Longa vida - Engarrafador Moderno
Longa vida - Engarrafador Moderno
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Embalagem<br />
18<br />
<strong>Longa</strong> <strong>vida</strong><br />
para as cartonadas<br />
O domínio das embalagens cartonadas na indústria de leite está longe<br />
de acabar. O reinado, que dura desde 1992, ainda é o único que oferece<br />
total credibilidade aos consumidores, impulsionando as vendas<br />
As embalagens cartonadas<br />
imperam na indústria de leite.<br />
Outras embalagens, como<br />
o “saquinho”, ainda dividem espaço<br />
com elas, mas o domínio das cartonadas<br />
continuará pelo menos pelos<br />
próximos anos.<br />
Em 2007, o<br />
leite longa <strong>vida</strong><br />
obteve mais de<br />
72% de market<br />
share, de acordo<br />
com a Associação<br />
Brasileira do<br />
Fotos: divulgação<br />
Leite <strong>Longa</strong> Vida (ABLV). O mercado<br />
de leite atravessa uma boa fase.<br />
Em 2008, a expectativa é que o<br />
Brasil assuma a quinta posição no<br />
ranking dos fornecedores mundiais<br />
de leite. Dos 27 bilhões de<br />
litros captados anualmente,<br />
20% é dedicado a<br />
produção de leite<br />
UHT. Dessa par-<br />
cela, 66% são processados industrialmente<br />
por mais de 300 laticínios.<br />
Segundo Antônio Carlos Dantas,<br />
professor da Escola de Engenharia<br />
Mauá e mestre em embalagens pela<br />
<strong>Engarrafador</strong><br />
<strong>Moderno</strong>
Rutgers University, dos Estados Unidos,<br />
a tecnologia para envase de leite<br />
em embalagem cartonada está<br />
madura em relação a outros processos<br />
e, por isso, dificilmente a indústria<br />
apostaria em uma ruptura com esta<br />
tecnologia. “Hoje, a tecnologia para<br />
envase de leite em embalagens cartonadas<br />
está muito bem desenvol<strong>vida</strong><br />
tecnologicamente e também está<br />
enraizada no consumidor como uma<br />
embalagem segura. Em função desses<br />
aspectos a substituição dessa<br />
tecnologia por outros materiais ou<br />
processos ainda é algo distante e<br />
com um alto custo de implementação.<br />
O que provavelmente irá acontecer<br />
é a evolução gradativa do produto”,<br />
avalia o professor.<br />
Para Marcelo Nogueira, diretor<br />
industrial da Indústria de Alimentos<br />
Nilza, a embalagem cartonada é, até<br />
Maio/08<br />
então, uma exigência do mercado,<br />
o que adia novos projetos dentro do<br />
segmento. “O leite em embalagem<br />
cartonada está muito bem resolvido<br />
para o consumidor. Qualquer alteração<br />
na embalagem resulta em desconfiança<br />
em relação ao processo<br />
de industrialização. O fato da embalagem<br />
cartonada utilizar o processo<br />
asséptico para envase passa bastante<br />
credibilidade ao produto, assim<br />
qualquer modificação pode gerar dú<strong>vida</strong>s<br />
em relação à procedência da<br />
bebida”, explica Nogueira.<br />
Mesmo assim, Nogueira não<br />
descarta o surgimento de novos materiais<br />
com poder competitivo em<br />
relação às cartonadas. “Vão surgir<br />
novos materiais para substituir a<br />
embalagem cartonada, mas elas deverão<br />
ganhar não na praticidade,<br />
mas no potencial de reciclagem”,<br />
aposta o diretor.<br />
No entanto, a contribuição da<br />
embalagem cartonada para a consolidação<br />
do mercado de leite<br />
nacional é indiscutível entre<br />
indústria, especialistas e<br />
produtores. A embalagem<br />
cartonada permitiu<br />
às companhias saírem<br />
do âmbito regional<br />
e distribuírem seus<br />
produtos nacionalmente.<br />
Isso em função do<br />
ganho em tempo de<br />
prateleira, por dispensar<br />
refrigeração e permitir<br />
uma economia<br />
significativa em logística.<br />
“A embalagem<br />
cartonada não foi a<br />
que apresentou o melhor<br />
custo beneficio a<br />
19
Embalagem<br />
indústria, mas o seu custo elevado<br />
foi recompensado pelas facilidades<br />
na distribuição e pelo salto em segurança<br />
alimentar”, afirma Laércio<br />
Barbosa, vice-presidente da ABLV.<br />
Pedro Ribeiro, diretor comercial<br />
da marca de leite Shefa, acrescenta<br />
que a embalagem cartonada foi um<br />
fenômeno no Brasil, já que em outros<br />
países da América Latina ela<br />
