15.04.2013 Views

municipalização da saúde: impactos causados no município de mari ...

municipalização da saúde: impactos causados no município de mari ...

municipalização da saúde: impactos causados no município de mari ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS<br />

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA<br />

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL<br />

MODALIDADE A DISTÂNCIA<br />

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO<br />

MUNICIPALIZAÇÃO DA SAÚDE: IMPACTOS CAUSADOS NO<br />

MUNICÍPIO DE MARI-PB<br />

Maria <strong>da</strong> Glória Franklin dos Santos<br />

Pós-graduan<strong>da</strong> lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB<br />

Maria Elizabeth Batista Pimenta Braga<br />

Professora do Departamento <strong>de</strong> Administração - UFPB<br />

MARI-PB<br />

2011


RESUMO<br />

Este artigo teve como objetivo analisar o funcionamento <strong>da</strong> Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>no</strong><br />

Município <strong>de</strong> Mari-PB e os <strong>impactos</strong> <strong>causados</strong> para a população local com esse <strong>no</strong>vo processo<br />

<strong>de</strong> Gestão. Os recursos utilizados para a realização <strong>de</strong>ste estudo foram entrevistas, pesquisas<br />

realiza<strong>da</strong>s em sites que trazem matérias sobre o tema em questão, como também em fontes<br />

bibliográficas e documentais. O estudo revela um quadro extremamente crítico em relação ao<br />

atendimento à <strong>saú<strong>de</strong></strong> hospitalar, visto que o único Hospital que atendia a população <strong>mari</strong>ense e<br />

os resi<strong>de</strong>ntes em áreas rurais <strong>de</strong> <strong>município</strong>s vizinhos ter sido fechado <strong>de</strong>vido a redução <strong>de</strong><br />

verbas repassados pelo po<strong>de</strong>r público municipal, impossibilitando o funcionamento <strong>da</strong><br />

Instituição. A ineficiência <strong>no</strong> Setor <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> advém do <strong>de</strong>scaso político com a coisa pública e<br />

as falhas que há <strong>no</strong> próprio sistema <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> ineficácia <strong>da</strong> gestão administrativa.<br />

Palavras-chave: Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Fechamento do Hospital. Descaso Político.<br />

2


1 INTRODUÇÃO<br />

A Constituição <strong>de</strong> 1988 trouxe muitos avanços em relação à <strong>de</strong>mocratização. Na Carta<br />

Magna estão assegurados vários direitos, <strong>de</strong>ntre eles a <strong>saú<strong>de</strong></strong> que se constitui como um direito<br />

fun<strong>da</strong>mental, sendo <strong>de</strong>ver do Estado oferecer à população um sistema com condições <strong>de</strong><br />

realizar serviços com quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, disponibilizando o melhor atendimento possível para a<br />

população.<br />

No Brasil o Sistema Público <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> vem passando por situações drásticas. Dentre<br />

estas se <strong>de</strong>staca a formação <strong>de</strong> inúmeras filas para que o paciente ou portador <strong>de</strong> alguma<br />

enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> consiga atendimento, o que muitas vezes não ocorre. Há casos em que pacientes<br />

vem a óbito na espera <strong>de</strong> receber auxílio. Com isso se faz necessário uma reestruturação <strong>no</strong><br />

sistema <strong>de</strong> política pública do país, para que o ci<strong>da</strong>dão brasileiro possa ter maiores garantias<br />

legais <strong>no</strong> acesso a serviços necessários <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> em todos os níveis <strong>de</strong> atenção.<br />

De acordo com Vianna et al (2003, p. 418), a Descentralização <strong>no</strong> Setor <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

mesmo que tenha ganhado formas mais <strong>de</strong>finitiva na Constituição <strong>de</strong> 1988 e na legislação<br />

infraconstitucional subseqüente (lei 8.080 <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990, lei 8.142 <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1990, <strong>no</strong>rmas e portarias regulamentadoras), é um processo que começou a se<br />

estruturar já ao longo <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980.<br />

Ain<strong>da</strong> segundo Vianna et al (2003, p. 418) com a institucionalização do Sistema Único<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), a partir do início dos a<strong>no</strong>s 90, o seu mo<strong>de</strong>lo organizacional per<strong>de</strong>u a<br />

tendência <strong>de</strong> ―estadualista‖ <strong>de</strong>senha<strong>da</strong> pelo Sistema Unificado e Descentralizado <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(SUDS), passando a "<strong>municipalização</strong>" e a se constituir o eixo condutor do processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scentralização do sistema. Assim, os <strong>município</strong>s que antes não tinham auto<strong>no</strong>mia, passam a<br />

assumir compromissos em relação aos recursos do SUS.<br />

De acordo com Brasil (2002, p. 10), a implementação do <strong>no</strong>vo sistema <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>, em<br />

relação ao processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização e <strong>de</strong>finição do papel <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> esfera <strong>de</strong> gover<strong>no</strong>, <strong>de</strong>ve<br />

consi<strong>de</strong>rar o enfrentamento pelo me<strong>no</strong>s três questões gerais como, por exemplo, a imensa<br />

<strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> social que há <strong>no</strong> Brasil, as especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos problemas e <strong>de</strong>safios na área <strong>da</strong><br />

<strong>saú<strong>de</strong></strong> e as características do fe<strong>de</strong>ralismo brasileiro. Tendo em vista essas questões, é <strong>de</strong> suma<br />

importância para o gestor público analisar to<strong>da</strong> essa estrutura para que não haja ineficácia na<br />

execução <strong>de</strong>ssa política pública.<br />

3


Segundo a matéria publica<strong>da</strong> <strong>no</strong> site Com Ciência,<br />

http://www.comciencia.br/reportagens/ppublicas/pp06.htm, o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong><br />

<strong>saú<strong>de</strong></strong> <strong>no</strong>s últimos doze a<strong>no</strong>s tem apresentado resultados positivos. Mas, <strong>de</strong>vido à<br />

heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> dos estados e <strong>município</strong>s brasileiros, muitos não apresentam condições<br />

financeiras e humanas para assumir todos os compromissos requeridos nesse <strong>no</strong>vo processo.<br />

