Enfermos.<br />

d) Esclareçam-se os fiéis acerca da natureza peculiar deste dia. As tradições festivas<br />

intimamente ligadas à celebração da Páscoa, outrora antecipadas para o Sábado<br />

Santo, sejam reservadas para a noite e para o dia de Páscoa.<br />

e) Sugestão de cânticos: Ofício de Leituras e Laudes: NCT 515 e ss.<br />

Sábado Santo 25


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

O TEMPO PASCAL<br />

A nossa pastoral tem a boa tradição de investir bastante na Quaresma mas, talvez,<br />

descuidar um pouco a Páscoa (os 50 dias de festa). Tal procedimento é causa de uma<br />

certa desfiguração da Páscoa e da vida cristã. O que se poderá fazer?<br />

Com a finalidade de celebrar melhor e de viver frutuosamente os dias santos da<br />

Páscoa, apresentamos, em síntese, algumas orientações da Carta Circular da Congregação<br />

para o Culto divino, de 16 de Janeiro de 1988 sobre a “Preparação e celebração das<br />

festas pascais”.<br />

1. A celebração da Páscoa continua no tempo pascal. Os cinquenta dias que se<br />

seguem desde o Domingo da Ressurreição até ao Domingo de Pentecostes, celebram-se<br />

na alegria como um único dia de festa, mais ainda, como o “grande Domingo” (nº<br />

100).<br />

2. Os Domingos deste<br />

tempo são considerados como<br />

“Domingos de Páscoa” e têm<br />

precedência sobre qualquer<br />

festa do Senhor e qualquer<br />

solenidade. As solenidades que<br />

ocorram nestes Domingos<br />

devem transferir-se para a<br />

Segunda-Feira seguinte. As<br />

celebrações em honra da<br />

Santíssima Virgem ou dos<br />

Santos, que caem na semana,<br />

não podem ser transferidas para<br />

estes Domingos (nº 101).<br />

3. Os neófitos tenham<br />

reservado um lugar especial<br />

entre os fiéis durante todo o<br />

tempo pascal, nas Missas<br />

26 O Tempo Pascal


Subsídios para as celebrações do Tríduo Pascal<br />

dominicais. Os neófitos procurem participar nas Missas juntamente com os seus<br />

padrinhos. Na homilia e, quando parecer oportuno, na oração universal ou dos fiéis,<br />

faça-se menção deles. Organize-se uma celebração especial, conforme os costumes de<br />

cada região, nas proximidades do Pentecostes, para terminar o tempo da mistagogia. É<br />

muito conveniente que as crianças façam a sua primeira comunhão nestes domingos<br />

pascais (nº 103).<br />

4. Durante o Tempo pascal, os pastores instruam os fiéis já iniciados no Sacramento<br />

da Eucaristia sobre o significado do preceito da Igreja de receber neste tempo a sagrada<br />

comunhão. Muito se recomenda que, especialmente durante a oitava de Páscoa, se<br />

leve a comunhão aos enfermos (nº 104).<br />

5. Onde é costume benzer as casas por ocasião das festas pascais, essa bênção<br />

seja feita pelo pároco ou por outros sacerdotes ou diáconos por ele delegados. Esta é<br />

uma ocasião preciosa para exercitar o ofício pastoral. O pároco acorra às casas, para<br />

fazer visita pastoral a cada família, mantenha um colóquio com os seus membros e com<br />

eles celebre um momento de oração, usando os textos do Ritual das Bênçãos (bênção<br />

anual nas casas). Nas grandes cidades veja-se a possibilidade de reunir várias famílias ao<br />

mesmo tempo, para celebrar em conjunto o rito da bênção (nº 105).<br />

6. Segundo a diversidade de países e culturas, existem muitos costumes populares,<br />

vinculados com as celebrações do tempo pascal, que porventura suscitam uma<br />

participação popular superior à das próprias celebrações litúrgicas. Tais costumes não<br />

devem ser desprezados, dado que, frequentemente, exprimem bem a mentalidade<br />

religiosa dos fiéis... (nº 106).<br />

7. Este sagrado tempo de cinquenta dias conclui-se com o Domingo de Pentecostes<br />

em que se comemora o dom do espírito Santo derramado sobre os Apóstolos, os<br />

primórdios da Igreja e o início da sua missão a “todas as línguas, povos e nações”.<br />

Recomenda-se a celebração prolongada da Missa da Vigília de Pentecostes, que<br />

não tem um carácter baptismal como a Vigília de Páscoa, mas antes o de oração<br />

intensa, segundo o exemplo dos Apóstolos e discípulos, que perseveravam unânimes<br />

em oração com Maria, a Mãe de Jesus, esperando o dom do Espírito Santo (nº 107).<br />

8. “É próprio da festa pascal que toda a Igreja se alegre pelo perdão dos pecados,<br />

concedido não só àqueles que renasceram por meio do santo Baptismo, mas também<br />

àqueles que já são contados há mais tempo no número dos filhos adoptivos de Deus”.<br />

