Processo de inovação no segmento cervejeiro é complexo e pode ...
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CERVEJA CERVEJA O desafio de inovar Processo de inovação no segmento cervejeiro é complexo e pode levar anos, mas tem sido uma das armas para ganhar competitividade Por Nani Soares 12 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno
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CERVEJA<br />
CERVEJA<br />
O<br />
<strong>de</strong>safio<br />
<strong>de</strong><br />
i<strong>no</strong>var<br />
<strong>Processo</strong> <strong>de</strong> <strong>i<strong>no</strong>vação</strong> <strong>no</strong> <strong>segmento</strong> <strong>cervejeiro</strong><br />
<strong>é</strong> <strong>complexo</strong> e po<strong>de</strong> levar a<strong>no</strong>s, mas tem sido<br />
uma das armas para ganhar competitivida<strong>de</strong><br />
Por Nani Soares<br />
12 _www.engarrafadormo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>.com.br Engarrafador Mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>
Omercado <strong>cervejeiro</strong><br />
brasileiro <strong>é</strong> um dos<br />
maiores do mundo,<br />
ficando atrás apenas<br />
<strong>de</strong> mercados<br />
como o america<strong>no</strong> e o asiático. Com<br />
uma produção <strong>de</strong> 13,3 bilhões <strong>de</strong> litros<br />
em 2011, segundo dados do<br />
Sistema <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />
Bebidas (Sicobe) da Receita Fe<strong>de</strong>ral,<br />
o mercado brasileiro já <strong>é</strong> apontado<br />
como o terceiro do mundo, tendo<br />
ultrapassado inclusive a Alemanha,<br />
berço da bebida.<br />
Ao que tudo indica, os números<br />
para 2012 <strong>de</strong>vem superar os do a<strong>no</strong><br />
passado. Al<strong>é</strong>m do período que vai<br />
<strong>de</strong> outubro a março, consi<strong>de</strong>rado um<br />
dos melhores para o setor, o volume<br />
fabricado tamb<strong>é</strong>m teve alta durante<br />
as estações mais frias, como maio<br />
e junho (pouco mais <strong>de</strong> 1 bilhão <strong>de</strong><br />
litros, em cada período). Em agosto<br />
o índice foi acima do registrado <strong>no</strong><br />
mesmo período <strong>de</strong> 2011, mantendose<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, muito em função<br />
das altas temperaturas registradas<br />
na região Su<strong>de</strong>ste e que obrigaram<br />
os fabricantes a correrem para aten<strong>de</strong>r<br />
à <strong>de</strong>manda.<br />
Enquanto a produção aumenta a<br />
cada dia, <strong>no</strong> consumo a categoria ainda<br />
<strong>de</strong>rrapa. Estima-se que <strong>no</strong> ranking<br />
mundial o Brasil ocupe a posição 24º,<br />
com 65 litros per capita, atrás da Alemanha<br />
e da Áustria, que registram um<br />
consumo per capita <strong>de</strong> 107 e 106 litros,<br />
respectivamente. Mas por que<br />
<strong>no</strong> Brasil o índice não <strong>é</strong> parecido com<br />
o <strong>de</strong> mercados <strong>de</strong>senvolvidos?<br />
Parte da justificativa po<strong>de</strong> estar<br />
na estagnação pela qual o mercado<br />
passou, situação que só mudou há<br />
alguns a<strong>no</strong>s. At<strong>é</strong> pouco tempo, os<br />
investimentos em <strong>i<strong>no</strong>vação</strong> ficavam<br />
DEZEMBRO/12<br />
aqu<strong>é</strong>m <strong>de</strong> outros países e as cervejarias<br />
vivenciaram uma esp<strong>é</strong>cie <strong>de</strong><br />
letargia, principalmente na categoria<br />
maistream, que tem a cerveja Pilsen<br />
como carro-chefe.<br />
Com o <strong>de</strong>senvolvimento econômico<br />
do País, a consequente competitivida<strong>de</strong><br />
e a curiosida<strong>de</strong> do consumidor<br />
sobre outros tipos <strong>de</strong> cerveja,<br />
as mudanças <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser esporádicas.<br />
Lançamentos constantes<br />
passaram a ser itens obrigatórios <strong>no</strong><br />
portfólio e envolveram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> mudanças<br />
na fórmula ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> <strong>no</strong>vas embalagens e foco em nichos<br />
específicos. Assim, a cerveja<br />
brasileira ganhou cara, gosto e "roupa"<br />
<strong>no</strong>va.<br />
Lí<strong>de</strong>r do setor, a AmBev foi a primeira<br />
a perceber que, com dinheiro<br />
<strong>no</strong> bolso, o lema do consumidor passou<br />
a ser experimentar. O lançamento<br />
da Antarctica Sub Zero, com tec<strong>no</strong>logia<br />
<strong>de</strong> dupla filtragem, e da Skol<br />
360º, que não "estufa", <strong>de</strong>monstram<br />
a preocupação em garantir diferencial.<br />
De olho na região Nor<strong>de</strong>ste, a<br />
empresa lançou tamb<strong>é</strong>m a Brahma<br />
Fresh, própria para ser consumida<br />
em regiões mais quentes. Vale lembrar<br />
que dos investimentos gerais<br />
feitos at<strong>é</strong> agora pela empresa <strong>no</strong><br />
País, R$ 804 milhões foram na região<br />
Nor<strong>de</strong>ste. No <strong>segmento</strong> Premium,<br />
a aposta foi na Stella Artois,<br />
que chegou ao Brasil em 2008, sendo<br />
o primeiro mercado a oferecer a<br />
marca em lata <strong>de</strong> 269 ml.<br />
No terceiro trimestre <strong>de</strong> 2012, o<br />
volume vendido pela AmBev foi <strong>de</strong><br />
40,530 milhões <strong>de</strong> hectolitros <strong>de</strong> bebidas,<br />
aumento <strong>de</strong> 1,5% em relação<br />
ao mesmo período <strong>de</strong> 2011. Só <strong>no</strong><br />
<strong>segmento</strong> <strong>de</strong> cerveja foram vendidos<br />
29,371 milhões <strong>de</strong> hectolitros,<br />
avanço <strong>de</strong> 2,7% ante o mesmo período<br />
do a<strong>no</strong> anterior.<br />
Entre os gran<strong>de</strong>s impulsionadores<br />
do crescimento da multinacional,<br />
estão justamente a Antarctica Sub-<br />
Zero, a Budweiser e a Stella Artois,que<br />
<strong>de</strong>vem permanecer como<br />
foco dos investimentos. João Castro<br />
Neves, diretor geral da companhia,<br />
<strong>de</strong>staca tamb<strong>é</strong>m a <strong>no</strong>va i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
visual da Skol, lançada em setembro,<br />
e a meta da empresa em<br />
aumentar a capacida<strong>de</strong> produtiva e<br />
distribuição <strong>no</strong> mercado nacional,<br />
