ingrediente - Engarrafador Moderno

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MERCADO Priorizando Priorizando Priorizando Priorizando Priorizando o o o o o sabor sabor sabor sabor sabor e e e e e a a a a a qualidade, qualidade, qualidade, qualidade, qualidade, as as as as as cer cer cervejas cer cervejas vejas vejas vejas especiais especiais especiais especiais especiais fazem fazem fazem fazem fazem parte parte parte parte parte também também também também também de de de de de harmonizações harmonizações harmonizações harmonizações harmonizações gastronômicas, gastronômicas, gastronômicas, gastronômicas, gastronômicas, levando levando levando levando levando aos aos aos aos aos consumidores consumidores consumidores consumidores consumidores os os os os os mais mais mais mais mais variados variados variados variados variados sabores sabores sabores sabores sabores e e e e e aromas aromas aromas aromas aromas Cer Cerveja Cer Cer Cerveja Cer veja veja para para para para todos todos todos todos os os os os gostos gostos gostos gostos Por Redação As cervejas especiais são cervejas que possuem alguma diferença quando comparadas com as tradicionais. O mestre-cervejeiro Murilo Schmutzler, da Heineken Brasil, conta que as cervejas especiais existem há tempos e que suas características variam de acordo com as matérias-primas utilizadas. Antigamente não existia controle sobre o tipo de matéria-prima e o processo utilizado para a produção da cerveja. Em alguns casos, ervas eram utilizadas causando danos à saúde do consumidor. Assim, em 23 de abril de 1516, o Duque Guilherme IV, da Baviera, promulgou a Reinheitsgebot (Lei da Pureza da Cerveja), determinando apenas água, malte, lúpulo e fermento de levedura como os ingredientes essenciais para a produção da cerveja. Elas podem ser diferenciadas, importadas, artesanais, feitas seguindo receitas antigas, tradicionais e com os mais variados aromas e sabores, levando o termo de "especiais". São cervejas feitas de trigo, maturadas em carvalho, com toques de mel, café, entre outros. Portanto, o que as diferencia, é que essas cervejas passam por um maior cuidado no preparo e por consequência, possuem qualidade e sabor diferenciados. Para as cervejas artesanais, ainda não há uma definição de características no Brasil. Já os americanos, definem que a cerveja artesanal é Pequena, Independente e Nacional. Para que seja considerada artesanal, a produção da cerveja precisa atingir menos de 234 milhões de litros por ano e apenas 25% de suas ações podem pertencer a uma industria de bebidas de grande porte. 14 14 _www.engarrafadormoderno.com.br Engarrafador Moderno

MERCADO<br />

Priorizando Priorizando Priorizando Priorizando Priorizando o o o o o sabor sabor sabor sabor sabor<br />

e e e e e a a a a a qualidade, qualidade, qualidade, qualidade, qualidade,<br />

as as as as as cer cer cervejas cer cervejas<br />

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gostos<br />

gostos<br />

gostos<br />

Por Redação<br />

As cervejas especiais são cervejas<br />

que possuem alguma<br />

diferença quando comparadas<br />

com as tradicionais.<br />

O mestre-cervejeiro Murilo Schmutzler,<br />

da Heineken Brasil, conta que as cervejas<br />

especiais existem há tempos e que<br />

suas características variam de acordo<br />

com as matérias-primas utilizadas. Antigamente<br />

não existia controle sobre o<br />

tipo de matéria-prima e o processo utilizado<br />

para a produção da cerveja. Em<br />

alguns casos, ervas eram utilizadas causando<br />

danos à saúde do consumidor.<br />

Assim, em 23 de abril de 1516, o Duque<br />

Guilherme IV, da Baviera, promulgou<br />

a Reinheitsgebot (Lei da Pureza<br />

da Cerveja), determinando apenas água,<br />

malte, lúpulo e fermento de levedura<br />

como os <strong>ingrediente</strong>s essenciais para a<br />

produção da cerveja.<br />

Elas podem ser diferenciadas, importadas,<br />

artesanais, feitas seguindo receitas<br />

antigas, tradicionais e com os mais<br />

variados aromas e sabores, levando o<br />

termo de "especiais". São cervejas feitas<br />

de trigo, maturadas em carvalho,<br />

com toques de mel, café, entre outros.<br />

Portanto, o que as diferencia, é que<br />

essas cervejas passam por um maior<br />

cuidado no preparo e por consequência,<br />

possuem qualidade e sabor diferenciados.<br />

Para as cervejas artesanais, ainda não<br />

há uma definição de características no<br />

Brasil. Já os americanos, definem que a<br />

cerveja artesanal é Pequena, Independente<br />

e Nacional. Para que seja considerada<br />

artesanal, a produção da cerveja<br />

precisa atingir menos de 234 milhões<br />

de litros por ano e apenas 25% de suas<br />

ações podem pertencer a uma industria<br />

de bebidas de grande porte.<br />

14 14 _www.engarrafadormoderno.com.br <strong>Engarrafador</strong> <strong>Moderno</strong>