Em muitas locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s têm-se comentado que a Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> tem<br />

causado transtor<strong>no</strong>s à população <strong>de</strong>vido a fechamentos <strong>de</strong> hospitais e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>no</strong><br />

atendimento à pacientes. No caso restrito ao <strong>município</strong> paraiba<strong>no</strong> <strong>de</strong> Mari avulta o<br />

questionamento: a Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> provocou o fechamento do Hospital Santa<br />

Cecília? Esta in<strong>da</strong>gação remete a origem do objetivo geral <strong>de</strong>ste estudo que preten<strong>de</strong> analisar<br />

se os indícios em relação ao fato são proce<strong>de</strong>ntes, ou seja, averiguar se foi a <strong>no</strong>va estratégia<br />

do sistema <strong>da</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> pública que impediu o funcionamento <strong>da</strong> Instituição <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mari ao<br />

constatar que não atendia aos requisitos exigidos para continuar aten<strong>de</strong>ndo a população do<br />

referido <strong>município</strong>.<br />

Neste sentido, a Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>no</strong>vo sistema <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> pública, passa a<br />

gerenciar todos os Postos e Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> como também hospitais conveniados com o<br />

SUS. Cabe ao Po<strong>de</strong>r Público Municipal cumprir suas obrigações legais diante do Po<strong>de</strong>r<br />

Público Fe<strong>de</strong>ral em se tratando <strong>de</strong> suas responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s com os recursos recebidos para<br />

prestação <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> a to<strong>da</strong> população, para que assim faça valer todos os direitos garantidos<br />

por lei <strong>de</strong> todo e qualquer ci<strong>da</strong>dão, contribuindo para a formação <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> mais justa<br />

e igualitária.<br />

O presente trabalho trata-se <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong>scritiva que para respon<strong>de</strong>r ao seu<br />

objetivo geral adotou como procedimento para coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos a pesquisa documental e <strong>de</strong><br />

campo.<br />

A primeira parte do trabalho faz uma retrospectiva histórica sobre a evolução <strong>da</strong><br />

Política Pública <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>no</strong> Brasil e sobre o surgimento e implantação do SUS. Ain<strong>da</strong> é<br />

comentado como opera-se a Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> em Mari e finalmente é abor<strong>da</strong>do o<br />

caso do Hospital Santa Cecília, na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> já <strong>no</strong>mea<strong>da</strong>.<br />

A segun<strong>da</strong> parte apresenta os Procedimentos Metodológicos utilizados para a<br />

concretização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

4


Na última parte são apresentados os resultados alcançados com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong>ste estudo e finalmente ressaltam-se as conclusões advin<strong>da</strong>s com as análises <strong>de</strong>stes<br />

resultados.<br />

5


2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />

A vi<strong>da</strong> em socie<strong>da</strong><strong>de</strong> é algo extremamente complexo e envolve múltiplas<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> competição, cooperação e conflito, assim a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> está sempre<br />

recorrendo à política para que haja a construção <strong>de</strong> consensos e <strong>de</strong>liberar os eventuais<br />

conflitos. Segundo Rua (2009, p. 17), Política consiste <strong>no</strong> conjunto <strong>de</strong> procedimentos formais<br />

e informais que expressam relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e que se <strong>de</strong>stinam à resolução pacífica dos<br />

conflitos quanto aos bens públicos.<br />

Para Aristóteles apud Tolens (2010, p. 15), a Política é libertadora, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> possui um<br />

po<strong>de</strong>r político cuja natureza visa a libertar o indivíduo dos modos <strong>de</strong>ficientes e incompletos<br />

<strong>de</strong> associação, abaixo ou acima do nível <strong>de</strong> plena realização <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Neste sentido, todo e<br />

qualquer ci<strong>da</strong>dão <strong>de</strong>ve participar na vi<strong>da</strong> política em sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

2.1 Breve histórico <strong>da</strong> Política Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

De acordo com Poligna<strong>no</strong> (2011, p. 1), o Setor <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>no</strong> Brasil vem passando por<br />

uma série <strong>de</strong> problemas <strong>no</strong> atual cenário, on<strong>de</strong> sofreu as influências <strong>de</strong> todo o contexto<br />

político-social pelo qual passou ao longo do tempo.<br />

Para Poligna<strong>no</strong> (2011, p.1) a crise do Sistema <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> está presente <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso dia a<br />

dia po<strong>de</strong>ndo ser verifica<strong>da</strong> através <strong>de</strong> acontecimentos vastamente conhecidos e divulgados<br />

pela mídia, como repeti<strong>da</strong>s filas <strong>de</strong> pacientes <strong>no</strong>s serviços <strong>de</strong> atenção à <strong>saú<strong>de</strong></strong>; ausência <strong>de</strong><br />

leitos hospitalares para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong> população; carência <strong>de</strong> recursos financeiros,<br />

materiais e huma<strong>no</strong>s para manter os serviços <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> operando com eficácia e eficiência;<br />

atraso <strong>no</strong> repasse dos pagamentos do Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> para os serviços conveniados;<br />

baixos valores pagos pelo SUS aos diversos procedimentos médicos hospitalares; aumento <strong>de</strong><br />

incidência e o ressurgimento <strong>de</strong> diversas doenças transmissíveis; <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> abusos<br />

cometidos pelos pla<strong>no</strong>s privados e pelos seguros <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>.<br />

Ain<strong>da</strong> segundo Poligna<strong>no</strong> (2011, p. 3), do a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1500 até o Primeiro Reinado (1822 a<br />

1831) a atenção à <strong>saú<strong>de</strong></strong> limitava-se aos próprios recursos <strong>da</strong> terra (plantas, ervas) e, àqueles<br />

que, por conhecimentos empíricos (curan<strong>de</strong>iros),<strong>de</strong>senvolviam as suas habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s na arte <strong>de</strong><br />

curar. Já do a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1889 até 1930, a tradição <strong>de</strong> controle político pelos gran<strong>de</strong>s proprietários,<br />

mais conhecidos na época pela estrutura <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><strong>no</strong>mina<strong>da</strong> Coronelismo que teve início <strong>no</strong><br />