Mediante uma actividade pastoral mais diligente e um maior empenho espiritual<br />

por parte de todos e cada um, com a graça de Deus, será possível a quantos tiverem<br />

participado nas festas pascais testemunharem na vida o mistério da Páscoa celebrado na<br />

fé (nº 108).<br />

O Tempo Pascal 27


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

VIGÍLIA PASCAL<br />

a) Segundo antiquíssima tradição, esta noite é admirável para o Senhor, e a Vigília que<br />

nela se celebra, para comemorar a noite santa em que o Senhor ressuscitou, é tida<br />

como a “mãe de todas as santas vigílias”. Nela, com efeito, a Igreja aguarda, em<br />

expectativa vigilante, a ressurreição do Senhor, e celebra os sacramentos da iniciação<br />

cristã. Além disso, a tradição cristã sempre reconheceu, nesta Vigília, uma característica<br />

de expectativa pela vinda do Senhor nos últimos tempos.<br />

b) A celebração da Vigília Pascal realiza-se toda de noite, de tal modo que, ou não<br />

comece antes do início da noite, ou acabe antes do raiar do dia de domingo. Deve<br />

reprovar-se o hábito de celebrar a Vigília Pascal à hora em que as Missas vespertinas<br />

do domingo costumam antecipar-se para o sábado. Alem disso, toda a celebração<br />

deve ser orientada de modo a favorecer a sua natureza de vigília prolongada.<br />

c) Não é permitida a celebração só da Missa sem os ritos da Vigília Pascal. Deve<br />

celebrar-se onde haja uma fonte baptismal.<br />

d) Para toda a acção litúrgica os ministros sagrados revestem-se, como para a Missa,<br />

de paramentos brancos.<br />

e) A Vigília desta noite está ordenada de tal modo que, após breve lucernário (primeira<br />

parte da Vigília), a Igreja santa medita nas maravilhas que o Senhor Deus realizou,<br />

desde o princípio, em favor do seu povo, confiando-lhe a sua palavra e a promessa<br />

(segunda parte ou liturgia da palavra), até ao momento em que, ao aproximar-se o dia<br />

da ressurreição, juntamente com os novos membros renascidos no baptismo (terceira<br />

parte), os convida para a mesa que o Senhor Jesus, pela sua morte e ressurreição,<br />

preparou para o seu povo (quarta parte).<br />

f) Toda a Vigília Pascal é enriquecida por símbolos e ritos, a realizar com amplitude e<br />

a dignidade que se harmonizem com eles, para que os fiéis lhes descubram o sentido,<br />

insinuado também nas admonições e orações. É conveniente sobretudo levar os<br />

fiéis, por meio de breve admonição, a compreenderem o sentido tipológico das<br />

leituras do Antigo Testamento que se fazem na Vigília.<br />

g) Sendo esta a mais alta expressão litúrgica da Igreja e a principal celebração de<br />

todo o ano litúrgico, é conveniente imprimir-lhe o máximo da solenidade. Abundam<br />

os elementos capazes de fazer vibrar os corações: fogo, luz, água, pão, crisma,<br />

incenso, gestos, movimentos, cantos, música instrumental e repicar de sinos, tempo<br />

fora do habitual, ornamentações exuberantes... Mas tanta riqueza pode tornar-se um<br />

28 Vigília Pascal


Subsídios para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

problema e redundar numa celebração confusa e anárquica se não houver a previdência<br />

de uma programação cuidada e de um ensaio diligente dos muitos que são chamados<br />

a intervir ao serviço da participação plena e consciente de todos.<br />

h) Para a bênção do lume novo deve preparar-se, na medida do possível, uma fogueira,<br />

num lugar conveniente fora da igreja, cuja chama consiga, de facto, dissipar as trevas<br />

e iluminar a noite.<br />

i) Para ser mantida a verdade do símbolo, o círio pascal deve ser inteiramente feito<br />

de cera, ter grandes dimensões, e renovar-se todos os anos. Efectivamente, ele deve<br />

exprimir a figura de Cristo que, como verdadeira luz, ilumina o mundo. Deve ser<br />

benzido com os sinais e as palavras que vêm nos livros litúrgicos.<br />

j) O precónio pascal pode ser anunciado, se for necessário, por um cantor que não<br />

seja diácono, o qual não recebe a bênção do celebrante. Pode cantar-se na forma<br />

longa ou na forma breve.<br />

k) Devem ler-se pelo menos três leituras do Antigo Testamento, e em casos mais<br />

urgente ao menos duas; nunca se deve omitir a leitura do Livro do Êxodo.<br />

l) A liturgia baptismal da Vigília Pascal atinge a sua plenitude quando se celebra o<br />

baptismo de adultos, ou pelo menos de crianças. Todavia, mesmo quando não se<br />

celebra o baptismo, deve fazer-se, nas igrejas paroquiais, a bênção da água baptismal.<br />

Nos lugares onde a fonte não deve ser benzida, para recordar o baptismo deve fazerse<br />

a bênção da água, com a qual, depois da renovação das promessas baptismais, o<br />

povo é aspergido.<br />

m) Ao Evangelho, pode usar-se incenso, mas não se levam velas.<br />

n) É conveniente, para que na Vigília Pascal o sinal eucarístico atinja toda a sua plenitude<br />

na comunhão, distribuí-la sob as espécies do pão e do vinho.<br />

o) A despedida, cantada com um duplo aleluia, deve pôr um fim festivo a toda Vigília.<br />

Uma festa que deve prolongar-se durante 50 dias. Seria muito bom, que no final da<br />

Vigília Pascal, antes de todos irem descansar, fazer uma pequena “ceia” ou lanche<br />

fraterno (alguns doces com uma bebida quente), especialmente para os membros do<br />

