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wecisley ribeiro do espirito santo-dissertaçao mestrado-ppgas-ufrj ...

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comercial de “moda íntima” friburguense. Antes mesmo de chegar a este local impressiona<br />

ao visitante a grande profusão, ao longo da serra, de out<strong>do</strong>ors publicitários das empresas e<br />

lojas de lingeries, exibin<strong>do</strong> sempre lindíssimas modelos vestin<strong>do</strong> lingeries de equivalente<br />

beleza. Este shopping representa, por assim dizer, um pórtico, uma sala de recepções onde<br />

se é informa<strong>do</strong> da chegada ao pólo de “moda íntima” local. Tanto mais pela extraordinária<br />

concentração de out<strong>do</strong>ors no perímetro urbano <strong>do</strong> bairro que constitui sua sede – a Ponte da<br />

Saudade. O mapa 2 <strong>do</strong> anexo fornece uma cartografia aproximada da distribuição de<br />

out<strong>do</strong>ors publicitários de moda íntima por to<strong>do</strong> o eixo urbano de Nova Friburgo.<br />

Seguin<strong>do</strong>-se em direção ao norte o bairro imediatamente posterior à Ponte da<br />

Saudade, chama<strong>do</strong> Bairro Ypú, recebe o nome de uma das maiores empresas da história de<br />

Nova Friburgo, a fábrica Ypú. Em seguida, chega-se ao Centro da cidade. É aqui que<br />

encontramos as instalações da principal empresa de lingerie da região – a Triumph<br />

International, com uma área industrial de cerca de 43.000 m2, onde diariamente são<br />

explora<strong>do</strong>s aproximadamente 1.500 trabalha<strong>do</strong>res. No anexo, fotografia 1, esta fábrica pode<br />

ser vista discriminada pelo número 1.1. Número que também encabeça a fotografia da visão<br />

ampliada desta mesma empresa, bem como de algumas de suas principais edificações<br />

“sociais”.<br />

O bairro no qual encontram-se localiza<strong>do</strong>s estes prédios chama-se Lagoinha e fica a<br />

uns dez minutos de caminhada <strong>do</strong> Centro. Depois de aproximadamente uns quinze minutos<br />

andan<strong>do</strong> pelo local, pode-se, mais <strong>do</strong> que apenas ver, sentir o que é estar plenamente<br />

pisan<strong>do</strong> o chão <strong>do</strong> que a bibliografia especializada chama de “vila operária” 19 . Embora<br />

estan<strong>do</strong> em um espaço público tu<strong>do</strong> se passa como se estivéssemos, efetivamente, em<br />

propriedade da fábrica. Mais que isso, como se estivéssemos na própria fábrica. De um la<strong>do</strong><br />

da rua, a megalomania <strong>do</strong>s pavilhões de produção (discrimina<strong>do</strong>s na foto 1.1 com um<br />

círculo vermelho), o barulho das máquinas, as várias portarias de acesso diferencial<br />

destina<strong>do</strong> ao pessoal de diferentes posições na estrutura hierárquica da empresa. Do outro<br />

la<strong>do</strong> da rua, as casas da vila operária (destaca<strong>do</strong>s pela letra b, na mesma foto). Todas<br />

padronizadas, enfileiradas, quase que evocan<strong>do</strong> as estateladas posições <strong>do</strong>s operários na<br />

esteira de produção. Mais á frente, o refeitório (marca<strong>do</strong> pela letra a) exatamente ante a<br />

19 Leite Lopes (1988.). O sistema “fábrica com vila operária” é uma modalidade importante de legitimação da<br />

“<strong>do</strong>minação total” <strong>do</strong>s patrões sobre os trabalha<strong>do</strong>res.<br />

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