JULHO/10<br />

O O mercado mercado<br />

mercado<br />

Apreciada por grande parte da população, independentemente<br />

da classe, a cerveja Pilsen como é conhecida, ainda é a<br />

mais consumida.<br />

O consumo de cervejas no Brasil vem crescendo e produtos<br />

diferenciados são importantes para atrair o consumidor.<br />

Segundo dados da Nielsen, entre os meses de dezembro<br />

de 2009 a fevereiro de 2010, houve um aumento de 15,9%<br />

nas vendas de cervejas no Brasil, em relação ao mesmo período<br />

do ano anterior.<br />

Nos últimos anos, um público mais exigente começou a<br />

prestar mais atenção em outros tipos de cervejas. Assim, o<br />

mercado obrigou a famosa "loirinha" a dividir espaço com<br />

diversos rótulos, importados e nacionais.<br />

Com as indústrias investindo em novidades, o portfólio<br />

das cervejarias cresceu abruptamente, oferecendo aos consumidores<br />

a oportunidade de experimentar os mais variados<br />

sabores. Christian Bonotto, da Importadora e Distribuidora<br />

Ibeer, explica que a empresa procura sempre um diferencial<br />

no que está importando, para que seja atendida e aguçada a<br />

curiosidade dos consumidores. "Sempre primamos por qualidade<br />

e empresas sérias que nos dêem suporte em nossas ações",<br />

afirma Christian Bonotto.<br />

Cervejas do tipo Lager (baixa fermentação, como Pilsen e<br />

Malzbier), tipo Ales (cervejas de alta fermentação, como Stout<br />

e Altbier) e cervejas tipo Lambics (fermentação espontânea,<br />

como Faro e Kriek), fazem parte de um mercado em crescimento<br />

e, ainda, novo para maioria dos consumidores brasileiros.<br />

As cervejas chamadas especiais seguem o mesmo processo<br />

de produção que as cervejas tradicionais, tipo pilsen, ou<br />

seja, produção do mosto cervejeiro, fermentação, maturação,<br />

filtração e envasamento. Algumas cervejas especiais do tipo<br />

15<br />

15


Dados apontam evolução no consumo<br />

e na fabricação de cerveja no País<br />

De acordo com o Sindicerv, o Brasil é o 4 o maior fabricante de cerveja do<br />

mundo e a produção estimada mundialmente é de 180,3 bilhões de litros por<br />

ano. O consumo nacional passou de 10,4 bilhões de litros em 2007 para 10,9<br />

bilhões de litros em 2009 e o consumo por habitante aumentou de 55 litros em<br />

2007 para 57 litros em 2009.<br />

vintage ou champenoise passam por<br />

uma terceira fermentação em barris de<br />

carvalho ou na própria garrafa em adegas<br />

climatizadas.<br />

A microcervejaria Dado Bier foi uma<br />

das empresas que primeiro investiu no<br />

mercado de cervejas especiais no Brasil.<br />

De acordo com Eduardo Bier, sóciofundador<br />

da empresa, o mercado estava<br />

muito concentrado nas mãos de grandes<br />

produtores, quando houve a oportunidade<br />

de crescimento e, com isso, inovações<br />

surgiram. "Na época, o maior problema<br />

foi a falta de tudo, não havia equipamentos,<br />

matéria prima, conhecimento.<br />

Tivemos que importar<br />

tudo, desde matérias<br />

primas até o conhecimento<br />

das cervejarias<br />

fora do Brasil", explica<br />

Eduardo.<br />

Atualmente, a Dado<br />

Bier possui uma<br />

linha que conta<br />

com seis cervejas:<br />

Weiss, Royal Black,<br />

Red Ale, Belgian<br />

Ale, Ilexx,<br />

Chopp e Original.<br />

São cervejas elaboradas<br />

com diferentes<strong>ingrediente</strong>s<br />

e com teor alcoólico<br />

que varia<br />

de 4,5% a 7,0% .<br />

Para Eduardo Bier diversos<br />

<strong>ingrediente</strong>s podem<br />

fazer uma cerveja se<br />

tornar especial, como: tipos<br />

de malte e cevada variados,<br />

malte de trigo, cevada<br />

tostada, diversos<br />

tipos de lúpulos e diferentes<br />

tipos de fermentos<br />

e leveduras.<br />

"Tem cerveja para<br />

toda época do ano<br />

e em função disso temos<br />

um desempenho<br />

superior até no<br />

verão. Um clima não<br />

tão quente apetece<br />

uma cerveja mais<br />

forte e mais encorpada<br />

para ser degustada<br />

ou consumida em grande quantidade",<br />

afirma Eduardo Bier.<br />

As cervejas "Premium"<br />

são apenas uma invenção<br />

das grandes companhias<br />

para designar uma cerveja<br />

de melhor qualidade,<br />

Rodrigo Nikima,<br />

gerente de marketing<br />

da Cervejaria Colorado<br />

16 16 _www.engarrafadormoderno.com.br <strong>Engarrafador</strong> <strong>Moderno</strong>