não conquistou o mesmo mercado.<br />
“O saco asséptico que é sucesso na<br />
América Latina por seu baixo custo<br />
não foi bem aceito pelo consumidor<br />
brasileiro, que preferiu pagar mais<br />
em troca da segurança das cartonadas”,<br />
afirma Ribeiro.<br />
De acordo com o levantamento<br />
da ABLV, de 1992 a 2007 o consumo<br />
de leite cresceu mais de 50%<br />
em função das cartonadas. “A embalagem<br />
cartonada permitiu uma<br />
expansão do mercado em escala,<br />
oferta e diversificação de produtos,<br />
além de uma padronização da cadeia”,<br />
afirma Barbosa.<br />
Outro aspecto interessante da cartonada<br />
é a possibilidade de armazenar<br />
um litro de leite em uma embalagem<br />
leve e com pouquíssimo volume. “O<br />
processo de envase em embalagens<br />
cartonadas diminui drasticamente os<br />
espaços vazios e a perda ou desperdício<br />
do produto ao longo da cadeia<br />
de distribuição, além disso, essa tecnologia<br />
dispensa o uso de conservantes<br />
e aditivos para ampliar o tempo de<br />
prateleira”, afirma Marcelo Silveira,<br />
pós-doutorado em Engenharia Química<br />
pela UFSCAR (Universidade Federal<br />
de São Carlos).<br />
A Laticínios Xandô optou por fugir<br />
do padrão do mercado e inovar em<br />
suas embalagens. “Hoje, trabalhamos<br />
com garrafas de polietileno para leites<br />
tipo A, sacos plásticos de um litro e<br />
de cinco litros (bags) para tipo A também”,<br />
descreve Daniel Figueiredo,<br />
gerente geral da Laticínios Xandô.<br />
Segundo Figueiredo, as embala-<br />
20<br />
gens plásticas de cinco litros foram<br />
adotadas para atender consumidores<br />
que necessitam de grandes volumes,<br />
enquanto os sacos de um litro atendem<br />
um público que deseja consumir<br />
leite tipo A com um baixo custo. Figueiredo<br />
ainda aposta nas garrafas<br />
plásticas como embalagens ideais<br />
para o leite. “As garrafas plásticas<br />
são as melhores embalagens descartáveis<br />
para leite por sua higiene,<br />
apresentação e praticidade após a<br />
abertura, permitindo o uso fracionado”,<br />
comenta o gerente.<br />
Outro ponto que Figueiredo ressalta<br />
será a valorização do leite no mercado<br />
nos próximos anos. “Com o aumento<br />
do valor agregado do leite, o<br />
custo das embalagens será fundamental<br />
para atingir um preço que seja<br />
aceito pelos consumidores no mercado<br />
e este será o foco das indústrias<br />
e dos laticínios”, afirma o gerente.<br />
Evoluções, tendências<br />
e a polêmica do PET<br />
As principais evoluções das cartonadas<br />
nos últimos anos dizem respeito<br />
aos novos processos de impressão,<br />
que permitem o uso de co-<br />
res e imagens mais próximas da<br />
realidade, e a novas formas de<br />
abertura.<br />
A tendência apontada dentro<br />
desta categoria é que haja a mistura<br />
de materiais, criando uma embalagem<br />
mista. “Na minha opinião, irão<br />
surgir embalagens com múltiplos<br />
materiais, como a mistura do cartonado<br />
com diferentes tipos de plásticos,<br />
sempre pensando na praticidade<br />
do consumidor e na diversificação<br />
de volumes”, afirma Laércio<br />
Barbosa, da ABLV.<br />
Quando o questionamos se o<br />
PET irá substituir as cartonadas a<br />
resposta é a seguinte: “Hoje, e<br />
acredito que pelos próximos anos, a<br />
embalagem PET não será competitiva.<br />
As propriedades de barreiras<br />
necessárias para adaptar o material<br />
ao leite ainda estão fora da realidade<br />
do mercado”, afirma o vice-presidente<br />
da ABLV.<br />
No entanto, Laércio destaca que<br />
o consumidor brasileiro costuma testar<br />
novos materiais, o que pode ajudar<br />
no aperfeiçoamento de alguma<br />
embalagem que possa competir, em<br />
médio prazo, com as cartonadas.<br />
De acordo com Dantas, professor<br />
da Escola de Engenharia Mauá,<br />
o grande investimento da indústria<br />
nas embalagens cartonadas será na<br />
otimização dos materiais. “As evoluções<br />
das cartonadas serão referentes<br />
à economia de materiais e ao<br />
desenvolvimento de camadas mais<br />
resistentes”, afirma Dantas.<br />
Uma tecnologia que o professor<br />
destaca é a substituição da camada<br />
de alumínio por uma camada de<br />