Grupo Coral, os acólitos, os leitores com o Pároco. Também poderão ser convidadas<br />

as restantes pessoas.<br />

Vigília Pascal 29


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

p) Sugestão de cânticos: Salmos Resp: à 1ª leitura: Enviai Senhor, M. Luís, NCT<br />

149; à 2ª leitura: Defendei-me, Senhor, F. Santos, NCT 150; à 3ª leitura: Cantemos<br />

ao Senhor, F. Santos, NCT 151; à 4ª leitura: Eu vos glorifico, F. Santos, NCT 152;<br />

à 5ª leitura: Das fontes da salvação, F. Santos, NCT 153; à 6ª leitura: Senhor, Vós<br />

tendes Palavras, F. Santos, NCT 154; à 7ª leitura: Como suspira o veado, M. Luís,<br />

NCT 155; Aleluia: tríplice aleluia, conforme a melodia proposta no Missal, 308,<br />

acrescentando-se o Salmo de NCT 156; Ladaínhas: NCT 156, corrigindo as<br />

invocações de acordo com o novo Missal, 310-311; Bênção da água: Fontes do<br />

Senhor, M. Luís, NCT 158; Durante a procissão e aspersão: Sois a obra das<br />

mãos de Deus, F. Santos, NCT 161; Vós que fostes baptizados, F. Santos, BML 7,<br />

7; Comunhão: Às bodas do Cordeiro, M. Luís, NCT 166; Final: Louvai o Senhor<br />

(= Salmo 150), F. Santos, NCT 170; Cristo ressuscitou, F. Santos, NCT 169.<br />

30 Vigília Pascal


Subsídios para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

DOMINGO DE PÁSCOA<br />

a) Cartaz: “O Senhor ressuscitou verdadeiramente”.<br />

b) Começa hoje o tempo pascal, um tempo prolongado que irradia os temas da<br />

noite santa. Na verdade, um dia não basta para compreender e viver o mistério deste<br />

acontecimento que modificou o sentido da história: a morte e a ressurreição de Jesus.<br />

Por isso dedicamos-lhe 50 dias completos que são, porém, como que um único dia:<br />

o dia da vida, o dia da ressurreição, “o dia que o Senhor fez” para nos alegrarmos e<br />

exultarmos.<br />

c) Todos os recursos expressivos aptos a criar e intensificar um clima de alegria e<br />

festa, são hoje chamados a dar o seu máximo contributo à celebração da Igreja:<br />

música coral e instrumental (hoje retoma-se o canto do Aleluia e do Glória), iluminação,<br />

decoração floral, paramentos... No presbitério, colocado no melhor candelabro, junto<br />

do ambão ou do altar, deverá sobressair o Círio pascal, verdadeiro, actual e bem<br />

dimensionado: é o sinal de Cristo que ressuscita glorioso, dissipando as trevas do<br />

coração e da mente.<br />

d) A tradição litúrgica privilegia a celebração das Vésperas da Ressurreição,<br />

eventualmente com procissão ao Baptistério durante o cântico evangélico. Tanto a<br />

Missa como o Ofício de Vésperas se poderão conjugar com a tradicional “recolha<br />

do compasso” numa celebração popular marcante. Porque estamos no Ciclo A, não<br />

aconselhamos a leitura do Evangelho da aparição aos discípulos de Emaús, proposta<br />

facultativamente para as Missas da tarde, porquanto esse será o Evangelho do 3º<br />

Domingo.<br />

e) Na medida do possível, acolha-se a sugestão da Igreja que hoje nos propõe substituir<br />

o Acto penitencial da Missa pelo rito da aspersão com água benzida na Vigília,<br />

enquanto se canta uma antífona ou hino apropriado. Com a mesma água deverão<br />

encher-se as pias tradicionalmente colocadas às entradas das igrejas. Onde não se<br />

tenha celebrado a Vigília proceder-se-á também à bênção da água (cf. Missal, 1359-<br />

1365).<br />

Domingo de Páscoa 31


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

f) Leitores: uma vez que as leituras deste Domingo são iguais nos três ciclos,<br />

recomendamos que se façam pelo Leccionário dos Anos B e C, porque neles se<br />

corrigiram algumas das gralhas que prejudicam o texto impresso para o Ano A (1.ª<br />

edição):<br />

- 1ª leitura: o leitor que dará voz ao pregão pascal de Pedro deverá vibrar com a<br />

convicção de uma experiência arrebatadora; a dificuldade reside nas frases longas<br />

que exigem um treino mais apurado da respiração e da pontuação.<br />

- 2ª leitura (Cl): também aqui o entusiasmo da fé é o pressuposto de uma boa<br />

leitura; na 1ª frase haja o cuidado de não deixar cair a voz antes do ponto final (Deus);<br />

leia devagar; entoe as frases com o devido relevo, evitando a recitação monocórdica;<br />

sem comer sílabas, saboreie as palavras respeitando o vigor próprio de cada.<br />

(1Cor): coloque a interrogação da 1ª frase principalmente em “Não sabeis”; cuide a<br />

pronúncia de leveda, pães ázimos (sem forçar a distinção das palavras mas também<br />

sem as fundir); e não se esqueça da frase principal...<br />

g) Sugestão de cânticos: Entrada: O Senhor ressuscitou, M. Luís, NRMS 25; Ó<br />