cumprindo o cro<strong>no</strong>grama <strong>de</strong> investimentos<br />
<strong>no</strong> País este a<strong>no</strong>, que <strong>de</strong>ve<br />
atingir os R$ 2,5 bilhões.<br />
I<strong>no</strong>vação tec<strong>no</strong>lógica<br />
A expectativa <strong>de</strong> um <strong>no</strong>vo cenário<br />
a se <strong>de</strong>senhar <strong>no</strong> Brasil, tendo<br />
como força motriz os investimentos<br />
13
A rec<strong>é</strong>m-chegada Desperados,<br />
da Heineken, traz <strong>de</strong> volta a fórmula<br />
cerveja com tequila<br />
em <strong>i<strong>no</strong>vação</strong>, <strong>é</strong> confirmada por especialistas,<br />
mas com ressalvas. Ana<br />
Carolina Boyadjian, analista setorial<br />
da Lafis Consultoria, afirma que as<br />
empresas estão mais preocupadas<br />
em i<strong>no</strong>var e continuam <strong>de</strong>stinando<br />
valores vultosos para campanhas<br />
publicitárias e ampliação da capacida<strong>de</strong>,<br />
mas o setor ainda carece <strong>de</strong><br />
mais <strong>i<strong>no</strong>vação</strong> tec<strong>no</strong>lógica.<br />
Ela explica que as i<strong>no</strong>vações se<br />
dão mais por conta da introdução <strong>de</strong><br />
uma <strong>no</strong>va marca e por meio <strong>de</strong> embalagens<br />
i<strong>no</strong>vadoras, como o litrão,<br />
a lata <strong>de</strong> 260 ml e, mais recentemente,<br />
a lata <strong>de</strong> 500 ml, da própria AmBev.<br />
Al<strong>é</strong>m disso, muitos fabricantes estão<br />
tentando criar uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
para suas marcas, usando cores para<br />
diferenciar-se dos <strong>de</strong>mais produtos.<br />
Há alguns a<strong>no</strong>s, quase todas as embalagens<br />
eram brancas, sendo que<br />
Brahma e Skol foram as primeiras a<br />
utilizarem o recurso.<br />
"O que mais motiva o setor <strong>é</strong> a participação<br />
do mercado. Se a mudança<br />
<strong>de</strong> embalagem <strong>de</strong>u certo, o produtor<br />
passará a ter maior participação. I<strong>no</strong>var<br />
para aumentar a participação do<br />
mercado <strong>é</strong> o lema", diz, apontando<br />
como tendências as mudanças inicialmente<br />
em embalagens e rótulos,<br />
seguidas dos posicionamentos.<br />
Outro fator que tem impulsionado<br />
as cervejarias a investirem em<br />
<strong>i<strong>no</strong>vação</strong> <strong>é</strong> o <strong>segmento</strong> Premium. As<br />
empresas viram seus lucros aumentar<br />
com a popularização das cervejas<br />
especiais, <strong>de</strong> alto valor agregado<br />
e que ainda garantem um faturamento<br />
maior. Por conta do aumento<br />
da renda da população e da diminuição<br />
do <strong>de</strong>semprego <strong>no</strong>s últimos<br />
a<strong>no</strong>s, a tendência <strong>é</strong> <strong>de</strong> expansão do<br />
mercado Premium.<br />
Os números positivos estariam<br />
animando as empresas a investirem<br />
inclusive em i<strong>de</strong>ias já testadas, mas<br />
que acabaram naufragando em outras<br />
tentativas, caso das cervejas <strong>de</strong><br />
trigo e light. Segundo Ana Carolina,<br />
o cenário agora <strong>é</strong> outro e o público<br />
está mais disposto a pagar por uma<br />
cerveja mais elaborada ou diferenciada,<br />
o que não acontecia antes.<br />
Apesar das mudanças que estão<br />
ocorrendo, a analista diz que o nível<br />
<strong>de</strong> <strong>i<strong>no</strong>vação</strong> do mercado brasileiro ainda<br />
está longe <strong>de</strong> atingir patamares<br />
<strong>de</strong> mercados <strong>de</strong>senvolvidos, especialmente<br />
porque nestes países as<br />
empresas colocam <strong>no</strong>vos produtos à<br />
disposição do consumidor há a<strong>no</strong>s,<br />
dando tempo hábil para o consumidor<br />
conhecer e aprovar, garantindo as<br />
vendas para o fabricante.<br />
"Muitas i<strong>no</strong>vações ainda têm que<br />
passar pelo gosto do brasileiro. Um<br />
exemplo <strong>é</strong> a cerveja light, que <strong>no</strong>s<br />
Estados Unidos tem gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda,<br />
mas aqui <strong>no</strong> Brasil as vendas<br />
ainda são baixas. Os países com<br />
mercado mais maduros já estão dispostos<br />
a pagar mais por uma cerveja<br />
há algum tempo, enquanto <strong>no</strong> Brasil<br />
isso ainda <strong>é</strong> <strong>no</strong>vida<strong>de</strong>. No entanto,<br />
vale ressaltar que a cerveja está<br />
cada vez mais cara - a Premium ainda<br />
<strong>é</strong> um <strong>segmento</strong> para poucos",<br />
avalia.<br />
Re<strong>no</strong>vação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias<br />
Uma cerveja mais leve foi justamente<br />
a aposta do Grupo Petrópolis<br />
para se <strong>de</strong>stacar <strong>no</strong> mercado. Com<br />
25% <strong>de</strong> calorias a me<strong>no</strong>s que as versões<br />
tradicionais, a cerveja light da<br />
Petrópolis <strong>é</strong> mais uma tentativa <strong>de</strong><br />
fazer a versão emplacar <strong>no</strong> Brasil<br />
14 _www.engarrafadormo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>.com.br Engarrafador Mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>
após várias tentativas, inclusive da<br />
própria AmBev. A aposta <strong>no</strong> produto<br />
está embasada na mudança <strong>de</strong><br />
comportamento do consumidor, que<br />
está mais preocupado com a saú<strong>de</strong>.<br />
Dados do Euromonitor International<br />
indicam que o consumo <strong>de</strong><br />
produtos light cresceu 132% <strong>no</strong> País<br />
<strong>no</strong>s últimos cinco a<strong>no</strong>s.<br />
A empresa já havia dado um tiro<br />
certeiro ao lançar o selo <strong>de</strong> proteção<br />
para latas <strong>de</strong> alumínio, ajudando a vencer<br />
a resistência dos consumidores<br />
em relação à embalagem que, embora<br />
popular, ainda per<strong>de</strong> para as embalagens<br />
<strong>de</strong> vidro em virtu<strong>de</strong> da higienização.<br />
Mesmo tendo sido duramente<br />
combatido pela concorrência<br />
<strong>no</strong> início, o selo protetor ganhou a<br />
aprovação dos consumidores e logo<br />
foi incorporado por outros fabricantes.<br />
DEZEMBRO/12<br />
“<br />
I<strong>no</strong>var para aumentar a participação<br />
<strong>no</strong> mercado <strong>é</strong> o lema, mas setor ainda<br />
”<br />