SiOx, tecnologia que permite o<br />
aquecimento da embalagem no microondas.<br />
Essa tecnologia já está<br />
sendo utilizada na Europa para molhos<br />
prontos e é provável que se estenda<br />
a todas as embalagens cartonadas.<br />
“Na indústria de leite talvez<br />
demore um pouco para chegar em<br />
<strong>Engarrafador</strong><br />
<strong>Moderno</strong>
Embalagem<br />
função do custo, mas é uma das<br />
principais tendências do mercado”,<br />
afirma Dantas.<br />
Segundo o professor, a polêmica<br />
do PET para leite ainda precisa ser<br />
muito discutida. “Ou se aplica um<br />
envase asséptico ou uma estocagem<br />
refrigerada, o que resulta em custo<br />
elevado para a indústria em relação<br />
às cartonadas. Existe a possibilidade,<br />
mas ela precisa ser estruturada.<br />
Mesmo assim, o PET não competiria<br />
com a cartonada, seriam alternativas<br />
diferentes para o mesmo<br />
produto”, destaca o professor.<br />
Segundo Eloísa Garcia, gerente<br />
técnica dos grupos de embalagens<br />
plásticas e de meio ambiente do<br />
CETEA (Centro de Tecnologia de<br />
Embalagem), um dos pontos importantes<br />
na evolução das cartonadas<br />
foi a possibilidade de personalizar a<br />
embalagem mesmo adotando um<br />
padrão de mercado. “Avanços nos<br />
formatos, recortes e capacidades volumétricas<br />
dessas embalagens e no<br />
sistema de abertura permitiram criar<br />
uma identidade para cada fabricante<br />
e tipo de produto, valorizando propriedades<br />
específicas como, por exemplo,<br />
a dos leites enriquecidos”, afirma<br />
a gerente.<br />
Para a especialista, uma<br />
das embalagens que<br />
pode dividir mercado<br />
com as cartonadas<br />
são as embalagens<br />
plásticas com acondicionamentoasséptico,<br />
conhecidas como<br />
embalagens de<br />
PEAD. Essas embalagens<br />
são obtidas<br />
por meio de extrusão/sopro.<br />
Segundo Eloísa,<br />
o PET poderia ser<br />
aplicado na indústria<br />
de leite pasteurizado.<br />
Para isso, seria<br />
22<br />
necessária a pigmentação do material<br />
para garantir barreira à luz e o<br />
acondicionamento refrigerado, competindo<br />
com as cartonadas e com<br />
as PEAD. Já para o leite esterilizado,<br />
uma barreira à luz seria imprescindível,<br />
porém o principal desafio<br />
seria viabilizar um sistema de acondicionamento<br />
asséptico, já que o<br />
material é sensível a exposição ao<br />
calor.<br />
Segundo Marly Katsuda, pesquisadora<br />
da UEL (Universidade Estadual<br />
de Londrina), um tipo de embalagem<br />
que poderia substituir a<br />
embalagem longa <strong>vida</strong> na indústria<br />
de leite seria a embalagem de Policarbonato<br />
(PC). “Essa embalagem<br />
é interessante porque não necessita<br />
de refrigeração, é flexível e com<br />
uma espessura maior do que a do<br />
filme de polietileno, apresenta três<br />
pontos de solda, o que diminui áreas<br />
de possível contaminação microbiana<br />
e diminui a perda de produto na<br />
cadeia. No entanto, esse tipo de<br />
embalagem não oferece o mesmo<br />
tempo de <strong>vida</strong> útil das cartonadas.<br />
A validade do leite nas embalagens<br />
PC é de, aproximadamente, 30<br />
dias”, afirma a pesquisadora.<br />
Segundo Edson Pimenta, responsável<br />
pela área de desenvolvimento<br />
de embalagens da Cooperativa Central<br />
de Laticínios do Estado de São<br />
Paulo (CCL), a empresa estuda<br />
embalagens alternativas, como frasco<br />
de PEAD, PEBD e filmes multicamadas,<br />
porém ainda não houve<br />
viabilidade econômica que justificasse<br />
a substituição das cartonadas.<br />
“A embalagem cartonada ofereceu<br />
inúmeras facilidades para a<br />
cadeia produtiva, por outro lado,<br />
acirrou a concorrência entre os fabricantes,<br />
já que todos tiveram<br />
acesso a essas facilidades” afirma<br />
Pimenta.<br />
Meio ambiente:<br />
o desafio das cartonadas<br />
Outro ponto da polêmica é a relação<br />
das cartonadas com o meio<br />
ambiente. De acordo com os especialistas,<br />
a sustentabilidade desse tipo<br />
de embalagem será crucial para<br />
a permanência das cartonadas no<br />
mercado. Hoje, a estimativa é que<br />
40% das embalagens longa <strong>vida</strong> sejam<br />