Páscoa gloriosa, F. Santos, NCT 175; Sequência: os cristãos entoem, M. Faria,<br />

BML 46, 8; Victimae paschali, c. greg., NCT 202; Comunhão: Sempre que comemos<br />

o Pão, F. Santos; Cristo, nossa Páscoa, M. Simões, BML 36, 12; Reconhecei neste<br />

Pão, M. Luís, ENPL IX, 67.<br />

32 Domingo de Páscoa


a) Cartaz: “Cristo Ressuscitou. E eu?”<br />

Subsídios para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

2º DOMINGO DA PÁSCOA<br />

b) Todos os Domingos, desde o Tríduo Pascal até ao Pentecostes, são “Domingos<br />

de Páscoa” a viver num contínuo clima de festa: luz, cor e música num clima de<br />

jubilosa exultação... A Páscoa é uma ocasião para proporcionar aos fiéis uma<br />

celebração mais bela, em que todos se sintam bem e participantes. Neste “contínuo”,<br />

os três primeiros Domingos são caracterizados pela leitura dos evangelhos das<br />

aparições de Cristo ressuscitado. Esta é, portanto, uma ocasião privilegiada para<br />

aprofundar e renovar nos fiéis a consciência da presença de Cristo ressuscitado na<br />

vida da Igreja (ver as primeiras leituras), particularmente nas celebrações litúrgicas: é<br />

o “tempo da mistagogia”.<br />

c) Seria bom que todas as eucaristias destes domingos iniciassem com o rito da<br />

aspersão da água abençoada com a fórmula própria do tempo pascal (MR, 1359-<br />

1365). Sugerimos também que se conclua a celebração com a bênção solene prevista<br />

no Missal (MR 558), se possível cantada. Hoje, como durante toda a Oitava, não se<br />

esqueça o duplo aleluia à despedida.<br />

d) Em algumas comunidades hoje ainda é dia de visita pascal. Noutros lados há o<br />

costume de levar neste dia a comunhão pascal aos doentes e idosos, impedidos de<br />

se deslocarem à igreja. Sugerimos que se solenize essa visita e comunhão, que se<br />

pode prolongar por todos os Domingos da Páscoa, aproveitando também para<br />

manifestar aos doentes, através de algum gesto, que a comunidade os não esquece...<br />

e) Leitores: 1ª Leitura: Ao longo da Cinquentena pascal a 1ª Leitura será dos Actos<br />

dos Apóstolos. Uma primeira dificuldade virá do anúncio do título. A dicção dos<br />

“ss” e a ligação das palavras pode dar uma ideia falsa do título: “Leitura doxatox<br />

doxapostolox” ou “Leitura dozatoz dozapostoloz”. Importa pronunciar o “s”<br />

levemente e, em último recurso, fazer rápidas cesuras. Deve ler-se o texto calmamente,<br />

atendendo às enumerações - p. ex.: à comunhão fraterna (1), à fracção do pão (2), e<br />

às orações (3). Pronuncie as sílabas todas: “inumeráveis”, “prodígios”,<br />

“propriedades”, “distribuíam”, “simplicidade”, etc..<br />

2ª Leitura: Eis uma leitura nada fácil. Note que a leitura tem praticamente 2 frases (+<br />

duas finais) e palavras difíceis: misericórdia, ressurreição, corrompe, “se vai revelar”,<br />

provações, submetida, perecível, inefável, etc.. Uma proposta de cesuras em: Deus,<br />

Cristo, misericórdia, mortos, viva, desaparece, vós, fé, tempos/// alegria, tempo,<br />

provações, fé, fogo, honra, manifestar///etc.. A proposta só é viável se o leitor treinar<br />

muito e tiver uma boa técnica respiratória que evite o correr ou o sufoco.<br />

f) cânticos: Nós vimos o Senhor, F. Santos, NCT 174; Ofertório: Regina cœli, c.<br />

greg., NCT 205; Comunhão: Aproxima a tua mão, F. Santos.<br />

2.º Domingo da Páscoa 33


a) Cartaz: “Fica entre nós, Senhor”.<br />

Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

3º DOMINGO DA PÁSCOA<br />

b) Seria bom que a Eucaristia deste domingo se iniciasse com o rito da aspersão da<br />

água abençoada com a fórmula própria do tempo pascal (MR, 1359-1365). Sugerimos<br />

também que se conclua a celebração com a bênção solene prevista no Missal (MR<br />

558), se possível cantada.<br />

c) No momento da Profissão de Fé (Credo), sugerimos a utilização da fórmula que se<br />

encontra no Ritual do Baptismo na p. 87, terminando com a aclamação final, se<br />

possível, cantada.<br />

d) Sugestão de Cânticos: Entrada: Os discípulos conheceram, C. Silva ; Aclamai a<br />

Deus, F. Valente; Comunhão: Reconhecei neste pão, M. Luís, N.C.T. 197; Final:<br />

Ressuscitou, aleluia!, A. Cartageno, N.C.T. 200.<br />

34 3.º Domingo da Páscoa


Subsídios para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

4º DOMINGO DA PÁSCOA<br />

a) Cartaz: “Ele chama as suas ovelhas pelos nomes”.<br />

b) A figura de Cristo, considerado na Sua relação aos fiéis e à Igreja, domina toda a<br />