6


Pla<strong>no</strong> Municipal, impôs <strong>no</strong>rmas <strong>de</strong> exercício do po<strong>de</strong>r que representavam os interesses<br />

capitalistas dominantemente agrários. Somente a eleição para a Presidência <strong>da</strong> República pelo<br />

voto direto, <strong>de</strong> quatro em quatro a<strong>no</strong>, produziu lutas efetivas em que se con<strong>de</strong>nsavam os<br />

conflitos <strong>no</strong> interior do sistema. Durante esse período figuras re<strong>no</strong>ma<strong>da</strong>s como Oswaldo Cruz<br />

e Carlos Chagas fizeram parte <strong>da</strong> Estrutura Administrativa <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> Nacional.<br />

Para Poligna<strong>no</strong> (2011, p. 11), foi a partir <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50, com a<br />

consequente aceleração <strong>da</strong> urbanização, e o assalariamento <strong>de</strong> parcelas crescente <strong>da</strong><br />

população, que ocorre maior pressão pela assistência médica via institutos, e viabiliza-se o<br />

crescimento <strong>de</strong> um complexo médico hospitalar para prestar atendimento aos previ<strong>de</strong>nciários,<br />

em que se privilegiam abertamente a contratação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> terceiros.<br />

De acordo com Brasil (2002, p. 5) o Fe<strong>de</strong>ralismo Brasileiro retrata algumas<br />

especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s que merecem <strong>de</strong>staque, por suas implicações para a área <strong>da</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>. A<br />

especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> inicial diz respeito ao gran<strong>de</strong> número dos <strong>município</strong>s, consi<strong>de</strong>rados como entes<br />

fe<strong>de</strong>rativos com muitos <strong>de</strong>veres na execução <strong>de</strong> políticas públicas. A varie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />

<strong>município</strong>s brasileiros, em se tratando <strong>de</strong> tamanho, <strong>de</strong>senvolvimento político, econômico e<br />

social, capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> arreca<strong>da</strong>ção tributária e capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> institucional <strong>de</strong> Estado, por sua vez,<br />

implica diferentes possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>, face à<br />

complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentamento dos <strong>de</strong>safios para os dias atuais.<br />

2.2 O Fe<strong>de</strong>ralismo <strong>no</strong> Brasil e a Descentralização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Segundo Brasil (2002, p. 5), o Sistema Político Fe<strong>de</strong>rativo do Brasil está dividido em<br />

três esferas <strong>de</strong> gover<strong>no</strong> que são Fe<strong>de</strong>ral, Estadual e Municipal, to<strong>da</strong>s consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s pela<br />

Constituição <strong>da</strong> República <strong>de</strong> 1988 como entes com auto<strong>no</strong>mia administrativa e sem<br />

vinculação hierárquica.<br />

A 10ª Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> 2 a 6 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1996 em<br />

Brasília, aprova<strong>da</strong> pela Resolução Nº 226, <strong>de</strong> 08 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1997, <strong>de</strong> acordo com o relatório<br />

do DATASUS (1996), preten<strong>de</strong> colaborar <strong>no</strong> sentido <strong>de</strong> estimular a participação, <strong>de</strong> forma<br />

livre, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>mocrática e dinâmica, dos gestores, dos trabalhadores, dos prestadores<br />

<strong>de</strong> serviços em <strong>saú<strong>de</strong></strong>, dos conselheiros <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> e dos ci<strong>da</strong>dãos em geral, <strong>no</strong><br />

acompanhamento, na avaliação, na divulgação e <strong>no</strong> controle <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong>s resoluções<br />

<strong>da</strong>s conferências <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>, bem como na reflexão e <strong>no</strong> <strong>de</strong>bate sobre a <strong>saú<strong>de</strong></strong> e o SUS.<br />

7


O Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> juntamente com as Secretarias Municipais e Estaduais <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>, bem como as Comissões Intergestores Tripartite e Bipartite e os Conselhos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>vem promover uma <strong>no</strong>va estratégia para ampliar e qualificar o processo <strong>de</strong> Municipalização<br />

<strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Essa estratégia <strong>de</strong>verá promover e incentivar o enquadramento dos <strong>município</strong>s na<br />

Gestão Plena, conforme a NOB 01/96 que consoli<strong>da</strong> a política <strong>de</strong> <strong>municipalização</strong><br />

estabelecendo o ple<strong>no</strong> exercício do po<strong>de</strong>r municipal <strong>da</strong> função <strong>de</strong> gestor <strong>da</strong> atenção à <strong>saú<strong>de</strong></strong>.<br />

De acordo com Lucchese (1996, p. 78) as iniciativas recentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização do<br />

financiamento e <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> assistência à <strong>saú<strong>de</strong></strong> <strong>no</strong> Brasil têm apresentado muitos avanços e<br />

<strong>de</strong>safios, e refletem um processo extremamente dinâmico e participativo, mas com pouca<br />

visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> social.<br />

Para Neto e Malik (2011, p. 827), a Constituição <strong>de</strong> 1988, o Código <strong>de</strong> Defesa do<br />

Consumidor, o Ministério Público e o SUS adquiriram condições para que os ci<strong>da</strong>dãos<br />

tivessem mais po<strong>de</strong>r real na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e passassem a exibir um perfil para fazer valer todos os<br />

seus direitos. Assim, além <strong>da</strong>s crises do próprio sistema, há a falta <strong>de</strong> conhecimento dos<br />

ci<strong>da</strong>dãos para exigir do po<strong>de</strong>r público seus direitos garantidos por lei.<br />

2.3 Criação do Sistema único <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> (SUS)<br />

De acordo com a leitura <strong>de</strong> Santos (2009, p. 94), os princípios que basearam a criação do<br />