A Cervejaria Colorado foi criada no<br />

Brasil por Marcelo Carneiro da Rocha,<br />

um estudioso de cervejas. Na época, a<br />

Europa e os Estados Unidos já tinham a<br />

cultura cervejeira amplamente difundida<br />

e Marcelo Carneiro acreditou que<br />

aconteceria o mesmo com o Brasil, trazendo<br />

seu conhecimento e anos de experiência<br />

para o país. No início, a<br />

Colorado só usava fórmulas europeias,<br />

o que causou um grande choque para<br />

os consumidores e a aceitação não foi<br />

como ele esperava.<br />

Depois disso, a empresa "abrasileirou"<br />

suas fórmulas acrescentando <strong>ingrediente</strong>s<br />

regionais e típicos do Brasil, fazendo<br />

com que a aceitação fosse cada<br />

vez mais crescente. A Cervejaria produz<br />

a Colorado Cauim, que é a tradicional<br />

cerveja Pilsen e que leva em sua<br />

composição mandioca. O processo de<br />

fabricação leva em média 28 dias e utiliza<br />

como matéria-prima água, fermento<br />

alemão, malte importado, lúpulo tcheco,<br />

além de fécula de mandioca, fazendo<br />

com que o resultado seja um produto<br />

de baixa fermentação e com teor alcoólico<br />

de 4,0%. Atualmente, a cerveja<br />

mais consumida entre as fabricadas pela<br />

Cervejaria Colorado é a Colorado Appia,<br />

feita basicamente de água, cevada, trigo<br />

maltado, lúpulo e fermentos ingleses. O<br />

produto, que não é filtrado, tem um aspecto<br />

opaco e apresenta 5,5% de teor<br />

alcoólico.<br />

Para Rodrigo Nikima, gerente de<br />

marketing da Cervejaria Colorado, o<br />

processo produtivo e as matérias primas<br />

é o que torna a cerveja especial. De acordo<br />

com ele, todos os tipos de cerveja<br />

podem ser especiais, desde que produzidas<br />

em pequena escala, com <strong>ingrediente</strong>s<br />

selecionados e de primeira linha.<br />

Rodrigo afirma que, atualmente,<br />

existem mais de 100 micro cervejarias<br />

no Brasil e a maioria produz apenas<br />

chope, atendendo consumidores locais.<br />

JULHO/10<br />

A Heineken do Brasil possui um extenso<br />

portfólio de cervejas especiais, visando<br />

atender os mais requintados consumidores<br />

de cerveja. Heineken, Kaiser<br />

Bock, Bavária Premium, Xingu, Summer<br />

Draft e Sol Premium fazem parte do<br />

portfólio da empresa. Cerveja Lager e<br />

com receita original, a cerveja Heine-<br />

ken é a linha de frente dos produtos da<br />

Cervejaria. Sua receita utiliza 100% de<br />

malte, <strong>ingrediente</strong>s naturais e é isenta<br />

de aditivo e conservante. Já a Kaiser<br />

Bock é conhecida como cerveja especial<br />

para o inverno, classificada como<br />

escura e forte em função das características<br />

do processo de produção.<br />

17<br />

17


MERCADO<br />

Geralmente, cervejas especiais possuem<br />

um tempo de maturação prolongado,<br />

conferindo ao produto características<br />

especiais.<br />

A Cervejaria Petrópolis também possui<br />

em sua linha algumas cervejas especiais<br />

como Petra Bock (cerveja tipo bock),<br />

Petra Schwarzbier (cerveja preta), Black<br />

Princess (cerveja escura), Black Princess<br />

Gold (cerveja tipo Pilsen<br />

puro malte), Weltenburger<br />

Kloster Anno 1050 (cerveja<br />

puro malte clara tipo<br />

Abadia) e Weltenburger<br />

Kloster Urtyp Hell (cerveja<br />

puro malte tipo Pilsen).<br />

Douglas Costa,<br />

gerente de marketing<br />

do Grupo Petrópolis,<br />

afirma que o lúpulo<br />

é um dos <strong>ingrediente</strong>s<br />

que mais contribuem<br />

para que uma<br />

cerveja especial seja<br />

referenciada como de<br />

melhor qualidade. Ele<br />

explica também que<br />

os produtores investem<br />

muito na seleção<br />

O importante é saber<br />

que cervejas especiais<br />

remetem a uma qualidade<br />

diferenciada que permite<br />

ao apreciador de cerveja<br />

diferentes sensações<br />

durante uma degustação,<br />

Murilo Schmutzler,<br />

mestre cervejeiro<br />

da Heineken Brasil<br />

do lúpulo, que confere aroma e amargor<br />

agradáveis ao paladar do consumidor deste<br />

tipo de cerveja.<br />

A Cervejaria Schornstein conta com<br />

um serviço de entrega em domicílio de<br />

chopes produzidos na fábrica de<br />

Holambra, recém inaugurada em São<br />

Paulo. A matriz da Schornstein foi<br />

construída em junho de 2006, na cidade<br />

de Pomerode, no Vale do Itajaí (SC). Além<br />

do tradicional estilo pilsen, a cervejaria<br />

inclui em seu delivery os chopes Weiss,<br />

Bock, Pale Ale e o Imperial Stout.<br />

Outra microcervejaria a oferecer o<br />

sistema delivery é a Das Bier. O serviço<br />

funciona no sistema de<br />

troca de frascos vazios<br />

por cheios, solicitados<br />

antecipadamente e sempre<br />

utilizando o mesmo<br />

modelo que o cliente<br />

possui.<br />

Estão disponíveis<br />

garrafas de 500ml e<br />

de 2 litros, nos modelos<br />

sifão de vidro,<br />

metal e cone. A Das<br />

Bier produz chopes<br />

tipo Weiss, Braunes<br />

Ale, Pilsen e Natural.<br />

Consumo<br />

Consumo<br />

As cervejas conquistaram<br />

o consumo<br />

brasileiro e, atualmente estão disponíveis<br />

na maioria dos estabelecimentos<br />

de varejo e restaurantes do País. Assim<br />

como os vinhos, fazem parte de cursos,<br />

harmonizações gastronômicas e degustações.<br />

Os restaurantes incluíram as cervejas<br />

especiais em seus cardápios e hoje<br />

possuem diversos rótulos com diferentes<br />

aromas e sabores.<br />

As cervejas "gourmet" , como são<br />

18 18 _www.engarrafadormoderno.com.br <strong>Engarrafador</strong> <strong>Moderno</strong>