Liturgia deste Domingo. Ele é a Porta! As portas das nossas igrejas recordam essa<br />

verdade. Mas, entre todas, a principal, ornada como convém a símbolo tão santo e<br />

guarnecida com os seus reposteiros e anteparos, deve ser para todos os fiéis um<br />

apelo a entrar por Cristo, Porta que os introduz na segurança do redil acolhedor do<br />

Pai para saborear a abundância do alegre festim da salvação.<br />

c) Jesus “chama as ovelhas pelo nome”, dando a cada qual uma “vocação” singular.<br />

É porque Ele chama que hoje se celebra o dia mundial das Vocações de especial<br />

consagração: não se trata apenas do chamamento para o ministério de “pastor”, mas<br />

sim de todas vocações que o Pastor faz a segui-l’O com radicalidade.<br />

d) A celebração litúrgica da Missa dominical não deixará, certamente, de dar expressão<br />

à solicitude de Cristo e da Igreja pelas vocações. Contudo a homilia mais do que<br />

dissertar sobre o tema, deverá celebrar Cristo: é Ele que chama e é Ele o modelo.<br />

Valorize-se também a oração dos fiéis, num vaivém fecundo entre a Palavra proclamada<br />

e as necessidades sentidas do Povo de Deus. Aproveitem-se as oportunas sugestões<br />

dadas para o dia mundial das Vocações.<br />

e) Leitores: 1ª Leitura: O texto tem uma variedade de vozes e tons: o narrador, o<br />

discurso de Pedro, o diálogo dos ouvintes com os apóstolos. O leitor saberá, sem<br />

excesso de teatralidade, modular a sua voz. Atenção a algumas palavras: “crucificastes”,<br />

“trespassado”, “persuadia”, “exortava”, “perversa”, etc..<br />

2ª Leitura: Proposta de divisão do texto: Leitura da primeira Epístola de S. Pedro//<br />

/// Caríssimos/// bem/ paciência// chamados// vós/ exemplo/ passos// algum/ mentira/<br />

/ Insultado/ injúrias// maltratado/ ameaças// justiça/// Corpo/ cruz// pecado/ justiça///<br />

curados/// desgarradas// agora/ almas///// Palavra do Senhor.<br />

f) Sugestão de cânticos: Entrada: Na sua dor, M. Luís, NCT 173; Ofertório:<br />

Glória a Vós, ó Cristo, M. Luís, NCT 192; Victimae Paschali laudes, c. greg., NCT<br />

202; Comunhão: Jesus Cristo, ó Porta do Reino, F. Santos, NCT 110; Deus é Bom<br />

Pastor, M. Luís, NCT 194.<br />

4.º Domingo da Páscoa 35


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

5º DOMINGO DA PÁSCOA<br />

a) Cartaz: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.<br />

b) A primeira leitura, sempre dos Actos dos Apóstolos, concentra a nossa atenção na<br />

vida da Igreja como lugar por excelência da presença do Ressuscitado e da acção do<br />

Espírito Santo. Cada comunidade poderá rever-se nela de acordo com a sua própria<br />

actualidade e prioridades pastorais: conflitos entre grupos; relação entre caridade,<br />

Palavra e vida litúrgica; participação e corresponsabilidade, ministérios e comunhão<br />

eclesial.<br />

c) Leitores: 1ª Leitura: A leitura supõe duas vozes: o narrador e os apóstolos. Deve<br />

prestar-se atenção a algumas palavras: helenistas, pregar (leia-se: prègar), reputação,<br />

Estêvão, Prócoro, Nicanor, Timão, Parmenas, prosélito, Antioquia (não Antióquia),<br />

consideravelmente.<br />

2ª Leitura: Há expressões e frases entre aspas que não contam para a leitura (estes<br />

sinais de escrita são intransmissíveis oralmente). Leiamos, pois, como se não houvesse<br />

aspas. Por exemplo: Para os incrédulos, porém,/ “a pedra que os construtores<br />

rejeitaram/ tornou-se pedra angular”,/ “pedra de tropeço/ e pedra de escândalo”.//<br />

d) Sugestão de cânticos: Entrada: O Senhor ressuscitou, M. Luís, NCT 176;<br />

Ofertório: Nossa Páscoa imolada, A. Cartageno NCT 538; Comunhão: Nós somos<br />

as pedras vivas.<br />

6º DOMINGO DA PÁSCOA<br />

a) Cartaz: “Se me tendes amor, guardareis os meus mandamentos”.<br />

b) O Evangelho, situado ainda na intimidade do Cenáculo, orienta-nos claramente<br />

para as próximas solenidades que assinalam o ponto culminante do tempo pascal: a<br />

Ascensão e o Pentecostes.<br />

c) Numa perspectiva mistagógica, este Domingo presta-se ao aprofundamento do<br />

tema do Espírito Santo na vida da Igreja (evangelho e 1ª leitura), nos sacramentos,<br />

particularmente no Crisma (1ª leitura), e na profissão e testemunho da nossa esperança<br />

(2ª leitura).<br />

36 5.º e 6.º Domingos da Páscoa


d) A palavra de Jesus no Evangelho, “não vos deixarei órfãos”, leva-nos a sugerir para<br />

este Domingo o prefácio da Páscoa III: “Cristo vive eternamente e intercede por<br />

nós” (Missal Romano, p. 471).<br />

e) Sem se distrair da temática principal já referida, a celebração cristã também não<br />

pode ser indiferente à circunstância de ocorrer neste Domingo o “Dia da Mãe”.<br />