carece <strong>de</strong> mais <strong>i<strong>no</strong>vação</strong> tec<strong>no</strong>lógica<br />
Ana Carolina Boyadjian, da Lafis<br />
"Hoje <strong>é</strong> praticamente impossível<br />
ser competitivo sem investir em <strong>i<strong>no</strong>vação</strong>.<br />
Os avanços tec<strong>no</strong>lógicos<br />
formaram uma geração <strong>de</strong> consumidores<br />
ávidos por <strong>no</strong>vida<strong>de</strong>s. Atualmente,<br />
mesmo que uma empresa<br />
tenha um produto tradicional, ela<br />
precisará exercitar a criativida<strong>de</strong><br />
para i<strong>no</strong>var neste produto sem comprometer<br />
a tradição", explica Dou-<br />
glas Costa, head <strong>de</strong> marketing do<br />
Grupo Petrópolis.<br />
As i<strong>no</strong>vações <strong>no</strong> <strong>segmento</strong> <strong>de</strong><br />
cerveja estão ligadas diretamente ao<br />
fator oportunida<strong>de</strong>, <strong>no</strong> qual o caminho<br />
mais trivial <strong>é</strong> i<strong>de</strong>ntificar o <strong>de</strong>sejo<br />
dos consumidores por <strong>de</strong>terminado<br />
produto e avaliar o potencial do<br />
nicho <strong>de</strong> mercado a ser explorado,<br />
15
Lígia Patrocínio, da Heineken Brasil: processo<br />
<strong>de</strong> <strong>i<strong>no</strong>vação</strong> conta com sete estágios e po<strong>de</strong> levar a<strong>no</strong>s<br />
para só <strong>de</strong>pois partir para o planejamento,<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e lançamento.<br />
Costa conta que preferência<br />
do consumidor atual não se resume<br />
a um portfólio mais amplo e sim à<br />
qualida<strong>de</strong> que cada marca oferece.<br />
Entretanto, fabricar um produto <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> acaba não sendo garantia<br />
<strong>de</strong> que ele será sucesso <strong>no</strong> mercado.<br />
O executivo explica que <strong>é</strong> preciso atrair<br />
o consumidor e, mais do que isso,<br />
conquistá-lo, por isso o processo <strong>de</strong><br />
<strong>i<strong>no</strong>vação</strong> <strong>é</strong> um ciclo que envolve não<br />
só a fórmula i<strong>de</strong>al, mas tamb<strong>é</strong>m boas<br />
estrat<strong>é</strong>gias <strong>de</strong> marketing, apelo i<strong>no</strong>vador<br />
(inclusive nas embalagens) e<br />
ações efetivas <strong>no</strong>s pontos <strong>de</strong> venda.<br />
O <strong>de</strong>safio das empresas, portanto,<br />
<strong>é</strong> não se acomodar. "É um trabalho<br />
árduo e cuidadoso. Não po<strong>de</strong>mos<br />
<strong>no</strong>s basear <strong>no</strong> pensamento <strong>de</strong><br />
que ‘precisamos lançar três produtos<br />
<strong>no</strong>vos por a<strong>no</strong> ou mudar <strong>de</strong> embalagem<br />
a cada X a<strong>no</strong>s'. Quem faz<br />
isso corre o risco <strong>de</strong> lançar produ-<br />
tos <strong>de</strong>stinados ao fracasso e per<strong>de</strong>r<br />
investimentos", diz.<br />
A participação dos próprios colaboradores<br />
<strong>é</strong> fundamental <strong>no</strong> processo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos<br />
produtos, assegura Costa. Assim,<br />
al<strong>é</strong>m das tradicionais pesquisas junto<br />
aos consumidores, a empresa<br />
conta com a ação integrada <strong>de</strong> todos<br />
os envolvidos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os mestres-<strong>cervejeiro</strong>s<br />
at<strong>é</strong> ven<strong>de</strong>dores e<br />
operários, que po<strong>de</strong>m ajudar a i<strong>de</strong>ntificar<br />
oportunida<strong>de</strong>s e apresentar<br />
i<strong>de</strong>ias. E completa: "Muitas vezes,<br />
uma <strong>i<strong>no</strong>vação</strong> interna ou a compra<br />
<strong>de</strong> um equipamento i<strong>no</strong>vador abre a<br />
possibilida<strong>de</strong> para a fabricação <strong>de</strong><br />
um <strong>no</strong>vo produto / embalagem. Tamb<strong>é</strong>m<br />
po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>tectar uma oportunida<strong>de</strong><br />
a partir do conhecimento dos<br />
ven<strong>de</strong>dores, que estão em contato<br />
próximo com os pontos <strong>de</strong> venda.<br />
Não existe uma empresa i<strong>no</strong>vadora<br />
sem pessoas i<strong>no</strong>vadoras e criativas<br />
em seu quadro <strong>de</strong> funcionários".<br />
Para ele, uma das maiores dificulda<strong>de</strong>s<br />
<strong>é</strong> a fórmula. Desenvolver um<br />
<strong>no</strong>vo produto acaba sendo uma tarefa<br />
difícil por envolver variáveis complexas<br />
e que vão muito al<strong>é</strong>m da simples<br />
competência do mestre <strong>cervejeiro</strong>.<br />
Isso explica o sigilo que cada<br />
fabricante faz quanto à sua fórmula.<br />
Al<strong>é</strong>m disso, o processo <strong>de</strong> <strong>i<strong>no</strong>vação</strong><br />
tamb<strong>é</strong>m envolve diversos <strong>de</strong>partamentos,<br />
que analisam a viabilida<strong>de</strong><br />
da proposta, que po<strong>de</strong> ser vetada<br />
por qualquer um <strong>de</strong>les.<br />
"Isso <strong>é</strong> absolutamente <strong>no</strong>rmal e<br />
<strong>de</strong>ve ser encarado assim. O <strong>de</strong>partamento<br />
que veta analisa a situação<br />
e apresenta argumentos. Se os argumentos<br />
convencem, as equipes passam<br />
a priorizar um <strong>no</strong>vo projeto. Esse<br />
momento, quando acontece, <strong>de</strong>ve<br />
ser encarado com profissionalismo<br />
e naturalida<strong>de</strong>", esclarece Costa.<br />
No caso da Pilsen, ainda a preferida<br />
entre os consumidores, a exigência<br />
agora <strong>é</strong> por um produto <strong>de</strong><br />
melhor qualida<strong>de</strong>, que tenha bom<br />
sabor ao paladar e que não cause a<br />
sensação <strong>de</strong> inchaço, garante o executivo.<br />
Isso porque <strong>no</strong> Brasil a cerveja<br />
geralmente <strong>é</strong> acompanhada por<br />
petiscos e, portanto, <strong>é</strong> fundamental<br />
não causar nenhum <strong>de</strong>sconforto ou<br />
o famoso "estufamento" durante o<br />
consumo.<br />
O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque das i<strong>no</strong>vações<br />
são as embalagens para diferentes<br />
ocasiões <strong>de</strong> consumo, como<br />
as latinhas <strong>de</strong> 269 ml, que em alguns<br />
lugares ganharam o apelido <strong>de</strong><br />