"Na época, o maior problema<br />

foi a falta de tudo,<br />

não havia equipamentos,<br />

matéria prima,<br />

conhecimento.<br />

Tivemos que importar tudo,<br />

desde matérias primas<br />

até o conhecimento das<br />

cervejarias fora do Brasil,<br />

Eduardo Bier,<br />

sócio-fundador<br />

da Dado Bier<br />

chamadas, podem ser harmonizadas<br />

com diversos pratos, tornando a cerveja<br />

uma bebida nobre.<br />

A rede de churrascarias Fogo de<br />

Chão possui um cardápio de cervejas,<br />

como Xingu, Bohemia Confraria,<br />

Colorado Indica, Karmeliet Triple, Malheur<br />

Dark Brut, entre outras. Jandir<br />

Adalberto, diretor de operações da churrascaria,<br />

afirma que a cerveja nunca foi<br />

o ponto forte da rede. Porém, quando<br />

surgiram as cervejas especiais, os clientes<br />

começaram a procurar por elas e a<br />

rede investiu nesse novo segmento. "O<br />

cliente começou a sugerir e perguntar<br />

sobre alguns nomes<br />

que estavam no<br />

mercado", explica<br />

Jandir Adalberto.<br />

"Nós temos<br />

dois perfis de consumidores,<br />

um é o<br />

gourmet, aquela<br />

pessoa que gosta<br />

de cozinhar e<br />

aprecia qualidade<br />

nas comidas e bebidas,<br />

e o outro consumidor é o<br />

que chamamos de cult,<br />

que entende muito<br />

sobre cerveja, co-<br />

JULHO/10<br />

nhece várias<br />

marcas, conhece<br />

os estilos<br />

e até faz a<br />

própria cerveja<br />

em casa",<br />

afirma<br />

Rodrigo<br />

Nikima.<br />

Christian<br />

Bonotto afirma<br />

que o público-alvo<br />

das cervejas<br />

especiais são<br />

pessoas que<br />

buscam um algo mais em sabor, aroma<br />

e qualidade. Essas cervejas possuem<br />

um diferencial das demais em relação<br />

a sabor, aroma, coloração e sensação<br />

durante a degustação, fazendo com<br />

que cada pessoa possua uma percepção<br />

diferenciada de um mesmo produto.<br />

Durante a degustação de cervejas<br />

especiais é importante identificar as<br />

principais características da cerveja em<br />

questão.<br />

"O importante é saber que cervejas<br />

especiais remetem a uma qualidade diferenciada<br />

que permite ao apreciador de<br />

cerveja diferentes sensações durante<br />

uma degustação", afirma Murilo Schmutzler.<br />

Para conservar a bebida, o ideal é<br />

mantê-la em temperaturas baixas e constantes,<br />

já que variações na temperatura<br />

de armazenamento podem causar um<br />

envelhecimento rápido do produto, provocando<br />

alteração na qualidade da cerveja.<br />

"Algumas cervejas especiais que<br />

contêm levedura ativa, devem ser mantidas<br />

refrigeradas para evitar a fermentação<br />

excessiva com incremento de pressão<br />

e risco de explosão da garrafa", explica<br />

Douglas Costa.<br />

Colaborou<br />

Ana Carolina Maciel e<br />

Thaísa Soares<br />

19<br />

19


INGREDIENTE<br />

Malte Malte fornece fornece ar aroma ar oma<br />

e e cor cores cor es especiais especiais à à cer cerveja cer veja<br />

O O O O O malte malte malte malte malte é é é é é responsável responsável responsável responsável responsável<br />

pelo pelo pelo pelo pelo aroma, aroma, aroma, aroma, aroma, cor cor cor cor cor e e e e e sabor sabor sabor sabor sabor<br />

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principalmente,<br />

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do do do do do produto produto produto produto produto<br />

Por Redação<br />

O O que que é é o o malte? malte?<br />

malte?<br />

Usado na fabricação de bebidas como<br />

a cerveja e o uísque, o malte é um<br />

extrato xaroposo de cereais, como a cevada,<br />

o centeio e o trigo. Além da indústria<br />

cervejeira, a indústria de alimentos<br />

em geral, também utiliza o malte em<br />

seus produtos.<br />

De acordo com as especificações para<br />

padronização, classificação e comercialização<br />

do Malte Cervejeiro ou Ceva-<br />

da Malteada, aprovadas pela Portaria<br />

Ministerial n o 166 de 12 de abril de<br />

1977, o malte cervejeiro ou a cevada<br />

malteada utilizados para fins cervejeiros,<br />

é o produto da germinação forçada<br />

e controlada, sob condições especiais<br />

de umidade e temperatura.<br />

O malte é ordenado em classes e subclasses,<br />

de acordo com a espécie de cevada<br />

de sua origem. As quatro classes do<br />

malte são: Malte Pilsen, Malte Munique,<br />

Malte Caramelo e o Malte Preto<br />

ou Torrado, tendo também suas subclasses:<br />

Malte Pilsen elaborado com ceva-<br />

20 20 _www.engarrafadormoderno.com.br <strong>Engarrafador</strong> <strong>Moderno</strong>