Para nós surge espontânea a ligação dessa efeméride à vaga de fundo que o mês de<br />

Maria ocasiona. Durante a Missa poderá mencionar-se brevemente o facto, logo a<br />

seguir à saudação inicial ou antes da bênção final, esta parece ser a opção menos<br />

dispersiva. Também ficará bem contemplar esta intenção com uma prece na oração<br />

universal.<br />

f) Leitores: 1ª Leitura: O texto não é difícil. Não quer isto dizer que não precise de<br />

estudo e trabalho. Nunca ninguém deveria ter a ousadia de subir ao ambão sem ter<br />

estudado o texto que vai proclamar. Com alguma frequência, os textos mais fáceis<br />

acabam por se tornar os mais deficientemente proclamados. Exemplificamos a primeira<br />

frase: “Naqueles dias,// Filipe desceu a uma cidade da Samaria/ e começou a pregar<br />

(leia-se: prègar), o Messias àquela gente.//”. Nota importante: importa corrigir o<br />

Leccionário que, por gralha, mutilou o v. 16: “...que ainda não tinha descido sobre<br />

eles: só estavam baptizados em nome do Senhor Jesus”.<br />

2ª Leitura: O Leccionário apresenta duas hipóteses de leitura. Apresentamos uma<br />

proposta de divisão de texto para a segunda hipótese (1 Pe. 4, 13-16): Caríssimos://<br />

/ Cristo/ exultar/ glória.// Cristo,/<br />

glória,/ Deus,/ vós.// ladrão/<br />

assassino/ malfeitor/ difamador.//<br />

cristão,/ envergonhe/ antes/ nome.//<br />

///<br />

Evangelho: o Leccionário apresenta<br />

duas hipóteses à escolha (o<br />

Evangelho do VI Domingo ou o do<br />

VII Domingo). Na primeira hipótese<br />

haja atenção em evitar as cacafonias<br />

(“me amardes”; “me ama”).<br />

g) Sugestão de cânticos: Entrada:<br />

Povo eleito, M. Faria, NCT 177;<br />

Comunhão: Vós sereis meus<br />

amigos; Jesus Cristo crucificado, M.<br />

Luís, NCT 195.<br />

Subsídios para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

6.º Domingo da Páscoa 37


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

a) Cartaz: “Eu estou sempre convosco”.<br />

ASCENSÃO DO SENHOR<br />

b) A festa caminha para o fim, para o seu apogeu. Hoje não se comemora a saída de<br />

Jesus deste mundo. Pelo contrário, celebramos a “aparição maior”: a solene aparição<br />

do Ressuscitado aos seus discípulos, apresentando-se como centro da história,<br />

glorificado (sentado) à direita do Pai, chamando-os a participar da sua divindade<br />

gloriosa, tornando-os continuadores da Sua missão.<br />

c) Todos os elementos festivos, requeridos pela solene celebração pascal, devem<br />

aparecer: o Círio, a música, o aleluia, as luzes, as flores, etc. Durante todo o tempo<br />

pascal poderia ter-se usado o incenso. Mas, particularmente nestes dois últimos<br />

domingos, este elemento poderia fornecer a nota de novidade que assinala a solenidade.<br />

d) Leitores: 1ª Leitura: O leitor terá o cuidado, com o uso das possibilidades da sua<br />

voz, de distinguir o estilo narrativo, do discurso directo (nomeadamente quando<br />

passa de um a outro sem qualquer transição: “... promessa do Pai, “do Qual - disse<br />

Ele - ...”. Outro aspecto delicado são as interrogações. Regra geral, a entoação está<br />

no começo. Importa descobrir qual é a palavra que interroga: agora, porque.<br />

2ª Leitura: Uma leitura com três frases, como a 2ª, é difícil. Ainda por cima, está cheia<br />

de palavras e expressões não vulgares: espírito de sabedoria e de luz, olhos do vosso<br />

coração, tesouros de glória, incomensurável grandeza, a eficácia da poderosa força,<br />

Principado, Poder, Virtude, Soberania... Exige uma boa divisão do texto e capacidade<br />

respiratória.<br />

e) Sugestão de<br />

cânticos: Entrada:<br />

Aclamai Jesus Cristo,<br />

F. Silva, NCT 178;<br />

Ofertório: Jesus,<br />

nossa redenção, F.<br />

Santos, NCT 540;<br />

Comunhão: Eu estou<br />

sempre, C. Silva, NCT<br />

354; Ide por todo o<br />

mundo, M. Luís, NCT<br />

355.<br />

38 Ascensão do Senhor


Subsídios para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

PENTECOSTES<br />

a) Cartaz: “Vinde, Espírito Santo, e renovareis a face da terra”, ou “Que a Paz esteja<br />

convosco”, ou “Para que a vossa alegria seja completa”.<br />

b) A festa da Páscoa não acaba hoje: chega ao seu cume. O que se realizou no Senhor<br />

ressuscitado, realiza-se agora nos crentes pelo dom do Espírito Santo. A palavra<br />

