Longa vida - Engarrafador Moderno
Longa vida - Engarrafador Moderno
Longa vida - Engarrafador Moderno
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Embalagem<br />
função do custo, mas é uma das<br />
principais tendências do mercado”,<br />
afirma Dantas.<br />
Segundo o professor, a polêmica<br />
do PET para leite ainda precisa ser<br />
muito discutida. “Ou se aplica um<br />
envase asséptico ou uma estocagem<br />
refrigerada, o que resulta em custo<br />
elevado para a indústria em relação<br />
às cartonadas. Existe a possibilidade,<br />
mas ela precisa ser estruturada.<br />
Mesmo assim, o PET não competiria<br />
com a cartonada, seriam alternativas<br />
diferentes para o mesmo<br />
produto”, destaca o professor.<br />
Segundo Eloísa Garcia, gerente<br />
técnica dos grupos de embalagens<br />
plásticas e de meio ambiente do<br />
CETEA (Centro de Tecnologia de<br />
Embalagem), um dos pontos importantes<br />
na evolução das cartonadas<br />
foi a possibilidade de personalizar a<br />
embalagem mesmo adotando um<br />
padrão de mercado. “Avanços nos<br />
formatos, recortes e capacidades volumétricas<br />
dessas embalagens e no<br />
sistema de abertura permitiram criar<br />
uma identidade para cada fabricante<br />
e tipo de produto, valorizando propriedades<br />
específicas como, por exemplo,<br />
a dos leites enriquecidos”, afirma<br />
a gerente.<br />
Para a especialista, uma<br />
das embalagens que<br />
pode dividir mercado<br />
com as cartonadas<br />
são as embalagens<br />
plásticas com acondicionamentoasséptico,<br />
conhecidas como<br />
embalagens de<br />
PEAD. Essas embalagens<br />
são obtidas<br />
por meio de extrusão/sopro.<br />
Segundo Eloísa,<br />
o PET poderia ser<br />
aplicado na indústria<br />
de leite pasteurizado.<br />
Para isso, seria<br />
22<br />
necessária a pigmentação do material<br />
para garantir barreira à luz e o<br />
acondicionamento refrigerado, competindo<br />
com as cartonadas e com<br />
as PEAD. Já para o leite esterilizado,<br />
uma barreira à luz seria imprescindível,<br />
porém o principal desafio<br />
seria viabilizar um sistema de acondicionamento<br />
asséptico, já que o<br />
material é sensível a exposição ao<br />
calor.<br />
Segundo Marly Katsuda, pesquisadora<br />
da UEL (Universidade Estadual<br />
de Londrina), um tipo de embalagem<br />
que poderia substituir a<br />
embalagem longa <strong>vida</strong> na indústria<br />
de leite seria a embalagem de Policarbonato<br />
(PC). “Essa embalagem<br />
é interessante porque não necessita<br />
de refrigeração, é flexível e com<br />
uma espessura maior do que a do<br />
filme de polietileno, apresenta três<br />
pontos de solda, o que diminui áreas<br />
de possível contaminação microbiana<br />
e diminui a perda de produto na<br />
cadeia. No entanto, esse tipo de<br />
embalagem não oferece o mesmo<br />
tempo de <strong>vida</strong> útil das cartonadas.<br />
A validade do leite nas embalagens<br />
PC é de, aproximadamente, 30<br />
dias”, afirma a pesquisadora.<br />
Segundo Edson Pimenta, responsável<br />
pela área de desenvolvimento<br />
de embalagens da Cooperativa Central<br />
de Laticínios do Estado de São<br />
Paulo (CCL), a empresa estuda<br />
embalagens alternativas, como frasco<br />
de PEAD, PEBD e filmes multicamadas,<br />
porém ainda não houve<br />
viabilidade econômica que justificasse<br />
a substituição das cartonadas.<br />
“A embalagem cartonada ofereceu<br />
inúmeras facilidades para a<br />
cadeia produtiva, por outro lado,<br />
acirrou a concorrência entre os fabricantes,<br />
já que todos tiveram<br />
acesso a essas facilidades” afirma<br />
Pimenta.<br />
Meio ambiente:<br />
o desafio das cartonadas<br />
Outro ponto da polêmica é a relação<br />
das cartonadas com o meio<br />
ambiente. De acordo com os especialistas,<br />
a sustentabilidade desse tipo<br />
de embalagem será crucial para<br />
a permanência das cartonadas no<br />
mercado. Hoje, a estimativa é que<br />
40% das embalagens longa <strong>vida</strong> sejam<br />
recicladas.“O problema da embalagem<br />
cartonada é que ela é formada<br />
por diferentes materiais, o<br />
que dificulta sua decomposição no<br />
meio ambiente, mas através de políticas<br />
públicas e da iniciativa privada<br />
é possível reaproveitar grande<br />
parte da produção”, afirma Marcelo<br />
Silveira, da UFSCAR.<br />
Segundo André Vilhena, diretor<br />
executivo do Cempre (Compromisso<br />
Empresarial para Reciclagem), um<br />
dos desafios da reciclagem da embalagem<br />
cartonada é a prospecção<br />
do material. De acordo com Vilhena,<br />
o preço pago aos catadores e às<br />
cooperativas não é atrativo em comparação<br />
com outros materiais, como<br />
o PET e o alumínio, o que faz com<br />
que as empresas reciclem menos do<br />
que sua capacidade. “A reciclagem<br />
das embalagens cartonadas precisa<br />
melhorar bastante, mas não estamos<br />
na estaca zero”, afirma o diretor.<br />
Atualmente, cerca de 80% do<br />
material que compõe a embalagem<br />
cartonada é proveniente de fontes<br />
renováveis. Segunda Ana Paula<br />
Reis, pesquisadora do CETEA, o importante<br />
é conscientizar o consumidor<br />
sobre a atitude correta no pósconsumo.<br />
“Do ponto de vista ambiental,<br />
a utilização das embalagens<br />
cartonadas auxilia na economia de<br />
recursos naturais, como energia elétrica,<br />
otimizando o uso de combustíveis<br />
na distribuição”, afirma a<br />
pesquisadora.<br />
<strong>Engarrafador</strong><br />
<strong>Moderno</strong>