"periguetes", e os barris <strong>de</strong> 5 litros,<br />
tamb<strong>é</strong>m chamados <strong>de</strong> kegs, um fenôme<strong>no</strong><br />
em todo o País. "Há um aumento<br />
<strong>de</strong> consumidores que buscam<br />
cervejas especiais para situações<br />
mais reservadas. Apreciar cervejas<br />
16 _www.engarrafadormo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>.com.br Engarrafador Mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>
mais elaboradas está se tornando algo<br />
mais comum e exigindo i<strong>no</strong>vações<br />
criativas por parte das empresas",<br />
ressalta, garantindo que o ritmo<br />
das i<strong>no</strong>vações <strong>é</strong> <strong>de</strong>terminado pela<br />
<strong>de</strong>manda dos consumidores.<br />
Douglas Costa, da Petrópólis: pioneirismo <strong>no</strong> selo protetor<br />
e aposta nas “periguetes”, como foram apelidadas<br />
as latinhas <strong>de</strong> 269 ml<br />
Sinergia entre os envolvidos<br />
Tamb<strong>é</strong>m conhecida por investir<br />
em <strong>no</strong>vida<strong>de</strong>s que agradam aos consumidores,<br />
a Heineken atua com um<br />
portfólio que inclui uma das cerve-<br />
jas mais conhecidas do mundo, vendida<br />
em mais <strong>de</strong> 170 países, al<strong>é</strong>m<br />
das marcas Kaiser e Bavaria, e das<br />
importadas United Beers of The<br />
World: Amstel Pulse, da Holanda,<br />
Dos Equis e Sol Premium, do M<strong>é</strong>xico,<br />
E<strong>de</strong>lweiss, da Áustria, Birra Moretti,<br />
da Itália, Xingu, do Brasil, Murphy's<br />
Irish Red e Murphy's Irish<br />
Stout, da Irlanda.<br />
Al<strong>é</strong>m das marcas importadas, a<br />
empresa está apostando tamb<strong>é</strong>m<br />
em fórmulas que já foram atestadas<br />
<strong>no</strong> Brasil em outras ocasiões. Em<br />
agosto a empresa lançou a marca<br />
Desperados, cerveja com tequila,<br />
complementada com um toque <strong>de</strong><br />
especiarias e limão. A marca <strong>é</strong> lí<strong>de</strong>r<br />
em seu <strong>segmento</strong> e público-alvo na<br />
Polônia, França, Alemanha, Espanha<br />
e Holanda. Na França, já <strong>é</strong> a 4ª marca<br />
mais valorizada do seu <strong>segmento</strong> e o<br />
Brasil <strong>é</strong> o primeiro País da Am<strong>é</strong>rica<br />
Latina a receber a bebida, que inicialmente<br />
está sendo comercializada<br />
em Curitiba (PR) e São Paulo (SP).<br />
Disposta a aumentar a participação<br />
<strong>no</strong> mercado nacional, em abril a<br />
empresa já havia lançado o barril <strong>de</strong><br />
quatro litros da marca Kaiser, que<br />
tem como gran<strong>de</strong> diferencial ser parecido<br />
com o chope, em virtu<strong>de</strong> do<br />
sistema DraughtKeg. "A cerveja <strong>é</strong> tirada<br />
sob pressão, at<strong>é</strong> o último copo,<br />
por meio <strong>de</strong> um cartucho inter<strong>no</strong> com<br />
CO2 que <strong>de</strong>ixa o líquido mais cremoso,<br />
como se tivesse saído direto da<br />
chopeira <strong>de</strong> um bar", explica Lígia<br />
Patrocínio, gerente da área <strong>de</strong> I<strong>no</strong>vação<br />
da Heineken Brasil. Ela lembra<br />
que at<strong>é</strong> 2011 o barril era vendido somente<br />
na Holanda e Itália, sendo a<br />
Kaiser a primeira marca estrangeira<br />
da companhia a utilizar o sistema fora<br />
da Europa.<br />
18 _www.engarrafadormo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>.com.br Engarrafador Mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>
Segundo Lígia, a Heineken trabalha<br />
com gran<strong>de</strong>s mestres <strong>cervejeiro</strong>s,<br />
alta tec<strong>no</strong>logia e um sistema <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> muito rigoroso, mas a<br />
maior dificulda<strong>de</strong> ainda <strong>é</strong> conhecer<br />
realmente o consumidor, enten<strong>de</strong>ndo<br />
suas necessida<strong>de</strong>s e ocasiões<br />
<strong>de</strong> consumo.<br />
Para isso, o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> um produto ou embalagem<br />
não <strong>é</strong> simples e requer uma<br />
s<strong>é</strong>rie <strong>de</strong> i<strong>no</strong>vações que envolvem diferentes<br />
áreas da empresa. O tempo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um projeto<br />
<strong>de</strong> <strong>i<strong>no</strong>vação</strong> po<strong>de</strong> variar muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />
das mudanças e/ou <strong>de</strong>senvolvimentos<br />
necessários, po<strong>de</strong>ndo<br />
levar meses ou at<strong>é</strong> a<strong>no</strong>s at<strong>é</strong> finalmente<br />
chegar às gôndolas.<br />
DEZEMBRO/12<br />
Setor fechou 2011 com 13,3 bilhões<br />
<strong>de</strong> litros produzidos, número que <strong>de</strong>ve<br />
ser superado em 2012<br />
A garrafa <strong>de</strong> 600 ml retornável foi<br />
aperfeiçoada especificamente para<br />
o mercado brasileiro, mas todas as<br />
outras embalagens são <strong>de</strong>senvolvidas<br />
na se<strong>de</strong> da empresa, em Amsterdam,<br />
na Holanda. Foi o caso da<br />
garrafa <strong>de</strong> alumínio ("STR bottle"),<br />
que tem como diferencial o <strong>de</strong>sign<br />
totalmente i<strong>no</strong>vador e o fato <strong>de</strong> "brilhar"<br />
quando exposta à luz negra, e<br />
tamb<strong>é</strong>m da lata "Touch", que permite<br />
ao consumidor ter uma <strong>no</strong>va sensação<br />
tátil ao tocá-la.<br />
A Heineken mant<strong>é</strong>m equipes globais<br />
<strong>de</strong> <strong>i<strong>no</strong>vação</strong>, inclusive uma totalmente<br />
<strong>de</strong>dicada ao mercado brasileiro.<br />
Para ajudar na tarefa, a companhia<br />
tamb<strong>é</strong>m realiza pesquisas com consumidores<br />
e concursos inter<strong>no</strong>s envolvendo<br />
os colaboradores, prática mantida<br />
em todas as unida<strong>de</strong>s pelo mundo.<br />
O processo <strong>de</strong> <strong>i<strong>no</strong>vação</strong> ocorre<br />
por meio do que a empresa chama<br />
<strong>de</strong> "Funil <strong>de</strong> I<strong>no</strong>vação", que conta<br />
com sete estágios. A primeira eta-<br />
19
pa <strong>é</strong> a "Front End", on<strong>de</strong> parte-se <strong>de</strong><br />
um problema e algumas i<strong>de</strong>ias são<br />
sugeridas at<strong>é</strong> chegar a um insight.<br />
