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ça a apreciar diferenciadas justamente no momento em que se busca definir o que é ou não cervejas especiais. Alguns pequenos fabricantes se apóiam nos aspectos de processo (que foram citados no início da matéria) para dizerem que eles sim fazem a verdadeira cerveja especial e criticam a postura das grandes cervejarias em afirmar que também comercializam o produto. Por outro lado, alguns donos de Maio/08 microcervejarias acreditam que a ação das gigantes ajuda a difundir o conceito de cervejas especiais no mercado. “A AmBev deu um grande auxílio para começarmos a consolidar este mercado quando lançou a Boehmia e fez uma grande ação de marketing em cima do produto”, comenta Eduardo Bier Corrêa, proprietário da fábrica de cerveja Dado Bier (RS). Já na opinião de Juliano Borges Mendes, diretor de vendas e marketing da Eisenbahn, cervejaria catarinense que acaba de ser comprada pelo Grupo Schincariol, para consolidar o conceito e a cultura de beber cerveja diferenciada, o consumidor brasileiro deve se conscientizar que cerveja boa não é apenas a ‘loira gelada’. “A pilsen pode ser a melhor para ser bebida em bares e na praia, mas a especial pode ser degustada em ocasiões especiais”, comenta Mendes ao fazer comparação com vinhos de mesa e bebidas finas. Mercado em crescimento? Não se pode dizer que o mercado de cervejas especiais não está crescendo, pois os depoimentos de proprietários de pequenas cerveja- 13
Mercado rias apontam para isso. Ainda assim, a questão envolvendo a real classificação de cerveja diferenciada é barreira para consolidar este número. A informação acima vem do Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria de Cerveja). João Gollo, assistente da gerência do Sindicato, afirma que nota-se sim um crescimento neste segmento até porque “o consumidor brasileiro, embalado pelo crescimento da renda, está alterando o conceito de cerveja e já está disposto a pagar um pouco mais caro”, afirma. Dados não consolidados, justamente por conta deste desencontro de informações quanto a qualificação, apontam que a participação das cervejas especiais no mercado cervejeiro deve subir de 4,5%, registrados em 2007, para 5,5%, em 2008. Em moeda este número representa R$ 2 bilhões em movimentação do mercado cervejeiro em geral. As cervejarias, tanto grandes quanto pequenas, já enxergam neste segmento, que representa 4,5% do volume de vendas, uma atividade lucrativa. A Kaiser, por exemplo, desde 1993, está no mercado com a Kaiser Bock, a AmBev apostou na Boehmia, a Itaipava na Itaipava Premium e, assim, quase todas as cervejarias já têm suas cervejas com denominações que remetem a um produto diferenciado. “Com o lançamento destes e outros produtos, as grandes companhias já começaram a fazer seu trabalho de educação do consumidor brasileiro”, comenta Juliano Borges Mendes, da cervejaria Eisenbahn. O consumidor interessado no produto já está disposto a pagar um preço mais elevado por uma cerveja mais refinada, no ponto-de-venda. Mas, algumas cervejas chegam a ter o mesmo preço de uma pilsen. 14 É o que afirma o proprietário do Drake’s Bar & Deck, Greigor Caisley. “Temos cervejas especiais, atualmente, a partir de R$ 5, preço que o consumidor já paga nas tradicionais”, comenta Griegor ao fal- ar também que algumas cervejas diferenciadas chegam a custar R$ 300. “Claro que as mais caras vendem menos, mas elas têm saída de qualquer forma”, completa. Outro ponto interessante que denota mais possibilidades de crescimento para este mercado é o de haver poucos fornecedores de matériaprima para este segmento no País. “No Brasil existem projetos para produção de insumos para este produto, no entanto, poucos foram consolidados até agora”, comenta Edu- ardo Bier Corrêa, do Dado Bier. Na visão de Corrêa, o mercado brasileiro comparado ao europeu e ao americano é muito pequeno. “Estamos em processo de crescimento”, diz. Neste ponto, pode-se dizer que o crescimento também esbarra na alta tributação ao lado do alto custo da matéria-prima e, por ser produzido por cervejarias, normalmente das megalópoles do País, os gastos com distribuição também são altos. Da juventude à terceira idade Definir o público que procura por cervejas especiais ainda não é tão fácil assim. Por se tratar de um mercado relativamente novo no País, incluem-se neste perfil, jovens, adultos, homens e mulheres que estão dispostos a passar pela experiência de tomar uma cerveja que prima pelo sabor e pela qualidade. “A conquista do público também tem relação com a procura por um produto leve, sem amargor e de cor cristalina”, comenta Itamar Rodrigo Zanini, cervejeiro da Bierbaum Cervejaria (SC). Em resumo, os hábitos dos consumidores estão se tornando mais diversificados e sofisticados, ainda assim, o público que procura por produtos especiais, apesar de variado ainda é pequeno. “É bem verdade que não encontramos padrão de idade para este público, mas são pessoas que buscam qualidade assim como acontece com os apreciadores de vinhos”, analisa Eduardo Bier. Numa análise geral dos cervejeiros, o brasileiro ainda não conhece o produto muito bem e o mercado precisa de mais uma década, em média, para se consolidar. É também comum a opinião entre os empreendedores de que o consumidor está ‘cansado’ de tomar algo sem sa- Engarrafador Moderno
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