recicladas.“O problema da embalagem<br />
cartonada é que ela é formada<br />
por diferentes materiais, o<br />
que dificulta sua decomposição no<br />
meio ambiente, mas através de políticas<br />
públicas e da iniciativa privada<br />
é possível reaproveitar grande<br />
parte da produção”, afirma Marcelo<br />
Silveira, da UFSCAR.<br />
Segundo André Vilhena, diretor<br />
executivo do Cempre (Compromisso<br />
Empresarial para Reciclagem), um<br />
dos desafios da reciclagem da embalagem<br />
cartonada é a prospecção<br />
do material. De acordo com Vilhena,<br />
o preço pago aos catadores e às<br />
cooperativas não é atrativo em comparação<br />
com outros materiais, como<br />
o PET e o alumínio, o que faz com<br />
que as empresas reciclem menos do<br />
que sua capacidade. “A reciclagem<br />
das embalagens cartonadas precisa<br />
melhorar bastante, mas não estamos<br />
na estaca zero”, afirma o diretor.<br />
Atualmente, cerca de 80% do<br />
material que compõe a embalagem<br />
cartonada é proveniente de fontes<br />
renováveis. Segunda Ana Paula<br />
Reis, pesquisadora do CETEA, o importante<br />
é conscientizar o consumidor<br />
sobre a atitude correta no pósconsumo.<br />
“Do ponto de vista ambiental,<br />
a utilização das embalagens<br />
cartonadas auxilia na economia de<br />
recursos naturais, como energia elétrica,<br />
otimizando o uso de combustíveis<br />
na distribuição”, afirma a<br />
pesquisadora.<br />
<strong>Engarrafador</strong><br />
<strong>Moderno</strong>
A professora Lucia Miglioranza, do Departamento<br />
de Ciência e Tecnologia de Leite e Derivados da UEL,<br />
destaca a economia de CFC (clorofluorcarbono), gás<br />
emitido durante o processo de refrigeração. “Além disso,<br />
estudos realizados na Alemanha mostram que as<br />
embalagens cartonadas geram 60% menos volume em<br />
aterros sanitários em comparação a outros tipos de materiais”,<br />
afirma a professora.<br />
Segundo Marly, da UEL, as embalagens cartonadas<br />
podem ser reutilizadas das seguintes formas: reaproveitamento<br />
de fibras, a embalagem longa <strong>vida</strong> é triturada e hidratada.<br />
Depois, retiram-se as fibras celulósicas e separam-se<br />
as camadas de alumínio e polietileno. Em seguida,<br />
as fibras são prensadas e moldadas para a produção de<br />
papel, bandejas, entre outros. Outra maneira de reaproveitar<br />
o material é através da prensagem. O material é<br />
prensado sob altas temperaturas e é destinado para a produção<br />
de chapas e telhas. Uma outra maneira de reciclagem<br />
é a incineração, onde as embalagens são utilizadas<br />
como combustível, economizando recursos naturais e emitindo<br />
menos compostos poluentes atmosféricos.<br />
Outra alternativa para o reaproveitamento das embalagens<br />
cartonadas é a reciclagem por meio de forno<br />
de plasma. Essa tecnologia foi desenvol<strong>vida</strong> pela Tetra<br />
Pak e assegura 100% de reaproveitamento. Esse tipo<br />
de reciclagem funciona da seguinte maneira: primeiro<br />
separa-se o papel das embalagens para a forma convencional<br />
de reciclagem. Em seguida, o forno de plasma<br />
aquece a altíssimas temperaturas o alumínio e o<br />
plástico. Ao final, o processo permite que o material se<br />
transforme em novas chapas. “Esse processo é indicado<br />
para grandes mercados e para lugares onde a coleta<br />
seletiva funciona porque em função da energia empregada<br />
no aquecimento do forno, não compensa desligalo.<br />
Assim, a reposição dos materiais deve ser contínua,<br />
sendo que no Brasil não há matéria-prima suficiente<br />
para isso”, afirma Marcelo Silveira, da UFSCAR.<br />
Maio/08<br />
23
Embalagem<br />
Cases e tecnologia: o<br />
mercado aproveitando o<br />
potencial das cartonadas<br />
A Tetra Pak, uma das líderes em<br />
embalagem cartonada, lançou recentemente<br />
três soluções tecnológicas<br />
para a indústria de leite. A primeira,<br />
o sistema Ultrafresh para processamento<br />
fornece o tratamento de centrifugação<br />
e térmico de injeção direta<br />
de vapor, proporcionando um melhor<br />
resultado no produto final. O sistema<br />
reduz os custos com limpeza e<br />
no processo de ultrapasteurização.<br />
Outra inovação do grupo é a abertura<br />
Flexcap, tecnologia de moldagem<br />