A partir <strong>de</strong>le, são convertidos os conceitos<br />
<strong>de</strong> um <strong>no</strong>vo produto ou embalagem,<br />
por exemplo, sendo posteriormente<br />
testado pelos consumidores.<br />
Se aprovado, a fase seguinte <strong>é</strong><br />
a do "funil" propriamente dito: são<br />
seis etapas, nas quais as análises<br />
são aprofundadas gradativamente.<br />
Em cada uma, há reuniões com a<br />
li<strong>de</strong>rança, que aprovam ou não o projeto.<br />
Só a partir daí parte-se para a<br />
fase seguinte, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
A fase 6 <strong>é</strong> <strong>de</strong> avaliação.<br />
O processo todo envolve muitas<br />
áreas, como supply chain, finanças,<br />
qualida<strong>de</strong>, logística, embalagem, tra<strong>de</strong><br />
marketing, marketing, vendas,<br />
compras e engenharia, entre outras,<br />
mas todos os projetos são li<strong>de</strong>rados<br />
pela área <strong>de</strong> <strong>i<strong>no</strong>vação</strong>, responsável<br />
por coor<strong>de</strong>nar todas as i<strong>de</strong>ias.<br />
"Como trabalhamos com o conceito<br />
<strong>de</strong> "funil", sabemos que nem tudo<br />
que entra <strong>no</strong> processo sairá. Esta <strong>é</strong><br />
uma realida<strong>de</strong> da área <strong>de</strong> <strong>i<strong>no</strong>vação</strong>.<br />
O veto <strong>de</strong> uma iniciativa po<strong>de</strong> ser por<br />
vários motivos. Se o veto foi por inviabilida<strong>de</strong><br />
t<strong>é</strong>cnica, temos a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> buscar <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias e reapresentar<br />
o projeto, por exemplo. Se<br />
for por inviabilida<strong>de</strong> financeira, po<strong>de</strong>mos<br />
tamb<strong>é</strong>m buscar <strong>no</strong>vas soluções<br />
que tornem a iniciativa rentável. Se<br />
após todas as tentativas o projeto ainda<br />
não for viável e vetado, paramos<br />
<strong>de</strong> trabalhar nele", esclarece Lígia.<br />
No caso específico do mercado nacional,<br />
o brasileiro tem consumido<br />
mais cerveja, tanto em quantida<strong>de</strong> como<br />
em qualida<strong>de</strong>, inclusive do ponto<br />
<strong>de</strong> vista gastronômico, o que tem ajudado<br />
a popularizar a harmonização da<br />
cerveja com os mais variados pratos.<br />
Tudo isso torna o mercado <strong>cervejeiro</strong><br />
ainda mais competitivo, exigindo<br />
que as empresas invistam não só<br />
em produtos i<strong>no</strong>vadores, mas tamb<strong>é</strong>m<br />
em eventos, ações digitais e<br />
embalagens diferenciadas, segundo<br />
Lígia. Apesar disso, ela garante que<br />
a empresa está preparada para aten<strong>de</strong>r<br />
a este <strong>no</strong>vo perfil do consumidor,<br />
pelo fato <strong>de</strong> a <strong>i<strong>no</strong>vação</strong> ser uma das<br />
marcas da empresa. "Para a Heineken,<br />
i<strong>no</strong>var <strong>é</strong> se <strong>de</strong>stacar, transpor a<br />
barreira do comum e <strong>de</strong>monstrar, al<strong>é</strong>m<br />
<strong>de</strong> excelência <strong>no</strong> que <strong>é</strong> feito, atenção<br />
ao consumidor, que <strong>é</strong> o mais importante<br />
para a Cervejaria".<br />
20 _www.engarrafadormo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>.com.br Engarrafador Mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>
VINHO<br />
VINHO<br />
Maturado<br />
em<br />
carvalho<br />
A importância dos ton<strong>é</strong>is <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira,<br />
tamb<strong>é</strong>m conhecidos como barris ou bordolesas,<br />
para garantir sabor e aroma aos vinhos<br />
Por Lucindo Copat<br />
22 _www.engarrafadormo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>.com.br Engarrafador Mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>
DEZEMBRO/12<br />
23
Cris Berger<br />
Consi<strong>de</strong>rado o n<strong>é</strong>ctar<br />
dos Deuses, o<br />
vinho <strong>é</strong> uma arte<br />
muito antiga e o<br />
seu surgimento conta<br />
com inúmeras versões, por isso <strong>é</strong><br />
tão difícil afirmar com precisão uma<br />
data. Digo arte, pois a sua elaboração<br />
envolve inúmeros processos que<br />
consistem em esforços da mão humana,<br />
a ajuda <strong>de</strong> garrafas e das famosas<br />
barricas <strong>de</strong> carvalho que tamb<strong>é</strong>m<br />
são conhecidas como toneis, cubas,<br />
barris, bordolesas, pipas entre<br />
outras, que são utilizadas para o amadurecimento<br />
<strong>de</strong> vinhos que possuem<br />
uma qualida<strong>de</strong> superior e que emprestam<br />
todo o aroma do carvalho à<br />
bebida quase que sagrada.<br />
E por que utilizar justamente o<br />
carvalho e não outro tipo <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira?<br />
Com o passar dos a<strong>no</strong>s foram<br />
testadas inúmeras ma<strong>de</strong>iras <strong>no</strong> pro-<br />
cesso <strong>de</strong> amadurecimento dos vinhos,<br />
mas foi o carvalho que mais<br />
se adaptou por apresentar maior resistência<br />
e ao mesmo tempo a<br />
maleabilida<strong>de</strong> para a fabricação do<br />
barril. Al<strong>é</strong>m <strong>de</strong> "emprestar" tamb<strong>é</strong>m<br />
todo o sabor e aroma que um bom<br />
vinho fi<strong>no</strong> <strong>de</strong>ve ter.<br />
É fundamental pensar na qualida<strong>de</strong><br />
do carvalho e <strong>no</strong> tipo <strong>de</strong> bebida<br />
que será armazenado <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong>le. A ma<strong>de</strong>ira po<strong>de</strong> ser mais ou<br />
me<strong>no</strong>s porosa o que resulta em mais<br />
ou me<strong>no</strong>s absorção do vinho na pare<strong>de</strong><br />
do barril. O crescimento e a<br />
ida<strong>de</strong> da árvore tamb<strong>é</strong>m influenciam.<br />
Geralmente o carvalho <strong>é</strong> <strong>de</strong>rrubado<br />
em tor<strong>no</strong> dos seus 100 a<strong>no</strong>s<br />
<strong>de</strong> existência e após o abate <strong>de</strong>ssa<br />
árvore, a ma<strong>de</strong>ira precisa ficar <strong>de</strong> 2<br />
a 3 a<strong>no</strong>s em um período <strong>de</strong> secagem<br />
ao ar livre, para sua estabilização<br />
e retirada dos sabores amargos.<br />
Lucindo Copat: “O carvalho apresenta maior resistência e maleabilida<strong>de</strong> para a<br />