“Pentecostes” alude ao número cinquenta: durante cinquenta dias, desde a noite<br />

pascal, celebramos a alegria do Senhor ressuscitado no meio de nós.<br />

c) Todo o tom festivo da Páscoa deve ser evidenciado pelos elementos que lhe são<br />

característicos. Só terminado o Domingo é que o círio deixará o presbitério para ser<br />

colocado no Baptistério. Na medida do possível, cante-se o prefácio próprio. Após<br />

a 2ª leitura e antes da aclamação ao Evangelho, cante-se a Sequência (se não for<br />

canta, seja lida). O canto e os instrumentos, as luzes e as flores (privilegiem-se as<br />

rosas e o vermelho), a ornamentação da Igreja, o incenso, tudo deveria dar à celebração<br />

a sua verdade de apoteose pascal. E, na despedida, com o “Ide em paz...” não falte o<br />

Aleluia.<br />

d) Na noite de sábado para domingo, as comunidades são convidadas a celebrar a<br />

Vigília de Pentecostes. Imitarão, assim, a comunidade de Jerusalém, recolhida em<br />

oração à volta dos Apóstolos e da Mãe de Jesus, à espera do Espírito prometido. O<br />

Missal explica como celebrar essa Vigília e fornece alguns textos (pp. 384-385). Para<br />

realçar a dinâmica orante sugere-se a integração da oração de Vésperas a abrir a<br />

celebração. Podem utilizar-se todas as leituras à escolha propostas no Leccionário (4<br />

do AT + 2 do NT). A seguir a cada Leitura canta-se um Salmo Responsorial apropriado<br />

e, como na Vigília pascal, faz-se uma oração (ver indicações no Missal; infelizmente,<br />

o Leccionário apenas apresenta um Salmo Responsorial, mas não é difícil, a partir<br />

do Missal, completar a colecção, de modo válido).<br />

e) Leitores: 1ª Leitura: A 1ª leitura está cheia de movimento e tem expressões muito<br />

fortes que requerem uma boa dicção. Atenção às interrogações. Tente fazer essas<br />

perguntas a alguém em casa (com frequência, mudamos a nossa atitude interior e a<br />

nossa expressão quando passamos da linguagem oral à simples leitura de um texto: é<br />

isso que importa evitar). Se tiver dificuldade em ler o nome dos povos, pergunte a<br />

alguém (mas não diga mêdos, em vez de mèdos).<br />

Pentecostes 39


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

2ª Leitura: Podemos pensar a 2ª leitura em três secções: “Ninguém... Espírito Santo”;<br />

“De facto... bem comum”; “Assim como o corpo... Espírito”. A segunda secção<br />

reveste uma forma doxológica, por isso, as três frases são interdependentes (isso<br />

deve ser percebido na leitura). A última secção tem uma palavra de valor que é o pólo<br />

das frases: corpo. Haja o cuidado de corrigir a gralha do Leccionário (p. 237), em<br />

que aparece truncado o versículo 4 de 1 Cor. 12 que deve ler-se na íntegra: “De<br />

facto, há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade<br />

de ministérios, mas o Senhor é o mesmo” (sublinhamos o texto omitido no<br />

Leccionário).<br />

f) Sugestão de cânticos: Entrada: O Espírito do Senhor, F. Santos, NCT 180; O<br />

Espírito do Senhor, M. Luís, NCT 377; Sequência: Veni Sancte Spiritus, c. gregoriano,<br />

NCT 203; Aclam. ao Ev.: Vinde, Espírito Santo, NCT 188; Ofertório: Espírito<br />

Criador, F. Santos, NCT 179; Veni Creator, C. greg., NCT 204; Vem Criador, F.<br />

Santos, NCT 541; Vinde Espírito divino, M. Luís, NCT 543; Apareceram línguas de<br />

fogo, F. Santos, NCT 544; Quando chegou, F. Santos, NCT 546; Vinde Espírito<br />

Santo, F. Santos, NCT 547; Comunhão: O Espírito que procede, M. Luís, NCT<br />

196; Fim: O amor de Deus, M. Luís, NCT 388; Ressuscitou, aleluia!, A. Cartageno,<br />

NCT 200; Aleluia! Louvor a Vós, ó Cristo, M. Luís, NCT 168.<br />

40 Pentecostes


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Quaresma<br />

CÂNTICOS PARA O<br />

TEMPO DA QUARESMA<br />

ENTRADA:<br />

Não me abandoneis, Senhor meu Deus (A Igreja Canta, p. 194; NRMS n. 69) .... 43<br />

Sede a rocha (CEC II, p. 33) .................................................................................. 44<br />

Alegra-te, Jerusalém (4.º Domingo; CEC I, p. 91) ................................................. 45<br />

ACLAMAÇÕES ANTES DO EVANGELHO ........................................................ 46<br />

COMUNHÃO:<br />

Eu sou a ressurreição (CEC I, p. 94) ...................................................................... 48<br />

Isto é o Meu Corpo (CEC I, p. 113) ........................................................................ 49<br />

O Corpo de Jesus é alimento (CEC I, p. 115; NRMS, n. 60) ................................. 51<br />

