A Busca do Caráter - Ibpan.com.br

Consegui contar uma dúzia de tabuletas com dizeres assim, numa única<br />
loja, ontem. As prateleiras haviam sido completamente reorganizadas; a porta<br />
de frente ficava fechada permanentemente, obrigando todos os fregueses a<br />
entrar e sair por uma abertura, no final de um corredor estreito, nos fundos,<br />
perto da caixa registradora — amolação para todos.<br />
Por quê? Desonestidade. O gerente confessou-me:<br />
— Francamente, estávamos indo à falência. Crianças, mães, homens de<br />
negócio, operários... profissionais... gente de todo tipo! Algumas prateleiras<br />
ficavam vazias à hora de fechar.<br />
Li, na semana passada, a respeito de uma mulher que parecia grávida;<br />
ele saía de uma mercearia. O sub-chefe suspeitou dela e a deteve. Dali a<br />
pouco ela "deu à luz" meio quilo de manteiga, uma torradeira, um frasco de<br />
mel para panquecas, dois tubos de creme dental, um frasco de tônico capilar e<br />
várias barras de doce. Uma dona-de-casa da Califórnia foi flagrada apanhando<br />
vários artigos, à medida que caminhava pelas várias seções de um<br />
supermercado, seguida pelos filhos que, com toda rapidez, iam embolsando<br />
os objetos roubados. Sistemas de alarme sofisticados, espelhos especiais que<br />
na verdade são como janelas, engenhocas que trancam, câmeras que se movimentam<br />
e fitas eletrônicas sinalizadoras têm muito trabalho no controle e na<br />
elucidação do problema... que cresce cada vez mais. Segundo uma estimativa,<br />
um em cada 52 fregueses sai da loja, todos os dias, carregando pelo menos um<br />
artigo não pago. As perdas, no momento em que estou escrevendo, atingem a<br />
cifra astronômica de 3 bilhões de dólares por ano... e aumentam sempre.<br />
Lembremo-nos, todavia, que o roubo em lojas é apenas uma fatiazinha<br />
do grande bolo da desonestidade humana. Não nos esqueçamos de nossos<br />
registros depravados: a cola nos exames, o roubo de toalhas nos hotéis, não<br />
trabalhar oito horas completas, mentiras atrevidas e meias-verdades,<br />
afirmações exageradas, a manipulação de relatórios sobre perdas cobertas pelo<br />
seguro, quebra de promessas de caráter financeiro, fraudes domésticas e<br />
(como me atrevo a mencioná-lo?) as declarações de imposto de renda<br />
"fajutas" que assinamos e apresentamos como sendo verdadeiras. Você sabia<br />
que desde 1811 (quando alguém que havia fraudado o governo enviou a<br />
Washington, anonimamente, 5 dólares) o Tesouro americano abriu uma<br />
Conta de Consciência? A partir daquele ano, o governo já recebeu quase três<br />
milhões e meio de dólares de cidadãos aguilhoados pela consciência.<br />
A resposta, embora possa parecer simplista, é o retorno à honestidade.<br />
Uma palavra melhor ainda seria integridade. Para algumas pessoas, isso seria