fabricação do barril e proporciona o sabor e o aroma que um vinho fi<strong>no</strong> <strong>de</strong>ve ter”<br />
Praticamente toda a mat<strong>é</strong>ria prima<br />
para fabricar as barricas tem origem<br />
francesa, americana, eslovena,<br />
croata ou húngara, que são lugares<br />
específicos em que esse tipo <strong>de</strong><br />
material possui uma das melhores<br />
qualida<strong>de</strong>s.<br />
O toneleiro <strong>é</strong> o profissional responsável<br />
pela fabricação <strong>de</strong>ssas barricas,<br />
feitas artesanalmente. Como<br />
o barril não leva pregos, <strong>é</strong> necessário<br />
o encaixe perfeito das ripas <strong>de</strong><br />
ma<strong>de</strong>ira, que po<strong>de</strong>m receber o <strong>no</strong>me<br />
tamb<strong>é</strong>m <strong>de</strong> aduelas. Quando o tronco<br />
chega à fábrica <strong>é</strong> fendido, como<br />
as barricas francesas, ou serrado,<br />
como as <strong>no</strong>rte-americanas, respeitando<br />
a fibra natural da ma<strong>de</strong>ira, pois<br />
com isso <strong>é</strong> possível garantir a vedação<br />
correta, evitando o <strong>de</strong>sperdício<br />
do vinho.<br />
Essas ripas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira precisam<br />
ser aquecidas, daí se utilizam diversos<br />
m<strong>é</strong>todos como o <strong>de</strong> aquecer a<br />
ma<strong>de</strong>ira com água fervente, fogo e<br />
at<strong>é</strong> mesmo o vapor. Al<strong>é</strong>m disso, <strong>é</strong><br />
necessário passar pela tosta, pois<br />
quanto mais alto for o nível <strong>de</strong>sta tos-<br />
24 _www.engarrafadormo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>.com.br Engarrafador Mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>
ta, mais os aromas serão transmitidos<br />
ao vinho. Após todo esse processo<br />
as aduelas são unidas e bem<br />
apertadas com os aros <strong>de</strong> ferro, originando<br />
o produto final que <strong>é</strong> o barril.<br />
A qualida<strong>de</strong> do vinho <strong>é</strong> influenciada<br />
por diversos fatores: uvas, elaboração<br />
e o uso <strong>de</strong> uma barrica <strong>no</strong>va. O<br />
que acontece quanto ao volume da<br />
barrica <strong>é</strong>: quanto me<strong>no</strong>r o volume,<br />
mais rápido será o amadurecimento<br />
do vinho. Quanto maior for o recipiente,<br />
me<strong>no</strong>r será o contato da ma<strong>de</strong>ira<br />
com o vinho e me<strong>no</strong>s sabor e aroma<br />
serão transmitidos ao produto final.<br />
Ressalto tamb<strong>é</strong>m que o fato <strong>de</strong><br />
um barril ser <strong>no</strong>vo ou usado po<strong>de</strong> afetar<br />
a bebida. Para as vinícolas que<br />
querem dar um toque especial <strong>de</strong><br />
carvalho <strong>no</strong>vo na bebida, o correto <strong>é</strong><br />
que se utilize o tonel uma única vez<br />
DEZEMBRO/12<br />
para amadurecer os vinhos fi<strong>no</strong>s, pois<br />
os aromas e sabores serão passados<br />
com mais intensida<strong>de</strong> à bebida, pela<br />
ma<strong>de</strong>ira ter esse primeiro contato com<br />
o produto. Já, para alguns vinhos<br />
brancos que são fermentados em<br />
toneis <strong>de</strong> segundo uso, o resultado <strong>é</strong><br />
um vinho extremamente saboroso<br />
com aroma tostado e amanteigado.<br />
Todo esse processo encarece o preço<br />
final do produto, pois um barril <strong>no</strong>vo<br />
chega a custar cerca <strong>de</strong> 620 euros e<br />
já um barril america<strong>no</strong> po<strong>de</strong> chegar a<br />
US$ 400,00.<br />
Ressalto que o barril <strong>de</strong> carvalho<br />
traz muitos benefícios ao vinho fi<strong>no</strong>,<br />
são diversas as suas qualida<strong>de</strong>s,<br />
mas para resumir pontuo alguns itens<br />
que consi<strong>de</strong>ro relevantes:<br />
1. 1. 1. O vinho ganha estrutura e cor-<br />
po, dado pela pequena exposição<br />
do vinho ao oxigênio atrav<strong>é</strong>s dos<br />
poros dos barris e pelos polifenóis<br />
(tani<strong>no</strong>s) da ma<strong>de</strong>ira.<br />
2. 2. A intensificação da cor, causada<br />
pela reação dos tani<strong>no</strong>s e antociani<strong>no</strong>s<br />
(pigmento responsável pela<br />
cor rubi-violácea do vinho).<br />
3. 3. O amaciamento dos tani<strong>no</strong>s.<br />
4. 4. E a evaporação ao longo do<br />
tempo em que o vinho fica <strong>no</strong>s<br />
toneis, o que ocasiona a concentração<br />
atenuada do produto. O barril<br />
<strong>de</strong> carvalho ainda passa ao vinho<br />
aromas e sabores como baunilha,<br />
caramelo, cravo, terra, especiarias,<br />
tostado e coco, entre outros. A seguir<br />
tabela com os tipos <strong>de</strong> aroma<br />
que a tosta dá:<br />
25
Tostado m<strong>é</strong>dio<br />
Tostado<br />
Para enten<strong>de</strong>r melhor como inci<strong>de</strong><br />
o processo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma vinícola<br />
explicarei como ocorre <strong>de</strong>ntro da Vinícola<br />
Salton, pois tenho domínio<br />
total das t<strong>é</strong>cnicas e metodologias<br />
adotadas por ela. Depois <strong>de</strong> terminada<br />
a fermentação, os vinhos brancos<br />
são conservados em tanques <strong>de</strong><br />
aço i<strong>no</strong>xidável à baixa temperatura.<br />
Os vinhos tintos jovens são amadurecidos<br />
em tanques <strong>de</strong> aço i<strong>no</strong>xidável<br />
ou em bordolesas <strong>de</strong> carvalho.<br />
E ao passo que os vinhos tintos <strong>de</strong><br />
maior estrutura são amadurecidos<br />
primeiro em tanques, passam <strong>de</strong>pois<br />
pelas bordolesas <strong>de</strong> 225 litros<br />
<strong>de</strong> carvalho e posteriormente nas garrafas.<br />
Contamos atualmente com<br />
Aromas<br />
Barrica <strong>no</strong>rte-americana<br />
Baunilha, especiarias,<br />
amendoim, coco e framboesa<br />
Tostado, fumaça, pimenta,<br />
caf<strong>é</strong> e tabaco<br />
A fabricação <strong>de</strong> um bom vinho tamb<strong>é</strong>m <strong>é</strong> influenciada<br />
pela qualida<strong>de</strong> das uvas utilizadas na produção da bebida<br />
Barrica francesa<br />
Especiarias, doces, baunilha,<br />
canela e cravo<br />
Tostados, torrefação, caf<strong>é</strong><br />
e caramelho<br />
1.617 barricas <strong>de</strong> carvalho, que amadurecem<br />
os vinhos fi<strong>no</strong>s como o<br />
Salton Talento, Salton Desejo Merlot<br />