por injeção direta na própria<br />
máquina de envase. A abertura permite<br />
ganhos na aplicação da tampa,<br />
além de oferecer uma maior comodidade<br />
ao consumidor.<br />
Outra solução é a plataforma<br />
A3/Flex. O equipamento permite a<br />
troca de diferentes formatos e volumes<br />
sem precisar substituir as peças<br />
e os equipamentos. A plataforma<br />
permite uma flexibilidade de volumes<br />
de 200ml a 2 litros.<br />
A Sig Combibloc, uma das líde-<br />
24<br />
res em embalagens para alimentos<br />
e bebidas, lançou as linhas CFA 124<br />
e CFA 724, capazes de envasar 24<br />
mil embalagens cartonadas por hora,<br />
para os formatos pequenos<br />
(combiblocSmall e combiblocMini).<br />
Além desses lançamentos, a empresa<br />
apresentou as máquinas para envase<br />
CFA 312 e CFA 512, que operam<br />
com capacidade de 12 mil embalagens<br />
de um litro por hora.<br />
A Cemil, laticínio de Minas Gerais,<br />
adquiriu a máquina CFA 812,<br />
capaz de envasar 12 mil embala-<br />
gens de 500, 750 e 1 litro por hora.<br />
“Conseguimos aumentar a nossa<br />
produti<strong>vida</strong>de e, ao mesmo tempo,<br />
reduzir perdas”, afirma João<br />
Bosco, diretor da Cemil.<br />
A idealização do projeto levou<br />
um ano e contou com o investimento<br />
de US$ 5 milhões.<br />
Segundo Luciana Galvão, gerente<br />
de marketing da Sig Combibloc na<br />
América do Sul, o caso da Cemil faz<br />
parte da tendência mundial em busca<br />
de linhas com a menor necessidade<br />
de adaptação possível. “Outra tendência<br />
é a diferenciação, como a linha<br />
combiShape, que permite projetos exclusivos”,<br />
comenta a executiva.<br />
A empresa também lançou o sistema<br />
de abertura combiLift, que evita<br />
vazamentos e desperdícios. A abertura<br />
conta com um lacre para evitar<br />
violações e dispensa o uso dos selos<br />
de alumínio. Esse sistema foi instalado<br />
na linha de leite da marca Piá.<br />
Segundo Luciana, os custos para<br />
a implementação dos projetos variam<br />
de US$ 3 milhões a US$ 6 milhões<br />
para uma linha de envase.<br />
Colaborou<br />
Paula Belini Pitondo<br />
<strong>Engarrafador</strong><br />
<strong>Moderno</strong>
Mercado<br />
12<br />
Brasileiro come<br />
cervejas<br />
Há pouco mais de<br />
cinco anos, um mercado que<br />
cresce muito, pelo menos em<br />
percentagem, é o das<br />
cervejas conhecidas como<br />
especiais. Ainda há espaço<br />
para crescimento e o apoio<br />
das grandes companhias<br />
tem sido valorizado por<br />
alguns pequenos fabricantes<br />
Danilo Gonçalves<br />
Fotos: divulgação<br />
Na visão de alguns mestres cervejeiros de diversas partes<br />
do País, a cerveja especial é aquela que é bem elaborada,<br />
com matéria-prima nobre e produzida a partir de<br />
processos de fabricação mais refinados. Outra definição interessante<br />
é que este tipo de bebida tem uma receita única, que não segue padrões,<br />
é produzida somente em um determinado local e pode ser encontrada em<br />
casas especializadas.<br />
Ainda há controversas sobre o que realmente é ou não uma cerveja diferenciada,<br />
mas certo é que a invasão deste produto no mercado brasileiro se deu<br />
no início dos anos 90, a princípio com a facilidade de obter produtos importados.<br />
Desde então, as grandes cervejarias têm, de alguma maneira, investido neste mercado,<br />
mas mesmo assim, a produção das ‘especiais’ ainda está concentrada nas<br />
pequenas e microcervejarias. As grandes fábricas também já estão apostando em<br />
produtos (próprios, importados ou terceirizados) com a ‘marca especial’.<br />
“No início, o público brasileiro começou a ser mais exigente quanto aos produtos de<br />
fora e nós começamos a ver este nicho de mercado crescer”, conta Alexandre Bazzo,<br />
sócio da microcervejaria Bamberg, localizada no interior do estado de São Paulo.<br />
Todavia, o assunto rende discussão. Não são todos do setor que falam a mesma<br />
língua quando o assunto é o mercado de cervejas especiais. Os desencontros acontecem<br />
<strong>Engarrafador</strong><br />
<strong>Moderno</strong>
ça a apreciar<br />
diferenciadas<br />
justamente no momento em que se<br />
busca definir o que é ou não cervejas<br />