SUS foram:<br />

A Universali<strong>da</strong><strong>de</strong> - através do SUS, qualquer brasileiro tem hoje o direito a serviços<br />

públicos <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> sua profissão ou <strong>de</strong> sua contribuição. Este<br />

princípio garante serviços <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> a to<strong>da</strong> população, mas a execução <strong>de</strong>ste não condiz<br />

com a teoria, pois pessoas morrem em filas <strong>de</strong> hospitais á espera <strong>de</strong> atendimento, os<br />

recursos <strong>de</strong>stinados para as <strong>de</strong>spesas do SUS são insuficientes para aten<strong>de</strong>r a<br />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong>;<br />

A Equi<strong>da</strong><strong>de</strong> – igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong> acesso à assistência a <strong>saú<strong>de</strong></strong>. Este princípio garante a<br />

igual<strong>da</strong><strong>de</strong> na assistência á <strong>saú<strong>de</strong></strong> e nas formas <strong>de</strong> se ter <strong>saú<strong>de</strong></strong>, um exemplo, são as<br />

ações e serviços priorizados em função <strong>de</strong> situações <strong>de</strong> risco, <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e<br />

<strong>da</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados indivíduos e grupo <strong>de</strong> pessoas. É complicado falar <strong>de</strong><br />

igual<strong>da</strong><strong>de</strong> vivendo num país marcado pela <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> social, pessoas vivendo à<br />

8


mercê do <strong>de</strong>scaso político, as pessoas que tem po<strong>de</strong>r aquisitivo possuem pla<strong>no</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>saú<strong>de</strong></strong> e a classe popular fica submeti<strong>da</strong> ao SUS. Então, a equi<strong>da</strong><strong>de</strong> só existirá quando<br />

houver recursos suficientes para suprir a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços públicos <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> à<br />

população brasileira, em especial a classe popular;<br />

A Integrali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s ações – este princípio afirma que os serviços <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong>vem<br />

levar em conta as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> indivíduo, tomado em suas múltiplas<br />

dimensões (biológica, psicológica e social). Não existe harmonia entre a teoria e<br />

prática <strong>de</strong>ste princípio;<br />

A Participação Social - remete à intervenção direta <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong> planejamento,<br />

acompanhamento e na avaliação dos serviços <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>. Neste princípio as pessoas (a<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>), tomam conhecimento a respeito <strong>da</strong> prestação <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> assistência à<br />

<strong>saú<strong>de</strong></strong> po<strong>de</strong> intervir quando julgar necessário.<br />

Ain<strong>da</strong> segundo Santos (2009, p. 93), as causas <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s que o sistema vem<br />

enfrentando atualmente são <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s a crescente a<strong>de</strong>são dos Pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, caracterizando<br />

um fenôme<strong>no</strong> <strong>de</strong><strong>no</strong>minado ―universalização exclu<strong>de</strong>nte‖ que é um processo <strong>de</strong> expansão <strong>da</strong><br />

cobertura que, contraditoriamente, expulsa do seu consumo segmentos sociais mais bem<br />

situados na estrutura ocupacional e <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>s. Assim, fica <strong>de</strong> fora <strong>de</strong>ssa comercialização<br />

(pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>), a cama<strong>da</strong> popular que não tem ren<strong>da</strong> suficiente para a<strong>de</strong>rir aos pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>saú<strong>de</strong></strong> que ficam a mercê do SUS que ain<strong>da</strong> está longe dos i<strong>de</strong>ais que o motivaram.<br />

Outra causa, são as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para o seu financiamento, encontra<strong>da</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre<br />

ao lado <strong>da</strong> re<strong>no</strong>va<strong>da</strong> força dos interesses privados vinculados ao chamado ―complexo<br />

industrial <strong>da</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>‖ que tem comprometido o avanço <strong>de</strong>ste projeto.<br />

Neste sentido, o SUS necessita <strong>de</strong> reformas para que seus princípios sejam garantidos<br />

e obe<strong>de</strong>cidos <strong>no</strong> atendimento à <strong>de</strong>man<strong>da</strong>.<br />

2.4 A Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>no</strong> Município <strong>de</strong> Mari-PB<br />

De acordo com Brasil (2011, p. 75) Portaria GM/MS n. 399, publica<strong>da</strong> em 22 <strong>de</strong><br />

fevereiro <strong>de</strong> 2006, com a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s diretrizes operacionais do Pacto pela Saú<strong>de</strong>, foram<br />

<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s três dimensões <strong>no</strong> Pacto pela Saú<strong>de</strong>, que são o Pacto em Defesa do SUS; Pacto pela<br />

9


Vi<strong>da</strong> e o Pacto <strong>de</strong> Gestão. As diretrizes operacionais do Pacto pela Saú<strong>de</strong> têm o objetivo <strong>de</strong><br />

melhorar e qualificar o acesso do ci<strong>da</strong>dão a ações e serviços <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>.<br />

De acordo com a Secretária <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mari-PB, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2009 foi assinado o pacto<br />

pela <strong>saú<strong>de</strong></strong> <strong>no</strong> <strong>município</strong> mas só em 2010 com a Portaria Nº 716, <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2010 é que<br />

Homologa os Termos <strong>de</strong> Compromisso <strong>de</strong> Gestão (TCG) e publica os Termos <strong>de</strong> Limites<br />

Financeiros Globais (TLFG) <strong>de</strong> vários estados e <strong>município</strong>s, <strong>de</strong>ntre eles está o Município <strong>de</strong><br />

Mari, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>termina os recursos e o teto financeiro que a Prefeitura passa a receber. Segundo<br />

a Secretária Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Emanuelle Chaves, os referidos recursos só entraram <strong>no</strong><br />

caixa <strong>da</strong> Prefeitura <strong>no</strong> mês <strong>de</strong> junho do mesmo a<strong>no</strong>.<br />

Com esse <strong>no</strong>vo processo a Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Mari assume compromissos diante<br />

o Po<strong>de</strong>r Público Fe<strong>de</strong>ral para dá assistência à <strong>saú<strong>de</strong></strong> para a população do referido <strong>município</strong>.<br />

