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Rutgers University, dos Estados Unidos, a tecnologia para envase de leite em embalagem cartonada está madura em relação a outros processos e, por isso, dificilmente a indústria apostaria em uma ruptura com esta tecnologia. “Hoje, a tecnologia para envase de leite em embalagens cartonadas está muito bem desenvolvida tecnologicamente e também está enraizada no consumidor como uma embalagem segura. Em função desses aspectos a substituição dessa tecnologia por outros materiais ou processos ainda é algo distante e com um alto custo de implementação. O que provavelmente irá acontecer é a evolução gradativa do produto”, avalia o professor. Para Marcelo Nogueira, diretor industrial da Indústria de Alimentos Nilza, a embalagem cartonada é, até Maio/08 então, uma exigência do mercado, o que adia novos projetos dentro do segmento. “O leite em embalagem cartonada está muito bem resolvido para o consumidor. Qualquer alteração na embalagem resulta em desconfiança em relação ao processo de industrialização. O fato da embalagem cartonada utilizar o processo asséptico para envase passa bastante credibilidade ao produto, assim qualquer modificação pode gerar dúvidas em relação à procedência da bebida”, explica Nogueira. Mesmo assim, Nogueira não descarta o surgimento de novos materiais com poder competitivo em relação às cartonadas. “Vão surgir novos materiais para substituir a embalagem cartonada, mas elas deverão ganhar não na praticidade, mas no potencial de reciclagem”, aposta o diretor. No entanto, a contribuição da embalagem cartonada para a consolidação do mercado de leite nacional é indiscutível entre indústria, especialistas e produtores. A embalagem cartonada permitiu às companhias saírem do âmbito regional e distribuírem seus produtos nacionalmente. Isso em função do ganho em tempo de prateleira, por dispensar refrigeração e permitir uma economia significativa em logística. “A embalagem cartonada não foi a que apresentou o melhor custo beneficio a 19
Embalagem indústria, mas o seu custo elevado foi recompensado pelas facilidades na distribuição e pelo salto em segurança alimentar”, afirma Laércio Barbosa, vice-presidente da ABLV. Pedro Ribeiro, diretor comercial da marca de leite Shefa, acrescenta que a embalagem cartonada foi um fenômeno no Brasil, já que em outros países da América Latina ela não conquistou o mesmo mercado. “O saco asséptico que é sucesso na América Latina por seu baixo custo não foi bem aceito pelo consumidor brasileiro, que preferiu pagar mais em troca da segurança das cartonadas”, afirma Ribeiro. De acordo com o levantamento da ABLV, de 1992 a 2007 o consumo de leite cresceu mais de 50% em função das cartonadas. “A embalagem cartonada permitiu uma expansão do mercado em escala, oferta e diversificação de produtos, além de uma padronização da cadeia”, afirma Barbosa. Outro aspecto interessante da cartonada é a possibilidade de armazenar um litro de leite em uma embalagem leve e com pouquíssimo volume. “O processo de envase em embalagens cartonadas diminui drasticamente os espaços vazios e a perda ou desperdício do produto ao longo da cadeia de distribuição, além disso, essa tecnologia dispensa o uso de conservantes e aditivos para ampliar o tempo de prateleira”, afirma Marcelo Silveira, pós-doutorado em Engenharia Química pela UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos). A Laticínios Xandô optou por fugir do padrão do mercado e inovar em suas embalagens. “Hoje, trabalhamos com garrafas de polietileno para leites tipo A, sacos plásticos de um litro e de cinco litros (bags) para tipo A também”, descreve Daniel Figueiredo, gerente geral da Laticínios Xandô. Segundo Figueiredo, as embala- 20 gens plásticas de cinco litros foram adotadas para atender consumidores que necessitam de grandes volumes, enquanto os sacos de um litro atendem um público que deseja consumir leite tipo A com um baixo custo. Figueiredo ainda aposta nas garrafas plásticas como embalagens ideais para o leite. “As garrafas plásticas são as melhores embalagens descartáveis para leite por sua higiene, apresentação e praticidade após a abertura, permitindo o uso fracionado”, comenta o gerente. Outro ponto que Figueiredo ressalta será a valorização do leite no mercado nos próximos anos. “Com o aumento do valor agregado do leite, o custo das embalagens será fundamental para atingir um preço que seja aceito pelos consumidores no mercado e este será o foco das indústrias e dos laticínios”, afirma o gerente. Evoluções, tendências e a polêmica do PET As principais evoluções das cartonadas nos últimos anos dizem respeito aos novos processos de impressão, que permitem o uso de co- res e imagens mais próximas da realidade, e a novas formas de abertura. A tendência apontada dentro desta categoria é que haja a mistura de materiais, criando uma embalagem mista. “Na minha opinião, irão surgir embalagens com múltiplos materiais, como a mistura do cartonado com diferentes tipos de plásticos, sempre pensando na praticidade do consumidor e na diversificação de volumes”, afirma Laércio Barbosa, da ABLV. Quando o questionamos se o PET irá substituir as cartonadas a resposta é a seguinte: “Hoje, e acredito que pelos próximos anos, a embalagem PET não será competitiva. As propriedades de barreiras necessárias para adaptar o material ao leite ainda estão fora da realidade do mercado”, afirma o vice-presidente da ABLV. No entanto, Laércio destaca que o consumidor brasileiro costuma testar novos materiais, o que pode ajudar no aperfeiçoamento de alguma embalagem que possa competir, em médio prazo, com as cartonadas. De acordo com Dantas, professor da Escola de Engenharia Mauá, o grande investimento da indústria nas embalagens cartonadas será na otimização dos materiais. “As evoluções das cartonadas serão referentes à economia de materiais e ao desenvolvimento de camadas mais resistentes”, afirma Dantas. Uma tecnologia que o professor destaca é a substituição da camada de alumínio por uma camada de SiOx, tecnologia que permite o aquecimento da embalagem no microondas. Essa tecnologia já está sendo utilizada na Europa para molhos prontos e é provável que se estenda a todas as embalagens cartonadas. “Na indústria de leite talvez demore um pouco para chegar em Engarrafador Moderno
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