da da espécie Hordeum distichum e o<br />

Malte Pilsen elaborado com cevada da<br />

espécie Hordeum vulgare.<br />

O malte Pilsen é classificado em três<br />

tipos e os maltes Munique, Caramelo, Preto<br />

ou Torrado apresentam um tipo único.<br />

São considerados abaixo do padrão<br />

os maltes que apresentarem umidade,<br />

impurezas ou matérias estranhas acima<br />

dos limites. Caso apresentem qualquer<br />

imperfeição, o malte será submetido a<br />

rebeneficiamento.<br />

JULHO/10<br />

Produção<br />

Produção<br />

Alexandre Bamberg, mestre-cervejeiro<br />

e sócio da Cervejaria Bamberg explica<br />

que a cevada, trigo ou o cereal que<br />

será malteado, passa por um processo de<br />

limpeza e seleção ao chegar a maltaria.<br />

Depois, é colocado em um recipiente<br />

com alta umidade para que o grão<br />

respire e comece a germinar, isto dura<br />

de 18 a 48 horas. Após esse processo, o<br />

malte é colocado na caixa de germinação,<br />

onde permanecerá por 6 horas, durante<br />

oito dias, desenvolvendo enzimas<br />

necessárias para a produção de cervejas<br />

e transformações em proteínas e amidos.<br />

Outros métodos são utilizados<br />

para produzir maltes especiais,<br />

como o malte defumado, malte ácido<br />

e o malte caramelo.<br />

São etapas do processo de malteação,<br />

a limpeza e classificação da cevada cervejeira,<br />

a maceração (lavagem e hidratação<br />

dos grãos), germinação (formação<br />

enzimática além da modificação de algumas<br />

substâncias de reserva), secagem<br />

(redução do teor de umidade) e a degerminação<br />

que separa as radículas e cascas<br />

desprendidas dos grãos do malte.<br />

A germinação só ocorre sob determinadas<br />

condições: umidade suficiente,<br />

calor e ar (oxigênio), sendo chamado<br />

esse processo de malte verde.<br />

Na cervejaria, é necessário que o malte<br />

verde esteja seco, assim, o grão deixa<br />

de germinar podendo ser usado na fabricação<br />

da cerveja. A qualidade do malte<br />

é de extrema importância para a qualidade<br />

da cerveja, já que a sua composição<br />

complexa cede à cerveja muitas de suas<br />

características físico-químicas e organolépticas<br />

(aroma e paladar).<br />

De acordo com Vilmar Schussleer,<br />

mestre-cervejeiro e 2 o malteiro da Agromalte<br />

/ Agrária, cada receita de cerveja<br />

apresenta uma composição de malte característico<br />

para o estilo de cerveja que<br />

se deseja produzir.<br />

Atualmente, existem mais de 80 tipos<br />

de maltes, e o mais utilizado é o<br />

malte Pilsen.<br />

Quando se utiliza mais malte, a cerveja<br />

fica mais encorpada e produz mais<br />

álcool durante a fermentação.<br />

O extrato potencial e a umidade (podem<br />

interferir no rendimento da sala de<br />

brassagem), a proteína e os aminoácidos<br />

(estabilidade da espuma, turbidez e dificuldade<br />

de brassagem) e a quantidade<br />

de enzimas do malte (tempo de sacarificação),<br />

podem interferir diretamente no<br />

rendimento do processo.<br />

Outros fatores podem interferir também<br />

na produção de uma cerveja de<br />

qualidade. Se houver uma contamina-<br />

Vale ressaltar que<br />

é fundamental o malte<br />

não ter nenhuma<br />

contaminação por pestes<br />

ou fungos e também<br />

não vir com muitas<br />

sujidades dentro do saco,<br />

como pedras, madeiras<br />

e outros grãos,<br />

Alexandre Bamberg,<br />

mestre cervejeiro<br />

da Cervejaria Bamberg<br />

21<br />

21


INGREDIENTE<br />

Curiosidade<br />

Nossos ancestrais já consumiam um líquido alcoólico<br />

resultante da fermentação de cereais misturados com água<br />

e os primeiros indícios da fabricação da cerveja foram<br />

encontrados no Oriente Médio, na antiga Mesopotâmia.<br />

Pouco mais de vinte tipos de cerveja de cevada, trigo e<br />

mel eram fabricados por babilônios e sumérios há mais de<br />

4.000 anos antes de Cristo e há registros de como a bebida<br />

era fabricada, no Museu do Louvre, em Paris. No Egito,<br />

a cerveja passou a ser produzida em larga escala.<br />

A fermentação de cereais e de outras plantas já era<br />

conhecida em outras partes do mundo. Os índios brasileiros<br />

fermentavam mandioca, mas o processo conhecido, atualmente,<br />

e que originou a cerveja que todos conhecem, foi<br />

desenvolvido no Egito.<br />

O lúpulo foi acrescentado à cerveja no século XII, como<br />

uma inspiração divina, dando assim um sabor ligeiramente<br />

amargo à bebida.<br />

A "Reinheitsgebot", conhecida como Lei da Pureza,<br />

proclamada em 23 de abril de 1516, na Alemanha, determinava<br />

que apenas água, malte, lúpulo e o fermento podiam<br />

ser utilizados na elaboração da cerveja e este é o mais<br />

antigo código de alimentos do mundo. Essa lei é válida na<br />

Alemanha até hoje. No Brasil, segundo a legislação, a<br />

bebida, para ser chamada de cerveja, necessita ter a utilização<br />

mínima de 60% de malte, podendo ser utilizado até<br />

40% de adjunto. "Várias cervejas nacionais aderiram a<br />

essa formulação e produzem cervejas de alta qualidade",<br />

afirma Álvaro Nogueira.<br />

ção de pestes e fungos no malte, pode<br />

conferir off-flavors no produto final,<br />

além de cor, aroma e sabor na cerveja.<br />

A proteína e os Nitrogênios influenciam<br />

na estabilidade da espuma e sensação<br />

do paladar. A temperatura de secagem<br />

oferece cor, aroma e sabor à cerveja.<br />

Alexandre Bamberg lembra que,<br />

além do malte, o fermento e o lúpulo<br />

também interferem no aroma, sabor, corpo<br />

e estabilidade de espuma.<br />

Para o mestre-cervejeiro da Femsa,<br />

Antônio Macedo, um malte mal fabricado<br />

certamente vai transmitir aromas e<br />

gostos estranhos ao produto. O teor de<br />

taninos e a presença de fungos do malte<br />

podem contribuir positivamente ou negativamente<br />

para o paladar. Muitos fatores<br />

podem influenciar a estabilidade<br />

de espuma no processo produtivo da<br />

cerveja. O teor de proteínas e sua distribuição<br />

em alto, médio e baixo peso molecular,<br />

pode ser um deles.<br />

Malte Malte brasileiro<br />

brasileiro<br />

A Agrária / Agromalte, um dos principais<br />

produtores de malte no Brasil, representa<br />

com exclusividade os maltes<br />

22 22 _www.engarrafadormoderno.com.br <strong>Engarrafador</strong> <strong>Moderno</strong>