Assim essa <strong>no</strong>va Gestão provocou mu<strong>da</strong>nças em relação ao repasse <strong>de</strong> recursos para o<br />

Hospital Santa Cecília <strong>de</strong> Mari-PB, que é uma Enti<strong>da</strong><strong>de</strong> filantrópica e segundo antigos<br />

funcionários, era mantido exclusivamente com o recurso do SUS e que com a<br />

Municipalização <strong>da</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> foi reduzido esse repasse para a referi<strong>da</strong> Instituição e com isso não<br />

teve condições <strong>de</strong> manter o funcionamento do mesmo e como consequência foi fechado.<br />

2.5 Breve Relato do Hospital Santa Cecília na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Mari-PB<br />

O Hospital Santa Cecília está localizado em Mari-PB que é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> situa<strong>da</strong> na<br />

Zona <strong>da</strong> mata paraibana, a aproxima<strong>da</strong>mente 60 km <strong>da</strong> capital, <strong>de</strong> acordo com o IBGE 2010,<br />

possui 21.176 mil habitantes, é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> muito bem localiza<strong>da</strong> geograficamente e próxima<br />

não só a Capital como também a gran<strong>de</strong>s Centros Urba<strong>no</strong>s como Campina Gran<strong>de</strong> e<br />

Guarabira.<br />

Atualmente a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> vem enfrentando sério problema na área <strong>da</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong>vido o<br />

fechamento do único Hospital que <strong>da</strong>va assistência à população local e circunvizinha. O<br />

Hospital Santa Cecília, segundo uma Secretária <strong>da</strong> Instituição, foi fun<strong>da</strong>do <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1969 e a<br />

abertura para atendimento ao público em geral em 1973. A <strong>de</strong>pendência administrativa era<br />

filantrópica, foi construído na Gestão do Prefeito Pedro Thomé <strong>de</strong> Arru<strong>da</strong> (in memorian) que<br />

foi um dos fun<strong>da</strong>dores e colaboradores, tendo como contraparti<strong>da</strong> 80% do valor <strong>da</strong> obra e o<br />

restante do valor foi doado pela população <strong>de</strong> Mari-PB.<br />

10


Segundo relatos <strong>de</strong> funcionários, a Instituição era manti<strong>da</strong> unicamente pelo SUS,<br />

disponibilizava apenas dos serviços <strong>de</strong> Pediatria, clínica médica, internação e parto totalmente<br />

<strong>no</strong>rmal que não houvesse risco <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nem para a mãe nem para o bebê. Os serviços <strong>de</strong><br />

cirurgias não havia mais, que com as mu<strong>da</strong>nças <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> ficou a cargo dos<br />

hospitais regionais.<br />

A Instituição contava com 24 funcionários até o seu fechamento, sendo 01 Diretora;<br />

05 médicos; 01 enfermeiro; 03 técnicos <strong>de</strong> enfermagem; 03 auxiliares <strong>de</strong> enfermagem; 02<br />

vigias; 02 secretários; 01 recepcionista; 02 auxiliares <strong>de</strong> serviços gerais; 01 lava<strong>de</strong>ira; 01<br />

copeira; 01 cozinheira e 01 auxiliar <strong>de</strong> manutenção.<br />

Para os funcionários do Hospital, a principal causa do fechamento <strong>de</strong> tal<br />

estabelecimento foi a Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> houve uma redução em mais <strong>de</strong> 50%<br />

do valor que era repassado pelo SUS para arcar com as <strong>de</strong>spesas <strong>da</strong> Instituição, antes era<br />

repassado 45.000 reais e com a Municipalização era recebido cerca <strong>de</strong> 21.000 reais.<br />

O fechamento do hospital para atendimento à população se <strong>de</strong>u <strong>no</strong> dia 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong><br />

2010, mas os funcionários trabalharam internamente até o dia 31 <strong>de</strong> agosto do mesmo a<strong>no</strong>. Os<br />

funcionários e a população <strong>de</strong> um modo geral sentiram profun<strong>da</strong>mente por tal situação, on<strong>de</strong><br />

gerou <strong>de</strong>semprego, contribuindo para a que<strong>da</strong> <strong>da</strong> eco<strong>no</strong>mia municipal, como também afetou a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população.<br />

As principais dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a reabertura do hospital são várias, <strong>de</strong>ntre elas estão as<br />

parcerias e os agentes financeiros, como também o <strong>de</strong>scaso político que não priorizam os<br />

problemas maiores que afetam principalmente o povo mais carente.<br />

Uma <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> reabertura <strong>da</strong> Instituição seria unir as três instâncias <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r, o setor comunitário, o setor privado e o terceiro setor para que haja inúmeras maneiras<br />

<strong>de</strong> associação para a constituição <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cooperação Local. Para Malmegrin (2010, p.<br />

17), o objetivo <strong>de</strong>ssas Re<strong>de</strong>s seria a busca contínua <strong>da</strong> ampliação do número <strong>de</strong> parceiros a<br />

fim <strong>de</strong> viabilizar interesses e projetos comuns. Assim, o Município <strong>de</strong> Mari-PB e os<br />

Circunvizinhos po<strong>de</strong>riam criar vínculos através <strong>de</strong> consórcio intermunicipal <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> visando<br />

assegurar ações <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> à população <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s participantes, po<strong>de</strong>ndo comprar<br />

os serviços que o Hospital teria disponível para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, apesar <strong>de</strong> que hoje seria<br />

mais difícil contar com a parceria do Município <strong>de</strong> Mari, pelo fato <strong>da</strong> abertura <strong>de</strong> uma<br />

Policlínica Municipal que oferece serviços especializados em diversas áreas, e também a<br />