e os vinhos tintos da linha Volpi, al<strong>é</strong>m<br />
do espumante Salton Évi<strong>de</strong>nce, espumante<br />
e o vinho dos 100 a<strong>no</strong>s.<br />
Um belo exemplo <strong>de</strong> um vinho<br />
que tem passagem pelos barris <strong>de</strong><br />
carvalho em <strong>no</strong>ssa vinícola <strong>é</strong> o Salton<br />
Desejo, on<strong>de</strong> a elaboração <strong>é</strong> realizada<br />
após o vinhedo ser selecionado,<br />
as uvas (Merlot) colhidas manualmente<br />
e os cachos maduros separados.<br />
A fermentação <strong>de</strong>sse produto<br />
<strong>é</strong> realizada <strong>de</strong> forma clássica,<br />
on<strong>de</strong> controlamos a temperatura e a<br />
ação <strong>de</strong> fermentos. Ao t<strong>é</strong>rmi<strong>no</strong> da<br />
fermentação, o vinho <strong>de</strong>scansa por<br />
12 meses nas barricas <strong>de</strong> carvalho<br />
francês <strong>no</strong>vas e barricas <strong>de</strong> carvalho<br />
<strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong> <strong>no</strong>vas, com uma<br />
porcentagem <strong>de</strong> 50% cada. E, após<br />
esse amadurecimento em barricas,<br />
o vinho <strong>é</strong> engarrafado e permanece<br />
por mais um a<strong>no</strong> em <strong>no</strong>ssas caves<br />
climatizadas a 10 o C com ar filtrado<br />
e umida<strong>de</strong> controlada. O resultado<br />
final <strong>é</strong> um vinho fi<strong>no</strong> <strong>de</strong> cor roxo intenso,<br />
com um bouquet perfeito que<br />
lembra frutas como mirtilo, amora,<br />
ameixas e uvas-secas.Possui aroma<br />
<strong>de</strong>fumado, <strong>de</strong> amêndoas, folhassecas,<br />
trufa, eucalipto, pimenta- preta,<br />
e que na boca se apresenta ple<strong>no</strong><br />
com um ataque doce, com excelentes<br />
tani<strong>no</strong>s e gran<strong>de</strong> permanência<br />
do sabor.<br />
Nós, que somos os profissionais<br />
que lidam com esse tipo <strong>de</strong> bebida,<br />
temos sempre que ter em mente que<br />
estamos lidando com um produto<br />
on<strong>de</strong> o principal ingrediente a ser<br />
colocado <strong>é</strong> a paixão pelo que se faz.<br />
Nessa profissão temos os sentidos<br />
aguçados e um <strong>de</strong>sejo latente <strong>de</strong> a<br />
cada dia po<strong>de</strong>r elaborar um produto<br />
que mexa com os sentimentos das<br />
pessoas, pois os <strong>no</strong>ssos consumidores<br />
procuram <strong>no</strong> vinho uma companhia<br />
para os momentos <strong>de</strong> alegria<br />
e um instante <strong>de</strong> relaxamento. Existem<br />
<strong>no</strong> mercado vinhos elaborados<br />
<strong>de</strong> diversos m<strong>é</strong>todos e que agradam<br />
a todo o tipo <strong>de</strong> público e o que mais<br />
importa <strong>é</strong> que tudo tenha sido feito<br />
com muito amor. Tim tim!<br />
Lucindo Copat<br />
diretor t<strong>é</strong>cnico e enólogo da Vinícola Salton<br />
26 _www.engarrafadormo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>.com.br Engarrafador Mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>
MARKETING<br />
MARKETING<br />
E a marca do a<strong>no</strong> <strong>é</strong> ...<br />
Amarca Itaú li<strong>de</strong>ra o ranking<br />
da Interbrand das<br />
Marcas Brasileiras<br />
Mais Valiosas <strong>de</strong> 2012.<br />
Seguida por Bra<strong>de</strong>sco,<br />
Banco do Brasil, Petrobras e Skol, que<br />
completam o Top 5, essas marcas representam<br />
71, 8% do valor consolida-<br />
Ranking da Interbrand das marcas brasileiras<br />
mais valiosas <strong>de</strong> 2012 inclui três <strong>de</strong> cerveja<br />
do <strong>de</strong> R$ 95,9 bilhões entre as 25 marcas<br />
brasileiras listadas <strong>no</strong> estudo.<br />
Em relação ao ranking <strong>de</strong> 2011,<br />
a maioria das marcas se valorizou,<br />
sendo que a vig<strong>é</strong>sima quinta colocada<br />
esse a<strong>no</strong> entrou <strong>no</strong> ranking com<br />
a <strong>no</strong>ta <strong>de</strong> corte <strong>de</strong> R$ 250 milhões,<br />
Da Redação<br />
um valor significativamente superior<br />
a 2011 (quando a <strong>no</strong>ta <strong>de</strong> corte<br />
foi <strong>de</strong> R$ 209 milhões).<br />
A Interbrand, maior consultoria <strong>de</strong><br />
marcas do mundo, publica o estudo<br />
das Marcas Brasileiras Mais Valiosas<br />
anualmente. Criadora da metodo-<br />
42 _www.engarrafadormo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>.com.br Engarrafador Mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>
logia <strong>de</strong> avaliação financeira <strong>de</strong> marcas<br />
- e primeira <strong>de</strong> sua categoria a<br />
receber o certificado ISO - a consultoria<br />
analisa as diferentes maneiras<br />
pelas quais uma marca atinge e<br />
beneficia uma organização, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
sua influência sobre os resultados<br />
financeiros at<strong>é</strong> a satisfação das expectativas<br />
dos clientes.<br />
Para <strong>de</strong>senvolver sua análise, a<br />
Interbrand examina os três componentes<br />
principais que contribuem<br />
para o valor da marca:<br />
• Resultados Resultados Financeiros: Financeiros: geração<br />
<strong>de</strong> valor financeiro dos produtos<br />
e serviços vinculados à marca.<br />
Papel Papel da da Marca: Marca: influência da<br />
marca <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> escolha do<br />
cliente.<br />
Força Força da da Marca: Marca: capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> garantir a <strong>de</strong>manda e ganhos ao<br />
longo do tempo.<br />
Para entrar <strong>no</strong> ranking, as marcas<br />
<strong>de</strong>vem aten<strong>de</strong>r a alguns crit<strong>é</strong>rios básicos:<br />
ser originária do Brasil, publicar<br />
informações contábeis e financeiras,<br />
fornecer informações suficientes<br />
para a i<strong>de</strong>ntificação da receita individual<br />
<strong>de</strong> suas marcas, gerar EVA positivo<br />
(geração <strong>de</strong> valor do negócio<br />
uma vez que a empresa remunere<br />
todo o capital investido na operação)<br />
e ser amplamente reconhecida <strong>no</strong>s<br />
seus principais mercados.<br />
DEZEMBRO/12<br />
Pa<strong>no</strong>rama 2012<br />
“Com os olhos do mundo voltados<br />
para o Brasil, <strong>no</strong>ssas marcas<br />
têm a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproveitar o<br />