Um mestre cervejeiro<br />

pode fazer uma boa cerveja<br />

com uma boa matéria prima,<br />

mas não consegue fazer<br />

uma boa cerveja<br />

com um malte<br />

de má qualidade,<br />

Alvaro Dertinate Nogueira,<br />

mestre cervejeiro<br />

especiais da empresa alemã Weyermann,<br />

além de importar, também, os lúpulos da<br />

famosa região de Hallertau, na Baviera.<br />

A cevada é cultivada no inverno e colhida<br />

entre os meses de outubro e dezembro<br />

no Brasil. O país produz cerca de 500<br />

mil toneladas de malte por ano e o mer-<br />

JULHO/10<br />

cado brasileiro de malte<br />

é o que mais cresce<br />

no mundo, em torno de<br />

7,0% ao ano.<br />

A Agrária produz<br />

diferentes tipos de maltes<br />

como o Malte Pilsen<br />

(utilizado em todos os<br />

tipos de cervejas), Malte<br />

Munique Tipo II (escuras,<br />

especiais, tipo Munique<br />

e pretas), Malte<br />

Pale Ale (cervejas de trigo<br />

Ale, Stout e Porter) e o<br />

Malte Melanoidina (cervejas<br />

de trigo, tipo bock, escuras<br />

e avermelhadas).<br />

Também são produzidos<br />

os maltes Torrados<br />

como o Carafa Tipo I, Carafa<br />

Tipo III, Carafa Especial Tipo<br />

I e o Carafa Especial Tipo<br />

III, ideais para todos<br />

os tipos de cervejas escuras.<br />

Além desses são<br />

produzidos os maltes Caramelo,<br />

como: Caralapis,<br />

Carared e Carahell, para<br />

serem utilizados em diferentes<br />

tipos de cervejas.<br />

Segundo Alexandre<br />

Bamberg, a maltaria deve escolher<br />

bem a cevada que será<br />

malteada, sendo um fato<br />

determinante o teor da proteína.<br />

"Vale ressaltar que é<br />

fundamental o malte não ter<br />

nenhuma contaminação por<br />

pestes ou fungos e também não<br />

vir com muitas sujidades dentro<br />

do saco, como pedras, madeiras e<br />

outros grãos", explica ele.<br />

23<br />

23


INGREDIENTE<br />

Tipos Tipos de de cer cervejas cer cervejas<br />

vejas<br />

Produzida na Bélgica e<br />

na Inglaterra, a Ale, é mais<br />

encorpada e pode ser consumida<br />

à temperatura ambiente,<br />

ou apenas refrescada.<br />

Pale Ale, Stout, Bitter e<br />

Abadia são os tipos mais comuns<br />

dessa cerveja.<br />

Há também a cerveja<br />

Lager, que tem como principal<br />

característica a fermentação<br />

a baixas temperaturas<br />

(de até 2ºC), e os principais<br />

tipos são Bock, Münchener<br />

e Pilsen. A cerveja Bock tem<br />

uma variedade conhecida<br />

como Dopellbock e Eisbock.<br />

As cervejas podem ser<br />

classificadas pelo teor alcoólico,<br />

extrato, tipo de fermen-<br />

tação ou pelo malte.<br />

Os consumidores estão procurando<br />

cervejas mais leves e “fáceis” de beber.<br />

"Com certeza, a cor é um fator importante<br />

na decisão de compra, além do<br />

aroma, sabor e o aspecto geral do produto",<br />

explica o mestre cervejeiro da<br />

Femsa, Antônio Macedo. Para ele, a percepção<br />

de qualidade é muito particular<br />

para cada consumidor e varia conforme<br />

a ocasião, cabendo ao consumidor escolher<br />

o produto que mais lhe agrade.<br />

O tempo em que o consumidor olhava<br />

para uma cerveja escura e pensava<br />

numa cerveja doce ficou para trás. "Hoje,<br />

o consumidor brasileiro já sabe que uma<br />

cerveja escura pode ser suave, amarga,<br />

adstringente ou pesada", informa Alvaro<br />

Nogueira, mestre cervejeiro.<br />

Colaborou<br />

Ana Carolina Maciel<br />

24 24 _www.engarrafadormoderno.com.br <strong>Engarrafador</strong> <strong>Moderno</strong>


ECONOMIA<br />

Estudo Estudo Estudo Estudo Estudo realizado realizado realizado realizado realizado<br />

pela pela pela pela pela Economist Economist Economist Economist Economist<br />

Intelligence Intelligence Intelligence Intelligence Intelligence Unit Unit Unit Unit Unit (EIU), (EIU), (EIU), (EIU), (EIU),<br />

aponta aponta aponta aponta aponta os os os os os principais principais principais principais principais<br />

desafios desafios desafios desafios desafios que que que que que o o o o o Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil<br />

precisa precisa precisa precisa precisa enfrentar enfrentar enfrentar enfrentar enfrentar<br />

para para para para para seu seu seu seu seu crescimento crescimento crescimento crescimento crescimento<br />

Por Carlos Donizete Parra<br />

Ocrescimento implica em<br />

mais responsabilidades para<br />

nossas vidas. Parace frase<br />

de pai para filho adolescente,<br />

mas quem já não ouviu frase parecida?<br />

Pois bem, para um País em crescimento<br />

como o Brasil, a situação não é<br />

diferente.<br />

Manter o ritmo de crescimento e os<br />

benefícios adquiridos com esses anos<br />

de estabilidade econômica, politica e<br />

social são fundamentais para o futuro<br />

da nação.<br />

Estudo, recentemente, realizado<br />

pela Economist Intelligence Unit (EIU),<br />

do Grupo The Economist e patrocinado<br />

pelo HSBC, aponta os principais<br />

desafios para o Brasil: educação,<br />

infraestrutura, inovação e reconhecimento<br />

internacional. Segundo Justine<br />

Superar<br />

Superar<br />

os os desafios<br />

desafios<br />

para para manter<br />

manter<br />

o o cr crescimento cr escimento<br />

acelerado<br />

acelerado<br />

Thody, diretora da EIU, "caso estes desafios<br />

possam ser trabalhados na próxima<br />

década, a economia poderá sustentar<br />

taxas de crescimento anual acima de<br />

5% durante um longo período, em uma<br />

economia de classe média e população<br />

de 200 milhões de habitantes, o que<br />

formaria um dos mercados mais atraentes<br />

do mundo".<br />

O estudo reconhece as conquistas<br />

brasileiras nos últimos 15 anos, o que<br />

inclui privatizações bem sucedidas, uma<br />

nova moeda estável, um aumento rigoroso<br />

da demanda global pelas suas abundantes<br />

reservas de commodities e a significativa<br />

expansão do comércio bilateral<br />

com a China, que passou de 8 milhões<br />

de dólares em 2005, para algo em<br />

torno de 10 bilhões de dólares previstos<br />

para 2010. Caso essas previsões sejam<br />

concretizadas, a China será o maior<br />

investidor no Brasil, à frente de países<br />

como Holanda, Estados Unidos, Espa-<br />

38 38 _www.engarrafadormoderno.com.br <strong>Engarrafador</strong> <strong>Moderno</strong>