11


politicagem que é um gran<strong>de</strong> obstáculo para a Gestão Pública, dificultando ain<strong>da</strong> mais a<br />

realização <strong>de</strong> serviços em prol <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Assim que o Hospital foi fechado houve algumas manifestações <strong>de</strong> movimentos<br />

sociais, mas isso durou pouco, visto que a maioria <strong>da</strong> população não sabe reivindicar pelos<br />

seus direitos, vive a mercê <strong>de</strong> políticos que na maioria <strong>da</strong>s vezes só estão preocupados em se<br />

beneficiar em <strong>de</strong>trimento a população mais carente que não sabem cobrar <strong>de</strong>les para que haja<br />

justiça e igual<strong>da</strong><strong>de</strong> para to<strong>da</strong> a população. Para Aristóteles apud Tolens (2010, p.23), ―a<br />

felici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é alcança<strong>da</strong> quando os ci<strong>da</strong>dãos estão treinados <strong>de</strong> modo a que todos os<br />

estratos <strong>da</strong> existência humana estejam <strong>de</strong>senvolvidos‖. Assim, cabe ao Gestor Público<br />

promover assistência necessária não só a <strong>saú<strong>de</strong></strong> como também em todos os setores, para que a<br />

população possa adquirir ascensão social.<br />

12


3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS<br />

De acordo com a metodologia do trabalho, trata-se <strong>de</strong> uma pesquisa qualitativa, pois<br />

seu estudo tem como preocupação básica o mundo empírico em seu ambiente natural. Quanto<br />

ao objetivo foi a pesquisa <strong>de</strong>scritiva que se preocupa em <strong>de</strong>screver os fenôme<strong>no</strong>s por meio<br />

dos significados que o ambiente manifesta. E quanto aos procedimentos adotados na coleta <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>dos foi o estudo <strong>de</strong> caso que investiga um fenôme<strong>no</strong> contemporâneo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu contexto<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> real.<br />

Essa pesquisa caracteriza-se como um estudo <strong>de</strong> caso tendo como objeto a<br />

Municipalização <strong>da</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> <strong>no</strong> Município <strong>de</strong> Mari-PB. A coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos foi feita através <strong>de</strong><br />

realização <strong>de</strong> entrevistas com antigos funcionários do hospital e com pessoas que eram<br />

atendi<strong>da</strong>s naquele recinto, através <strong>de</strong> pesquisa documental e pesquisas realiza<strong>da</strong>s em sites que<br />

trazem matérias sobre o tema em questão, como também em fontes bibliográficas para<br />

enriquecimento <strong>da</strong> pesquisa.<br />

Foram realiza<strong>da</strong>s análises e discussões dos <strong>da</strong>dos coletados nas entrevistas e conversas<br />

informais como também em artigos que relatam o tema em questão relaciona<strong>da</strong><br />

Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>no</strong> Município <strong>de</strong> Mari-PB. De acordo com os resultados <strong>da</strong><br />

pesquisa po<strong>de</strong>-se se constatar uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira controvérsia a respeito <strong>de</strong>ssa Nova Gestão <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>, o que dificultou bastante a pesquisa. Foi verifica<strong>da</strong> a forte presença <strong>de</strong> questões<br />

políticas, on<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos entrevistados sempre tinha algo diferente e algumas vezes<br />

contraditório a relatar.<br />

Buscou-se a partir <strong>de</strong>ssa pesquisa <strong>de</strong>scobrir o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro motivo que levou o<br />

fechamento do Hospital Santa Cecília <strong>de</strong> Mari-PB, como também enten<strong>de</strong>r o funcionamento<br />

<strong>da</strong> Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>no</strong> <strong>município</strong>, investigar como se <strong>de</strong>u esse processo, para a<br />

partir <strong>de</strong>sse estudo po<strong>de</strong>r i<strong>de</strong>ntificar possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a possível reabertura do Hospital,<br />

i<strong>de</strong>ntificando quais os órgãos e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s são responsáveis pela gestão <strong>da</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> <strong>no</strong> <strong>município</strong><br />

e também verificar quais os <strong>impactos</strong> que esse <strong>no</strong>vo processo <strong>de</strong> trouxe para a população local<br />

e circunvizinha.<br />

Para a realização <strong>de</strong>ssa pesquisa foi elaborado um questionário para entrevistar antigos<br />

funcionários do Hospital Santa Cecília, Secretária <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Município e algumas pessoas<br />

<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> que já foram atendi<strong>da</strong>s na época em que a Instituição funcionava. A<br />

participação <strong>de</strong> quatro entrevistados foi <strong>de</strong> suma importância para a conclusão <strong>de</strong>ssa pesquisa.<br />

13


Foi leva<strong>da</strong> em consi<strong>de</strong>ração a fala <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> participante <strong>de</strong> acordo com o entendimento e o<br />

comportamento <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um em relação ao tema abor<strong>da</strong>do, as informações presta<strong>da</strong>s foram<br />

relevantes para a pesquisa <strong>de</strong> modo sistemático.<br />

14


4 ANÁLISE DE RESULTADOS<br />

De acordo com os resultados <strong>da</strong> pesquisa po<strong>de</strong>-se constatar que a Municipalização <strong>da</strong><br />

<strong>saú<strong>de</strong></strong>, tendo em vista a participação <strong>de</strong> alguns membros <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um modo geral,<br />

foi o principal motivo para o fechamento do Hospital Santa Cecília.<br />

Apenas um dos entrevistados foi bastante enfático em seu discurso em relação ao tema<br />

em questão, quando foi interrogado se a Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> provocou o fechamento do<br />

Hospital. Ao contrário dos outros entrevistados e <strong>de</strong> uma parte <strong>da</strong> população que comenta<br />

tal fato, ele falou que esse <strong>no</strong>vo processo trouxe melhorias para o <strong>município</strong>, on<strong>de</strong> o mesmo<br />

adquiriu auto<strong>no</strong>mia que antes não tinha em relação a <strong>saú<strong>de</strong></strong>. Atribui o fato do fechamento <strong>da</strong><br />