especiais.<br />
Alguns pequenos fabricantes se<br />
apóiam nos aspectos de processo<br />
(que foram citados no início da matéria)<br />
para dizerem que eles sim fazem<br />
a verdadeira cerveja especial<br />
e criticam a postura das grandes<br />
cervejarias em afirmar que também<br />
comercializam o produto.<br />
Por outro lado, alguns donos de<br />
Maio/08<br />
microcervejarias acreditam que a<br />
ação das gigantes ajuda a difundir<br />
o conceito de cervejas especiais no<br />
mercado. “A AmBev deu um grande<br />
auxílio para começarmos a consolidar<br />
este mercado quando lançou<br />
a Boehmia e fez uma grande ação<br />
de marketing em cima do produto”,<br />
comenta Eduardo Bier Corrêa, proprietário<br />
da fábrica de cerveja Dado<br />
Bier (RS).<br />
Já na opinião de Juliano Borges<br />
Mendes, diretor de vendas e marketing<br />
da Eisenbahn, cervejaria catarinense<br />
que acaba de ser comprada<br />
pelo Grupo Schincariol, para<br />
consolidar o conceito e a cultura de<br />
beber cerveja diferenciada, o consumidor<br />
brasileiro deve se conscientizar<br />
que cerveja boa não é apenas<br />
a ‘loira gelada’. “A pilsen pode ser<br />
a melhor para ser bebida em bares<br />
e na praia, mas a especial pode ser<br />
degustada em ocasiões especiais”,<br />
comenta Mendes ao fazer comparação<br />
com vinhos de mesa e bebidas<br />
finas.<br />
Mercado em<br />
crescimento?<br />
Não se pode dizer que o mercado<br />
de cervejas especiais não está<br />
crescendo, pois os depoimentos de<br />
proprietários de pequenas cerveja-<br />
13
Mercado<br />
rias apontam para isso. Ainda assim,<br />
a questão envolvendo a real<br />
classificação de cerveja diferenciada<br />
é barreira para consolidar este<br />
número.<br />
A informação acima vem do Sindicerv<br />
(Sindicato Nacional da Indústria<br />
de Cerveja). João Gollo, assistente<br />
da gerência do Sindicato,<br />
afirma que nota-se sim um crescimento<br />
neste segmento até porque<br />
“o consumidor brasileiro, embalado<br />
pelo crescimento da renda, está alterando<br />
o conceito de cerveja e já<br />
está disposto a pagar um pouco<br />
mais caro”, afirma.<br />
Dados não consolidados, justamente<br />
por conta deste desencontro<br />
de informações quanto a qualificação,<br />
apontam que a participação das<br />
cervejas especiais no mercado cervejeiro<br />
deve subir de 4,5%, registrados<br />
em 2007, para 5,5%, em 2008.<br />
Em moeda este número representa<br />
R$ 2 bilhões em movimentação do<br />
mercado cervejeiro em geral.<br />
As cervejarias, tanto grandes<br />
quanto pequenas, já enxergam neste<br />
segmento, que representa 4,5% do<br />
volume de vendas, uma ati<strong>vida</strong>de<br />
lucrativa. A Kaiser, por exemplo,<br />
desde 1993, está no mercado com<br />
a Kaiser Bock, a AmBev apostou<br />
na Boehmia, a Itaipava na Itaipava<br />
Premium e, assim, quase todas as<br />
cervejarias já têm suas cervejas<br />
com denominações que remetem a<br />
um produto diferenciado.<br />
“Com o lançamento destes e outros<br />
produtos, as grandes companhias<br />
já começaram a fazer seu trabalho<br />
de educação do consumidor brasileiro”,<br />
comenta Juliano Borges<br />
Mendes, da cervejaria Eisenbahn.<br />
O consumidor interessado no<br />
produto já está disposto a pagar um<br />
preço mais elevado por uma cerveja<br />
mais refinada, no ponto-de-venda.<br />
Mas, algumas cervejas chegam a<br />
ter o mesmo preço de uma pilsen.<br />
14<br />
É o que afirma o proprietário do<br />
Drake’s Bar & Deck, Greigor Caisley.<br />
“Temos cervejas especiais, atualmente,<br />
a partir de R$ 5, preço<br />
que o consumidor já paga nas tradicionais”,<br />
comenta Griegor ao fal-<br />
ar também que algumas cervejas diferenciadas<br />
chegam a custar R$<br />
300. “Claro que as mais caras vendem<br />
menos, mas elas têm saída de<br />
qualquer forma”, completa.<br />
Outro ponto interessante que denota<br />
mais possibilidades de crescimento<br />
para este mercado é o de haver<br />
poucos fornecedores de matériaprima<br />
para este segmento no País.<br />
“No Brasil existem projetos para<br />
produção de insumos para este produto,<br />
no entanto, poucos foram consolidados<br />
até agora”, comenta Edu-<br />