nha, Alemanha e Portugal.<br />

Brasil e China possuem as condições<br />

ideais para uma parceria comercial. Somos<br />

uma nação rica em produtos naturais<br />

como minério de ferro e alimentos<br />

e, também, possuímos um mercado interno<br />

em expansão com oportunidades<br />

crescentes para investimentos em infraestrutura,<br />

informática, automóveis e<br />

outros produtos manufaturados.<br />

O ciclo de expansão econômica no<br />

Brasil vem apoiado pela elevação do emprego<br />

formal e da massa de rendimentos<br />

e consumo via crédito oferecido pelas<br />

entidades financeiras e Governos. O número<br />

de trabalhadores com carteira assinada<br />

deve bater o recorde em 2010, chegando<br />

a 34 milhões em todo o Brasil. O<br />

desemprego é o mais baixo dos últimos<br />

15 anos, 7% em junho deste ano.<br />

Com o mercado interno em expansão,<br />

as empresas brasileiras tiveram que<br />

reforçar seus quadros de colaboradores.<br />

JULHO/10<br />

Isso foi feito em praticamente todos os<br />

setores como construção civil, varejo,<br />

serviços, agroindústria e outros. O Observatório<br />

do Emprego, vinculado<br />

ao Governo do<br />

Estado de São Paulo,<br />

divulgou os últimos<br />

dados de sua pesquisa<br />

mensal, referente<br />

ao mês de<br />

junho, no Estado<br />

de São Paulo, uma<br />

das regiões que<br />

mais concentra trabalhadores<br />

em todo o<br />

Brasil e, segundo esses<br />

dados, mais de 70% das<br />

novas vagas criadas no Estado<br />

foram registradas nas áreas de Agricultura<br />

(+24.337), Indústria de Transformação<br />

(+15.467) e Comércio (+10.760). Estas<br />

três atividades somam mais de 50 mil<br />

novas vagas dos 70.265 novos postos<br />

formais de trabalho criados no Estado<br />

de São Paulo durante o mês de junho. O<br />

número total é inferior ao registrado em<br />

maio de 2010 (+98.624),<br />

mas superior quando<br />

comparado a junho<br />

de 2009 (+27.602).<br />

“O mês de maio já<br />

tinha mostrado<br />

um crescimento<br />

mais lento no<br />

emprego e a tendência<br />

de arrefecimentocontinuou<br />

em junho. Os<br />

três grandes setores<br />

(agricultura, indústria e<br />

comércio) cresceram moderadamente.<br />

A construção estabilizou-se<br />

em maio. Vamos aguardar o segundo semestre,<br />

que é sempre melhor para o emprego”,<br />

destaca o secretário estadual do<br />

Emprego e Relações do Trabalho, Pedro<br />

39<br />

39


ECONOMIA<br />

Rubez Jehá. O salário médio dos trabalhadores<br />

admitidos no Estado de São<br />

Paulo foi de R$ 952, representando um<br />

aumento de 0,7% com relação ao mês<br />

de maio e de um aumento de 4,2% se<br />

comparado ao mesmo mês do ano passado.<br />

O crescimento da massa salarial e as<br />

boas perspectivas econômicas contribuem<br />

para o aumento do consumo interno.<br />

As vendas reais do setor supermercadista<br />

em junho de 2010 cresceram 4,92% em<br />

relação a junho de 2009, de acordo com<br />

o Índice Nacional de Vendas, divulgado<br />

mensalmente pela Associação Brasileira<br />

de Supermercados (Abras). Em comparação<br />

com maio deste ano houve queda<br />

de 4,59%. No acumulado do primeiro<br />

semestre, as vendas do setor supermercadista<br />

alcançam alta de 5,57%, na comparação<br />

com igual período de 2009. Em<br />

valores nominais, o Índice de Vendas da<br />

Abras apresentou crescimento de 10%<br />

em junho de 2010 em relação a junho de<br />

2009 e queda de 4,59% sobre maio deste<br />

ano. O acumulado nominal, no primeiro<br />

semestre de 2010, chega a 10,82%, na<br />

comparação ao mesmo período do ano<br />

passado. “ O setor supermercadista mantém<br />

bons índices de vendas. Acredito<br />

que as boas notícias na área econômica,<br />

como a geração de empregos recorde no<br />

primeiro semestre e o crescimento da<br />

massa salarial, credenciam para um bom<br />

desempenho do setor no segundo semestre<br />

do ano”, avalia Sussumu Honda, presidente<br />

da Abras.<br />

Sustentado pela ascenção de milhões<br />

de brasileiros às classes sociais com poder<br />

de consumo, o PIB (Produto Interno<br />

Bruto) de 2010 deve fechar acima de<br />

7% e colocar o Brasil, definitivamente,<br />

na nota dos países que mais crescem em<br />

todo o mundo.<br />

O que fazer, no entanto, para manter<br />

esse crescimento sustentável? De acordo<br />

com Andre Lois, economista-chefe<br />

do HSBC no Brasil, "os olhos do mundo<br />

estarão voltados para o Brasil durante<br />

a próxima década. A Copa do<br />

Mundo e os Jogos Olímpicos serão as<br />

atrações mais próximas, mas estes eventos<br />

vão estimular o potencial de crescimento<br />

sustentável e de longo prazo<br />

identificado pela EIU (Economist<br />

Intelligence Unit)". Segundo o mesmo<br />

estudo da EIU, os quatro desafios devem<br />

ser trabalhados para que o Brasil<br />

atinja seu potencial máximo. "Nós reconhecemos<br />

a importância da educação,<br />

infraestrutura, inovação e do reconhecimento<br />

Global, como pontes de desafios,<br />

que não devem ser obstáculos para<br />

o Brasil moderno, focado no crescimento<br />

e na economia".<br />

A questão da infraestrutura aparece<br />

como o primeiro item da lista de desafios<br />