Enti<strong>da</strong><strong>de</strong> justamente a questões administrativas <strong>da</strong> própria Instituição, e que muitos<br />

funcionários (os que foram entrevistados) <strong>da</strong>quele Hospital, não tinham total conhecimento<br />

em relação a questão burocrática financeira <strong>da</strong> Instituição. O mesmo ressaltou que a<br />

constituição <strong>de</strong> 1988 ampliou a auto<strong>no</strong>mia do <strong>município</strong>, consi<strong>de</strong>rando-o enti<strong>da</strong><strong>de</strong> estatal,<br />

político administrativo, com personali<strong>da</strong><strong>de</strong> jurídica, gover<strong>no</strong> próprio e competência<br />

<strong>no</strong>rmativa. Então a Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> foi consequência disso, on<strong>de</strong> o <strong>município</strong><br />

passou a assumir compromissos perante o Gover<strong>no</strong> Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Pesquisando em sites do Gover<strong>no</strong> Fe<strong>de</strong>ral po<strong>de</strong>-se constatar que o Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong><br />

juntamente com as Secretarias Municipais e Estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, bem como as comissões<br />

intergestores tripartite e bipartite e os Conselhos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem promover uma <strong>no</strong>va<br />

estratégia para ampliar e qualificar o processo <strong>de</strong> Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Essa estratégia<br />

<strong>de</strong>verá promover e incentivar o enquadramento dos <strong>município</strong>s na gestão plena, conforme a<br />

NOB 01/96 que consoli<strong>da</strong> a política <strong>de</strong> <strong>municipalização</strong> estabelecendo o ple<strong>no</strong> exercício do<br />

po<strong>de</strong>r municipal <strong>da</strong> função <strong>de</strong> Gestor <strong>da</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong>.<br />

Assim, a Descentralização <strong>de</strong> Competências e Recursos é algo que faz parte do <strong>no</strong>vo<br />

processo <strong>de</strong> Gestão. O Hospital <strong>de</strong> Mari-PB funcionava em regime <strong>de</strong> Gestão semi-plena e<br />

com o <strong>no</strong>vo paradigma passou para a Gestão plena. Em <strong>de</strong>corrência não teve condições <strong>de</strong><br />

manter o Hospital funcionando exclusivamente pela alocação <strong>de</strong> recursos administrados pelo<br />

po<strong>de</strong>r público municipal.<br />

15


5 CONCLUSÃO<br />

O Brasil tem enfrentado atualmente uma série <strong>de</strong> problemas sociais <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ados<br />

pelo processo <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças econômicas, políticas e culturais ao longo <strong>de</strong> sua história. As<br />

<strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a pobreza e a exclusão social, é fato <strong>no</strong> mundo contemporâneo marcado pelo<br />

surgimento <strong>da</strong> globalização que aprofundou a integração dos setores econômico, político,<br />

social e cultural. Apesar do Estado <strong>de</strong> Bem-Estar Social assumir a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

garantir a proteção social a todos os ci<strong>da</strong>dãos, a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> é muito alta e o referido Estado não<br />

consegue satisfazer as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s a todos que <strong>de</strong>le necessita.<br />

O Processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> recursos traz uma boa proposta para a Saú<strong>de</strong><br />

Pública nas três esferas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, <strong>no</strong> entanto, ain<strong>da</strong> é pouco perceptível as melhorias que esse<br />

<strong>no</strong>vo processo trouxe para o <strong>município</strong> <strong>de</strong> Mari-PB, apesar <strong>de</strong> que a Municipalização <strong>da</strong><br />

Saú<strong>de</strong> tenha o objetivo <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>r o paradigma <strong>da</strong> atenção à <strong>saú<strong>de</strong></strong>, on<strong>de</strong> objetivo maior é<br />

passar para o modo <strong>de</strong> atenção preventivo e não o curativo, que conta com a atuação dos<br />

Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e do Médico na família. Ambos são inspirados ao mo<strong>de</strong>lo<br />

cuba<strong>no</strong> <strong>de</strong> atenção à <strong>saú<strong>de</strong></strong>, que já está visando e atuando na área preventiva.<br />

O fechamento do Hospital <strong>de</strong> Mari-PB foi fruto <strong>da</strong> Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, apesar<br />

<strong>de</strong> que a referi<strong>da</strong> Instituição já não disponibilizava <strong>de</strong> muitos serviços básicos necessários à<br />

população local e circunvizinha, como por exemplo o serviço <strong>de</strong> obstetrícia que já não existia<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2001. Então, não só esse <strong>no</strong>vo processo acarretou o fechamento <strong>da</strong> Instituição,<br />

como também a falta <strong>de</strong> uma boa Gestão <strong>no</strong> referido Hospital, já que a <strong>de</strong>pendência<br />

administrativa do mesmo era filantrópica, caberia ao Gestor procurar meios que pu<strong>de</strong>ssem<br />

subsidiar a Instituição sem que a mesma não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>sse única e exclusivamente do Sistema<br />

Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS).<br />

Outro fator que merece <strong>de</strong>staque é a politicagem que existe na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, pouco se pensa<br />

em fazer valer o direito do ci<strong>da</strong>dão, do bem estar comum <strong>da</strong> população <strong>de</strong> um modo geral, o<br />

que uma gran<strong>de</strong> parte dos políticos pensa é em seus interesses particulares, com isso a<br />

população, principalmente a <strong>de</strong> baixo po<strong>de</strong>r aquisitivo, é que paga o maior preço, são<br />

injustiçados por aqueles que brincam com a coisa pública, que não tem compromisso com o<br />

social.<br />

Assim, a população precisa se conscientizar <strong>de</strong> seus direitos, ser participativo na<br />

gestão política e po<strong>de</strong>r cobrar dos Gestores que implementem políticas públicas que<br />

16


promovam a o bem estar social, que aten<strong>da</strong> a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong> população, pois como dizia<br />

Aristóteles apud Tolens (2010, p. 35) :<br />

A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tem como objetivo satisfazer to<strong>da</strong>s as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos homens. Os<br />

homens formam as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s para assegurar uma subsistência básica; to<strong>da</strong>via, o<br />

objeto último <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é promover a vi<strong>da</strong> boa. Ela é fun<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo impulso natural<br />

do homem para a associação política.<br />

Neste sentido, espera-se que o Po<strong>de</strong>r Público Municipal, honre os seus compromissos<br />

em relação às políticas públicas <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>, que busque sempre melhorar não só nesse setor,<br />

como também nas outras áreas <strong>de</strong> atenção, para que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Mari-PB possa crescer em<br />

termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento social e melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população.<br />