ardo Bier Corrêa, do Dado Bier. Na<br />
visão de Corrêa, o mercado brasileiro<br />
comparado ao europeu e ao americano<br />
é muito pequeno. “Estamos<br />
em processo de crescimento”, diz.<br />
Neste ponto, pode-se dizer que<br />
o crescimento também esbarra na<br />
alta tributação ao lado do alto custo<br />
da matéria-prima e, por ser produzido<br />
por cervejarias, normalmente<br />
das megalópoles do País, os gastos<br />
com distribuição também são altos.<br />
Da juventude<br />
à terceira idade<br />
Definir o público que procura<br />
por cervejas especiais ainda não é<br />
tão fácil assim. Por se tratar de um<br />
mercado relativamente novo no<br />
País, incluem-se neste perfil, jovens,<br />
adultos, homens e mulheres que estão<br />
dispostos a passar pela experiência<br />
de tomar uma cerveja que prima<br />
pelo sabor e pela qualidade.<br />
“A conquista do público também<br />
tem relação com a procura por um<br />
produto leve, sem amargor e de cor<br />
cristalina”, comenta Itamar Rodrigo<br />
Zanini, cervejeiro da Bierbaum Cervejaria<br />
(SC).<br />
Em resumo, os hábitos dos consumidores<br />
estão se tornando mais<br />
diversificados e sofisticados, ainda<br />
assim, o público que procura por<br />
produtos especiais, apesar de variado<br />
ainda é pequeno. “É bem verdade<br />
que não encontramos padrão de<br />
idade para este público, mas são pessoas<br />
que buscam qualidade assim<br />
como acontece com os apreciadores<br />
de vinhos”, analisa Eduardo Bier.<br />
Numa análise geral dos cervejeiros,<br />
o brasileiro ainda não conhece<br />
o produto muito bem e o mercado<br />
precisa de mais uma década, em<br />
média, para se consolidar. É também<br />
comum a opinião entre os empreendedores<br />
de que o consumidor<br />
está ‘cansado’ de tomar algo sem sa-<br />
<strong>Engarrafador</strong><br />
<strong>Moderno</strong>
or. “O crescimento é agressivo sim,<br />
mas a base é baixa, por<br />
exemplo, se temos um<br />
consumidor que gosta<br />
do produto e dois passam<br />
a gostar, já tivemos<br />
um aumento de<br />
100%, mas isso não representa<br />
em números<br />
reais uma ampliação”,<br />
explica Eduardo.<br />
A questão da aceitação<br />
do público em<br />
relação a outros produtos<br />
está muito ligada<br />
também ao paradigma<br />
de que cerveja boa é<br />
aquela que estão todos<br />
acostumados. Evandro<br />
Zanini, cervejeiro que<br />
atua em microcervejarias<br />
desde 1992, dá um exemplo<br />
forte da sua carreira profissional.<br />
Maio/08<br />
“No início, o<br />
público brasileiro<br />
começou a ser mais<br />
exigente quanto<br />
aos produtos de fora<br />
e nós começamos<br />
a ver este nicho<br />
de mercado crescer”.<br />
Alexandre Bazzo,<br />
sócio da<br />
microcervejaria<br />
Bamberg<br />
“Produzi em Fortaleza uma variedade<br />
de cerveja da classe<br />
Bock e a rejeição foi<br />
muito grande devido a<br />
sua cor avermelhada”,<br />
comenta ao avaliar que<br />
o consumidor do Nordeste<br />
já rotulou este tipo<br />
de cerveja como<br />
sendo de inverno e para<br />
consumir em regiões<br />
como o Sul do País.<br />
“Acredito ser influência<br />
da mídia que, quando<br />
fazia propaganda<br />
deste tipo, apresentava<br />
sempre um ator em<br />
meio a uma nevasca<br />
forte, com muito agasalho<br />
e normalmente<br />
perto de uma fogueira<br />
para dar sensação de aquecer”, observa<br />
Zanini.<br />
15
Mercado<br />
16<br />
PROPRIEDADES DE UMA CERVEJA ESPECIAL<br />
Evandro Zanini, mestre cervejeiro que atua na produção de cervejas especiais<br />
e regionais em microcervejarias desde 1992, faz uma definição de qual bebida<br />
pode ser classificada como especial:<br />
Quanto ao aroma – O aroma de uma cerveja especial deve ser suave,<br />
marcante e não muito persistente. Esses aromas podem vir de cheiro que<br />
lembrem frutas cítricas, flores do campo, condimentos ou a mistura de todos.<br />
Quanto ao sabor – Um ponto fundamental é que sua acidez e doçura devem<br />
estar equilibrados entre si e com o próprio aroma, caso isso não ocorra não é<br />
agradável e não terá uma boa aceitação.<br />
Já existem registros de cervejas que são incrementadas com trigo, caramelo,<br />
chocolate, mandioca, rapaduras especiais e fermentos especiais. “A diferença<br />