bom momento do mercado nacional<br />
para elevar-se a um <strong>no</strong>vo patamar<br />
<strong>de</strong> diferenciação e vínculo com<br />
o consumidor”, analisa Andr<strong>é</strong> Matias,<br />
Gerente <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Marcas<br />
da Interbrand São Paulo.<br />
Soma-se a este cenário um elemento<br />
importante: a continuida<strong>de</strong><br />
das crises americana e europeia faz<br />
com que as empresas estrangeiras<br />
vejam o Brasil como uma oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> crescimento e <strong>de</strong>cidam se estabelecer<br />
<strong>no</strong> país.<br />
De re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> varejo europeias a<br />
montadoras <strong>de</strong> automóveis da China,<br />
estas empresas não só trazem<br />
maior concorrência para <strong>no</strong>ssas marcas,<br />
como tamb<strong>é</strong>m apresentam <strong>no</strong>vas<br />
opções ao consumidor, <strong>no</strong>vas<br />
interações e um ponto <strong>de</strong> vista diferente<br />
sobre marcas.<br />
“Este <strong>é</strong> sem dúvida um cenário<br />
interessante que estimula o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do branding <strong>no</strong> país. Nesse<br />
sentido, as empresas que antes<br />
estavam interessadas apenas em<br />
criar suas marcas, hoje preocupamse<br />
com a consolidação das mesmas<br />
a partir da gestão inteligente <strong>de</strong> suas<br />
engrenagens e pontos <strong>de</strong> contato.<br />
Está inaugurada a era dos processos<br />
em substituição aos projetos<br />
pontuais <strong>de</strong> marca.” diz Daniella Giavina-Bianchi,<br />
Diretora Executiva <strong>de</strong><br />
Estrat<strong>é</strong>gia da Interbrand São Paulo.<br />
Skol<br />
Dona <strong>de</strong> um posicionamento focado<br />
<strong>no</strong> público jovem, a Skol se<br />
mant<strong>é</strong>m como a marca <strong>de</strong> cerveja<br />
mais valiosa do Brasil. A marca investe<br />
em <strong>i<strong>no</strong>vação</strong> e em uma distribuição<br />
cada vez mais forte, o que<br />
torna a cerveja a quinta mais vendida<br />
em todo o mundo. Presente na<br />
maioria dos pontos <strong>de</strong> venda do País,<br />
a marca lançou há alguns a<strong>no</strong>s, a<br />
Skol 360 o , al<strong>é</strong>m <strong>de</strong> disponibilizar ao<br />
consumidor uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> formatos<br />
e embalagens, proporcionando<br />
opções diferenciadas para o cotidia<strong>no</strong><br />
<strong>de</strong> seu público.<br />
43
Com uma valorização <strong>de</strong> 17%, a<br />
marca passou <strong>de</strong> 7,277 milhões <strong>de</strong><br />
reais em 2011 para R$ 8,496 em<br />
2012.<br />
Brahma<br />
Com posicionamento <strong>de</strong>stacado<br />
<strong>no</strong> setor esportivo, principalmente na<br />
paixão brasileira, que <strong>é</strong> futebol, a<br />
Brahma colhe frutos <strong>de</strong>ssa associação.<br />
A Brahma fez parcerias com times,<br />
criou bares temáticos, lançou<br />
latinhas personalizadas, conquistando<br />
o amante do futebol em seus momentos<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scontração e lazer.<br />
A marca foi audaciosa e mudou<br />
a cor <strong>de</strong> sua tradicional embalagem,<br />
passando da latinha prateada para<br />
vermelha, uma cor pouco explorada<br />
<strong>no</strong> universo das cervejas em todo o<br />
mundo.<br />
Com a chegada da Copa do Mundo<br />
<strong>de</strong> 2014, a Brahma <strong>de</strong>ve crescer<br />
ainda mais embalada pelos seus fi<strong>é</strong>is<br />
seguidores apaixonados por esse<br />
esporte.<br />
Antarctica<br />
Lí<strong>de</strong>r <strong>no</strong> mercado carioca, a Antarctica<br />
assumiu uma postura irreverente<br />
e cheia <strong>de</strong> ginga para tornarse<br />
a marca oficial dos bebedores <strong>de</strong><br />
cerveja. A marca mudou seu slogan<br />
<strong>de</strong> “Boa só se for Antarctica” para<br />
“Boa <strong>é</strong> Antarctica, a cerveja da diretoria”,<br />
uma alusão direta ao consumidor<br />
<strong>de</strong> cerveja do boteco.<br />
A marca possui, ainda, em seu<br />
portfólio marcas tradicionais e consolidadas,<br />
como a Original, al<strong>é</strong>m da <strong>no</strong>va<br />
mas já consolidada Sub-Zero, uma<br />
proposta i<strong>no</strong>vadora para a marca.<br />
Novas participantes em 2012<br />
No ranking Interbrand, duas marcas<br />
fazem seu <strong>de</strong>but: Totvs e Magazine<br />
Luiza estreiam <strong>no</strong> relatório confirmando<br />
uma tendência <strong>de</strong> mercado<br />
que aponta ganho <strong>de</strong> participa-<br />
ção das marcas <strong>de</strong> varejo e tec<strong>no</strong>logia,<br />
em um cenário antes dominado<br />
pelas empresas <strong>de</strong> commodities e<br />
serviços financeiros - mudança tamb<strong>é</strong>m<br />
observada <strong>no</strong> relatório Interbrand<br />
das Melhores Marcas Globais<br />
divulgado em outubro. “Não po<strong>de</strong>mos<br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar o retor<strong>no</strong> <strong>de</strong><br />
Havaianas ao ranking: uma <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssas<br />
marcas com maior reconhecimento<br />
global, trazendo aprendizados<br />
importantes para outras marcas<br />
nacionais que ainda buscam consolidar<br />
sua presença em solos estrangeiros”,<br />
analisa Andr<strong>é</strong> Matias.<br />
Maior crescimento e valor<br />
O setor financeiro permanece como<br />
<strong>de</strong>staque <strong>no</strong> estudo <strong>de</strong> 2012. E<br />
este a<strong>no</strong> domina o Top 3, representado<br />
pela tría<strong>de</strong> Itaú , Bra<strong>de</strong>sco e Banco<br />
do Brasil.<br />
O setor varejista tamb<strong>é</strong>m se <strong>de</strong>staca,<br />
com crescimento m<strong>é</strong>dio <strong>de</strong><br />
25,2% <strong>de</strong> valor. A marca Hering , por<br />
exemplo, subiu seis posições <strong>no</strong> ranking,<br />
com um crescimento <strong>de</strong> 86%.<br />
Casas Bahia fica com o segundo maior<br />
crescimento do ranking, com aumento<br />
<strong>no</strong> valor <strong>de</strong> marca <strong>de</strong> 57%.<br />
44 _www.engarrafadormo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>.com.br Engarrafador Mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>