17


MINI CURRÍCULO<br />

Maria <strong>da</strong> Glória Franklin dos Santos<br />

Pós Gradua<strong>da</strong> em Gestão Pública Municipal pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba (UFPB-2011) e em Psicope<strong>da</strong>gogia pela<br />

Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s Integra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Patos (FIP-2009); Gradua<strong>da</strong> em Letras<br />

hab. Inglês/Português pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>da</strong> Paraíba (UEPB-<br />

2007). Agente Administrativo <strong>da</strong> Secretaria Municipal <strong>de</strong> Educação,<br />

Cultura e Desportos <strong>de</strong> Mari-PB. Email: glorinha.<strong>mari</strong>@hotmail.com.<br />

18


REFERÊNCIAS<br />

10ª Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Disponível em:<br />

. Acesso em: 19 <strong>de</strong> <strong>no</strong>v.<br />

2011.<br />

9ª Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Disponível em:<br />

. Acesso em: 19 <strong>de</strong><br />

<strong>no</strong>v. 2011.<br />

Brasil. Conselho Nacional <strong>de</strong> Secretários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. A Gestão Administrativa e Financeira<br />

<strong>no</strong> SUS / Conselho Nacional <strong>de</strong> Secretários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. – Brasília : CONASS, 2011. 132 p.<br />

(Coleção Para Enten<strong>de</strong>r a Gestão do SUS 2011, 8)<br />

Brasil. Conselho Nacional <strong>de</strong> Secretários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> / Conselho<br />

Nacional <strong>de</strong> Secretários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. – Brasília : CONASS, 2011. 291 p. (Coleção Para Enten<strong>de</strong>r<br />

a Gestão do SUS 2011, 1)<br />

Brasil. Ministério <strong>da</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>. O Sistema Público <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Brasileiro. Disponível em:<br />

. Acesso em: 22 <strong>de</strong> <strong>no</strong>v. 2011.<br />

Ciência & Saú<strong>de</strong> Coletiva. Descentralização e alocação <strong>de</strong> recursos <strong>no</strong> âmbito do Sistema<br />

Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS). Disponível em: .Acesso<br />

em: 18 <strong>de</strong> <strong>no</strong>v. 2011.<br />

Ciência & Saú<strong>de</strong> Coletiva. Desigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s geográficas e sociais na utilização <strong>de</strong> serviços<br />

<strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> <strong>no</strong> Brasil. Disponível<br />

em:


Municipalização <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, que é isso? Disponível em:<br />

Acesso em: 22 <strong>de</strong> <strong>no</strong>v. 2011.<br />

NETO, Gonzalo Vecina; MALIK, Ana Maria. Tendências na assistência hospitalar<br />

Disponível em: . Acesso em: 22 <strong>de</strong> <strong>no</strong>v. 2011.<br />

POLIGNANO, Marcus Vinícius. História <strong>da</strong>s Políticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>no</strong> Brasil. Disponível em:<br />

Acesso em: 16 <strong>de</strong><br />

<strong>no</strong>v. 2011.<br />

Políticas Públicas: Proteção e Emancipação. Descentralização e a <strong>municipalização</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>saú<strong>de</strong></strong>. Disponível em: . Acesso<br />

em: 28 <strong>de</strong> out. 2011.<br />

Portaria nº 716, <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2010. Disponível em:<br />

. Acesso em: 19 <strong>de</strong> <strong>no</strong>v. 2011.<br />

RUA, Maria <strong>da</strong>s Graças. Políticas públicas. Florianópolis: Departamento <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong><br />

Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2009.<br />

SANTOS, Maria Paula Gomes dos. O Estado e os problemas contemporâneos.<br />

Florianópolis: Departamento <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong> Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES<br />

:UAB, 2009.<br />

Sistema <strong>de</strong> Programação Pactua<strong>da</strong> e Integra<strong>da</strong> – SISPPI. Disponível em:<br />

. Acesso em: 15<br />

<strong>de</strong> out. 2011.<br />

TOLENS, Pedro Constantin. Política – Aristóteles. Texto Integral. São Paulo: ABDR: 5ª ed.,<br />

2010.<br />

ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia <strong>de</strong> estudo e <strong>de</strong> pesquisa em administração.<br />

Florianópolis : Departamento <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong> Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES :<br />

UAB, 2009.<br />

20


Foto 1- Frente do antigo Hospital Santa Cecília<br />

Fonte: <strong>mari</strong>fuxico.blogstop.com<br />

ANEXOS<br />

Foto 2- Manifestação em frente a Sec. <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> em prol <strong>da</strong> reabertura do Hospital<br />

Fonte: Portalpb83.com.br<br />

Foto 3- Interdição <strong>da</strong> PB 073 pelos manifestantes<br />

Fonte: expressopb.com<br />

21


APÊNDICE<br />

Questionário para a entrevista<br />

1. A<strong>no</strong> <strong>de</strong> Fun<strong>da</strong>ção e inauguração do Hospital Santa Cecília <strong>de</strong> Mari-PB?<br />

2. Quem foi o fun<strong>da</strong>dor?<br />

3. Qual a <strong>de</strong>pendência administrativa?<br />

4. Como era mantido o hospital <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fun<strong>da</strong>ção até o seu fechamento?<br />

5. Quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> funcionários até o seu fechamento?<br />

6.Quais foram as causas para o fechamento do Hospital?<br />

7.Quais são as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a reabertura do Hospital?<br />

8.Quais as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> reabertura?<br />

9. Quais os <strong>município</strong>s circunvizinhos que eram assistidos pelo Hospital Santa Cecília?<br />

10. Quais os serviços que o Hospital tinha para ser vendido à prefeitura?<br />

22

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!