entre as ‘comuns’ e as especiais é que a segunda prima pelo sabor e a primeira<br />
apela para o marketing”, resume Eduardo Bier Corrêa, da Dado Bier ao se<br />
referir ao slogan ‘estupidamente gelado’ como algo que não tem sabor.<br />
Alexandre Bazzo, sócio da microcervejaria<br />
Bamberg (SP), avalia<br />
que as cervejas especiais atingem<br />
pessoas que têm opinião formada e<br />
“não se deixam levar pelo massacre<br />
que a publicidade faz com o consumidor”,<br />
diz. Bazzo acrescenta que<br />
estas pessoas são as que escolhem<br />
o que consomem, por isso são exigentes<br />
e tornam-se fiéis.<br />
Voltando a falar em ponto-devenda,<br />
Greigor Caisley, do Drake’s<br />
Bar (SP), comenta que nota um<br />
crescimento de bares especializados<br />
e a presença do público é constante.<br />
“Hoje em dia, já vemos muitas cervejas<br />
especiais nas gôndolas dos supermercados”,<br />
avalia.<br />
Brasil enquanto<br />
desenvolvedor<br />
Existem muitas cervejas especiais<br />
(pelo menos em tese) desenvol<strong>vida</strong>s<br />
aqui no Brasil, o que acontece<br />
também é que, muitas vezes,<br />
as microcervejarias trabalham regionalizadas<br />
e com produto de consumo<br />
rápido, o chope.<br />
“Nós que somos as pequenas<br />
cervejarias disponibilizamos as verdadeiras<br />
cervejas especiais”, afirma<br />
<strong>Engarrafador</strong><br />
<strong>Moderno</strong>
Itamar Rodrigo Zanini, da Bierbaum<br />
Cervejaria ao acrescentar que as<br />
características da legí-<br />
tima cerveja especial é<br />
a regionalização, pois<br />
apoia-se no paladar específico<br />
que o consumidor<br />
local procura.<br />
Tanto acredita nesta<br />
afirmação que, apoiado<br />
nela, o empresário fala<br />
sobre investimentos da<br />
Bierbaum em fábricas<br />
em regiões mais afastadas.<br />
Em 2004, a microcervejaria<br />
inaugurou<br />
um ponto em Treze Tílias,<br />
um pequeno povoado<br />
de descendentes<br />
austríacos. A capacidade<br />
produtiva da fábrica<br />
Maio/08<br />
Grandes que investiram nos pequenos<br />
• O Grupo Schincariol adquiriu no início de maio deste ano a cervejaria Eisenbahn;<br />
• Em 2007, a Schincariol também comprou três cervejarias: a Baden Baden (SP), a Devassa (RJ) e a Nobel (PE);<br />
• A Dado Bier tinha sua linha de cervejas engarrafadas e enlatadas nas fábricas da AmBev, no Rio Grande do Sul;<br />
• A Kaiser já detém as marcas Heineken, Gold, Sol Premium e Bavaria Premium;<br />
• Há pouco mais de um ano, a Kaiser também passou a importar a mexicana Dos Esquis.<br />
“A AmBev deu<br />
um grande auxílio<br />
para começarmos<br />
a consolidar este<br />
mercado quando<br />
lançou a Boehmia e<br />
fez uma grande ação<br />
de marketing em<br />
cima do produto”,<br />
Eduardo Bier Corrêa,<br />
proprietário<br />
da Dado Bier<br />
é de 2 mil litros/mês. Lá, o produto<br />
de destaque é a linha de chope da<br />
cervejaria (considera-<br />
do por alguns como<br />
cerveja especial). Entre<br />
os principais produtos,<br />
Zanini destaca o<br />
Chopp Pilsen, que tem<br />
amargor destacado, o<br />
Chopp Escuro, com<br />
adição de caramelo e<br />
levemente adocicado, o<br />
Chopp Frutado, um pilsen<br />
aromatizado com<br />
sabor de abacaxi, também<br />
com adição de<br />
sabor adocicado e o<br />
Chopp Premium, de<br />
densidade do líquido<br />
muito maior do que o<br />
pilsen e coloração dou-<br />
rada acentuada, amargor marcante.<br />
Já na opinião de Evandro Zanini,<br />
mestre cervejeiro de microcervejarias,<br />
o Brasil ainda está fazendo apenas<br />
o que a Bélgica, Inglaterra, Estados<br />
Unidos e outros países já fizeram<br />
em outras décadas e deu certo.<br />
“Estamos apenas oferecendo para<br />
nossos apreciadores, diversificação<br />
e sofisticação em produtos de<br />
bom gosto e isto é apenas a idéia que<br />
deu certo nestes países”, completa.<br />
Os profissionais empenhados em<br />
expandir este segmento da indústria<br />
cervejeira nacional apostam em<br />
diversas ações para difundir este tipo<br />
de bebida, como campeonatos de<br />
degustação, além de pesquisa por<br />
cervejas especiais tipicamente brasileiras.<br />
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