Também se sugere cantar CÂNTICOS POPULARES,<br />

sobre a paixão (martírios, benditos, ladainhas, etc.).<br />

Estão distribuídos pelas páginas seguintes vários cânticos<br />

adequados às diversas celebrações atrás referidas.<br />

A fonte dos cânticos aqui apresentados têm as seguintes SIGLAS:<br />

CEC - Cânticos de Entrada e Comunhão (I e II)<br />

NCT - Novo Cantemos Todos<br />

BML - Boletim de Música Litúrgica (Telos, Porto)<br />

OC - Orar Cantando (C. Silva)<br />

NRMS - Nova Revista de Música Sacra<br />

Cânticos para o Tempo da Quaresma - Índice 41


CARTAZES A CORES DISPONÍVEIS EM<br />

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Cânticos para as celebrações litúrgicas da Quaresma<br />

Cânticos para o Tempo da Quaresma - Entrada 43


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

44 Cânticos para o Tempo da Quaresma - Entrada


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Quaresma<br />

Cânticos para o Tempo da Quaresma - Entrada 45


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

ACLAMAÇÕES ANTES DO EVANGELHO<br />

NO TEMPO DA QUARESMA<br />

2<br />

1<br />

3<br />

46 Cânticos para o Tempo da Quaresma - Aclamações antes do Evangelho


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Quaresma<br />

4<br />

5<br />

Cânticos para o Tempo da Quaresma - Aclamações antes do Evangelho 47


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

48 Cânticos para o Tempo da Quaresma - Comunhão


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Quaresma<br />

Cânticos para o Tempo da Quaresma - Comunhão 49


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

50 Cânticos para o Tempo da Quaresma - Comunhão


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Quaresma<br />

Cânticos para o Tempo da Quaresma - Comunhão 51


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

52 Cânticos para o Tempo da Quaresma - Comunhão


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

CÂNTICOS PARA O<br />

TEMPO DA PÁSCOA<br />

ENTRADA:<br />

Cantemos, cantemos (A Igreja Canta, p. 246) ......................................................... 55<br />

O Senhor ressuscitou verdadeiramente (CEC I, p. 126) ........................................ 56<br />

Alegre-se o coração (CEC II, p. 134) ...................................................................... 58<br />

Ó Páscoa Gloriosa (BML, n. 36; NCT, n. 175) ...................................................... 59<br />

ASPERSÃO DA ASSEMBLEIA (Em vez do Acto Penitencial)<br />

Vós que fostes baptizados em Cristo (NCT 371) .................................................... 60<br />

HINO DA GLÓRIA................................................................................................. 61<br />

ACLAMAÇÕES DA ANAMNESE ......................................................................... 63<br />

COMUNHÃO:<br />

Os discípulos conheceram (CEC I, p. 135) ............................................................ 64<br />

O Senhor é meu pastor (NCT, n. 268) .................................................................... 66<br />

Eu sou a verdadeira vide (CEC I, p. 148) .............................................................. 67<br />

FINAL:<br />

Regina Caeli, laetare (NCT, n.º 205) ..................................................................... 68<br />

Ressuscitou, Aleluia (NCT, n.º 200) ........................................................................ 68<br />

ASCENSÃO:<br />

Aclamai Jesus Cristo (Entrada) ............................................................................... 69<br />

Eu estou sempre convosco (Comunhão) .................................................................. 70<br />

PENTECOSTES:<br />

O Espírito do Senhor (Entrada; NCT, n.º 180) ....................................................... 71<br />

Vinde, Espírito Divino (Entrada; A Igreja Canta, p. 296; NRMS, n. 35) ................ 72<br />

Enviai, Senhor, o vosso Espírito (Comunhão; CEC I, pág. 173)................................. 73<br />

Cânticos para o Tempo da Páscoa - Índice 53


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Cânticos para o Tempo da Páscoa - Índice 55


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56 Cânticos para o Tempo da Quaresma - Entrada


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

Cânticos para o Tempo da Páscoa - Entrada 57


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58 Cânticos para o Tempo da Quaresma - Entrada


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

Cânticos para o Tempo da Páscoa - Entrada 59


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ASPERSÃO DA ASSEMBLEIA<br />

Aos Domingos, sobretudo no Tempo Pascal, em vez do acto<br />

penitencial pode fazer-se a BÊNÇÃO DA ÁGUA e a ASPERSÃO<br />

DA ASSEMBLEIA.<br />

Missal Romano, página 1359.<br />

Enquanto o Sacerdote faz a Aspersão, canta-se o cântico:<br />

60 Cânticos para o Tempo da Quaresma - Aspersão da Assembleia


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

Cânticos para o Tempo da Páscoa - Hino do Glória 61


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62 Cânticos para o Tempo da Quaresma - Hino do Glória


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

Cânticos para o Tempo da Páscoa - Aclamações da Anamnese 63


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64 Cânticos para o Tempo da Quaresma - Comunhão


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

Cânticos para o Tempo da Páscoa - Comunhão 65


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66 Cânticos para o Tempo da Quaresma - Comunhão


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

Cânticos para o Tempo da Páscoa - Comunhaõ 67


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68 Cânticos para o Tempo da Quaresma - Final


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

Cânticos para a Ascensão do Senhor - Entrada 69


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70 Cânticos para a Ascensão do Senhor - Comunhão


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

Cânticos para o Pentecostes - Entrada 71


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72 Cânticos para o Pentecostes - Entrada


Cânticos para as celebrações litúrgicas da Páscoa<br />

Cânticos para o Pentecostes - Comunhão 73


Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu<br />

74 Cânticos para o Pentecostes - Comunhão


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