para os investidores, segundo a EIU.<br />

Quase metade dos entrevistados (49%)<br />

afirma que "padrões de baixa qualidade<br />

ou custos elevados de infraestrutura<br />

são os principais obstáculos operacionais.<br />

Apesar de alguns avanços em logística,<br />

o transporte é caro e a malha rodoviária<br />

insuficiente. Também existem<br />

poucas ferrovias e o potencial de transporte<br />

marítimo continua sendo pouquissímo<br />

explorado, com portos e aeroportos<br />

que já estão congestionados. Estas<br />

condições podem aumentar em um<br />

quarto ou mais o preço para levar os produtos<br />

aos seus respectivos mercados, segundo<br />

os investidores. A solução, ainda<br />

com base na análise, é prover uma melhor<br />

infraestrutura considerando soluções<br />

coordenadas entre diferentes esferas<br />

governamentais e do setor privado".<br />

No sistema educacional, as principais<br />

fraquezas estão na formação de mão<br />

de obra para o mercado de trabalho. Embora<br />

muitos formandos de universidades<br />

brasileiras sejam percebidos como<br />

de primeira classe, há poucos deles.<br />

Educação e recursos pobres durante o<br />

nível secundário fazem com que os estudantes<br />

deixem as escolas entre os menos<br />

instruídos do mundo. As empresas<br />

percebem que devem preencher os lapsos<br />

de habilidades com recursos próprios.<br />

Em muitos casos quando não há tempo<br />

para isso é preciso contratar mão de<br />

obra de fora do país, como aconteceu<br />

com boa parte das grandes empresas brasileiras<br />

neste primeiro semestre de 2010.<br />

Muitos profissionais brasileiros que foram<br />

tentar a sorte em outros países também<br />

estão regressando em busca de melhores<br />

oportunidades ou, em muitos casos,<br />

vítimas da forte recessão que abala<br />

as economias europeia e americana. Os<br />

níveis de desemprego estão bastante<br />

elevados chegando em fevereiro deste<br />

ano a 9,7% nos Estados Unidos, 4,9%<br />

no Japão e 9,6% na União Européia, inclusive<br />

com situações desesperadoras<br />

como é a da Espanha com 19%. Por isso,<br />

o sonho de buscar um emprego atraente<br />

fora do País vai ficando para poucos. O<br />

40 40 _www.engarrafadormoderno.com.br <strong>Engarrafador</strong> <strong>Moderno</strong>


futuro melhor parece que está aqui, pertinho<br />

de casa.<br />

A classificação do Brasil também é<br />

baixa na maioria dos rankings de inovação<br />

e análises mais aprofundadas sugerem<br />

que mesmo os atuais pequenos investimentos<br />

em inovação poderiam produzir<br />

resultados significativamente melhores.<br />

O investimento em inovação é<br />

considerado relativamente baixo e insuficiente,<br />

mas de acordo com a análise do<br />

EIU, produziu avanços considerando "tecnologias<br />

verdes". Cerca de 57% dos entrevistados<br />

brasileiros não têm um programa<br />

de pesquisa e desenvolvimento ou<br />

sequer planos para se criar um programa<br />

destes num curto prazo no País. No entanto,<br />

quase metade (49%) dos entrevistados<br />

descreve como "muito boa" ou "excelente",<br />

a capacidade dos negócios baseados<br />

no Brasil de se integrarem com as<br />

últimas tecnologias internacionais.<br />

JULHO/10<br />

Isso indica que melhor educação, infraestrutura,<br />

investimentos em pesquisa<br />

e desenvolvimento, além de relações mais<br />

próximas entre empresas e universidades,<br />

resultariam em impactos positivos em<br />

inovação. Muito disso já foi feito e já se<br />

colhem bons frutos desse trabalho, com<br />

negócio e tecnologias brasileiras que<br />

aumentam ano a ano as nossas divisas de<br />

exportações, haja vista nosso exuberante<br />

aumento no comércio exterior com<br />

países como a China. Apesar desse forte<br />

trabalho com a China, o estudo do EIU<br />

mostra que as marcas brasileiras, ainda<br />

são pouco conhecidas no exterior, 84%<br />

dos entrevistados afirmaram que marcas<br />

brasileiras não são muito reconhecidas<br />

ou muito consideradas em outros países.<br />

Apenas 3% dos entrevistados americanos<br />

acreditam que as marcas brasileiras<br />

são altamente reconhecidas e consideradas.<br />

Contudo, a percepção das marcas<br />

brasileiras entre os entrevistados chineses<br />

muda, com quase um quarto dos respondentes<br />

(24%) recebendo bem os produtos<br />

brasileiros.<br />

Os desafios, portanto, ainda são muitos,<br />

porém não são intransponíveis. As<br />

oportunidades, no entanto, são em grande<br />

volume. À exceção da China, nenhum<br />

país do mundo sucumbiu à crise tendo<br />

como base o próprio mercado interno.<br />

Isso é um fator preponderante na luta por<br />

melhores posições no ranking mundial<br />

e, principalmente, para oferecer melhores<br />

condições de vida a um contingente de<br />

quase 200 milhões de brasileiros.<br />

Os avanços conquistados devem servir<br />

de estímulo para que possamos seguir<br />

o ritmo de crescimento de forma<br />

sustentável e equilibrada, fazendo com<br />

que a distribuição de renda continue<br />

gerando riqueza para que o consumo interno<br />

seja cada vez mais fortalecido.<br />

41<br />

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